terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

Associação Salvador - Nova modalidade de desporto Adaptado - PADEL


A Associação Salvador tem o prazer de anunciar a abertura de mais uma modalidade de desporto adaptado. Desta feita uniu-se ao “Padel sem Barreiras” e à Fundação INATEL, afim de proporcionar a pessoas com deficiência motora a possibilidade de praticar Padel!

A mensalidade é de 15€ por mês para uma aula por semana (já inclui uma comparticipação de 50% por parte da Associação Salvador).

No entanto, existe a possibilidade da comparticipação ser maior, para isso deverá indicar qual o valor máximo que poderá pagar, caso haja muitos pedidos de bolsa extra poderá ter de apresentar mais documentos. Vagas limitadas!

Enviado por email

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

II Congresso do Comité Paralímpico de Portugal

A cidade de Braga recebe, nos dias 13 e 14 de abril, a segunda edição do Congresso do Comité Paralímpico de Portugal, um evento que reunirá naquela cidade minhota as personalidades mais importantes ligadas à realidade do desporto adaptado e no qual serão discutidas as matérias de maior importância desta dimensão desportiva, com o foco voltado para o tema principal, que passa pelos ‘Impactos e desafios da inclusão desportiva’.


Com a presença confirmada do presidente do Comité Paralímpico Internacional (IPC), o brasileiro Andrew Parsons, assim como dos líderes dos Comités dos PALOP e de especialistas da área, este Congresso é visto por Leonor Moniz Pereira, uma das caras fortes da Comissão Científica do mesmo, como um "momento com bastante força", ainda que ressalve a necessidade de uma divulgação apropriada.

Professora na Faculdade de Motricidade Humana, Leonor Moniz Pereira explica que este encontro terá como objetivo "vir a conhecer as dificuldades que existem, as facilidades, vir a conhecer ou caracterizar a forma como se está a aplicar e a desenvolver a inclusão no desporto adaptado nas federações e nos clubes". De resto, no seu entender, este tipo de eventos é importante para "a sensibilização e mudança de atitude das pessoas sem deficiência para as que têm deficiência e para aumentar o conhecimento dos técnicos", isto porque os conhecimentos atuais podem não ser "suficientes para atender com qualidade às pessoas com deficiência".

A evoluir

Em conversa com Record, a filha do professor Moniz Pereira admitiu uma evolução na realidade do desporto adaptado, pelo menos no sentido da igualdade. "Já não é colocado em causa o direito das pessoas com deficiência fazerem desporto. Está a evoluir porque há mais prática desportiva e há mais pessoas a praticar fora da escola especial, como sucedia antigamente". Ainda assim, tal evolução não sucede "em termos de aproximação dos resultados internacionais", isto devido à existência de um país "hegemonicamente superior a todos os outros". De resto, na mesma linha de raciocínio, a professora da FMH, de 70 anos, admite que a "estrutura desportiva nacional é débil em relação aos outros países, pois não tem uma estrutura forte, com muitos técnicos. É mais difícil obter êxito", admite.

Importância dos media reforçada

Cidade Europeia do Desporto de 2018, Braga foi a escolhida para albergar este Congresso do Comité Paralímpico de Portugal, mas Leonor Moniz Pereir admite que a opção tomada, sendo boa em alguns aspetos, pode não sê-lo noutros.

"É sempre importante levar o desporto adaptado para fora do centro habitual. Do ponto de vista das ideias e dos princípios, o facto de o Congresso ser em Braga é bom, por ser a Capital Europeia do Desporto, pelo aspeto da dinamização da atividade e isso é ótimo."

Ainda assim, em sentido inverso, explica que do ponto de vista prático tudo pode ser bem diferente, já que o facto de naquela cidade minhota não haver formação específica nesta área pode ‘complicar’ o sucesso do simpósio, visto que, no seu entender, só com "conhecimento se muda a mentalidade e a organização desportiva", algo que vê como fulcral.

Nesse sentido, Leonor Moniz Pereira reforça a importância cada vez maior da imprensa, seja escrita ou televisionada, na divulgação deste e outro de todo o tipo de eventos desta dimensão paralímpica. "Acho que os media têm um papel bastante importante e até determinante, pela divulgação e força que podem fazer nesse sentido", assevera. E, se assim for, então "qualquer local é bom" para este tipo de ações.

Fonte: Record

Conferência: Bullying & Pessoas com Deficiência

Disablist bullying (forma específica de bullying) acontece quando as pessoas são discriminadas, intimidadas ou humilhadas porque têm uma necessidade educativa especial (NEE) ou deficiência (D).

Pode ser realizado por pessoas com e sem deficiência. Inclui diferentes tipos de bullying, tais como físico, verbal, gestual, exclusão e extorsão.

PROGRAMA
9.00 Receção aos participantes
9.30 Sessão de Abertura
Filipe Reis (Diretor da Escola de Ciências Sociais e Humanas, ISCTE-IUL)
Mona O’Moore (Dublin City University, ABC National Anti-Bullying Centre)
Susana Fonseca (CIS-IUL, ISCTE-IUL)

9.45 Conferência “Disablist Bullying”
Mona O’Moore (Dublin City University, ABC National Anti-Bullying Centre)

10.15 DisAbuse – Research across Europe
Fiona Weldon (ABC National Anti-Bullying Centre)
Irene Connolly (IADT-The Dun Laoghaire Institute of Art, Design and Technology)
Annaleda Mazzucato (Fondazione Mondo Digitale)
Paz Prendes (Universidad de Murcia)

11.15 Pausa

11.30 Bullying & Pessoas com Deficiência/NEE em Portugal
Susana Fonseca (CIS-IUL, ISCTE-IUL)

11.50 Debate
Ana Luísa Sezudo (APD-Associação Portuguesa de Deficientes)
Filomena Abraços (APPACDM-Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental, Lisboa)
Pró-Inclusão (Associação Nacional de Docentes de Educação Especial)

12.30 Sessão de Encerramento
Ana Sofia Antunes (Secretária de Estado da Inclusão das Pessoas com Deficiência) *
Carla Moleiro (Diretora do CIS-IUL, ISCTE-IUL)
Susana Fonseca (CIS-IUL, ISCTE-IUL)

* a confirmar

Entrada livre mediante inscrição na conferência.
Mais informação em www.disabuse.eu/pt.

