domingo, 5 de janeiro de 2014

Eu e minhas maleitas atuais...

Há vários anos que não sei o que são feridas/escaras. Mínimo indício, e lá ficava eu durante uns dias de cama e problema resolvido. Mas desta vez isso não aconteceu. Há um mês surgiu-me uma ferida no joelho direito, uma bolha por baixo do pé direito, unha grande do pé esquerdo desfeita e duas pequenas feridas em cada nádega (região do isquio). Com mais ou menos dificuldade todas estão a cicatrizar excepto as da região do isquio.

Fecha num lado, abre no outro. Primeiro tratamento utilizado pelo enfermeiro foi desinfeção com betaline e aplicar bephantene plus e cama. Não resolveu. Optou-se de seguida por desinfetar com eosina e continuar com bephantene, pouco adiantou também. Depois sucessivamente: betadine/Fucidine; eosina; antibiótico e por último soro/bephantene e proteger com varhiese. Depois de um mês em tratamento e vários dias de cama, continuam os problemas. 

Neste momento faço levanto para a cadeira de rodas 4 horas por dia. Começo a ficar farto disto. Detesto cama. Trabalho vou conseguindo po-lo em dia, faculdade para não suspender o curso vou fazendo os mínimos...Haja paciência...

Deixo-vos AQUI vários comentários sobre este assunto

Deficiência: Principais alterações a considerar na nova versão do Código da Estrada

Principais alterações a considerar na nova versão do Código da Estrada:

- São considerados ‘utilizadores vulneráveis’ os peões e velocípedes, em particular, crianças, idosos, grávidas, pessoas com mobilidade reduzida ou pessoas com deficiência;

- É considerada "zona de coexistência’ — zona da via pública especialmente concebida para utilização partilhada por peões e veículos, onde vigoram regras especiais de trânsito e sinalizada como tal. Numa zona de coexistência devem ser observadas as seguintes regras:

a) Os utilizadores vulneráveis podem utilizar toda a largura da via pública;
b) É permitida a realização de jogos na via pública;
c) Os condutores não devem comprometer a segurança ou a comodidade dos demais utentes da via pública, devendo parar se necessário;
d) Os utilizadores vulneráveis devem abster -se de atos que impeçam ou embaracem desnecessariamente o trânsito de veículos;
e) É proibido o estacionamento, salvo nos locais onde tal for autorizado por sinalização;
f) O condutor que saia de uma zona residencial ou de coexistência deve ceder passagem aos restantes veículos;

- As pessoas devem abster-se de atos que impeçam ou embaracem o trânsito ou comprometam a segurança, a visibilidade ou a comodidade dos utilizadores das vias, tendo em especial atenção os utilizadores vulneráveis;

- Não podem ser colocados nas vias públicas ou nas suas proximidades quadros, painéis, anúncios, cartazes, focos luminosos, inscrições ou outros meios de publicidade que possam:

a) Confundir -se com os sinais de trânsito ou prejudicar a sua visibilidade ou reconhecimento;
b) Prejudicar a visibilidade nas curvas, cruzamentos ou entroncamentos;
c) Perturbar a atenção do condutor, prejudicando a segurança da condução;
d) Dificultar, restringir ou comprometer a comodidade e segurança da circulação de peões nos passeios.

Fonte: Francisco Vaz Antunes

EQUAL: Veiculo adaptado para pessoas com Deficiência




Mais informações: Inhabitat

Enviado por José Mariano

Médica pede à Provedoria e à ERS que avaliem entrega do Centro de Reabilitação do Norte à Misericórdia

A médica Margarida Sizenando pediu à Provedoria da Justiça que se pronuncie sobre o contrato de gestão do Centro de Reabilitação do Norte (CRN), em Francelos, celebrado entre a Administração Regional de Saúde do Norte (ARSN) e a Santa Casa de Misericórdia do Porto (SCMP) por um período de três anos.

A médica, especialista em medicina de reabilitação e com experiência na gestão de unidades hospitalares, explica que nada tem de pessoal contra a Santa Casa da Misericórdia do Porto (SCMP) e mostra-se até convicta de que esta “detém capacidade e competência para gerir a nova unidade”. “O que contesto é a falta de transparência do processo, o exercício de poder discricionário por parte da ARSN”, afirma a especialista, que coloca a tónica na “eventual inconstitucionalidade do decreto-lei, negando direitos de igualdade de acesso e sã concorrência, consagrados na Constituição”.

