Aos olhos da Lei portuguesa considera-se teletrabalho “a prestação laboral realizada com subordinação jurídica, habitualmente fora da empresa do empregador, e através do recurso a tecnologias de informação e comunicação". Quanto á legislação relacionada com o teletrabalho, temos no Código do Trabalho a Lei n.º 7/2009, de 12 de fevereiro, designadamente os seus artigos 165º a 171º.
Desde o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) em 2004, Plano de Ação para a Integração das Pessoas com Deficiências ou Incapacidade (PAIPDI) 2006/2009, até á Estratégia Europeia para a Deficiência 2010-2020, da Comissão Europeia que se fala em teletrabalho, entidades essas que também reconhecem que o acesso ao emprego, constitui um vetor fundamental no processo de prevenção, habilitação, reabilitação e integração das pessoas com deficiência ou incapacidade, sendo igualmente um pressuposto de primeira linha para a autonomia económica e integração social. Mas pelos vistos preocupações que não passam do papel no que toca ao teletrabralho principalmente.
Com a evolução das novas tecnologias, e a criação de novos produtos adaptados às necessidades das pessoas com deficiência, o seu uso torna-se cada vez mais fácil, tornando os computadores acessíveis á maioria, permitindo-lhes inclusive trabalhar através dos mesmos. Pergunto-me variadíssimas vezes do porquê de não haver uma aposta nesta modalidade de trabalho. Seria uma mais-valia para muitos, que sentem necessidades de inserção no mercado de trabalho, principalmente por falta de acessibilidades nos edifícios e transportes, juntando às nossas limitações em sair de casa sozinhos. Problema será das empresas? Do Governo? Está mais do que na hora dos sindicatos, empresários e Governo criarem condições para que este meio de trabalho seja uma realidade. As vantagens são inúmeras: flexibilização de horários de trabalho permitindo-nos conciliar nossos horários com fisioterapia, tratamentos, horas acamado, clima de trabalho mais confortável, resolveríamos a falta de transportes acessíveis, a necessidade de adaptarem nosso posto de trabalho, etc.
Com a chegada da pandemia da Covid-19, foram milhares os profissionais que ficaram em teletrabalho e o governo foi finalmente obrigado a repensar a lei. Vão ser discutidas na Assembleia da República na próxima semana várias propostas. Veremos o que aí vem.
Fonte: http://dre.pt/pdf1sdip/2009/02/03000/0092601029.pdf
Minha crónica no jornal Abarca
Sem comentários:
Enviar um comentário