MAIS INFORMAÇÕES Cartaz Conferência Bullying e Pessoas com Deficiência

Fonte: ISCTE-IUL

Exposição “Sem Filtros” apresenta trabalhos na área da deficiência

A Fundação AFID Diferença é uma das instituições presentes na exposição coletiva “Sem Filtros”, que abre portas este sábado às 16h00 na Galeria Municipal Artur Bual, Casa Aprígio Gomes e que estará patente até 15 de março.

A exposição “Sem Filtros” é uma mostra coletiva de trabalhos de pintura, desenho, cerâmica, têxtil, arte decorativa e modelagem de papel assinados por vários artistas das diferentes instituições sociais que desenvolvem trabalho na área da Deficiência do concelho da Amadora.

“Esta é uma excelente oportunidade de ver os excelentes trabalhos produzidos por pessoas diferentes, mas de grande capacidade artística. Estas pessoas são capazes de filtrar o que de bom e mau existe nesta sociedade, muitas vezes pouco filtrada,” afirma Domingos Rosa, presidente do Conselho Executivo da Fundação AFID Diferença.

“Esperamos contar com a vossa presença. Convidamos-vos a ficarem “Filtrados e Infiltrados” na arte, pois irão ser compensados pela cor, brilho, traço, afetos e carinho que todas estas obras nos oferecem,” afirma.

Além da AFID, as instituições Amorama, Cerciama e a Recomeço também terão os seus trabalhos representados nesta mostra artística. A exposição coletiva “Sem Filtros” tem entrada livre e vai estar aberto ao público até ao próximo dia 15 de março.

Fonte: Sintra Noticias

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

Participe no Dia das Doenças Raras de 2018!

O Dia das Doenças Raras de 2018 é a 28 de fevereiro, 10 anos depois de se ter realizado pela primeira vez, em 2008!

O tema deste ano é a investigação. Tem havido bastantes progressos na investigação das doenças raras, em grande parte devido ao trabalho de promoção da causa por parte da comunidade das doenças raras. No entanto, continuam a existir mais de 6000 doenças raras, cerca de 30 milhões de pessoas vivem com uma doença rara na Europa e 300 milhões em todo o mundo mas, para a grande maioria destas doenças, continua a não haver cura e há poucos tratamentos disponíveis.

Para ajudar a mudar esta realidade, é necessário levar o envolvimento dos doentes na investigação para o nível seguinte.

O Dia das Doenças Raras de 2018 proporciona aos participantes a oportunidade de fazer parte de um apelo global aos decisores políticos, aos investigadores, às empresas e aos profissionais de saúde para que envolvam os doentes cada vez mais e de forma mais efetiva na investigação das doenças raras.

A campanha de 2018 coloca o foco nos doentes enquanto atores proativos na investigação: eles impulsionam, conduzem e organizam a investigação, além de fornecerem dados de forma proativa. Leia mais.

Participe no Dia das Doenças Raras de 2018
O Dia das Doenças Raras é para todos — doentes, famílias, cuidadores, membros do público em geral, decisores políticos, autoridades públicas, representantes da indústria, investigadores e profissionais de saúde!

Há muitas formas de participar no Dia das Doenças Raras:

Organize um evento e divulgue-o na rarediseaseday.org. Veja a quantidade de eventos
já publicados!

A sua associação também pode tornar-se amiga do Dia das Doenças Raras.

Levantar e Dar as Mãos — publique a sua foto para mostrar o seu apoio ao Dia das Doenças Raras.

Conte a sua história — publique a sua história, uma foto ou um vídeo para partilhar a sua experiência do que significa viver com uma doença rara.

Transfira o logótipo do DIa das Doenças Raras para o utilizar no seu site e nos materiais do evento.*

Fique atento ao lançamento de uma nova campanha emocionante nas redes sociais, ao cartaz e ao vídeo de 2018!

Tem alguma dúvida? Contacte rarediseaseday@eurordis.org.
Dia das Doenças Raras — uma campanha global
Desde que o Dia das Doenças Raras foi lançado pela primeira vez pela EURORDIS e pelo seu Conselho de Alianças Nacionais em 2008, já se realizaram milhares de eventos em todo o mundo que nos permitiram chegar a milhões de pessoas. A EURORDIS agradece aos parceiros oficiais do Dia das Doenças Raras, as Alianças nacionais.

A campanha começou como evento europeu, foi crescendo e tornou-se um fenómeno global, tendo contado em 2017 com a participação de 94 países de todo o mundo.
Prémios EURORDIS Black Pearl
Os Prémios EURORDIS Black Pearl realizam-se para assinalar o Dia das Doenças Raras.

Assista ao vivo para descobrir quem recebe os Prémios EURORDIS Black Pearl de 2018! A Cerimónia de Entrega dos Prémios será transmitida ao vivo através de blackpearl.eurordis.org no dia 20 de fevereiro de 2018

Fonte: eurodis.org

Ninguém é melhor do que nós. A deficiência não é uma fatalidade.

«Há os que lutam um dia e são bons, há os que lutam um ano e são melhores, há os que lutam muitos anos e são muito bons. Mas há os que lutam a vida toda e esses são os imprescindíveis.» O poema de Bertolt Brecht foi inspiração para Nitucha Sousa, sempre em luta para conseguir oportunidades iguais para gente portadora de deficiência (como ela).

Depois das escolas, o projeto que criou, Imprescindíveis em Ação, chega agora às empresas para mostrar como se trabalha a sério.

“João Sobre Rodas” está a quebrar barreiras, um vídeo de cada vez

Chama-se João Batalha e apresenta-se como o primeiro youtuber português com paralisia cerebral. No canal “João Sobre Rodas”, com mais de 600 subscritores, o jovem partilha críticas sobre a acessibilidade de espaços — e comida.

A aventura começou a 21 de Outubro de 2017. João Batalha, de 29 anos, lançou o primeiro vídeo no YouTube — um pequeno prólogo do que viria a ser o “João Sobre Rodas”. Com conversas sobre as dificuldades que enfrenta no dia-a-dia, restaurantes que visitou ou propostas enviadas pelos mais de 600 subscritores, tudo é pretexto para criar mais um vídeo.

