segunda-feira, 24 de agosto de 2015

O meu telemóvel, internet e voz com descontos para pessoas com deficiência

Não sei explicar porquê, mas nunca me dei bem com os telemóveis. Devido a esse facto nunca precisei de comprar nenhum. Serviam-me perfeitamente os que meus afilhados deixavam de utilizar e tinham por lá encostados. Tarifários obrigatórios também nunca aderi. Mas a vinda para o lar obrigou-me a aderir a um tarifário e adquirir finalmente um modelo que servisse minhas necessidades.
Devido à falta de movimentos finos nas mãos, tinha de possuir teclado normal. Ecrã tátil nem pensar. Não consigo utilizar nenhum aparelho assim. Além de não conseguir teclar num teclado virtual minúsculo, o não possuir sensibilidade nalgumas partes das mãos faz com que o simples pegar no equipamento ative ou desative mil funções. Problema foi encontrar um modelo sem ecrã tátil e com Wi-Fi. Não encontrei nenhum no mercado. O jeito foi adquirir um modelo sem Wi-Fi. Comprei um telemóvel modelo ZTE R28. Devido facilidade de manuseamento e ser à prova de água.

DESCONTOS PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

Aproveitei as vantagens oferecidas pela Vodafone a pessoas com deficiência (50% de desconto) e escolhi o tarifário Red que me permite telefonar para todas as redes gratuitamente por €12,82 mensais.
No que toca à internet escolhi um sistema que me permite levar a internet comigo para onde desejar o Vodafone Connect prime 6 (R216z) 
 • 4G (Velocidade download até 150Mbps)
• Wi-Fi (Partilha internet até 10 utilizadores/equipamentos)
• Autonomia: 8 horas
e o tarifário ON + GB por €15, já com os respetivos 50% de desconto por possuir mais de 60% de incapacidade. Ou seja, poupei €30 nos dois serviços e estou muito satisfeito com ambos.

Já partilhei essa informação no TETRAPLÉGICOS, mas aproveito mais uma vez para relembrar que a MEO também oferece descontos para pessoas com deficiência e tanto a Vodafone, como a MEO possuem serviços especiais na tentativa de responder às necessidades de cada um de nós. Pelo que sei, a única operadora que nunca nos ofereceu e nem oferece descontos foi a NÓS.

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Açores já possui Sistema de Atribuição de Produtos de Apoio

O Decreto Regulamentar Regional n.º 13/2015/A, que cria o Sistema de Atribuição de Produtos de Apoio na Região Autónoma dos Açores (SAPA-RAA) a pessoas com deficiência ou incapacidade temporária foi hoje publicado em Diário da República.

O diploma visa assegurar às pessoas com deficiência ou incapacidade a melhoria da sua qualidade de vida, bem como a sua integração familiar, social, escolar e profissional.

Este sistema abrange os produtos de apoio prescritos em consulta através das Unidades de Saúde de Ilha, dos Hospitais EPER do Serviço Regional da Saúde ou dos centros de referência dotados de equipas técnicas multidisciplinares.

O SAPA-RAA, que entra em vigor quinta-feira, 13 de agosto, pretende realizar uma política global, integrada e transversal de resposta às pessoas com deficiência ou com incapacidade temporária, de forma a compensar e atenuar as limitações de atividade e restrições de participação decorrentes dessa deficiência ou incapacidade temporária.

Aceda AQUI ao Decreto.

EU: Desde a nossa realização da vigília em frente à Assembleia (AQUI) que nos debatemos por um sistema único de atribuição de produtos de apoio. Não se entende o porquê de tanto os Açores como a Madeira não possuírem o direito à atribuição gratuita e universal de Produtos de Apoio como acontece no Continente. Ambos portugueses, mas submetidos a leis diferentes...

Finalmente acabou de ser aprovado um Decreto que regulamenta a atribuição dos referidos PA na Ilha dos Açores. Mas pelo que me apercebi não são mencionados os valores disponibilizados para o efeito, assim como é de lamentar que exista a possibilidade dos PA serem comparticipados financeiramente pelas pessoas com deficiência, pois exceptuando os residentes na área metropolitana de Lisboa, os PA são de atribuição gratuita e universal para todos, assim como estranho a lista homologada não ser a mesma que vigora no Continente. 

