domingo, 29 de julho de 2018

Instituição de apoio a pessoas com deficiência mental em Bragança tem dois utentes isolados há vários anos

Em Bragança há uma instituição de apoio a pessoas com deficiência mental que tem dois utentes em isolamento há vários anos.


O caso mais grave está numa espécie de cela, há quase 27 anos e só sai para tomar o pequeno almoço.

A associação APADI já pediu várias vezes a ajuda a outras entidades mas o caso parece ter sido esquecido por todos.



Fonte: Porto Canal

Centro Hospitalar da Cova da Beira com ferramenta tecnológica para doentes tetraplégicos

Por forma a proporcionar uma melhor qualidade de vida e uma maior autonomia a doentes com necessidades especiais de saúde e elevado grau de incapacidade física, o Centro Hospitalar Cova da Beira dispõe agora de uma solução tecnológica de acessibilidade à comunicação, que permite que um doente tetraplégico possa interagir com um computador, com o simples movimento do olhar.


O equipamento instalado no CHCB designa-se Magic Eye e é apoiado pela Fundação PT. Para o Presidente do Conselho de Administração do hospital, Dr. João Casteleiro, “representa um contributo valioso para o bem-estar e conforto, quer físico quer psicológico do doente ao qual foi disponibilizado. Neste caso, um doente na casa dos 50 anos, tetraplégico e com uma patologia crónica associada, em estado muito avançado, situação que tem requerido cuidados de saúde especializados e uma hospitalização prolongada”.

De acordo com o Administrador Hospitalar, “esta ferramenta, resulta da forte ligação existente entre a tecnologia e a medicina, e é a prova da importância que as novas tecnologias adquiriram na atualidade, quando aplicadas em prol da prestação de cuidados de saúde com qualidade, segurança e humanização. Nesta situação em particular, reveste-se de um caracter absolutamente dignificante e libertador, porquanto devolve ao utente parte da autonomia perdida com a doença, permitindo-lhe inclusive socializar através da internet instalada no computador”.

Também para a Diretora da Fundação PT, Dra. Graça Rebocho “esta parceria com o CHCB representa mais uma situação onde a tecnologia faz a diferença na inclusão social, neste caso, possibilitando uma maior autonomia e poder de comunicação aos doentes com limitações de mobilidade severas…. é, realmente gratificante poder contribuir para a melhor qualidade de vida destes doentes …”.

O Magic Eye é uma solução tecnológica que permite, através de movimentos do olhar, controlar o cursor do rato, possibilitando assim utilizar qualquer aplicação de um computador, por pessoas a quem um rato ou teclado normal não estejam acessíveis. Consiste numa aplicação, que através de uma câmara de vídeo de alto desempenho analisa os movimentos dos olhos e desloca o rato para a posição do ecrã onde estes se foquem.

Este produto destina-se a pessoas que não consigam utilizar os membros superiores para interagir com o teclado ou rato do computador, mas que consigam movimentar os olhos, de uma forma controlada, e que possuam uma boa saúde mental e cognitiva.

Fonte: CHCB

domingo, 22 de julho de 2018

Cirurgião reconstrói separação entre coluna vertebral e pélvis a um tetraplégico

Pedro Cavadas, cirurgião plástico espanhol, reconstruiu uma separação entre a coluna vertebral e a pélvis a um paciente de 28 anos, que ficou tetraplégico aos nove.


Wilmer Arias, que foi operado pela equipa de Pedro Cavadas no Hospital de Manises, em Valência, ficou tetraplégico devido a uma "lesão grave produzida por uma arma de fogo", que terá obrigado o paciente a ficar acamado durante os últimos anos, em consequência de complicações na zona lombar.

De acordo com o jornal espanhol "20 minutos", o jovem de 28 anos foi atingido por uma "bala perdida", quando estava em casa dos avós, com quem vivia. Ficou dois meses e meio em coma, período no qual desenvolveu várias úlceras. Todas fecharam, exceto a do sacro, um osso localizado na base da coluna vertebral, que se "complicou".

Em 2015, teve de deixar o trabalho e estudos e passou quase dois anos deitado e com dores. Quando lhe disseram que não havia possibilidade de ser feita uma cirurgia, o jovem perdeu a esperança.

Até que apareceu Pedro Cavadas. A equipa procedeu a uma cirurgia na qual conseguiu reconstruir a coluna vertebral do paciente e voltar a uni-la à pélvis através do uso do perónio, um osso localizado na parte inferior da perna.

Wilmer continua tetraplégico, mas agora "pode sentar-se e retomar a sua vida". "Graças ao acordo da Fundação Cavadas e do centro hospitalar, este jovem guatemalteco pode continuar a sua vida numa cadeira de rodas com ligeira mobilidade dos braços e mãos", disse um porta-voz do hospital.

O jovem vai usar um espartilho durante seis meses para que a coluna fique direita e se adapte à nova posição. Nos próximos dias, Wilmer vai voltar para a Guatemala, onde planeia concluir os estudos em Administração e Direção de Empresas e fazer um mestrado em Marketing Digital.

O cirurgião junta esta cirurgia bem-sucedida a uma série de outras intervenções pelas quais já é conhecido. Em março, Pedro Cavadas reimplantou a mão direita de um fuzileiro naval do Exército dos EUA, que sofreu um acidente em Cartagena quando estava a bordo de um submarino.

Fonte: DN Sugerido por Tó Silva

Questionário de Opinião sobre a Demência. Participe.

A Alzheimer Portugal e o CINTESIS - Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde (ICBAS-UP), em articulação com o Programa Nacional para a Saúde Mental (Direção-Geral da Saúde), promove um novo inquérito nacional sobre a consciencialização e a perceção pública relativa à Demência.


Este inquérito pretende melhorar a compreensão sobre as experiências, as expectativas e as preocupações da sociedade portuguesa sobre a Demência, bem como o conhecimento, a atitude e as crenças do público em geral.

Gostaríamos de conhecer a sua opinião sobre uma série de temas relacionados com a demência.