E por entender que o “interesse público não está devidamente acautelado, impedindo qualquer possibilidade de verificar o interesse de outros concorrentes”, Margarida Sizenando argumenta que foi “em nome da transparência e da sã isenção” fez chegar à Provedoria da Justiça uma reclamação, pedindo que seja analisado “o decreto-lei que permite fazer acordo directo com a SCMP quando à sua constitucionalidade”. A mesma reclamação, refira-se, foi também enviada para a Entidade Reguladora da Saúde.

Em declarações ao PÚLICO, a médica fisiatra sublinha ainda que “não se conhecem quaisquer requisitos colocados pela ARSN para a exploração, conhece-se apenas o valor global do contrato (27,6 milhões de euros). Não se conhecem quais critérios que presidiram a esta ‘escolha’”, vinca.

Responsável pela instalação do Centro de Reabilitação da Região Centro (na Tocha) e, mais tarde, do Centro de Reabilitação da Região Sul (em S. Brás de Alportel), Margarida Sizenando teve também uma intervenção directa nível da unidade hospitalar de Francelos, tendo integrado a sua comissão instaladora, a partir de Julho de 2010 e sido responsável pela elaboração do plano de negócios do equipamento.

Nesse sentido, realizou um levantamento das necessidades nesta área a nível da região Norte e, com a colaboração da equipa de estudos da ARSN, propôs um modelo de gestão que contemplava vários cenários, considerando, todavia, que o modelo de Parceria Público Privada adopytado no Centro de Reabilitação do Sul lhe parecia “o mais favorável, em termos económico-financeiros e de qualidade assistencial”.

Paralelamente ao plano de negócios, Margarida Sizenando alega ter elaborado uma “lista exaustiva e devidamente orçamentada dos equipamentos a adquirir e a instalar no CRN”. “Elaborei um estudo para a implementação de sistemas de informação especificamente dedicados à área da medicina da reabilitação com possibilidade de registo e recolha de todos os indicadores de qualidade (financeira, recursos humanos, actividade assistencial, processo clínico, qualidade de serviço prestado, satisfação de utentes e colaboradores, resultados funcionais dos programas de reabilitação”, precisa.

Em vésperas da abertura do CRN, a médica observa que “não se conhece o programa e plano de cuidados de saúde/reabilitação que a Misericórdia do Porto ali pretende implementar”. "Não se conhece o contrato: que serviços, para que doentes, a que custo, de que forma, com que indicadores de qualidade?", exemplifica.

Lembrando que o CRN foi construído com fundos europeus, Margarida Sizenando pergunta se essas verbas terão de ser devolvidas pela solução de gestão adoptada. A médica acrescenta que a unidade de Francelos vai ser entregue vazia e declara que gostava de saber “onde foi aplicada" a verba destinada a equipamentos, "cerca de 10 milhões de euros”.

O ministro da Saúde, Paulo Macedo, deverá inaugurar o CRN, na próxima semana.

Fonte: Público

MDI: Para fazermos mais precisamos de dinheiro

Pode ajudar-nos comprando as Tshirts "Viver não é só respirar" ou os nossos Pins.
Os preços indicados são os preços mínimos. Como precisamos de dinheiro, pode sempre acrescentar uns euros ao preço base.

Mande um email para deficientes.indignados@gmail.com com a sua morada e nós diremos como fazer a transferência bancária. 

Obrigado a todos pelo apoio.

Miguel Nicolelis divulga vídeo com o exoesqueleto robótico que será usado em tetraplégicos

O cientista brasileiro Miguel Nicolelis mostrou no domingo (15) em seu Facebook um vídeo que mostra as primeiras imagens do exoesqueleto robótico que pretende fazer uma criança tetraplégica dar o pontapé inicial da Copa do Mundo de Futebol no Brasil.

» Veja o vídeo divulgado por Nicoleles.

Chamado de Walk Again (Andar de Novo), o projeto usa um exoesqueleto desenvolvido como parte de uma linha de pesquisa conhecida como “Interface cérebro-máquina”. Nicoleles já conseguiu feitos nessa área ao fazer com que macacos controlassem uma mão virtual.

O cientista trabalha com uma equipe de 100 pessoas no Brasil, na Europa e nos EUA. O projeto é feito entre a Universidade Duke e as instituições de Lausanne, na Suíça, Berlim e Munique (Alemanha), Natal e São Paulo. Ele também conta com 10 voluntários da Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD), de São Paulo.