João nasceu com paralisia cerebral. O problema não afectou “nem os movimentos nem os sentidos, mas apenas o equilíbrio” e desde então tem-no acompanhado a cadeira de rodas. Segundo filho de uma família de três, que sempre tratou “todos de forma igual”, João diz que os pais sempre se guiaram por uma regra. “É para recompensar, é para recompensar; é para castigar, é para castigar: não existem distinções”, conta, a rir-se. “Na escola também fazia muitas asneiras, tal como toda a gente, e era posto de castigo muitas vezes.”

Foi no tempo passado na escola que João melhor se sentiu. Apesar de não esconder o desagrado por ter de estar com a cabeça nos livros, o agora youtuber conta que a escola era “extremamente bacana por permitir que tivesse uma vida social”. Não que não a tivesse fora dela — sempre gostou de falar com toda a gente —, mas era lá, onde todos o conheciam e conhecia todos, que se sentia bem. “Sempre fui uma pessoa muito extrovertida.”

“Nunca gostei muito do estudo, estudava porque diziam que era nele que estava o futuro e o trabalho”, conta. “E como queria ganhar dinheiro, queria acabar o estudo.” E assim o fez: João terminou o 12.º ano e seis meses depois, após uma paragem, voltou à escola. O curso técnico financiado pelo Estado, contudo, não o fazia feliz.

Passou então ao objectivo seguinte: entrar no mercado de trabalho. Numa primeira experiência, no apoio ao cliente de uma empresa de telecomunicações, apercebeu-se de que o ganho era pouco superior ao gasto em transportes e, por isso, decidiu sair. Posteriormente, mudou-se para o Centro de Atendimento Geral do IKEA, com uma melhor localização, mas após um ano e meio foi dispensado. O que se seguiu? Casa.  

Ficou a tomar conta do irmão mais novo, uma ajuda que diz ter sido fundamental para os pais. “Quando se fica em casa, no primeiro mês é giro, no segundo é engraçado, no terceiro já não presta.” E foi assim que surgiu a ideia do canal de YouTube.

“O João Sem Rodas é alguém sem filtro”
Incentivado pela família e por amigos, João lançou-se às câmaras. No primeiro vídeo, o nervosismo é evidente. Culpa da câmara? “Estamos sempre à frente de câmaras”, sejam elas de vigilância, dos telemóveis ou dos computadores. “Sabia muito bem qual a mensagem que queria passar e tinha decorado tudo”, assegura o youtuber. A verdade é que logo no primeiro dia obteve 80 visualizações — e isto foi incentivo suficiente para que João se atirasse para a corrida. “O João é uma pessoa e o João Sem Rodas é alguém sem filtro”, explica, mas “sem desrespeitar ninguém”.

Num dos vídeos mais recentes, por exemplo, João demonstra o quão difícil é percorrer as ruas (ou, melhor dizendo, os passeios) de Alfragide, onde vive. Para quem quer tomar café com os amigos, para pessoas com carrinhos de bebé ou para alguém com "um tipo de dificuldade diferente", João mostra que os passeios mais altos podem ser um desafio e um verdadeiro entrave. Outros vídeos seguem-se no repertório do jovem: para que serve (e o que é) o MB Way, em que situação se encontram os atletas paralímpicos de Portugal e, num registo mais descontraído, dedica-se a críticas gastronómicas.

Os “vídeos da moda, divertidos, onde há pessoas a fazer parvoíces” nunca cativaram o lisboeta e, por isso, quis tratar de temas mais sérios — não querendo isto dizer que aborde apenas os (seus) problemas. “[Inicialmente] o canal era mais virado para mim, mas agora é principalmente para as pessoas”, continua. “Quero que elas me digam sobre o que falar. Se eu não souber do que se trata, tento que alguém me explique para depois poder abordar o assunto num vídeo.” Todos os contributos são bem-vindos, sublinha.

Ainda assim, é também na Zomato que encontra algum espaço de expressão. João já conheceu a equipa da aplicação e uma parceria entre ambos poderá estar para breve. Além das críticas gastronómicas, o jovem partilha também críticas sobre a acessibilidade dos locais que visita, tendo isto um grande peso na avaliação final. Para já, contudo, João não vai parar de produzir vídeos. Até porque esta tem sido uma “viagem alucinante e gira”.

Fonte: Público

Saiba como receber a prestação social para a inclusão

Cerca de 1800 pessoas reclamaram junto da Segurança Social por não terem conseguido aceder à nova Prestação Social para a Inclusão (PSI). Destas, 800 situações estão já resolvidas. Ainda assim, a tutela criou um período transitório, até ao final de Setembro, para que os cuidadores se possam registar como tal junto dos serviços, adiantou nesta terça-feira aos jornalistas a secretária de Estado da Inclusão das Pessoas com Deficiência, Ana Sofia Antunes.


Em Janeiro, quatro meses depois da criação desta prestação, havia cerca de 66.400 beneficiários.

A PSI é entregue por transferência bancária ou carta-cheque. Até agora, outros subsídios que esta prestação única veio substituir – como o antigo subsídio mensal vitalício – podiam ser entregues por vale postal, levantado nos correios. A mudança fez com que pelo menos 1800 pessoas responsáveis por receber e gerir o rendimento da pessoa com deficiência ou incapacidade, beneficiária da prestação, tivessem tido, nos últimos meses, problemas para aceder ao apoio. E tudo por não estarem registadas na Segurança Social como tendo essa responsabilidade.

Se o cuidador estiver registado na Segurança Social como pessoa que gere os rendimentos da pessoa com deficiência que não tem capacidade para o fazer, consegue aceder à nova prestação. Contudo, se esta responsabilidade não estiver formalizada nos registos da tutela, a prestação é, por defeito, entregue em nome do beneficiário e apenas este pode aceder a ela.

Para impedir que alguém continue privado da prestação, a tutela criou um período transitório. Até 30 de Setembro, pessoas e instituições cuidadoras que não tenham esta responsabilidade formalizada devem dirigir-se a um balcão da Segurança Social onde assinam “uma declaração sob compromisso de honra em como prestam cuidados” ao beneficiário do apoio e podem, em seu nome, receber o rendimento. No caso de existirem cheques anteriores caducados, os serviços emitem novas cartas e é usado o modo de pagamento que o responsável quiser.

