quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Mergulhadores Especiais e DDI apelam a um Algarve mais Acessível


Digníssimos Presidentes das autarquias do Algarve,

No final do mês de janeiro do corrente ano a Disabled Divers International organizou em Tavira, o I Encontro Internacional da DDI, coordenado pela representação portuguesa.
Mais um passo foi dado no que respeita ao futuro do Mergulho Adaptado em Portugal, até pela prometida ajuda do Sr. Secretário de Estado do Desporto e Juventude, Dr. Alexandre Mestre.

No entanto, o mergulho não será possível sem a acessibilidade dos espaços. Imaginemos uma pessoa em cadeira de rodas chegar a um local onde os passeios não estão adaptados, não encontram estacionamento e por fim a Escola / Centro de mergulho não é acessível. Ao nível dos Centros esta sensibilização tem estado a ser feita e o Algarve tem já dois estabelecimentos acessíveis e outros em projeto.

As muitas pessoas presentes no Seminário ficaram chocadas pelo facto de sabermos pela boca do Dr. Almeida Pires, Vice-presidente do Turismo do Algarve que falta uma autarquia aderir a um Plano Estratégico para o Turismo Acessível. Seria um exemplo para todo o país, e que grande exemplo seria…

Desta forma, em nome da DDI e de todos os que se juntaram a este projeto de mergulho, tomei a liberdade de escrever estas linhas e pedir para refletirem no seguinte:

Dália Faria – mergulhadora DDI, tetrafasia espástica. Situação de nascença que veio a regredir. A Dália já andou, já correu. Neste momento desloca-se na maioria do tempo em cadeira de rodas. Tinha o sonho de voltar a andar… o mergulho proporciona-lhe andar sozinha debaixo de água. Melhorou a sua condição física e aos 40 anos decidiu tirar a carta de condução.

Ana Gago – mergulhadora DDI, amputação de uma perna por doença oncológica aos 8 anos. Viveu parte da vida agarrada a tratamentos de quimio e cirurgias. Sobreviveu… o mergulho proporcionou descobrir uma nova Ana. É o seu Xanax como diz… aderiu a um mundo onde todos somos iguais.

Luís André – Mergulhador DDI, paraplégico, acidente de mota aos 20 anos. Para ele o mergulho tem sido o renascer, o voltar a sentir movimentos perdidos no tempo. Para este bombeiro de Ourique o limite não existe e só as barreiras físicas o impedem por vezes de se deslocar a certos locais.

Hugo Maia – Mergulhador DDI, amputação de ambos os membros inferiores. Acidente num comboio quando tinha pouco mais de 20 anos. O Basquete ajudou na sua recuperação e agora o mergulho proporcionou descobrir não só outro mundo como novas formas de equilíbrio.

Foram as 4 certificações feitas num ano pela DDI Portugal. Outras estão agendadas para este ano.

Questões:

1 – Todos somos potenciais pessoas portadoras de deficiência. Infelizmente, acidentes ou doenças não escolhem idade, local, sexo ou posição social;

2 – A pessoa com deficiência é uma pessoa ativa na sociedade, trabalho, tem estudos académicos e pode, consoante o seu desempenho, ter um ordenado simpático como qualquer outra pessoa;

3 – A pessoa com deficiência gosta de viajar, de ter novas experiências, de ser ativo e estar inserido num grupo de amigos e familiares.

Portanto, somos nós que vamos fechar a porta??

Não temos o dever de passar para a prática a promoção da igualdade de direitos??

O que faríamos se uma situação destas nos batesse à porta??

AGIRÍAMOS CERTAMENTE!!!!!!!!!!

São apenas reflexões, de uma Fundação que tem recebido os parabéns pelo trabalho de vários países do mundo que querem começar a abrir portas a um ALL INCLUSIVE.

O Algarve tem tudo para dar o exemplo. Fica o nosso apelo.

Obrigada pela vossa atenção.

Com os melhores cumprimentos

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