Os resultados deste questionário irão permitir um melhor conhecimento sobre a opinião que a população em geral tem sobre a demência e, no futuro, promover campanhas de consciencialização.

Este questionário tem carácter confidencial e anónimo. Por favor, responda de forma rápida e espontânea.

Aceda aqui ao Questionário de Opinião sobre a Demência | 2018

Fonte: INR


Para uma Educação Inclusiva - Manual de apoio à prática

No seguimento da publicação do Decreto-Lei n.º 54/2018, de 6 de julho, e conforme definido no seu artigo 32.º, a DGE disponibiliza o Manual de Apoio à Prática cuja finalidade é a de apoiar os profissionais na implementação do novo regime jurídico da educação inclusiva, assim como apoiar os pais/encarregados de educação na sua colaboração com a escola.


O compromisso com a construção de uma escola inclusiva é um desígnio nacional e um desafio para o qual estamos TODOS convocados.

Brevemente será disponibilizada a versão deste Manual em formato acessível.

Fonte: DGE

SpeediCath Compact Set o único cateter com saco coletor de urina integrado

A Coloplast acaba de lançar: SpeediCath® Compact Set.


É  o único cateter compacto 2 em 1 do mercado, com revestimento hidrofílico, pronto para uso, e bolsa coletora de urina integrada!

Conheça-o no vídeo:



SpeediBag Compact feminino

SpeediBag Compact é um saco de urina novo e discreto para os utilizadores do SpeediCath Compact do sexo feminino. 


Em conjunto, proporcionam uma solução de cateter e saco de urina que pode ser utilizada sem transferir para uma casa de banho.

Demonstração em video:


Mais informações: Coloplast Portugal

Nova lei vai permitir às pessoas com deficiência escolherem o seu tutor

O Regime do Maior Acompanhado foi aprovado pela Assembleia da República. Criado por uma proposta de lei do governo, o novo regime vai permitir, por exemplo, que a pessoa com deficiência possa escolher o seu representante ou tutor, ao contrário do que acontecia até aqui: o Código Civil, que remonta a 1966, não dava possibilidade de escolha, concedendo a tutela aos parentes mais próximos ou, no caso de isso não ser possível, dando o poder de decisão ao tribunal.


A proposta de lei 110/XIII, agora aprovada com abstenção do CDS e do PSD, propõe a substituição “dos institutos da interdição e da inabilitação” do exercício de direitos, previstos no Código Civil. O documento - que deverá agora ser promulgado pelo Presidente da República e irá entrar em vigor dentro de seis meses, ou seja, em janeiro - prevê a alteração de inúmeros artigos não só do Código Civil, mas também do Código de Processo Civil, do Código de Registo Civil, entre outros, a par de mudanças em leis específicas, como a da Saúde Mental ou a da procriação medicamente assistida.

Segundo os relatores, “as soluções fornecidas pelo Código Civil de 1966 [...] talvez se mostrassem adequadas à sociedade do seu tempo, mas tornaram-se progressivamente desajustadas, face à evolução socioeconómica e demográfica do país”.

A adaptação proposta quer assegurar que não haja hoje “dúvidas em considerar a pessoa com deficiência como pessoa igual, sem prejuízo das necessidades especiais a que a lei deve dar resposta”: “O Direito civil, tradicionalmente virado para a atividade do cidadão adulto, sui iuris, na plena posse de todas as faculdades e com um aceno aos menores, tem de adaptar-se”-

Fonte: Observador

terça-feira, 17 de julho de 2018

Financiamento Movimento de Apoio à Vida Independente – Adiantamentos de 40%

A Comissão Interministerial de Coordenação do Acordo de Parceria (CIC Portugal 2020) deliberou fixar, para as operações aprovadas na Tipologia de Operação “Modelos de Apoio à Vida Independente – disponibilização de Assistência Pessoal a pessoas com deficiência ou incapacidade”, no âmbito dos Programas Operacionais Inclusão Social e Emprego, Regional de Lisboa e Regional do Algarve, um sistema de financiamento específico, a fim de permitir adiantamento no montante de 40% do financiamento público aprovado para cada ano civil de duração das referidas operações.


Trata-se de um sistema de financiamento específico que permite a possibilidade de efetuar adiantamentos de montantes superiores (40%) ao previsto no regime regra (15%).

Fonte: INR

Mais vagas no ensino superior para candidatos com deficiência física e sensorial

O contingente especial para candidatos com deficiência física e sensorial aumentou este ano o número de vagas para 4% na primeira fase e, pela primeira vez, contempla vagas na 2ª fase de candidatura em 2%. 


Organizado pela Direcção-Geral de Ensino Superior (DGES), o concurso nacional inicia este mês. A DGES disponibiliza ainda o balcão IncluIES, com informações como serviços de apoio ao deficiente, acessibilidade dos edifícios e das páginas web, bolsas para estudantes com mais de 60% de incapacidade, entre outras, das instituições de ensino superior e estabelecimentos de ensino privado em Portugal. 


Fonte: Jornal de Negócios

domingo, 15 de julho de 2018

Centro de Vida Independente de Lisboa procura técnicos de preferência com deficiência

É também uma oportunidade para participar na implementação da Vida Independente em Portugal. 
Contribuir para melhorar significativamente a vida de algumas pessoas com deficiência.
Quem está interessado?
Contrato até 3 anos.
Preferencialmente pessoas com deficiência.



"O Centro de Vida Independente procura Técnico/a de CAVI (Centro de Apoio à Vida Independente, conforme definido pelo Decreto-Lei nº129/2017, de 9 de Outubro)

Requisitos:

- Formação superior nas áreas de: psicologia, sociologia, gestão e administração, serviço social ou reabilitação;

- Será privilegiada a integração de pessoas com deficiência

Principais Responsabilidades:

- Gestão do Projeto-Piloto de Vida Independente

- Apoio aos participantes na definição e gestão do seu Plano Individualizado de Assistência Pessoal;

- Acompanhamento e monitorização de resultados;

Candidaturas até 20/07/2018:

Envio de Currículo e de Carta de Motivação para vidaindependente.lx@gmail.com

Fonte: facebook Jorge Falcato

Mar Adentro: o papel do cuidador de indivíduos tetraplégicos

Um dos filmes mais tocantes de todos os tempos, Mar Adentro aborda a complexa questão da eutanásia de maneira bastante profunda. Narra a história de um homem que, ao mergulhar de cima de uma pedra em uma praia rasa, lesiona sua coluna na região cervical e se torna tetraplégico. Cuidado pelo irmão, anos após o acidente decide terminar com sua vida.