Até ao final desta semana, os antigos beneficiários da pensão social de invalidez e subsídio mensal vitalício devem receber em casa uma carta com esta mesma informação, para a qual os funcionários da Segurança Social também já estão alertados, afirmou a secretária de Estado. “Ninguém ficará de fora”, garantiu.

Até 30 de Setembro – prazo que pode ser alargado caso o Governo considere necessário –, beneficiários ou os seus cuidadores têm que regularizar a situação. E têm quatro opções, enumerou a governante: podem abrir ou indicar uma conta bancária em nome da pessoa com incapacidade; criar uma conta co-titulada com o cuidador; pedir uma procuração que confira poderes ao recebedor ou iniciar uma acção de representação legal. Para Ana Sofia Antunes esta deve ser uma opção de “última instância”, quando for “absolutamente inevitável”. Pois o objectivo da tutela é que, sempre que possível, a prestação seja recebida pelo próprio beneficiário.

O PSI tem um valor base mensal de 264 euros. E é uma prestação única que veio substituir três outras: o subsídio mensal vitalício, a pensão social de invalidez e a pensão de invalidez dos regimes transitórios dos trabalhadores agrícolas. Em Janeiro, segundo dados da secretaria de Estado, havia cerca de 66.400 beneficiários. Destes, cerca de 20% (mais de 13 mil) eram beneficiários do antigo subsídio mensal vitalício que passaram automaticamente a receber em Outubro esta prestação, graças à qual viram os seus rendimentos aumentar entre 51 a 68 euros mensais. O mesmo aconteceu em Janeiro com 50.500 pessoas que beneficiavam da pensão social de invalidez, que tiveram um aumento na ordem dos 0,2%.

Podem ainda requerer esta prestação pessoas em idade activa com deficiência ou incapacidade nunca inferior a 60% que não recebiam nenhuma das anteriores prestações. Para tal têm que apresentar um atestado médico de incapacidade multiuso, pedido antes dos 55 anos. Segundo a secretária de Estado, em Dezembro havia 3500 novos beneficiários.

Como previa o decreto-lei, a implementação da PSI é faseada. Neste momento, sublinha Ana Sofia Antunes, estão em lista de espera para receber as pessoas com 80% ou mais de incapacidade e beneficiários da pensão de invalidez dos regimes transitórios dos trabalhadores agrícolas e as pessoas com 60% a 79% de incapacidade que não auferem outros subsídios. Estes casos serão “os próximos a ser processados”, garantiu a secretária de Estado.

Fonte: Público

sábado, 17 de fevereiro de 2018

Quarenta organizações entregam ao Governo proposta de Estatuto do Cuidador Informal

A Plataforma Saúde em Diálogo entregou ao Ministério da Saúde uma proposta de Estatuto do Cuidador Informal, que visa assegurar "um conjunto de direitos e garantias" para quem cuida voluntariamente de uma criança, jovem ou adulto dependente.


A proposta, a que a Lusa teve acesso, define "políticas inovadoras" de apoio às famílias, às redes de vizinhança e a outras redes sociais de suporte, incentivando o cuidado de pessoas nas suas casas, com vista à melhoria da qualidade de vida da pessoa com dependência e do seu cuidador informal.

"É um trabalho que foi feito de uma forma muito cuidada", que abrange "uma série de aspectos" e define as funções, os direitos e os deveres dos cuidadores informais, disse à agência Lusa a presidente da Plataforma Saúde em Diálogo, que reúne 40 organizações de saúde.

Entre as medidas propostas, adiantou Rosário Zincke, estão a "informação e formação do cuidador informal" e apoios sociais para os que despendem "uma carga horária significativa na prestação de cuidados". A plataforma propõe também que o cuidador informal seja avaliado pela pessoa a quem presta cuidados, sempre que seja possível, e pelo organismo do Estado que tutele a rede de cuidadores informais que a plataforma preconiza.

"O cuidador pode ter muito boa vontade, pode ser uma pessoa dedicada, mas precisa adquirir determinados conhecimentos e ferramentas, daí que se fale na informação e na formação", explicou Rosário Zincke.
"O acto de cuidar é sempre algo desgastante"
Por outro lado, "o acto de cuidar é sempre algo desgastante" sendo por isso "muito importante" avaliar se o cuidador está em condições de prestar cuidados ou "se não é ele próprio a precisar de cuidados, nomeadamente de apoio psicológico ou de soluções de alívio".

A proposta defende que deve ser garantido o bem-estar físico e mental do cuidador, através de medidas que promovam o seu descanso e o seu regular revezar por outro cuidador da rede de cuidadores informais da comunidade. Também deve ter direito a uma "baixa médica prolongada" para assistência ao doente sinalizado pelas redes de cuidados continuados integrados e de cuidados paliativos.

A Assembleia da República discute na sexta-feira um projecto de resolução do CDS-PP que recomenda ao Governo a criação do Estatuto do Cuidador Informal até Junho. Para Rosário Zincke, "é urgente" criar este estatuto: "Imagine que todos os cuidadores informais faziam greve, se recusavam a prestar os cuidados informais que têm vindo a prestar sem qualquer tipo de apoio ou reconhecimento? Eu penso que seria o caos".

"Mesmo que se estejam a preconizar medidas que custem dinheiro parece-nos urgente e imprescindível que se reconheça o estatuto do cuidador informal porque eles são uma peça chave na rede e no percurso de cuidados", defendeu. Rosário Zincke lembrou que "o peso dos cuidados informais é muito grande", assim como "é muito grande" o número de cuidadores informais que "abdica da sua própria vida" para tomar conta de alguém.

"Têm que ser reconhecidos sob pena de deixarmos de ter cuidados informais", advertiu.

A proposta tem como "objectivo maior" dar "definição e identidade a essa legião de pessoas que, de forma invisível, para a sociedade e para o Estado, contribui para a dignidade de vidas limitadas pela dependência".

Fonte: Público

Pessoas com deficiência profunda forçadas a ir de maca ao banco levantar prestação social para a inclusão

Falha no método de pagamento da nova prestação social obrigou pessoas com deficiência profunda a deslocarem-se ao banco para levantar o dinheiro. Segurança Social garante estar já a executar uma solução.


