domingo, 18 de outubro de 2009

AUXILIARES E DEPENDENTES FISICOS

Dias atrás escrevi no blogue que deveríamos lutar mais. Pois só assim conseguiremos criar condições, para nós dependentes termos uma vida mais digna.
Também me referi às dificuldades que nossos auxiliares na maioria dos casos têm em nos entender.

Essa mensagem teve uma enorme repercussão, tendo recebido diversos e-mails e muitas outras manifestações. Todas positivas e solidárias. Obrigado a todos. Este blogue foi criado para nós e vossas opiniões são fundamentais.

Inclusive recebi muitos pedidos, para que para além da informação colocasse no blogue mais destes assuntos e vivências. Pelo que me apercebi abre a mente, desperta as incertezas, dúvidas e aflora opiniões.
Irei fazê-lo mais vezes porque nada como opinião de quem passa pelas situações. Também tenho tido esse pedido de uma pessoa amiga a sério, desde inicio do blogue. Segundo ela “NA MAIORIA DOS CASOS NOSSOS PROBLEMAS SÃO O QUE NOS RODEIA E NÃO NOSSA DEFICIÊNCIA”. Dá muito que pensar esta frase, realmente. Mas infelizmente está certíssima.

Mas quero deixar bem claro mais uma vez, que por favor não me vejam como o pretensioso, que sabe tudo e só minha opinião está certa ou é válida. Longe disso. Somente escrevo o que vivi, presenciei, ouvi dos outros colegas, e dou minhas opiniões sem tabus.

Na mensagem anterior dei um exemplo de maus auxiliares, neste vou escrever sobre pessoas que nos auxiliam com muito amor. Principalmente Mães.

Realmente também existem auxiliares que nos tratam com tanto carinho e amor. É uma dádiva maravilhosa e sem preço para quem depende deles. Tenho o prazer de conhecer alguns casos, e tenho uma admiração profunda por esses seres maravilhosos. Sempre os tento de uma maneira ou de outra parabenizar.
É de encher a alma quando isso acontece. Ver o amor puro e sincero em cada gesto. Maioria dos casos das nossas Mães.

MÃES E FILHOS DEPENDENTES FISICOS: vi Mães em enorme estado de degradação de saúde e a superarem-se dia após dia, para que nada faltasse aos seus filhos dependentes. Se é difícil para as de bom estado de saúde, imaginem para estas. Incrível verificar que estão sem condições nenhumas de actuarem, e elas a seguir fazem coisas impensáveis. Sempre sorridentes e felizes.
Seus rostos nunca deixam transparecer a mais pequena ideia de frete, dificuldade e cansaço.
Chegam ao ponto de jamais os deixam ser institucionalizados. Ouve-se da boca delas como que um grito de presença, poderio e ordem se tratasse: “EU FICO COM MEU FILHO ENQUANTO FOR VIVA E CUIDAREI DELE SOZINHA. TENHO MUITA FORÇA E CORAGEM. AI DE QUEM DUVIDAR!”.

Garanto-vos que é arrepiante presenciar tamanha prova de amor! Emocionei-me variadíssimas vezes com casos tremendamente dramáticos. São frases que saem com tanta convicção que deixamos por momentos de olhar aquele ser como frágil e incapaz. Pois continuam a ser Mães com saúde de tal maneira precária que é detectável ao primeiro olhar e impossibilitadas de todo de cuidarem fisicamente seus filhos. Mas duvidar? Fazer o que?

Não vos sei descrever angústia e dor com que se assiste estes dramas. Em geral quando via que era possível (?) dirigia-me a essas Mães e somente lhes pedia suas mãos (contacto físico para mim é muito importante. Sente-se a pessoa. Também adoro abraços. Mas como me desequilibro facilmente somente o faço com quem já conheço. A abordagem é diferente) e juntos e em silêncio choramos. Palavras vêm depois. Mas nunca uso aquela estória de palavras em catapulta. Género: Deixe-se disso, tem que ser forte, chorar não adianta, acabou-se, limpe as lágrimas e ponha um sorriso nessa cara, está a dar espectáculo e quando não dizem bem alto: “vou-me já embora” e muito mais barbaridades.

Bem sei que é complicado. Em geral nunca passaram por essas situações e não sabem como ajudar. Se querem fazê-lo, comecem por perguntar como, tentem por-se na situação da pessoa e nada como deixar coração agir, ele actuará por vós.

Eu quando me refiro ao amor e carinho incondicional que estas Mães mostram em esforços físicos brutais para cuidar de seus filhos dependentes, refiro-me aqueles que o são, mesmo. Aqueles que precisam de outrem para tudo.

Por último quero deixar aqui minha homenagem e agradecimento do fundo do meu coração à minha querida MÃE (infelizmente falecida há vários anos) por todo o AMOR que me presenteou.

“MÃE ONDE QUER QUE ESTEJAS, QUERO TE DIZER QUE SEMPRE QUE VOU TE VISITAR NA TUA ÚLTIMA MORADA, SINTO UMA ENORME TRISTEZA DE NÃO PODER EU PRÓPRIO POR FLORES E CUIDAR DELA.TENHO TAMBÉM MUITAS SAUDADES DAS TUAS CARICIAS E JAMAIS TE ESQUECEREI”.

2 comentários:

  1. Parabéns Edu, mais uma daquelas mensagens que nos deixam sem palavras, mas completamente preenchidos pela contemplação da leitura e do sentimento que nos transmite. Continua a tua caminhada e principalmente continua a ... ser tu.

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  2. Adorei esta mensagem, pois há mães e mães. Eu posso dizer, que se não fosse a minha mãe (e familiares), não sei o aque seria de mim. Está lá SEMPRE que preciso. Está lá quando choro, quando rio, quando me revolto...está lá!
    Mãe que é mãe, é para os bons e maus momentos.


    Continue Eduardo
    Beijokas
    Bom fim de semana :)

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