Fonte: Portal Net10

Um novo amanhecer

Um novo amanhecer relata a história de vida de Antero Silva, que após sofrer grave acidente, que o deixou tetraplégico, superou todos os obstáculos impostos pelo destino, dando um exemplo de amor a vida.
Fonte: Ser Lesado

Ninguém é Perfeito – Um video que deve ser visto e partilhado!

Esta campanha foi feita em Zurique, Suíça, para o Dia Internacional de Pessoas com Deficiência. Ao invés de colocar manequins com corpos perfeitos na vitrine, uma loja de roupa aceitou o desafio do Pro InfirmisCH, um grupo de defesa de pessoas com deficiência, e criou manequins diferentes dos habituais. Afinal, quem é perfeito?

“Renascer em Alcoitão” evoca história e dia-dia-dia do centro de reabilitação

"Renascer em Alcoitão" é uma obra que evoca a história e o trabalho de excelência que se faz no Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão (CMRA) e que conta como muitos pacientes dizem ter ali "renascido". É uma edição do Centro Editorial da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, da autoria de Dora Santos Rosa, e integra os Cadernos Solidários SCML/Reportagem.
A cerimónia de apresentação contou com a presença do provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Pedro Santana Lopes e decorreu dia 12 de dezembro, no CMRA.

O livro evoca a missão da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, nomeadamente o dever de promover a excelência na Saúde Pública, com o objetivo de trazer esperança a quem dela precisa, perante obstáculos imprevistos. "Renascer em Alcoitão" homenageia o espírito de inovação e serviço que alimentou o sonho de José Guilherme de Melo e Castro, tornando possível, em 1966, a abertura do Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão, o primeiro centro especializado nesta área em Portugal.

Em plena década de 50, José Guilherme de Melo e Castro ambicionou a criação de um centro vocacionado para a reabilitação física, no qual fosse possível devolver a esperança aos doentes com a locomoção e os movimentos afetados. A partir daí nasceu o Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão, uma estrutura pioneira da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, reconhecida internacionalmente pela excelência e vanguarda nos cuidados de reabilitação.

A excelência que é reconhecida a este Centro deve-se ao trabalho de centenas de pessoas. Esta obra tem precisamente o mérito de recordar o empenho e dedicação de todos os profissionais que lutam para devolver os sonhos perdidos a muitos doentes que representam exemplos de esperança.

É a história dessa obra que é narrada na primeira parte deste Caderno Solidário. Pela documentação presente no Arquivo Histórico da SCML dão-se a conhecer as linhas orientadoras que estiveram na origem de um equipamento ímpar. Dando voz a muitos dos que acompanharam esse momento fundador, fica o registo do profissionalismo e da capacidade de entrega, da vontade e do esforço que possibilitaram os mais elevados níveis de excelência.

A segunda parte do livro apresenta, em registo de reportagem, o dia-a-dia do Centro, a dedicação dos seus profissionais e histórias, muitas vezes dramáticas, de quem chega com a esperança de aí poder redescobrir-se como indivíduo, consciente de si e do lugar que pode voltar a ocupar na sociedade. São estes relatos que dão a conhecer Alcoitão, o lugar onde muitos dizem "renascer", histórias de coragem, de pessoas inspiradoras.

A abnegação, a dedicação e o espírito científico que perduram há quase 50 anos no Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão constituem um honroso legado para a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. Um legado que incentiva a fazer mais e melhor.

Fonte: News Farma

Mara Gabrilli: Deputada tetraplégica

Quando a deputada federal Mara Gabrilli (PSDB-SP), 46 anos, foi procurada por um amigo editor para escrever a própria biografia, em 2008, ela desconversou. Tetraplégica desde 1993 após um acidente de carro, a então vereadora de São Paulo não se sentia pronta para expor sua vida. Um ano depois, porém, ela topou se encontrar com a jornalista Milly Lacombe para contar algumas de suas histórias. Das conversas regadas a vinho em um bistrô paulistano, surgiu o livro “Mara Gabrilli – Depois Daquele Dia” (Ed. Benvirá, 2013). Relatora do Estatuto da Pessoa com Deficiência, a deputada se envolveu em uma polêmica com sua própria base eleitoral. Por sua campanha contra o veto da presidenta Dilma a um parágrafo da lei que instituiu a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista foi chamada de “demônio” por famílias que defendiam a retirada do trecho para garantir matrículas de autistas em escolas regulares.

ISTOÉ -Como é a realidade de quem fica tetraplégico no Brasil e não tem as condições financeiras da sra.?