Uma falha no modo de pagamento da nova prestação social para a inclusão (PSI) forçou muitos beneficiários, com deficiência intelectual profunda ou graves dificuldades de locomoção, a ir de maca ao banco levantar o cheque da Segurança Social. Muitos tiveram até de ser levados pelos bombeiros. 

O problema é "gravíssimo" e deixou a Confederação das IPSS (CNIS) em "alerta máximo", disse o vice-presidente João Dinis. As queixas feitas aos serviços da Segurança Social alertaram o ministério, que está a preparar uma solução e assegura que os atingidos não serão prejudicados. 

Fonte: JN

Acessibilidade em Londres. Planeie sua viagem com qualidade

Mobilidade com acessibilidade em Londres. A qualidade da provisão para pessoas com deficiência varia enormemente entre hotéis, restaurantes e atrações em Londres. Mas muitas das principais atrações e locais de entretenimento da cidade podem ser apreciados com uma quantidade limitada de planejamento adicional. A rede de transportes está melhorando continuamente no que diz respeito à acessibilidade e há várias maneiras de assegurar que se locomover seja tão simples quanto possível.


Mobilidade com acessibilidade em Londres. Guia prático.
Transporte acessível A rede de transportes de Londres não é 100% acessível, mas com o planejamento futuro, os visitantes com problemas de mobilidade devem ser capazes de contornar a maioria dos destinos sem muita dificuldade. Planeje sua viagem no site Transport for London, que possui um planejador de viagens on-line que permite filtrar sua pesquisa de acordo com os requisitos de acessibilidade, bem como vídeos informativos sobre modos de transporte específicos. Assistência e conselhos também estão disponíveis na linha de ajuda 24 horas (0343 222 1234), ou use o Textphone no 0800 112 3456. 

Você pode viajar com cães de assistência em toda a rede de transporte de Londres. E também vale a pena verificar se pode ser mais rápido chegar entre os pontos sob sua própria força em vez de usar os transportes públicos – o centro de Londres é surpreendentemente compacto em alguns lugares. London Underground, Overground e o DLR Os assentos estão disponíveis na maioria das plataformas London Underground, Overground e Docklands Light Railway, enquanto informações áudio e visuais são fornecidas na maioria dos trens e plataformas. Quase todas as estações possuem catracas largas para acesso de cadeira de rodas ou aqueles com cães-guia.

Pessoas com deficiência querem nova Prestação Social para a Inclusão sem limite de idade

A Associação Portuguesa de Deficientes lamenta que quem adquiriu uma deficiência depois dos 55 anos queira mas não consiga aceder à nova Prestação Social para a Inclusão. A presidente, Ana Sezudo, adianta à TSF que já receberam uma dezena de queixas e explica que quando o decreto-lei foi discutido alertaram para o problema.


Recorde-se que este novo apoio substitui uma série de outros subsídios para os deficientes, aumentando os apoios públicos a esta população, mas na prática, segundo a associação, esquece grande parte dos deficientes em situação muito frágil porque não têm um atestado de incapacidade passado antes dos 55 anos.

Assista aqui à reportagem em áudio.

À TSF, o governo argumenta que o limite dos 55 anos "é essencial" para diferenciar este apoio social dirigido a deficientes "das incapacidades derivadas do envelhecimento com suporte nas prestações de proteção social na velhice".

Mesmo assim, o Governo mantém o compromisso assumido no Orçamento do Estado de avaliar em 2018 a situação das pessoas que adquiram deficiência após os 55 anos, "com vista ao reforço da sua proteção social".

Da centena de reclamações que a associação já recebeu sobre a nova Prestação Social para a Inclusão, a maioria, 58, são de famílias descontentes porque as pessoas com grau de incapacidade entre 60 e 80% têm o apoio dependente de uma avaliação dos rendimentos, algo que não acontece para quem tem uma incapacidade superior a 80%.

Outro problema é que muitos deficientes estão a ser encaminhados para a Internet quando procuram os serviços da Segurança Social para pedir informação sobre a Prestação Social para a Inclusão. A Associação Portuguesa de Deficientes tem aplaudido a nova prestação social criada pelo atual governo, mas admite que têm existido problemas desde que os pedidos começaram a ser feitos, entre eles a pouca informação nos serviços da Segurança Social.

Na resposta, o ministério sublinha que "para além do site da Segurança Social, da Segurança Social Direta e da Linha Telefónica, todos os Centros Distritais de Segurança Social e o Instituto Nacional para a Reabilitação possuem um Balcão da Inclusão" com "atendimento especializado, que em 2017 fizeram 13 mil atendimentos especializados.

Fonte: TSF

domingo, 11 de fevereiro de 2018

Aprovados os primeiros Centros de Apoio à Vida Independente em Portugal

Para quando a decisão sobre as candidaturas a CAVIS realizadas por várias IPSS? Foi esta a pergunta feita recentemente pelo deputado Jorge Falcato na sua página pessoal do facebook. A resposta que deveria ter surgido há alguns meses, chegou a contra gotas, mas chegou. 


Segundo o Centro de Vida Independente de Lisboa, foram finalmente aprovados os primeiros Centro de Apoio à Vida Independente (CAVIS), a fazer parte do projeto piloto sobre Modelo de Apoio à Vida Independente em Portugal. Vamos ver para quando a decisão sobre as restantes candidaturas.

Mais sobre CAVIS.

Fonte: facebook CVI e Jorge Falcato

sábado, 10 de fevereiro de 2018

Movimento Filhos sem Voz

O programa de 7 de fevereiro, do 'Linha Aberta com Hernâni Carvalho' foi uma emissão especial dedicadas às super famílias cuidadores que precisam de ganhar voz! 

Assista e conheça estes casos!




Fonte: RTP

CP alarga descontos a pessoas com deficiência

O Instituto Nacional para a Reabilitação, I.P. e a Comboios de Portugal, E.P.E. assinaram, no dia 8 de fevereiro de 2018, um aditamento ao protocolo "Descontos para pessoas com deficiência".

O aditamento ao protocolo existente pretende alargar o número pessoas com deficiência beneficiadas, passando a abranger pessoas com incapacidade igual ou superior a 60% e inferior a 80%, as quais usufruirão de 20% de desconto no bilhete para qualquer comboio.

Para poder usufruir deste serviço basta apresentar o bilhete de identidade ou cartão do cidadão e o atestado de incapacidade multiusos.

