sábado, 4 de dezembro de 2010

Continuamos a viver de esmolas...


A mobilização da população na recolha de plástico para trocar por uma cadeira de rodas deu os seus frutos. Diana Campos, 25 anos, portadora de Síndroma de Rett, que a impede de andar e falar, foi a beneficiada com este equipamento, que custou perto de oito mil euros. Não é uma cadeira de rodas qualquer. Adaptada às suas necessidades, demorou quase duas horas a ser montada. A jovem deficiente, residente na Fanadia, nas Caldas da Rainha, vai poder ter outro conforto.

A entrega aconteceu na passada quinta-feira, no Centro de Educação Especial Rainha D. Leonor, instituição frequentada por Diana. Madalena Presumido, administradora da Valorsul, que integrou a Resioeste, que havia lançado uma campanha onde se podia trocar o plástico pela cadeira de rodas, elogiou “a mobilização das pessoas, que perceberam que havia um objectivo para o qual se estava a trabalhar”.

“Este tipo de campanhas permite juntar plástico de muita qualidade. Às vezes as pessoas colocam mal as embalagens nos ecopontos ou juntam resíduos orgânicos, o que acaba por contaminar as embalagens e inviabilizar o aproveitamento”, referiu.

Sandra Campos, familiar de Diana, foi a grande impulsionadora da campanha e declarou ter de “agradecer a toda a população, tenha contribuído com uma tampinha ou saco de plástico”. “Esta cadeira vai dar uma volta de 180 graus à vida da Diana, que vai passar a ter mais qualidade a nível de postura corporal”, adiantou.

“Foi uma mobilização rápida, o que prova que é fácil ajudar”, disse. Mais tempo demorou a vir a cadeira dos Estados Unidos. Desde Maio que se estava à espera.

Mas o importador, a empresa Boavista Solutions, esmerou-se na sua preparação e a montagem da cadeira, que demorou cerca de duas horas, teve em conta todos os pormenores.

A técnica do serviço social do Centro de Educação Especial, Leonor Cantante, explicou que “identificou-se a necessidade da cadeira e havia a hipótese de nós internamente conseguirmos aqui um processo de ajudas técnicas pela Segurança Social, que está dependente dos orçamentos anuais e da priorização dos serviços que fazem a avaliação. Podia demorar mais tempo e possivelmente não teria cabimento no orçamento deste ano”.

Mas a instituição acabou por “não ter muito envolvimento na campanha, porque a família conseguiu reunir sinergias para num curto espaço de tempo conseguir a cadeira”. Leonor Cantante considerou ser um “caso raro de mobilização”, já que “o que era suposto acontecer em sete meses acabou por três”. Jornal das Caldas

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