MARA GABRILLI -Se acidentar, como eu me acidentei, sem recursos, no Brasil é bastante complicado. Hoje até temos opções de tratamento de ponta, como a Rede Lucy Montoro e a AACD, mas todas estão superlotadas. Fora que circular pelas cidades é difícil demais, as calçadas são terríveis. Soma-se a isso o fato de que poucas empresas contratam pessoas com deficiência. O despreparo é generalizado.

ISTOÉ -A sra. tem dificuldade de falar do acidente?

MARA GABRILLI -Conforme fui me distanciando do momento mais trágico, ficou mais fácil. Agora, lendo o livro, me emociono. Recentemente, li o relato do dia mais difícil da minha vida. Voltei da reabilitação nos EUA, cinco meses após o acidente, no dia 24 de dezembro. Voltei para uma cidade e uma casa que não eram mais minhas, com um corpo que não reconhecia e com pessoas cuidando de mim a toda hora. Era como se tivessem me jogado em um filme no qual não sabia atuar. Li o relato desse dia e chorei. Mas também fiquei feliz por ver o quanto evoluí desde então.

ISTOÉ -O que fez nesse 24 de dezembro?

MARA GABRILLI -Era Natal, então fui com minha família a uma festa na casa de amigos. Encontrei umas 60 pessoas, muitas conhecidas. Foi estranhíssimo. Lá estava eu, com aquele grupo de conhecidos, mas agora tetraplégica, branca, seca de magra, careca, com cicatrizes no pescoço e a cabeça e os braços apoiados em travesseiros. Alguns me cumprimentaram como se nada tivesse acontecido, outros faziam cara de piedade. Me senti muito mal. Felizmente, no meio daquilo tudo, ouvi um “Marinha!”. Era o filho de uma amiga que tem deficiência intelectual. Ele me abraçou, me deu beijos e brincou com meu braço. Foi o único que me tratou naturalmente.

ISTOÉ -Qual foi a maior dificuldade na hora de retomar a vida?

MARA GABRILLI -Me tornar dependente. Foi tudo muito difícil, voltar para casa dos meus pais, perder a minha independência financeira, perceber que eu ficava o dia inteiro em função do meu corpo. Tive de aceitar que perdi quase tudo que construí até os 26 anos. E viver sem saber do futuro. Não sabia quando eu voltaria a ter um pouco de independência.

ISTOÉ -Como fica a sexualidade na tetraplegia?

MARA GABRILLI -As pessoas têm pouca informação. Muitas vezes um médico diz que nunca mais vai rolar e a pessoa acredita. Não é assim. Não é porque virou cadeirante que virou árvore. Dá para ter uma vida sexual com intensidade. O desejo continua e o corpo de uma pessoa com uma lesão medular é muito dinâmico. Às vezes, quando descubro um lugar mais sensível chego a levar um susto. O corpo mudou, mas está ali. A gente vai se descobrindo.

ISTOÉ -O tratamento que a sra. fez com células-tronco retiradas da sua medula óssea deu resultado?

MARA GABRILLI -É difícil mensurar a melhora que veio em função, exclusivamente, do implante. Mas das 30 e poucas pessoas que passaram pelo protocolo, 16 registraram melhora – e eu estava entre esses 16. Depois de um tempo, só dois continuaram evoluindo – eu e mais um homem. Mas continuo tetraplégica, né? Não saí andando.

ISTOÉ -A presidenta Dilma vetou um parágrafo da Lei 12.764 que daria às escolas autonomia para aceitar ou não um aluno autista. A sra. foi contra o veto, por quê?

MARA GABRILLI -Primeiro, não era isso que dizia o parágrafo. A autonomia, e isso estava claro, era da família e não das escolas. O que o artigo dizia era que, caso a família decidisse que o filho autista não conseguiria estudar na escola regular, o governo tinha de prover uma alternativa de educação. Argumentei que os pais que veem o filho autista não se adaptar ao colégio regular teriam de bancar uma outra escola para o filho, porque a rede pública não oferece mais uma opção. Acho injusto.

ISTOÉ -Então por que houve resistência à sua tentativa de derrubar o veto?

MARA GABRILLI -Fui apedrejada em praça pública. Me transformaram num monstro e chegaram a me chamar de demônio. Diziam que eu queria afastar a pessoa com deficiência da escola regular. Nunca quis excluir ninguém. Criei, inclusive, um artigo que pune ferozmente o gestor escolar que rejeita a matrícula de uma criança, seja qual for a deficiência. Mas percebi que estava criando aflição nas pessoas com essa tentativa de derrubar o veto. Conversei com algumas delas e disse que não brigaria mais por isso.