No ato da assinatura estiveram presentes a Secretária de Estado da Inclusão das Pessoas com Deficiência, o Secretário de Estado das Infraestruturas, o Presidente do Conselho Diretivo Instituto Nacional para a Reabilitação, I.P., o Presidente da CP Comboios de Portugal, E.P.E., bem como representantes das organizações das pessoas com deficiência.

"A CP foi, e ainda é, no setor dos transportes, a primeira a executar medidas que visam implementar condições de acessibilidade para todos aqueles que enfrentam dificuldades permanentes ou temporárias de mobilidade", referiu Carlos Gomes Nogueira, presidente da CP, destacando a importância do trabalho desenvolvido por esta entidade em prol de "vencer barreiras e criar condições de uma verdadeira politica de inclusão".

De acordo com a Secretária de Estado da Inclusão das Pessoas com Deficiência, 2017 apresenta um saldo de mais de 65.000 viagens apoiadas no âmbito deste protocolo. "Com estes dados estamos seguros que estamos no caminho certo. Queremos as pessoas cada vez mais fora de casa, em movimento, cada vez mais incluídas na sociedade. Este é um incentivo a essa maior autonomia e participação cidadã das pessoas com deficiência. É essa a razão de estarmos aqui hoje", frisou Ana Sofia Antunes.

Por sua vez, Guilherme d'Oliveira Martins, Secretário de Estado das Infraestruturas, destacou a importância de conjugar a realidade da mobilidade com a da inclusão. "A CP está muito empenhada em aprofundar este protocolo, e esta assinatura veio demonstrar essa intenção de dar mais um passo, um passo para a inclusão conjugada com a mobilidade".

As pessoas com incapacidade igual ou superior a 60% e inferior a 80% poderão usufruir deste benefício a partir do dia 1 de março de 2018.

Mantém-se em vigor os descontos que existiam no âmbito deste protocolo para pessoas com deficiência com um grau de incapacidade igual ou superior a 80%. Fonte: INR

EU: O que adianta existir os descontos se a maioria não pode beneficiar dos serviços por falta de acessibilidades e equipas de apoio ao embarque e desembarque. 

Cuidar de quem cuida: que seja agora

Texto José Soeiro
Mais vale tarde que nunca: foi finalmente divulgado o estudo sobre os Cuidadores Informais. Os dados avançados pelo documento são importantes e inquietantes. Já as recomendações são, em alguns aspetos, genéricas e incipientes. Mas o debate está, a partir de agora, lançado. Não farei uma análise detalhada do documento (que aproveito para disponibilizar aqui. Mas retiro dele seis conclusões que nos dão indicações importantes para a ação:

1. A maioria dos cuidados prestados a pessoas dependentes (idosos, pessoas com deficiência, demências ou doenças crónicas) é feita por via de cuidadores informais (calcula-se que cerca de 80% dos cuidados) e não através de cuidados formais. O cuidador informal típico é mulher, é familiar da pessoa cuidada e tem entre os 45 e os 75 anos.

2. Na Europa, calcula-se que haja 125 milhões de pessoas que prestam cuidados informais, sendo o valor estimado anual dos serviços prestados pelos cuidados familiares da ordem dos 300 mil milhões de euros. Em Portugal andará à volta dos 4 mil milhões de euros em cada ano. Este trabalho, essencialmente feminino, não é reconhecido nem remunerado.

3. A prestação de cuidados informais tem custos pesados para quem o faz. Os impactos são económicos, físicos e psicológicos: maior risco de pobreza, abandono do emprego, isolamento, rutura de relações e da vida social, depressões, exaustão, stress.

4. Apesar das respostas da Rede Nacional de Cuidados Continuados, de equipamentos sociais protocolados com a Segurança Social e da existência de serviços de apoio ao domicílio, em Portugal continua a haver muito poucos cuidados formais relativamente às necessidades e prevalece uma concepção familialista que faz recair a responsabilidade dos cuidados sobre a família, sobrecarregando esta e desresponsabilizando o Estado e a comunidade.

5. Além da escassez de cuidados formais, também há poucas respostas de apoio aos cuidadores: ao nível da informação, da formação e da capacitação das cuidadoras, do apoio em termos de saúde (incluindo psicológico); da garantia do direito ao descanso; da possibilidade de conciliar prestação de cuidados e vida profissional; de apoios sociais e pecuniários; do reconhecimento dos cuidados para efeitos de carreira contributiva.

6. Em muitos países já existe um Estatuto do Cuidador que reconhece direitos em diversas dimensões, do apoio pecuniário (um subsídio por assistência) à existência de cuidados formais que aliviam a sobrecarga das famílias (e das mulheres em particular), de licenças para cuidados e assistência a familiares dependentes à majoração das carreiras contributivas em função da prestação de cuidados, da garantia de estruturas de apoio aos cuidados domiciliários.

Tenho participado, nos últimos meses, em várias sessões onde têm sido partilhadas dezenas de testemunhos de cuidadores e cuidadoras. Ouvir esses testemunhos é da maior importância. Também por isso propusemos um debate público na Assembleia, aberto a quem queira participar, que acontecerá no próximo dia 2 de fevereiro. A partir deste debate, é preciso agir. Para fazer um estatuto do cuidador – um trabalho tão urgente quanto difícil – devemos ter em conta pelo menos três aspetos fundamentais.

1. O reconhecimento dos cuidadores informais deve andar a par com o reforço da responsabilidade do Estado na prestação de cuidados formais, designadamente por via do reforço e alargamento da Rede de Cuidados Continuados e dos Serviços de Apoio Domiciliário. Um estatuto do cuidador informal deve assim escapar à armadilha de reforçar os preconceitos familialistas, e deve contribuir para que não se reproduzam desigualdades entre ricos e pobres e entre mulheres e homens. Por outro lado, o estatuto do cuidador e da cuidadora informal deve conciliar os direitos destes com o empoderamento das pessoas que são cuidadas, reconhecendo também a estas últimas capacidade de escolha sobre os cuidados que recebem.

2. É preciso ter muita atenção sobre os critérios utilizados para se definir quem é “cuidador informal”. Esses critérios, que terão de tomar por base o grau de dependência da pessoa que precisa dos cuidados, devem ser inclusivos e ter em conta a grande diversidade de situações, devem evitar o modelo biomédico e centrado na “incapacidade” e devem partir da avaliação, em largo espectro, das necessidades relacionadas com a dependência, nomeadamente para atividades de autocuidado, atividades instrumentais e todas as necessidades da pessoa.