Resta-nos aguardar por um SAPA também para a Ilha da Madeira e uma lei igual para todos os portuguesas, habitem eles no Algarve, Ilhas ou Lisboa. Pois, para tratamento desigual já nos basta a Santa Casa de Misericórdia de Lisboa. A atribuição dos produtos de apoio no concelho de Lisboa, é diferente. Rege-se pela Lei da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. O SAPA passou a ser SGPA-Serviço de Gestão de Produtos de Apoio e está a cargo da SCML que exige comprovativo de rendimentos para aceitar o processo. Vá-se lá entender… Governo informa que é gratuito e universal, mas a SCML não concorda, já nas ilhas também existem procedimentos diferentes no que toca á atribuição de produtos de apoio. Um só país, leis diferentes

domingo, 9 de agosto de 2015

Resposta do INR à minha ida para o Centro de Apoio Social da Carregueira

Exmo. Sr. Eduardo Jorge,

Na sequência do correio eletrónico de V. Exa de 9 de julho, que muito agradecemos, vimos manifestar o nosso respeito pela manifestação da sua autodeterminação e dignidade com que sempre se apresentou pelos valores em que acredita, designadamente pela igualdade de oportunidades e valorização das pessoas, em particular das pessoas com deficiência, valores comuns para a prossecução da missão do INR,I.P.

Informamos ainda que na esteira do que tem sido a atuação deste Instituto, continuam a ser envidados esforços no sentido de se tornar efetiva a possibilidade de escolha por parte das pessoas com deficiência no que concerne à sua inclusão na sociedade, bem como a oportunidade de plena participação na vida pública em condições de igualdade com as demais pessoas.

Desejamos-lhe rápida recuperação e sucesso para o novo desafio profissional.

Com os melhores cumprimentos,
P’Conselho Diretivo
UCGP - Unidade de Coordenação e Gestão de Parcerias
inr@inr.msess.pt
Av. Conde de Valbom, 63 | 1069-178 Lisboa
Tel: (+351) 217 929 500 | Fax: (+351) 217 929 596 | Website: www.inr.pt

EU: O INR é uma entidade pública responsável pela área da deficiência cuja missão é promover os direitos das pessoas com deficiência. Nas minhas reuniões tidas com o Governo fez-se sempre representar pelo seu presidente, Drº José Serôdio, por isso o assunto Vida Independente não  lhe é estranho, mas assim como o Governo, limita-se a prometer e não cumprir.  

Reação da APD à minha institucionalização

Exmo. Senhor Eduardo Jorge,

O Secretariado Executivo da Direcção Nacional da Associação Portuguesa de Deficientes lamenta que tenha sido obrigado a tomar uma decisão contrária à sua vontade e que decorre da ausência de medidas tomadas pelos sucessivos governos de Portugal que assegurasse a autonomia e independência dos cidadãos com deficiência.

Temos a firme convicção de que nos voltaremos a cruzar na luta pela promoção e defesa dos direitos das pessoas com deficiência.

Com os melhores cumprimentos

O Secretariado Executivo da
Direcção Nacional
O Vice-Presidente
Ricardo Silva


Associação Portuguesa de Deficientes
Largo do Rato, 1B - 1250-185 Lisboa
Tele: Geral: 213889883/4; Directo: 210965791; Fax: 213871095;
info-sede@apd.org.pt APD Lisboa APD - Associação Portuguesa de Deficientes | Facebook

Organização Não Governamental, fundada em 1972, com Estatuto de Utilidade Pública. Agraciada com o Prémio Direitos Humanos 2009 e e com o título de Membro-Honorário da Ordem do Mérito da República Portuguesa em 2014.

EU: Referem que nos voltaremos a cruzar na luta pelo direito das pessoas com deficiência. Estão equivocados, que me lembre nunca responderam positivamente aos vários convites que lhes enderecei. 

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

A adaptar-me à nova casa...

