Mostrar mensagens com a etiqueta Dor neuropática. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Dor neuropática. Mostrar todas as mensagens

domingo, 25 de março de 2018

Petição: Condições e adaptações no posto de trabalho para doentes com dor crónica

A dor crónica é um problema de saúde significativo que afecta mais de três milhões de portugueses.
O doente com dor crónica quer e precisa de trabalhar, mas essa actividade pode resultar em algo muito penoso, devido às limitações decorrentes dos estados dolorosos e à incapacidade progressiva, pelo que devem ser evitados sentimentos de pressão, que desencadeiem ansiedade e depressão.
Tanto as modificações no ambiente físico, como a cordialidade nas relações laborais são fundamentais para que a pessoa que sofre de dor crónica se possa sentir útil, produtivo e não isolado ou marginalizado.
E é nesse sentido que nós (Associação de Pessoas com dor – FORÇA3P), elaborámos o presente documento, com alguns pontos a serem levados em consideração, para que, desta forma, se possam criar condições laborais para todos os doentes que querem e que necessitem de trabalhar.
Não podemos continuar a aceitar que os doentes com dor crónica sejam tratados como cidadãos de segunda, demonstrando grande insegurança e ansiedade face ao desempenho das suas funções.

De acordo com as orientações da Circular Normativa nº 9/DGCG de 14/06/2003, a dor pode e deve ser medida e levada em linha de conta como quinto sinal vital, pelo elevado poder impactante que detém sobre a vida dos cidadãos por ela afectados, a nível pessoal, social e laboral. 

O Estado deve tomar medidas específicas de protecção no trabalho, uma vez que o trabalhador com dor crónica é titular dos mesmos direitos e está adstrito aos mesmos deveres dos demais trabalhadores, quer no acesso ao emprego, à formação, à promoção ou à carreira profissional, quer no que concerne às condições de trabalho.  Solicitamos, por isso, que a lei laboral possa contemplar as alterações aqui descritas, para que muitos de nós possam regressar aos seus postos de trabalho, contribuindo assim de forma produtiva e inclusiva para a nossa sociedade.

(Em função das limitações individuais e da legislação laboral)
Horário de trabalho:
• Flexibilidade de horário
• Dispensa de realização de trabalho extraordinário
• Redução de horário
• Realização de outras atividades laborais para substituir as que não consegue realizar
• Providenciar períodos de descanso (deitar-se durante algum tempo ou poder fazer exercícios de relaxamento para minimizar a dor)
• O seu horário deverá permitir que realize reabilitação física (fisioterapia ou hidroterapia) duas a 3 vezes por semana
• São desaconselháveis atividades laborais que exijam esforço físico e/ou cognitivo) ao fim do dia.

Local de Trabalho
• Deverão ser evitadas situações de frio/calor intenso ou trabalho em proximidade de saídas de ar condicionado
• Deverá haver corrimãos, elevadores, rampas e lugares de estacionamento próximo

Atividades Laborais
Evitar:
• Esforços físicos pesados
• Torções
• Flexionar o tronco
• Movimentos repetitivos ou forçados
• Permanecer muito tempo na mesma posição
• Evitar situações de bipedestação contínua sem apoio
• Carregar pesos

Se trabalhar sentado:
• Não flexionar a coluna
• O assento deve permitir estar com os pés bem assentes no chão, num ângulo a 90º
• A mesa deve estar a uma altura correcta, permitindo apoiar os cotovelos
• As cadeiras devem possuir apoio lombar, dorsal e apoio de braços
• O monitor deve estar à altura dos olhos
• O rato deve ser adaptado, em caso de artrose ou STC.
• Uso de almofada para apoio correcto do braço, quando a mão trabalha com o rato

Se conduzir:
• Parar para alongar em percursos longos, pois a dor e a rigidez podem distrair a sua atenção, o que é vital para a sua segurança;
• Adaptar espelhos
• Usar apoios necessários para assegurar a segurança do doente
Outras considerações:
• Devem ser evitadas situação de stress físico ou psicológico, uma vez que provocam aumento da dor, com consequente mal estar físico e psicológico.
Assine e dê voz a todos os que sofrem com dor crónica, pois hoje somos nós, mas amanhã, pode ser você, um familiar próximo ou um amigo.
Direitos e igualdade para todos!
Obrigada! 

