domingo, 19 de setembro de 2010

Corte no RSI deixa mãe de deficiente profunda angustiada

Tal como muitos beneficiários Maria do Céu da Silva Costa Fernandes, residente em Frossos, concelho de Braga, foi notificada, em Agosto último, de que passaria a receber menos de Rendimento Social de Inserção (RSI), neste caso, quase menos 200 euros.

Maria do Céu, que é mãe de uma criança de nove anos deficiente profunda, não se conforma com o ‘corte’ até porque nada mudou nos seus rendimentos. Pelo contrário, nos últimos anos aumentaram as despesas de saúde e higiene com a pequena Ana.

Maria do Céu recebia, até Agosto, 441,52 euros e a prestação foi reduzida para 264,46 euros.
Até compreende que as regras de cálculo tenham mudado, mas contesta a atribuição de apoios a quem não precisa.

Maria do Céu conta que não chegam 100 euros para a medicação e fraldas da Ana, a que acrescem as despesas com a higiene e alimentação, já que a criança, no último ano, deixou de comer por si e tem de ser alimentada através de botão de gastrostomia, o que implica cuidados acrescidos.

A agravar ainda mais o orçamento familiar, suportado pelo ordenado do marido, a pequena Ana precisa de um novo apare-lho por causa dos problemas respiratórios .
Maria do Céu até já pediu uns orçamentos, mas o mais barato é de 736,89 euros e não tem dinheiro para fazer face a mais esta despesa.

É que com o recálculo da prestação de RSI, Maria do Céu perdeu também outros apoios sociais: no caso por existir no agregado familiar um elemento com deficiência física e mental profundas e também o apoio para compensar despesas de habitação.

“A Segurança Social não está a ver as despesas com saúde e higiene” lamenta Maria do Céu, cansada de lutar nos últimos oito anos.
Desde que a filha nasceu, há nove anos, Maria do Céu trabalhou cerca de um ano, mas teve de deixar a empresa onde estava há 16 anos para acompanhar os tratamentos e frequentes internamentos da pequena Ana.

“A Ana necessita dos cuidados imprescindíveis prestados por sua mãe para todas as suas funções vitais” atesta uma carta do hospital de Braga.

A criança ficou conhecida, por, há dois anos, ter sido colocada num agrupamento escolar, apesar da deficiência profunda, quando a mãe reivindicava uma vaga na APPACDM.
Maria do Céu tem mais dois filhos: um bebé de cerca de dois anos e outro ainda a estudar.
Fonte: Correio do Minho

2 comentários:

  1. o estado português é insensível aos deficientes e suas famílias não entendem que uma pessoa deficiente representa 3 ou 4 filhos sem problemas eu sou mãe se 1 filha deficiente vivemos aS DUAS COM 380 EUROS e não posso procurar emprego porque o estado não tem vagas em centros de dia para a minha filha gostaria que os nossos governantes se governassem com 190 euros por mês cada um para verem como se vive

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  2. É verdade Catalina! Frustrante e desolador ver que cada vez nos abandonam mais.
    Sinto muito pela vossa situação.
    Fique bem

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