O problema é que ele não tem possibilidades de se suicidar sem o auxílio de terceiros, uma vez que lhe faltam os movimentos de braços e pernas. Aqui já surge uma questão interessante: o indivíduo que ajuda alguém a se matar comete homicídio? Esta parece ser a interpretação legal nos países em que a eutanásia é criminalizada. Mas não vamos nos deter neste ponto dada a complexidade da questão.

Como é de se esperar, as pessoas próximas tentam convencê-lo do absurdo que intenta. Os diálogos com o irmão e com um padre, este também restrito em uma cadeira de rodas, são os pontos altos do filme. Tais debates demonstram cada ponto de vista de maneira bastante sólida. Todos parecem ter razão e nos fazem questionar nossas próprias perspectivas.

O suicídio sempre foi um assunto difícil de assimilar em nossas sociedades. Entre outros, castigos Divinos são prometidos por toda a eternidade a quem comete o ato; punições das mais diversas já estiveram presentes nas constituições – não somente para o suicida, como a “profanação” do corpo, mas para a família, pelo impedimento da realização dos ritos de sepultamento, aplicação de multas e retirada de direitos e propriedades.

São muitos os motivos que aparecem como origem do repúdio ao suicídio, entre eles o medo do “contágio” e o contato com a ideia de morte pela desvalorização da vida. Ver que alguém opta por se eliminar em vez de continuar “lutando” nos assusta quando não encontramos em nós convicções claras em relação aos nossos próprios passos. É um ato que nos esfrega na cara a realidade de que a vida pode não ser tão bela quanto se prega por aí, que nos indica que aqueles que ficam não são importantes o suficiente para fazer valer a vida de quem dela se desprendeu, enfim, que deixa transparecer as fragilidades de ser humano em sua finitude e despropósito.

Para muitos, o valor da vida está intrinsecamente ligado às obras que realiza, às possibilidades de se ver reconhecido na materialidade de suas ações. Ao indivíduo tetraplégico fica saliente a ideia de impotência. Não que seja impotente de fato, mas as restrições que sua condição lhe impõem são tantas e tão severas que qualquer ação, para ser possível, requer grandes adaptações.

Se a realização pessoal está na concretização, a impotência é a maior ameaça à dignidade. Não poder fazer talvez signifique não poder ser e a falta de perspectiva que resulta daí é, em alguns casos, a morte em vida. Nestes extremos, o suicídio poderia ser, então, uma libertação.

No filme, o protagonista encontra um grupo de simpatizantes ao seu direito de extinguir sua própria vida e que o auxiliam nesta tarefa, o que pode parecer chocante para muitos. Mas, impedi-lo à conclusão deste ato não atesta a impotência de que tenta escapar? Afinal, se um indivíduo perfeitamente funcional pode se suicidar a qualquer momento, por que tal “direito” deveria negado a quem se vê restrito?

A dependência a que se vê condicionado é, muitas vezes, outro fantasma que povoa os pensamentos de quem sofre a tetraplegia. É comum sentir-se um fardo, uma vez que suas limitações impõem a outros presença constante, como se a condição de sua existência fosse a anulação daqueles que se dedicam aos seus cuidados. A culpa pode ser uma oponente devastadora.

É importante mencionar, apesar de ser mais evidente, a raiva que pode abater o indivíduo pela dificuldade de aceitar as restrições. O protagonista possuía uma vida antes do acidente diferente da que pode constituir futuramente. São tantas as mudanças que o espectador não pode pretender compreender senão uma pequena parte do sofrimento atrelado.

Por mais que a situação da tetraplegia seja complexa, há formas de transcender às suas limitações. Quanto à culpa pela dependência, deve-se notar que muitas pessoas encontram no cuidado a terceiros sua finalidade de vida. Nestes casos, o indivíduo cuidado não deve se enxergar como fardo, mas como solução, como “objeto” promotor da realização do outro.

Quanto às realizações do indivíduo tetraplégico, é necessário compreender que mudam de natureza mas não têm, necessariamente, reduzido seu valor. Um indivíduo que concebe um livro não realiza menos quando o tem escrito pelas mãos de terceiros, por exemplo. Fosse assim, nenhuma obra teria valor a qualquer agente, uma vez que ninguém, por mais autônomo que seja, consegue realizar algo completamente sozinho e livre de influências. Somos seres sociais e constituídos pelas trocas.

Assim, há muito para concretizar na simbiose, na interação com o cuidador e auxiliado por seus instrumentos. Para isso, cuidar precisa ser mais do que oferecer o necessário para existir, mas se tornar uma relação capaz de realizar aquilo que o indivíduo é em potência. Desistir é sempre uma opção, mas é só na construção que se pode sentir o gosto da superação.

Escrito pela Psicóloga Fernanda Guimarães e pelo Especialista em Sociologia Roberto Guimarães.

Fonte: i9vadore

Aprovada majoração em 35% do valor de referência das prestações sociais dos deficientes militares

As prestações sociais atribuídas aos deficientes das Forças Armadas vão passar a ser calculadas e atualizadas com base no Indexante de Apoios Sociais (IAS) majorado em 35%, segundo um diploma hoje aprovado no parlamento.


O regime excecional de indexação das prestações sociais dos deficientes das Forças Armadas foi aprovado em votação final global por todas as bancadas, com um voto contra na bancada do PS, do deputado Paulo Trigo Pereira.

O diploma hoje aprovado partiu de um projeto de lei do CDS-PP, que pretendia que aquelas prestações sociais voltassem a ser calculadas em função do Salário Mínimo Nacional (SMN), mais elevado do que o IAS.