Fonte e mais informações: http://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=PT88767

Sugerido por Cesar Araújo

sábado, 19 de dezembro de 2015

Dor neuropática no lesado medular

Fala galera lesada, bom essa é uma pergunta que muitos me fazem, sim sinto muitas dores, já foi muito pior, muita sensibilidade nas mãos, consegui diminuí-la dessensibilizando com estímulos em diferentes texturas (bola de massagem, velcro, madeira, fisioball, tecidos, etc.).

No primeiro ano de lesão sentia nas duas mãos, uma queimação, pontadas e não conseguia tocar em nada com os polegares, muita, muita sensibilidade, o que ainda hoje tenho na mão esquerda (região do polegar e punho), a direita sumiu não sei explicar como, mas só agradeço, é algo definitivamente chato, e se você meu caro lesado nunca teve, agradeça.

Tomei muitos remédios como carbamazepina, gabapentina, tylex, até fórmulas caríssimas de 250,00 reais, mas todos são apenas paliativos, ou seja, não curam, apenas aliviam os sintomas, e foi assim que esse ano decidi me ver livre, meu rim, fígado e bolso agradecem.

Convivo com a dor todos os dias, tento aliviar com massageador elétrico e munhequeiras que dão estabilidade ao punho, imobilização ao dedo polegar e compressão multidirecional reduzindo a dor. Quem convive conosco já sabe que tem que dar aquela velha massagem, seja em casa, na rua, no restaurante etc.

Além da hipersensibilidade ao tacto, e o acúmulo de “ites” acrescento dores intensas de cabeça, dores na coluna, dores com espasmos, estresse do dia a dia (e as mudanças de humor), aí não tem jeito, aspirina, ibuprofeno, tylex pra dentro (ou álcool).

Sugiro ainda a todos que procurem alternativas (todas comprovadas) como a acunpuntura, eletrodos, compressão, gelo, kinesioterapia, alogamento, massagens, infravermelho, exercícios, e abandonem os remédios, procure seu fisioterapeeuta/terapeuta ocupacional e veja o que melhor se encaixa para o seu caso e suas especificidades, no fim do post separei mais algumas dicas, depois nos contem os resultados.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Que dor é essa?


Quando nos deparamos com um lesado medular, principalmente os lesados por traumas, imaginamos que abaixo da lesão essa pessoa não sente mais nada, certo?

Eu também pensava dessa maneira, mas após o acidente descobri que não bem é assim. Logo começaram as tais dores neuropáticas, dores noturnas (já que geralmente pioram a noite) e que também são chamadas de dores fantasmas, esse nome não é só porque não tem causa definida e sim porque são dores que assustam e incomodam muito os pacientes.

Saiba mais sobre: Dra. Fabíola Peixoto Minson explica sobre a Dor do Membro Fantasma

A explicação científica para a dor neuropática é: ”Atribuída à hiperatividade neuronal segmentar à modificação do padrão de chegada de estímulos sensitivos ao tálamo“, segundo o Instituto Simbidor. Complexo, não é?

Simplificando, é uma alteração dos sinais nervosos (lesão medular) que são interpretados de maneira errada (como dor) pelo cérebro.

No lesado medular essa dor desenvolve-se em 60% a 70% dos indivíduos, sendo que em um terço ela é intensa. No nível da lesão ela que pode aparecer de forma mais precoce e abaixo do nível da lesão a dor inicia-se de forma mais tardia.

A maioria dos indivíduos descreve como algo penetrante e ardente, que provoca uma sensação de queimação, peso, agulhadas, ferroadas ou choques, podendo ou não ser acompanhada de "formigamento" ou "adormecimento" (sensações chamadas de "parestesias), com mais intensidade durante o primeiro ano após ter ocorrido a lesão e na maioria dos casos são nos membros inferiores.

A dor neuropática intriga e frustra, tanto para os pacientes como para os médicos, pois parece não apresentar uma causa definida, responde pouco aos tratamentos e pode durar indefinidamente. Sabe-se que um estímulo tátil discreto ou roçar em determina região do corpo pode desencadeá-la e fica mais intensa com as variações climáticas e estados emocionais.

O alto nível de sofrimento causado pelas dores intensas e duradouras pode chegar a desencadear o aparecimento de depressão, crises de pânico, ansiedade, dificuldade em dormir, entre outras.

