sábado, 23 de junho de 2018

Andar de cadeira de rodas em dias chuvosos

Para quem é cadeirante, fica quase impossível não se molhar em dias chuvosos. Cadeira de rodas e chuva não combinam de jeito nenhum, geralmente eu nem saio e acredito que a grande maioria dos cadeirantes também não, mas se precisar temos só duas opções: molhar-nos ou montar um arsenal para enfrentar São Pedro, em particular eu coloco capa de chuva, uso uma sombrinha gigante e em casos extremos até coloco sacolas plásticas nos pés. Na maioria das vezes eu sempre levo uma roupa reserva na mochila e toalhas para se secar, mas infelizmente quando a chuva pega no susto passa o dia molhada mesmo.


Mesmo o cadeirante se protegendo o acompanhante sempre fica com a pior parte, pois não tem condição de empurrar uma cadeira de rodas e ainda segurar o guarda chuva ou mesmo que o cadeirante leve o guarda chuva a ponta do mesmo bate no rosto de quem está atrás. Já pararam para pensar o que é dividir o espaço das calçadas e ruas com um batalhão de carros e de pessoas com sombrinhas? Acreditem que é um verdadeiro caos, é tanta sombrinhada na cabeça, cotoveladas e empurrões e vocês não fazem ideia. Sem contar que nesse período chuvoso os buracos e alagamentos estão por todos os lados que em algumas situações não é nem aconselhável arriscar.

Mas vamos pensar um pouco mais sobre esse assunto, você já observou as paradas de ônibus? O detalhe que me chama a atenção é no banco colocado para as pessoas sentarem enquanto a guarda a sua condução, o banco vai de fora a fora, não há espaço para um cadeirante, eu confesso que nunca vi um ponto de ônibus acessível ainda, na grande maioria das vezes o cadeirante fica pelo lado de fora sem proteção nenhuma.

“Ora, porque os bancos das paradas de ônibus ocupam todo o espaço? Por que não se pensou na situação de quem não pode usá-los? Discriminação ? Ou esquecimento ? E o esquecimento não é uma discriminação automática de quem se dá conta do que é? Que feio. E ninguém mais do que os responsáveis devem pensar em todos, antes de tudo, em qualquer mínima obra ou ação, deve lembrar do seu povo e suas diversidades. Afinal, é este povo que paga impostos para que a máquina pública funcione. E funcione para quem? Para ele, oras ! Então, onde está o sentido? Ser cadeirante retira a cidadania e os direitos de alguém?”’ afirma o escritor Osmar Bessi Filho.

E quando se usa cadeira motorizada? As coisas complicam um pouco mais. Porque o joy stick não pode molhar de jeito nenhum, caso contrário quando danificado a cadeira descontrola e o concerto não sai por menos de $ 600,00, é aconselhável empacotar esse comando. Fica aqui uma dica.

Hoje o mercado disponibiliza sombrinhas com suporte para encaixar na cadeira de rodas, ou você esquece a vaidade e capotam as pernas e pés ou eles mesmo com a sombrinha irão molhar.

Fonte: Turismo Adaptado

NÓS: As capas também são uma alternativa:

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