Na especialidade, os deputados aprovaram uma proposta de alteração do PS para que o valor de referência continuasse a ser o IAS -- que é o referencial para a generalidade das prestações sociais -- mas majorado em 35% de forma a atingir o valor do SMN.

As novas regras entrarão em vigor com o Orçamento do Estado para 2019, prevê o texto final da comissão parlamentar de Trabalho e Segurança Social.

Fonte: DN

terça-feira, 10 de julho de 2018

Concurso PARTIS – Práticas Artísticas para a Inclusão Social

O concurso PARTIS – Práticas Artísticas para a Inclusão Social pretende apoiar projetos destinados à integração social através das práticas artísticas.


Os melhores e mais inovadores projetos de integração social pela prática artística, nas áreas das artes visuais, performativas ou audiovisuais serão apoiados, até um máximo de €25 mil euros/ano. As propostas devem ser consistentes, informadas e sustentadas, assentes em parcerias alargadas e passíveis de avaliação.

Podem concorrer organizações sem fins lucrativos com projetos que promovam a inclusão social de cidadãos em situação de maior vulnerabilidade social, tendo em vista a promoção do encontro e diálogo entre diferentes – em termos sociais, etários, culturais, entre outros -, e também a igualdade de oportunidades e o reforço da coesão social e territorial.

Período de candidatura
Submissão de candidatura: até às 12:00 GMT de 20 de setembro
Encontro e sessão de capacitação dos projetos pré-selecionados: dias 3 e 4 de dezembro
Arranque dos projetos selecionados: início de janeiro de 2019

Elegibilidade
Podem candidatar-se pessoas coletivas públicas ou privadas, sem fins lucrativos, legalmente reconhecidas, com sede em território nacional.
As entidades que foram apoiadas em ambas as edições anteriores do PARTIS, na qualidade de promotores, apenas poderão participar nesta terceira edição enquanto entidades parceiras.

Como concorrer
Só serão aceites candidaturas on-line
Faça o seu registo
Antes de submeter o formulário de candidatura, verifique por favor todos os critérios de elegibilidade e leia o Regulamento
A candidatura só será submissível depois de preenchidos todos os campos obrigatórios do formulário (identificados com *) e feito o upload da documentação exigida no Regulamento. No final clicar no botão “submeter candidatura”

De forma a prevenir dificuldades na submissão das candidaturas, evite submeter a sua candidatura nos últimos dias do prazo.

Fonte e mais informações: Fundação Calouste Gulbenkian

Abertas candidaturas "Modelos de apoio à vida independente - MAVI" região de Lisboa

Foi lançado o concurso para apresentação de candidaturas "Modelos de apoio à vida independente - MAVI" Programa Operacional Regional de Lisboa.

Marcha Pela Vida Independente 6 maio 2018 Lisboa
O período para submissão de candidaturas à Tipologia de Operações "MAVI", abertas através do AVISO N.º LISBOA -38-2018-25, irá decorrer entre o dia útil seguinte à publicação do aviso - 04-07-2018 e os 45 dias seguintes a essa publicação - 04-09-2018.

Consulte o AVISO publicado em Candidaturas Abertas ou no "Balcão 2020" (Domínio Temático - INCLUSÃO SOCIAL E EMPREGO).

A Área Metropolitana de Lisboa (AML) assume a qualidade de Organismo Intermédio no âmbito desta tipologia de operações.

Os beneficiários podem obter informação, bem como contactar diretamente a Autoridade de Gestão através do endereço de correio eletrónico: lisboa2020@ccdr-lvt.pt

Fonte: INR

domingo, 8 de julho de 2018

Resultados da Pesquisa: Do que é feita a boa Assistência Pessoal?

O inquérito sobre assistência pessoal (PA), realizado pela ENIL no período de 19 de janeiro a 4 de março de 2018, continha 138 características de PA, organizadas em 5 categorias: Contexto, Financiamento, Avaliação de Necessidades, Provisão e Condições de Trabalho. Os participantes foram convidados a avaliar cada característica em uma escala de -3 (empecilho máximo de escolha e controle) para +3 (habilitador máximo de escolha e controle). No final da lista de características em cada categoria, os participantes tiveram a oportunidade de adicionar comentários de forma aberta-


Neste artigo, forneço uma visão geral dessas respostas qualitativas. Das 54 pessoas que responderam à pesquisa, 16 forneceram comentários abertos, incluindo informações, recomendações e críticas. Apresento estas respostas (com nomes pessoais e de país omitidos para preservar a confidencialidade) organizando-as em três rubricas gerais: 1) informações sobre assistência pessoal nas localidades dos entrevistados; 2) recomendações sobre assistência pessoal em princípio; e 3) comentários sobre a pesquisa. Quando apropriado, discuto também as correlações com os resultados quantitativos da pesquisa , que já apresentei em um artigo anterior publicado na Newsletter da ENIL em março de 2018.

Na próxima etapa, os resultados da pesquisa serão usados ​​para construir uma lista de verificação para avaliação dos esquemas de PA. Cada item desta lista de verificação atribuirá um 'peso' com base na pontuação alcançada na pesquisa. A lista de verificação será então usada para criar perfis quantitativos de esquemas de PA em toda a Europa, o que os tornará comparáveis. Eventualmente, tais avaliações e comparações poderiam ser usadas para propósitos de advocacy.

Leia o artigo completo aqui .

Fonte: ENIL (tradutor google)

Aventura adaptada à pessoas com deficiência. Radicalizando na inclusão.

A Aventura adaptada à pessoas com deficiência está presente em praticamente todas as modalidades. Para se realizar qualquer tipo de aventura, é sempre importante seguir normas de segurança. Atividades de aventura e esportes radicais são seguros, o perigo está quando os cuidados com a segurança não são respeitados.

Existem organizações internacionais como a ATTA (Adventure Travel Trade Association) e nacionais como a ABETA (Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura) que trabalham para a regulamentação e promoção das atividades de aventura.