Existem vários tratamentos com anti-depressivos, anticonvulsivantes e outros medicamentos, alguns tratamentos alternativos como acupuntura que também podem amenizar as dores. Evitar infecções urinárias e da bexiga e ter um bom funcionamento do intestino também ajuda.

Ainda não conheci um lesado medular que sofre ou já sofreu muito com essas dores, tem quem se trata com medicamentos e até que se acostume e conviva bem com elas, mas o mais importante é ter paciência e positividade sempre.

Por Leandro Portela em Vida Mais Livre

segunda-feira, 28 de março de 2011

Prevalência da dor crónica preocupa especialistas


A dor crónica é um problema de grande magnitude, devido à elevada prevalência e impacto individual, social e económico, alertaram os especialistas à margem do workshop “Dor Crónica – O Impacto Socioeconómico” que contou com o patrocínio científico da Associação Portuguesa para o Estudo da Dor (APED) e apoio da Grünenthal, avança comunicado de imprensa.

Os especialistas concluíram que a inexistência de uma rede de referenciação, as insuficiências no diagnóstico e a falta de formação dos profissionais de saúde, na área específica da dor, são possíveis justificações para a elevada prevalência da dor crónica em Portugal.

A resignação da população e dos profissionais de saúde, assim como a desvalorização do fenómeno da dor, são também factores que contribuem para que 30 por cento dos portugueses sofra de dor crónica.

Duarte Correia, presidente da Associação Portuguesa para o Estudo da Dor, adianta que “o Programa Nacional de Controlo da Dor, promovido pela Direcção-Geral da Saúde, tem contribuído para a avaliação desta situação preocupante no nosso país, e a sua completa e total implementação terá um impacto extremamente positivo na melhoria dos cuidados de saúde relativos à dor, quer ao nível do diagnóstico quer ao nível do tratamento. O contributo da APED e de todos os profissionais de saúde que se dedicam ao tratamento da dor será decisivo na diminuição da magnitude deste grave problema de saúde pública”.

Para reduzir o impacto da dor crónica, em Portugal, os especialistas concluíram que é necessário melhorar a acessibilidade aos cuidados de saúde com a criação de uma rede de referenciação em dor crónica; melhorar a avaliação e tratamento da dor, prevenindo a sua cronicidade e promover estilos de vida saudáveis como forma de prevenção primária.

A dor crónica é caracterizada como uma dor persistente ou recorrente, de duração igual ou superior a três meses e/ou que persiste para além da cura da lesão que lhe deu origem. A lombalgia crónica, a osteoartrose, as cefaleias e a artrite reumatóide são algumas das causas mais frequentes de dor crónica. Se a dor não for adequadamente tratada, a qualidade de vida das pessoas está gravemente afectada, podendo em muitos casos conduzir à incapacidade para o trabalho.

Fonte: RCM Pharma

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Neurontin e a Dor Neuropática

Sempre senti dores incómodas em várias partes do corpo. Maioria depois de uns anos acabei por aprender a tolera-las. As do meu braço direito é que sempre foram as piores de suportar. Dobrar o braço durante mais que 5 minutos é o suficiente para ficar de tal maneira afectado, que dor torna-se insuportável. Dormir, somente com ele esticado.

Já fiz vários tratamentos: a lazer, injectado directamente no nervo, fisioterapia...mas nada resolveu.

Único medicamento que tem ajudado alguma coisa, é o Neurontin (Gabanpantina). Com ele dores diminuíram imenso. Últimos meses até a do braço está menos incomoda. Excepto se dobrar o braço durante algum tempo. Nesse caso dor volta com uma grande intensidade. Anos atrás especialistas diziam que nada podiam fazer. Era receitar Voltaren (Diclofenac) e pouco mais. Agora chamam-lhe dor neuropática...


A dor neuropática é um tipo de dor crónica resultante de uma lesão nos nervos ou numa região do sistema nervoso central que transmite sinais de dor, designadamente a espinal-medula e o cérebro.

A dor neuropática manifesta-se de várias formas, como uma sensação em queimadura, aguda, penetrante, como um choque eléctrico, dolorida, pulsátil, esmagadora, como uma dor de dentes ou como uma queimadura solar. Pode ser acompanhada ou não de "formigueiro" ou "dormência" (sensações conhecidas como parestesias) de uma determinada parte do corpo.

Quais são as causas da dor neuropática?