3. Um estatuto do cuidador e da cuidadora informal deve articular várias dimensões. Terá de introduzir alterações na legislação laboral, designadamente em termos de redução de horário, alargamento de licenças e reconhecimento de carreira contributiva de quem presta cuidados. Terá de incluir um alargamento dos apoios sociais existentes (em montante e em acesso) e possivelmente a criação de novos apoios. Terá de articular o Estado central (nos domínios da saúde, segurança social, entre outros) e as autarquias. Terá de dar resposta às “patologias dos cuidadores”, garantindo nomeadamente o direito ao descanso e o acompanhamento psicológico. Terá de promover a informação e a capacitação dos cuidadores, aprendendo com projetos que já existem e com experiências de outros países.

Estas questões não esgotarão o problema. Mas comecemos por elas. No mês que se segue, o debate deve ser aberto e participado e é nossa obrigação dar passos concretos e consistentes. Apesar de invisível, esta é uma questão que diz respeito a todos e a todas. Que seja agora que lhe respondemos.

Artigo publicado em expresso.sapo.pt(link is external) a 26 de novembro de 2018 Fonte: esquerda.net


Metade das esquadras portuguesas são incessíveis

Metade das esquadras portuguesas não tem acessos para pessoas com mobilidade reduzida. O alerta é da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia mas a Associação dos Deficientes também se queixa do problema e acusa o Governo de não cumprir a lei.


Fonte: Porto Canal

Questionário: Acessibilidade das pessoas com mobilidade reduzida aos serviços de transportes

Peço o vosso apoio para responder, se for o caso, e divulgar este questionário sobre a utilização de transporte rodoviário e fluvial. Este questionário é da responsabilidade da autoridade da mobilidade e dos transportes e destina-se à melhoria da acessibilidade dos transportes.

Podem responder só à parte relativa ao autocarro, ou à fluvial, ou a ambas, dependendo da vossa situação.
A resposta deve ser enviada no corpo do email, para dsmm@amt-autoridade.pt

Contamos consigo? Aqui vai o questionário:

Acessibilidade das pessoas com mobilidade reduzida aos serviços de transporte em autocarro

1. Quais são as necessidades específicas das pessoas com mobilidade reduzida que levam a que estas enfrentem problemas na utilização dos serviços de transporte em autocarro?

2. Descreva, se aplicável, uma boa prática implementada em Portugal, que promova a acessibilidade das pessoas com mobilidade reduzida aos serviços de transporte em autocarro e que vá mais longe do que o simples cumprimento da legislação aplicável.

3. Relativamente à boa prática descrita, esta:

a. Está relacionada com: i) a acessibilidade às instalações, infraestruturas ou veículos; ii) procedimentos e processos de boa qualidade (p.e.: reservas, pedidos de informação, solicitação de assistência, etc…); iii) uma boa prática implementada por funcionários ou outras pessoas (Nota: selecione todas as opções aplicáveis).

b. Aplica-se a que fase do transporte: i) antes da viagem; ii) durante a viagem; iii) após a viagem (Nota: selecione todas as opções aplicáveis).

c. Beneficia que grupos: i) pessoa com doença mental; ii) pessoa com incapacidade cognitiva; iii) pessoa portadora de deficiência visual; iv) pessoa portadora de deficiência auditiva ou muda; v) pessoa em cadeira de rodas; vi) pessoa com incapacidade fisiológica; vii) pessoa com mobilidade reduzida relacionada com a idade; viii) pessoa com mobilidade reduzida temporária (mulheres grávidas, pessoas com membros partidos, etc…); ix) outros grupos (Nota: selecione todas as opções aplicáveis).

4. Porque considera que esta boa prática é um sucesso? Que critérios considerou na sua análise (estatísticas, reações positivas, inovação, eficiência em termos de custos, facilidade de implementação, etc…)?

5. Quais os operadores de transporte (ou outras entidades) que implementaram esta boa prática?

6. Na sua opinião, esta boa prática poderia ser implementada noutros países?

7. Na sua opinião, esta boa prática poderia ser implementada noutros modos de transporte?

Acessibilidade das pessoas com mobilidade reduzida aos serviços de transporte marítimo

8. Quais são as necessidades específicas das pessoas com mobilidade reduzida que levam a que estas enfrentem problemas na utilização dos serviços de transporte marítimo?

9. Descreva, se aplicável, uma boa prática implementada em Portugal, que promova a acessibilidade das pessoas com mobilidade reduzida aos serviços de transporte marítimo e que vá mais longe do que o simples cumprimento da legislação aplicável.

10. Relativamente à boa prática descrita, esta:

a. Está relacionada com: i) a acessibilidade às instalações, infraestruturas ou veículos; ii) procedimentos e processos de boa qualidade (p.e.: reservas, pedidos de informação, solicitação de assistência, etc…); iii) uma boa prática implementada por funcionários ou outras pessoas (Nota: selecione todas as opções aplicáveis).

b. Aplica-se a que fase do transporte: i) antes da viagem; ii) durante a viagem; iii) após a viagem (Nota: selecione todas as opções aplicáveis).

c. Beneficia que grupos: i) pessoa com doença mental; ii) pessoa com incapacidade cognitiva; iii) pessoa portadora de deficiência visual; iv) pessoa portadora de deficiência auditiva ou muda; v) pessoa em cadeira de rodas; vi) pessoa com incapacidade fisiológica; vii) pessoa com mobilidade reduzida relacionada com a idade; viii) pessoa com mobilidade reduzida temporária (mulheres grávidas, pessoas com membros partidos, etc…); ix) outros grupos (Nota: selecione todas as opções aplicáveis).

11. Porque considera que esta boa prática é um sucesso? Que critérios considerou na sua análise (estatísticas, reações positivas, inovação, eficiência em termos de custos, facilidade de implementação, etc…)?

12. Quais os operadores de transporte (ou outras entidades) que implementaram esta boa prática?

13. Na sua opinião, esta boa prática poderia ser implementada noutros países?

Na sua opinião, esta boa prática poderia ser implementada noutros modos de transporte?