A busca pela acessibilidade é incessante nesse segmento. A adaptação depende do tipo de atividade e o nível de dificuldade do praticante, e pode estar relacionada ao equipamento, ao modo de operação da atividade ou em ambos os casos. Às vezes encontramos equipamentos específicos, utilizados com propostas de segurança ou de conforto, mas em muitos os casos se utilizam os mesmos equipamentos de uma atividade convencional, da mesma forma, ou com pequenas modificações.

Veja abaixo, algumas das atividades de Aventura adaptada à pessoas com deficiência mais praticadas em todo o mundo. Algumas tem uma popularidade menos, mas todas já possuem iniciativas no Brasil.

Aventura adaptada à pessoas com deficiência no Brasil e exterior



Paraquedas
O salto de paraquedas duplo é feito com um instrutor treinado para este tipo de salto e com um paraquedas especial para duas pessoas. Antes do salto, é feito um pequeno treinamento e fornecido um macacão especial para vestir sobre a roupa. Você ficará conectado ao instrutor através de mosquetões entre os macacões. O salto é iniciado depois que o avião atingir a altura de 12.000 pés (aproximadamente 3.700 metros), em 45 segundos de queda livre a 200 km/h. Para saltar é preciso ter no mínimo 16 anos e peso aconselhado até 100 quilos. Não existe restrição em relação à deficiência para saltar, mas é importante informar antecipadamente a escola de paraquedismo na qual será feito o salto.



Rafting
Rafting é a descida de corredeiras de rios em equipe utilizando botes infláveis. São utilizados ainda, capacetes, coletes salva-vidas e remos. Existe 6 níveis de dificuldade, atribuídos aos rios. Antes da atividade, todos recebem instruções de segurança, e um treinamento para aprender como remar. Um guia orienta a todos, ficando na parte de trás do bote e dando a direção do bote. Para Aventura adaptada à pessoas com deficiência, até mesmo pessoas tetraplégicas podem participar, pois existem cadeirinhas desenvolvidas para dar estabilidade em relação ao bote, e coletes salva-vidas que mantém o rosto sempre para cima no caso de queda na água.



Asa Delta
A Asa Delta é considerada uma aeronave, e precisa de condições para decolagem, como uma rampa para atingir uma velocidade inicial, e vento suficiente para sustentação no ar. O piloto irá explorar as correntes de ar até decidir o melhor momento e local para aterrissagem. São utilizados equipamentos de segurança como capacetes e cintas, que irão conectá-lo à asa delta, deitado para baixo. É preciso ter mais do que 16 anos, e limite de peso aconselhável de até 90kg. Pessoas com deficiência podem necessitar de auxílio principalmente no momento da decolagem.



Mergulho com Cilindro
Para mergulhar com cilindro, primeiro é preciso passar por um treinamento teórico e pratico na piscina, e depois o batismo no mar. Os equipamentos básicos para mergulho são a máscara, lastro, nadadeiras, colete equilibrador, cilindro de ar comprimido, roupa de neoprene, regulador e Octopus. Por questões de segurança, o mergulho é feito com no mínimo duas pessoas, caso algum deles necessite de auxílio. Não é necessário saber nadar, e existe o mergulho adaptado para pessoas com deficiência que não possuem movimentos, tem auxílio de um instrutor. Existem ainda equipamentos auxiliares motorizados, chamados de scooter. Para um bom mergulho, a visibilidade da água é importante.



Bungee jumping
O Bungee Junpimping basicamente consiste em saltar de uma altura num vazio, amarrado por uma corda elástica. Dependendo do nível de emoção e segurança, a corda pode ser conectada no tornozelo, na cintura ou na parte superior do corpo com o auxílio de um colete. Também há pessoas com deficiência que saltam junto com a cadeira de rodas, onde o corpo e a cadeira de rodas recebem uma fixação especial à corda. Os locais para salto devem ser apropriados, e são escolhidos após um estudo, mas também existem empresas que realizam esta atividade em eventos, utilizando guindastes e um colchão de ar para segurança.




Downhill
Downhill é uma forma de ciclismo com o objetivo de descer o mais rápido possível um certo percurso. A prática surgiu em locais de montanha, mas já há variações urbanas onde se descem por escadas e superfícies acidentadas. Utilizam-se bicicletas reforçadas, com rodas mais grossas, freio a disco e outros acessórios apropriados. Para a Aventura adaptada à pessoas com deficiência, também utilizam uma espécie de bicicleta com quatro rodas para conseguir maior estabilidade.




Esqui aquático
O esqui aquático é praticado com uma lancha puxando uma pessoa por uma corda com um tamanho padrão de 18,25 metros, a partir de uma velocidade de 30 km/h. Pode ser executada utilizando um ou dois esquis, e para pessoas com deficiência física, existe um esqui adaptado, que basicamente é formado por uma assento acoplado a um esqui. Os locais ideais para a prática são lagos pequenos, abrigados de ventos, e por medida de segurança, sem o trânsito de outras lanchas.



Balonismo
Balões de ar quente tripulados, são os mais comuns utilizados para atividades turísticas. O balão sobe pelo aquecimento do ar de dentro do envelope (balão), através de gás propano, deixando ele menos denso e elevando o balão. O peso que um balão pode levar, depende do tamanho do envelope. A maioria dos balões tem uma média de 2.000m³ a 3.000m³ de volume interno, capaz de levar de 2 a 5 pessoas. Existem balões turísticos, de 5.000m³ a 24.000m³ que podem levar de 6 a 35 passageiros num único voo. Os cestos de balão geralmente são inteiriços, mas há versões adaptadas, com lateral em forma de porta ou rampa para o acesso, e parte transparente para melhor visualização de um cadeirante.



Rapel
O Rapel é a atividade de descer verticalmente através de cordas e equipamentos. Bastante praticado na natureza, para descida de montanhas, mas também existem bases preparadas para essa prática, ou também versões urbanas descendo de pontes ou edificações. Os equipamentos básicos utilizados são a corda, arnês (cadeirinha), mosquetão, luva, freio e capacete. Pode ser positivo ou negativo. No positivo, os pés do praticante tocam a parede durante a descida, e no negativo esse contato não acontece.