Cá estou eu a conhecer os cantos á minha nova casa. Como previa esta nova etapa da minha vida não tem sido fácil. 1º dia foi o mais difícil e o momento que mais mexeu comigo pela negativa foi a entrada no refeitório para jantar. Durante o dia estive a arrumar a "casa"com a ajuda dos meus afilhados e não houve tempo para pensar ou sentir.

Mas ao deitar sentia-me perdido, com a cabeça "oca", sem forças sequer para raciocinar. Não me recordo de alguma vez ter passado por algo do género. Foi muito estranho. Desejei como nunca a chegada da meia noite para me virarem e refugiar-me no sono. Felizmente consegui. Acordei algumas vezes durante a noite mas consegui repousar o suficiente para acordar com outras forças. O segundo dia serviu para explorar com outros olhos todo o espaço e começar a criar rotinas. Momento das refeições já foi encarado com outra naturalidade, assim como o meu relacionamento com o espaço. No 3º dia comecei a aceitar a mudança.

Depois do forte impacto emocional causado pela institucionalização, o processo de adaptação tem evoluído dentro da normalidade. Embora a instituição tudo esteja a fazer para me proporcionar uma adaptação em pleno, continua a ser complicado para mim, pois a perda do vínculo afectivo com as pessoas que faziam parte do meu círculo social e da minha comunidade, assim como o meu desenraizamento e a sensação de perda de identidade, e de estar a sofrer uma punição continuam presentes.

 Mas também sei que já tinha uma história antes de entrar para a estrutura residencial. Agora é dar continuidade a essa história e aos meus desejos e ambições. Não vim para aqui, para ver passar os dias sem perspectivas de futuro. Quero continuar a sentir-me útil, por isso já comecei a definir objectivos e metas a atingir.

Bem sei que as necessidades funcionais de uma estrutura residencial e as necessidades individuais dos seus clientes nem sempre são coincidentes e compatíveis. No que toca ao Centro de Apoio Social daCarregueira (CASC) sinto-me tratado com muito respeito e carinho por todos. Um dos exemplos que comprovam esse respeito acontece quando solicito algo, pedem-me que seja eu a guia-los e não o oposto. É muito bom sentir que respeitam a minha individualidade. E não se passa somente comigo, noto o mesmo procedimento por parte dos colaboradores com todos os outros idosos.

No CASC, o “cuidar” não se resume somente a uma prestação de serviços, envolve também uma relação afectiva assente no interesse e consideração por nós enquanto pessoas.

Além do factor bem cuidar, existe a vantagem do espaço ser novo e possuir excelentes condições. O CASC possui duas valências: Apoio Domiciliário já existente há alguns anos e estrutura residencial com capacidade para 53 idosos recentemente inaugurada. Maioria dos quartos que compõem a estrutura são individuais. São quartos amplos com wc adaptado e privativo, ar condicionado, camas e colchões adequados e possuem duas portas, sendo uma delas de vidro com acesso ao espaço exterior.

Quanto á alimentação embora não seja dos mais exigentes, posso adiantar que possui sabor e as sopas não costumam ser o que sobra do almoço com o acréscimo de uma grande  quantidade de água como geralmente acontece neste género de instituição. Uma certeza tenho, não encontraria melhor Instituição que esta para me receber, por isso resta-me olhar em frente e continuar a minha história e luta. 

A minha despedida

Foi muito estranho entrar no recinto e ver tanta gente amiga à minha espera. Nunca pensei que 70 e tal amigos se dessem ao trabalho de se irem despedir de mim. Foi inesquecível. Um momento muito emotivo que ficará para sempre no meu coração. Alguns percorreram centenas de quilómetros para estarem presentes como foi o caso da Cristina, Mário, Maria, Eduardo Carrêlo, Sara Batista.


 Esteve tudo perfeito. Obrigado a todos os presentes, à União das Freguesias de Alvega e Concavada pelas lembranças e Vina Mourato e Sónia Guerreiro pelo trabalho despendido na organização, assim como a todos que colaboraram para este almoço de homenagem.

Em video...