Diversas doenças podem lesionar directamente os nervos e levar ao aparecimento de dor neuropática, designadamente a esclerose múltipla ou lesões por acidente. A amputação de um membro é outra causa bem conhecida de dor neuropática (dor do membro fantasma).

Tratamento

O tratamento da dor neuropática varia de acordo com a doença e com o estadio em que ela se encontra. O objectivo é tratar especificamente o nervo ou a doença que o está a lesar indirectamente e/ou a dor resultante dessas lesões ou visar somente o alívio da dor. Os medicamentos mais frequentemente usados são:

Anticonvulsivantes - substâncias usadas para tratar a epilepsia (gabapentina, carbamazepina, lamotrigina) que actuam diminuindo a actividade eléctrica dos nervos ou inibindo a passagem das dores por determinadas vias nervosas:
Anestésicos - como a cetamina e a ropivacaína, que também diminuem a actividade eléctrica dos nervos e
Antidepressivos - como a amitriptilina e a imipramina, que estimulam certas partes do sistema nervoso que vão inibir a passagem da dor, além de actuar na depressão que geralmente acompanha a neuropatia ou qualquer dor na fase crónica.

Outras Técnicas

Para alguns tipos específicos de dor neuropática o médico poderá indicar tratamento cirúrgico do nervo, da medula espinal ou até a nível cerebral (exemplos: implantes de eléctrodos, estimuladores que funcionam como pacemakers cardíacos - conforme reportagem abaixo).

O tratamento visa curar a doença e, quando isso não for possível, aliviar o sofrimento do doente. Vale a pena lembrar que o controlo adequado da dor favorece o doente em vários aspectos: melhora as actividades diárias, proporciona um sono tranquilo e reparador, aumenta a capacidade de trabalho e melhora a auto-estima. Em suma, melhora a qualidade de vida.

Conheça também a APED - Associação Portuguesa para o Estudo da Dor

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

DOR NEUROPÁTICA E LESÃO MEDULAR


Um especialista em cefaleias e dor neuropática revelou que uma em cada três pessoas com lesão medular sofre de dor neuropática, descrita como algo ardente, que provoca uma sensação de formigueiro ou de espasmo, com mais intensidade durante o primeiro ano após ter ocorrido a lesão.

O Dr. Manuel Lara, responsável pela Unidade de Cefaleias e Dor Neuropática do Serviço de Neurologia do Hospital Universitário La Paz, em Madrid, explicou que para estes pacientes existe mais dor e um maior nível de sofrimento, o que faz com que muitas vezes as pessoas sejam afectadas também a nível psicológico.

O especialista indicou que isto faz com que a dor crónica seja uma patologia perturbadora, uma vez que tem uma repercussão muito importante na vida dos pacientes, provocando o aparecimento de outras condições, como depressão, pânico, ansiedade, dificuldade em dormir, entre outras.

Entre os medicamento para combater a dor existe um tratamento progressivo, que começa com anti-inflamatórios e antidepressivos e, caso estes não resolvam o problema, poderá ser necessário experimentar a neuroestimulação nos seus diversos níveis e modalidades.

Finalmente, se esta não surtir o efeito desejado e a dor persistir, a última abordagem deste tratamento seria a cirurgia tradicional, que consiste em cortar o nervo cirurgicamente, algo que apenas se realiza em casos muito concretos e persistentes.

Por seu lado, o presidente da Federação Nacional espanhola Aspaym (Associação de Lesionados Medulares e Grandes Incapacitados Físicos), Alberto de Pinto, assinalou que duas abordagens que contribuem para diminuir a intensidade da dor neuropática, ao alcance de qualquer um, são evitar as infecções urinárias e da bexiga, juntamente com a ingestão de ómega-9 no leite.

A dor neuropática é devida a uma anormalidade em qualquer ponto da via nervosa. Uma determinada anomalia altera os sinais nervosos, que, deste modo, são interpretados de forma anormal no cérebro. A dor neuropática pode produzir uma dor profunda ou uma sensação como a hipersensibilidade ao tacto.

ACRESCENTO: realmente viver com estas dores tem sido terrível. Tomo 1.600 grs de Neurontin (gabapentina) diários e mesmo assim suporta-las em certas alturas torna-se quase impossível. Pior é conseguir dormir com tranquilidade. Quase nunca consigo.
Mas conheço colegas que sofrem ainda mais que eu.