Trike
O Trike é uma aeronave motorizada pendular, isto é, controlada pelo deslocamento do centro de gravidade, que utiliza uma asa delta fabricada especialmente para esse tipo de vôo. Chegam a alcançar 20 mil pés de altura (aproximadamente 6.000 metros) e podem voar a até 120 Km/h. Geralmente não é necessário nenhuma adaptação para voar em um trike, a não ser em casos específicos. O piloto senta na frente, e o passageiro na parte de trás, devidamente equipado com capacete e cintos de segurança. O vento em contato com o corpo, em grandes altitudes, pode ser bastante frio, por isso é aconselhado estar bem agasalhado.



Kitesurf
O Kitesurf utiliza uma pipa, que serve para pegar a força do vento, e uma prancha, que serve como uma estrutura de suporte para os pés. A pipa fica presa à cintura através de um dispositivo chamado trapézio, e com uma barra consegue ajustar a pipa e dar direção. Pessoas com deficiência física, utilizam uma prancha com um assento acoplado. Conjugando a força do vento e as ondas, é possível pegar ondas e realizar saltos em grandes alturas.


Quadriciclo
Quadriciclo é um pequeno veículo motorizado, semelhante à uma moto, porém com quatro rodas, projetado para utilização off-road. Para dirigir é simples, basta acelerar e freiar, nos comandos existentes no guidão, de onde também se dá a direção. Algumas versões possuem marchas, mas outras são automáticas. Há modelos para uma ou duas pessoas. Dependendo do modelo, para quem não possui sensibilidade, é preciso tomar cuidado com partes do motor que esquentam, para não se queimar.



Parapente
Parapente, também bastante conhecido com paraglider, é considerado uma aeronave invertebrada, em forma de um semi-círculo inflável, feito de tecidos e linhas. E por isso, ela decola, alça voo e aterrissa. É um derivado do paraquedas, mas possui mais células, sendo maior e mais apropriada para planar, devido à sua aerodinâmica. É praticado junto à encosta de montanhas. Para decolar, é preciso inflar o velame, e depois o instrutor administrando as correntes de vento, pode planar por longos períodos. A selete é o equipamento utilizado para sentar, e ao mesmo tempo proporcionar segurança, pois é ela que estará conectada ao velame. Geralmente não é necessária adaptações para pessoas com deficiência, a não ser em casos específicos.

Fonte: Turismo Adaptado


sábado, 7 de julho de 2018

In-Póvoa ajuda pessoas com mobilidade reduzida a irem à praia

Realizou-se na manhã desta sexta-feira , na Praia Verde, junto às piscinas municipais, à abertura oficial do projeto In-Póvoa- Praia para todos, que tem como objetivo tornar as praias acessíveis a pessoas com desafios de acessibilidades.


Aires Pereira, presidente da Câmara da Póvoa, explicou a importância de que todas as pessoas possam usufruir das condições disponíveis das praias, que contarão naquele local com a ajuda de voluntários.

Na cerimónia, na qual foi içada a bandeira de praia acessível, estiveram presentes autarcas, capitania, entidades e voluntários, que vão levar este programa até ao final do mês de agosto.

Fonte: MAIS

quinta-feira, 5 de julho de 2018

Ser ajudante num lar de idosos e o desrespeito da Segurança Social

Desta vez questiono o porquê da Segurança Social exigir o impossível das Ajudantes de Lares e lares, na minha crónica no Jornal Abarca.
Das 8h às 11h00 o tempo foi gasto em: levantar da cama, colocar na cadeira sanitária, realizar treino intestinal e banho, transferir para a cama, desinfetar e proteger o orifício de entrada do cistocateter, hidratar o corpo, vestir a roupa, servir o pequeno almoço e medicação, transferir mais uma vez, (desta vez para a cadeira de rodas do dia-a-dia), vestir o resto da roupa, calçar...ufa! É notório o cansaço no rosto da auxiliar que me realizou todas estas tarefas. 

Fica espantada ao pedir-lhe que me vista um casaco polar. Atira: “credo”! Não me diga que está com frio! Eu estou cheia de calor. No tempo que esteve comigo, sempre que os meus afazeres lhe davam uma folga, lá ia ela atender uma campainha que tocava, apoiar uma colega numa transferência de outro utente, mudar uma fralda, colocar outro na sanita, adiantar outro serviço…

Como não estar cansada? Dou muito trabalho porque sou totalmente dependente. Pouco ou nada consigo colaborar. O simples vestir-me umas calças torna-se uma tarefa muito cansativa. Além disso, a auxiliar que me está a apoiar entrou ao serviço às 7h00 da manhã e já realizou outros banhos, e depois de mim ainda “fará outros utentes” do lar, (expressão como definem a tarefa). Costumam dizer, muitas vezes com manifesta satisfação: - “já fiz X utentes, só me falta X”.

Esta rotina é diária. Se estiver a trabalhar no turno da tarde, felizmente comigo o trabalho diminui. Mais trabalhoso será o deitar-me. Transferir-me para a cama, despir-me, posicionar-me, e se nada de imprevisto acontecer, só voltará para me mudar de posição na cama, 3 horas depois, mas com a maioria dos restantes utentes continuará a ter o mesmo trabalho.

A vida de quem trabalha numa ERPI - Estrutura Residencial para Pessoas Idosos não é tarefa fácil. Além da força física, é necessário também muita força anímica, paciência, resiliência e muita capacidade de amar. Um lar de idosos hoje em dia é um espaço de retaguarda ao serviço dos hospitais. Se não há cama vaga na unidade hospitalar, transfere-se o paciente para as estruturas residenciais. Atrevo-me a afirmar que a maioria das convalescenças são realizadas pelos lares, transformando-os numa espécie de hospitais de segunda linha.