Enviado por Associação Salvador

EKUI: Por um mundo sem barreiras de comunicação

O EKUI é uma linha de material lúdico e didático para uma comunicação sem barreiras e mais inclusiva. Como tal foi pensado para desenvolver a linguagem e comunicação, as capacidades psicomotoras, o pensamento crítico, a inteligência social e emocional, a imaginação e a criatividade.

Equidade

Acesso a bens e serviços de educação e reabilitação

Knowledge

Direito universal à aprendizagem

Universalidade

Uma linguagem universal e acessível a todos

Inclusão

Mudança para um mundo ao qual todos pertençam

“A ideia do EKUI surgiu-me em 2003 quando eu dava aulas de educação especial a alunos com autismo e limitações cognitivas. Na altura percebi que as crianças identificavam com muito mais facilidade as letras do alfabeto português quando eu lhes associava um gesto da língua gestual portuguesa.Tornou-se claro para mim que faltava um material didático, que permitisse que todas as crianças pudessem aprender e comunicar de forma equitativa, como é direito básico de qualquer cidadão.

Tem sido uma caminhada gratificante: hoje milhares de crianças aprendem a ler com a metodologia EKUI e eu acredito que será apenas o princípio de uma grande mudança. A mudança para um mundo mais inclusivo onde a igualdade começa quando exercemos o nosso direito à comunicação e a uma linguagem universal”, considera Célia Macedo, mentora do projeto.

Mais informações AQUI

Fonte: Minuto Acessível

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

Somos um peso na vida dos nossos cuidadores

Vamos levantar-nos? Vamos virar-nos? Vamos almoçar? Vamos vestir-nos? É assim que as nossas cuidadoras e cuidadores se dirigem normalmente a nós dependentes. Costumo, em tom de brincadeira responder que quem se vai levantar, vestir, ou virar sou eu e não eles. Alguns, também a brincar, respondem que sem o seu apoio não realizo nenhuma dessas atividades, que a coisa é feita em conjunto, daí o vamos a isto e aquilo.

Têm razão. Sem eles não seríamos nada. Eles fazem parte de nós. Sem o seu apoio não funcionamos. É assustador pensar e sentir que não somos donos das nossas vidas. Que dependemos de alguém para praticamente tudo. E quando estou a referir tudo, sei do que falo. Refiro-me às tarefas mais básicas como por exemplo beber água, abrir uma porta, virar-me na cama, proteger-me do frio…

E não damos pouco trabalho. Veja o meu exemplo de me levantarem da cama:
-Desviar a roupa da cama para trás;
-Tirar-me a almofada de posicionamento do meio das pernas e a calcanheira;
-Virar-me de costas e posicionar-me no centro do colchão;
-Realizar-me a higiene íntima e desinfetar o orifício da suprapúbica e o cistocateter;
-Despejar o saco coletor de urina;
-Acomodar o saco coletor de urina no corpo;
-Vestir-me peça a peça de roupa;
-Encostar a cadeira de rodas ao lado da cama;
-Transferir-me para a cadeira;
-Calçar-me;
-Encaixar as peças de segurança na cadeira de rodas;
-Colocar água nas garrafas;

E na maioria das vezes executo algumas tarefas, como por exemplo vestir algumas peças no tronco, lavar o rosto, escovar os dentes, pentear-me, perfumar-me, desfazer a barba com máquina de barbear…

Leram bem. Muita coisa. E só me estou a referir a uma das tarefas diárias. Tanto trabalho a cargo de quem escolheu ou não nos apoiar. Dia de banho e treino intestinal (geralmente dia sim, dia não) o trabalho é a dobrar. E não são tarefas fáceis. Damos muito trabalhinho e eu sei disso. Dependemos deles e pedimos-lhes muita coisa. Mas não tudo o que precisamos. Depender dos outros. Até hoje foi um problema que não consegui resolver dentro de mim. É algo que me incomoda muito. Faz-me mal sentir que dependo de alguém para tudo. O pedir isto, depois pedir aquilo, e de seguida outra coisa. E como escrevi acima, não pedimos tudo que precisamos.

Exemplo: quando nos deitamos e caso estejamos com frio, pedimos para nos colocarem roupa que achamos ser suficiente para nos aquecer, mas horas depois acordo cheio de calor. Claro que não vou acordar alguém para me retirar roupa da cama! Sou incapaz de o fazer. Quem nos rodeia costuma dizer com frequência. Se precisares de mim é só avisar. Mas claro que no geral evito ocupar as pessoas. Mas se verifico que a oferta é de coração e genuína, não deixo de pedir apoio. Nesse caso faço-o não porque gosto, mas porque vejo nos olhos da pessoa que está a fazer algo com prazer. É a única circunstância que consigo pedir algo sem grandes rodeios.

Seja num lar, ou nas nossas casas, cuidar de nós não é tarefa fácil. Admiro muito quem o faz de coração, e de uma maneira descomprometida. Eu penso que não seria capaz de ser assistente de alguém nas minhas circunstâncias. Urge iniciar a filosofia de Vida Independente. Só assim teremos alguém que nos auxilie de corpo e alma, e não por favor. Alguém que possamos sentir como sendo nosso apêndice, nossas pernas e braços, e pago de acordo com as suas funções, e munido de Produtos de Apoio, que lhes permita auxiliar-nos de maneira adequada, e sem pôr em risco a sua saúde.

Foi publicado em outubro último, o Decreto Lei nº 129/2017 que cria o Modelo de Apoio à Vida Independente no nosso país. Consiste na disponibilização de assistentes pessoais por parte do Estado, a pessoas dependentes, e definiu o seu vencimento mensal em 900€ por 8 horas diárias de trabalho.

Mas como a maioria das respostas sociais para pessoas com deficiência, também este apoio continua a ser uma intenção. De outubro para cá pouco ou nada aconteceu. Continuamos a depender do favor de quem nos cuida em lares, nossas casas, etc. Só com um assistente pessoal, remunerado conforme a sua categoria, poderei olhar para quem me auxilia, como alguém que está ali por opção e por gosto e não por obrigação.
Enquanto o Estado continuar a optar pela nossa institucionalização, e a obrigar as nossas famílias a cuidar de nós, não nos deixaremos de sentir um peso e uma cruz nas suas vidas.

Minha crónica no jornal Abarca