Quantas vezes o paciente é levado ao hospital, e passadas umas horas é “devolvido à proveniência” para no dia seguinte ter que voltar, e ficar em internamento, numa espécie de vai vem, como se de mercadoria se tratasse?
Por cada ERPI construída com o apoio dos fundos europeus, o Estado fica automaticamente com direito a 20% das suas vagas abrangidas pelos acordos que comparticipa, quando comparticipa, e dá-lhe o uso que entender. Na maioria das vezes os utentes que envia chegam com patologias graves e num estado clínico muito complicado, e a necessitar de cuidados de saúde permanentes e personalizados. Além disso é necessário material para tratamento de escaras, algaliação, sondas gástricas para alimentação, antiescaras, hidratantes, bons produtos de apoio, produtos de higiene, roupa, produtos pessoais, transporte adequado para realização de exames diagnóstico, análises e consultas, etc., na maioria dos casos a resolução fica à responsabilidade dos lares. A Segurança Social descarta-se também de mais esse “problema”.

Esquizofrenias, depressões e outras perturbações psiquiátricas, infectocontagiosas, demências, como alzheimer, parkinson e outras, sequelas de AVC, lesão medular, neurodegenerativas, escareados, ataxias, alcoolismo, e mais um sem número de patologias e situações, são o universo de pessoas recebidas por estes espaços e muitas delas enviadas pela Segurança Social.

Quanto a mim esta responsabilização e imposição por parte da Segurança Social e Ministério da Saúde colocada a estes espaços é uma cobardia. Vejo muito pouca gente a denunciar este facto e a opor-se a esta anormalidade e desrespeito por estes doentes/utentes, seus familiares e espaço que os recebe.
É muito grave, e embora não seja jurista arriscaria acrescentar que se trata de um ato inconstitucional esta prática por parte da tutela. Estes espaços não são unidades de convalescença e nem foram criados para esse fim. Segundo a Segurança Social estes espaços são destinados a alojamento coletivo, de utilização temporária ou permanente, para idosos, com a finalidade principal de contribuir para a estimulação de um processo de envelhecimento ativo e potenciar a sua integração social.

Mas não é isso que acontece. Estes espaços foram transformados em serviço de cuidados continuados integrados e unidades hospitalares de segunda, ou até em muitos casos, de primeira linha. Pelo menos realizam praticamente as mesmas funções. De acordo ainda com a Segurança Social, têm direito à prestação de cuidados continuados integrados todas as pessoas, independentemente da idade, nas seguintes situações:

● Dependência funcional transitória decorrente de processo convalescença ou outro (por estar a recuperar de uma doença, cirurgia, etc.);
● Dependência funcional prolongada;
● Idosos com critérios de fragilidade (dependência e doença);
● Incapacidade grave, com forte impacto psicossocial;
● Doença severa, em fase avançada ou terminal;
● Alimentação entérica;
● Tratamento de úlceras de pressão e ou feridas;
● Manutenção e tratamento de estomas;
● Terapêutica parentérica;
● Medidas de suporte respiratório, designadamente a oxigenoterapia ou a ventilação assistida;
● Ajuste terapêutico e/ou de administração de terapêutica, com supervisão continuada.

Como se pode verificar acima, estes utentes deveriam ser recebidos por estes serviços e não nas ERPI.

E porque razão são encaminhados para o lar de idosos e não para espaços adequados às suas necessidades? Em primeiro lugar porque fica muito mais barato ao Estado. Por cada utente em lar, a Segurança Social contribui mensalmente com 383,16€ Na rede de cuidados continuados um internamento diário ronda os 110,00€, fora as comparticipações familiares. E a uma unidade hospitalar? Sei que no Centro de Reabilitação de Alcoitão em 2009 uma diária rondava os 400,00€

Estas pessoas deveriam ser colocadas em espaços adequados e ter direito aos melhores, e mais adequados cuidados de saúde que cada caso clínico exige. Serviço de cuidados continuados, paliativos, residências autónomas, centros de reabilitação, etc. apoiados por recursos humanos adequados às suas necessidades e deixar as Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas cumprir as suas funções. Deste modo é impossível estes espaços funcionarem em pleno. Pelo contrário, ao obrigarem os lares a realizar as funções para as quais não foram criados e nem se encontram preparados estão a prejudicar os utentes com alguma autonomia e outros objetivos de vida. Conviver diariamente com pessoas em elevado grau de demência ou doença, faz com que a sua saúde se degrade.

Estes espaços na maioria das vezes e como descreve a Segurança Social, deveriam servir para reabilitar e manter o idoso ativo. Como poderá isso acontecer lidando esse idoso com tantos outros utentes com sofrimento físico e/ou psicológico acentuado? Além disso não existe uma equipa multidisciplinar para acompanhar cada pessoa com os seus problemas inerentes. Mas como se sabe, nem nas unidades hospitalares, ou outros espaços preparados supostamente para receber estes doentes têm condições estruturais e humanas para esse efeito. A grande questão é que os lares não estão equipados para atender às necessidades de pessoas com tantos problemas, mas a falta de outras respostas institucionais deixa-os sem opção.

Perante tudo isto como não estar cansada a auxiliar ou a ajudante de lar, o nosso principal cuidador? São exigências profissionais complexas em demasia para as suas capacidades e para o parco valor que recebe como compensação mensal.

Já que o Estado obriga as ERPI’s a realizar o trabalho para o qual não foram criadas, deve assumir também a responsabilidade de lhes criar condições físicas, humanas e financeiras para realizarem um trabalho que vá de encontro às necessidades dos seus utentes, e lhes permita recompensar os seus colaboradores de acordo com as tarefas realizadas e de uma forma justa. Não é com os 383,16 € actuais que disponibiliza por utente que se poderão fazer milagres.

O Estado somos todos, mas as responsabilidades da resolução dos nossos problemas, neste concreto, no que respeita à saúde, cuidados básicos, envelhecimento com qualidade, num estado de direito como o nosso é designado, está delegada no Governo a quem “quase todos nós” pagamos para fazer bem, o qual resulta do veredicto resultante das eleições periódicas.

Da minha parte, enquanto utente, um grande obrigado a todas as cuidadoras e cuidadores formais e informais, principalmente ás do Centro de Apoio Social da Carregueira onde me encontro.

Dos governantes espero e exijo muito mais. Exijo que estejam à altura de honrar os compromissos inerentes aos cargos que aceitaram. É para isso que lhes pagamos!

quarta-feira, 4 de julho de 2018

De Coimbra à Tocha em cadeira de rodas para provar que a vida não é uma prisão

Ajuda "OS RODINHAS" a levarem a cabo mais um passeio em cadeira de rodas propulsionada por um Batec. A cadeira de rodas não é uma prisão, ajuda-nos a "voar".


No ano passado foram 21. Este ano, para já, são 60 as pessoas com mobilidade reduzida inscritas no II Passeio Adaptado com Batec e Bicicleta, a realizar no dia  7 de julho, promovido pela Associação Os Rodinhas de Portugal como forma de «mostrar às pessoas que a cadeira de rodas não é uma prisão e que há oportunidade de fazer exactamente as mesmas coisas que qualquer outra pessoa, até mesmo desporto, adaptado». 

Quem o garante sabe do que fala. Pedro Aguiar é, juntamente com Paulo Cortez e Rui Santos, fundador d' “Os Rodinhas de Coimbra” que deu origem a esta associação (ver caixilho). Natural de Brasfemes, onde reside, foi atropelado aos seis anos e o acidente “atirou-o” para uma cadeira de rodas que é, no fundo, a sua grande companheira de vida. Nada que o resignasse ou fizesse desistir. «Fiz a minha vida normal. Estudei, tirei a carta, formei- -me, casei e tenho uma filha», diz, tentando, com o seu exemplo, mostrar que «é importante aproveitar a vida, mesmo com limitações».

Fonte: Diário de Coimbra

Cães transformam a terapia em momentos de felicidade

Projeto Ladra Comigo nasceu há cinco anos e está presente em 27 lares, escolas e instituições de apoio à deficiência.


Deitado ao lado da Fly, Francisco Rodrigues, de 18 anos, esconde a hiperatividade que torna os seus dias numa correria. Aos 90 anos e, com o auxílio da Gema, João Gonçalves combate o sedentarismo. A paciência e a calma da Fly ensinam Débora Monteiro, de 14 anos, a comportar-se. São apenas três entre os mais de 250 idosos, portadores de deficiência e crianças com necessidades educativas especiais que beneficiam do projeto Ladra Comigo, criado pela geriatra Clara Cardoso e pela psicóloga Catarina Cascais. Para os utentes, uma vez por semana, com a terapia chega também a felicidade em quatro patas.

No Lar de Santo António, na Maia, os mais velhos exercitam com a ajuda da Gema. Sentada no colo do "Senhor João", a cadela de pequeno porte faz as delícias do sénior que, pacientemente, lhe escova os dentes. "É uma boa companhia. Em novo tive uma", conta João Gonçalves, recordando os tempos de menino: "Não havia que comer e os animais passavam muita fome. Tinha pena e alimentava os bichinhos".

Os benefícios da terapia assistida por animais são múltiplos. "Os cães desviam a atenção do utente. É mais fácil pedir a um idoso que vá passear o cão de trela do que lhe pedirmos para andar um pouco a pé. A motivação e a aceitação são diferentes", explica Catarina Cascais.

A sessão de 45 minutos começa e Francisco Rodrigues, de 18 anos, portador de síndrome do X frágil e hiperatividade, muda de comportamento. Beneficia da terapia há pouco mais de um ano, na Associação Lavrense de Apoio ao Diminuído Intelectual (ALADI), em Matosinhos. "É muito complicado manter o Francisco concentrado mas, com os cães, consegue ficar muito tempo sentado. É extraordinário", conta a psicóloga.

Duas sessões por dia
Da ALADI, seguem para a Escola EB 2, 3 Pêro Vaz de Caminha, no Porto, onde o projeto foi implementado com a ajuda da Junta de Freguesia de Paranhos. É a última sessão do dia para as cadelas Fly e Milu. "Os cães não podem ter a mesma carga horária que os humanos. Fazem, no máximo, duas sessões por dia", referiu.

Dentro da sala de ensino especial aguardam cinco crianças. "É a minha Fly", diz, a sorrir, Débora Ribeiro, de 14 anos, portadora de trissomia 21. "A Débora gosta de ensinar os cães e pensa que o está a fazer. No fundo, há um autocontrolo e um reforço da autoestima", revela Catarina Cascais, enquanto a pequena atravessa um túnel com a Fly à espera do outro lado.

Fonte: DN

Atividades desportivas gratuitas para tirsenses com necessidades especiais

“O desporto é para todos, mesmo na competição”, afirmou o presidente da Câmara Municipal de Santo Tirso, Joaquim Couto. A 12 de junho, o Parque Urbano Sara Moreira foi palco de uma mostra dos desportos que a partir de setembro as pessoas portadoras de deficiência vão poder praticar em Santo Tirso. Boccia, karaté, ténis de mesa, andebol, atletismo em cadeira de rodas, natação, orientação ou um centro de treino adaptado, equivalente a um ginásio, são as opções ao dispor dos atletas.


A autarquia, focada na inclusão social das pessoas portadoras de deficiência, apresentou um Plano Municipal de Desporto Adaptado para que todos, sem exceção, possam melhorar a condição física, a confiança e autoestima.

A preocupação com a prática desportiva de pessoas com mobilidade reduzida não é de agora, mas, a partir de setembro, a autarquia vai “iniciar um programa concelhio, de caráter anual, que faz parte da preocupação com a coesão social, do Plano Municipal de Saúde e de quando se diz que ninguém fica para trás nas políticas sociais”, afirmou Joaquim Couto.

A novidade, desvendou, “é que a partir de setembro arranca o campeonato do desporto adaptado municipal, que terá várias modalidades adaptadas à deficiência”.

João Correia é uma das imagens de marca do desporto adaptado. Para onde quer que vá, este atleta paraolímpico leva Santo Tirso no coração. Começou a prática desportiva há 17 anos e na altura tinha que se deslocar a Braga para poder praticar desporto. Agora, diz, Santo Tirso está preparado para receber todos os atletas e é importante “tirar as pessoas portadoras de deficiência de casa, porque o desporto permite atingir metas que achamos inalcançáveis”.

Fonte: Jornal do Ave