ISTOÉ -Por que o assunto gera tanta polêmica?

MARA GABRILLI -As pessoas olham muito para o próprio umbigo. Para garantir o lugar do filho com autismo na escola regular, tem gente disposta a privar outra família de ter o filho numa escola especial. A educação não está boa para nenhum aluno, com ou sem deficiência. A polêmica surge porque as escolas, fugindo de sua responsabilidade, ainda recusam matrículas e não se adequam à diversidade.

ISTOÉ -Nas escolas particulares, isso ocorre de forma velada. Por que a recusa continua a acontecer?

MARA GABRILLI -Deveria haver uma orientação clara dos Conselhos Estaduais de Educação de que alunos com deficiência não podem ter a matrícula recusada, mas isso não acontece. Em São Paulo, por exemplo, soube que essa orientação pode não existir porque o Conselho tem sido presidido e representado, há muitos anos, por diretores e donos de colégios particulares. Um promotor me disse que a presidência fica variando entre gente da Escola Móbile e do Colégio Bandeirantes, que, tudo indica, não têm interesse em receber alunos com deficiência. E, ao terem a matrícula recusada pelos colégios, os pais não costumam denunciar a escola ao Ministério Público.

ISTOÉ -Por quê?

MARA GABRILLI -Porque eles querem resolver a questão da educação do filho, que é prioridade. Passa o tempo, a criança consegue uma matrícula em outro lugar e a situação acaba ficando por isso mesmo. Estudo, inclusive, apresentar uma denúncia ao procurador-geral do Estado. O Conselho Estadual de Educação de São Paulo faz vista grossa para o que está acontecendo.

ISTOÉ -As Apaes parecem incomodadas com a decisão de colocar todos em escolas regulares porque poderiam perder alunos e repasses de verba do governo.

MARA GABRILLI -Nem todas as Apaes têm escola. Algumas oferecem apenas atividades como fisioterapia, terapia ocupacional, clínicas, mas não escola. Essas não podem mesmo receber o repasse da educação. Se recebem, isso precisa ser corrigido, pois não dá para considerar terapia de música, por exemplo, como educação. A distinção é importante. No meu entendimento do Plano Nacional de Educação, Apaes como a de São Paulo, que tem um trabalho exemplar e é escola, não correm risco algum de perder o convênio com o governo.

ISTOÉ -Na discussão do Estatuto da Pessoa com Deficiência fala-se de leis que não respeitam o direito da pessoa com deficiência. Pode dar um exemplo?

MARA GABRILLI -Hoje, se um casal com síndrome de Down quer se casar, leva mais de um ano para conseguir a autorização de um juiz por conta das restrições no Código Civil. O Estatuto propõe mudar isso porque a legislação pode proteger o deficiente intelectual, ser protetiva, mas jamais restritiva. Até porque não dá para dizer que a pessoa, por ser deficiente intelectual, não sabe escolher um parceiro. Por acaso quem não é escolhe bem sempre?

ISTOÉ -O deficiente é sub-representado politicamente?

MARA GABRILLI -Está melhorando. Vivo encontrando parlamentares com deficiência. Hoje somos três cadeirantes no Congresso, sendo eu a única tetraplégica. E olhando o pessoal que circula por lá, já contei uns sete deputados que mancam. Ou seja, têm alguma deficiência.

ISTOÉ -O Congresso atende aos requisitos de acessibilidade?

MARA GABRILLI -Logo que fui eleita, me disseram que eu teria de fazer meus discursos do chão porque a tribuna não era acessível. Não aceitei. Seria muito incoerente, na casa que aprovou a lei de acessibilidade, eu fazer discurso do chão. Corri atrás de um arquiteto que já tinha feito uma intervenção de acessibilidade numa obra do Niemeyer, levei até Brasília, fizemos o projeto e encontrei uma empresa de elevador que topasse executar a obra. Hoje, já discurso da tribuna, mas ainda não chego à Mesa Diretora porque tem degrau. Mas o presidente Henrique Alves me garantiu que fará a obra de adequação no recesso de 2014.

ISTOÉ -Que tipo de reação observou entre seus colegas quando chegou ao Congresso?

MARA GABRILLI -Muitos esticavam o braço para me cumprimentar. Isso, para mim, é comum, não é por isso que me lembro que sou tetra. Mas sei de pessoas que passaram dias se martirizando por isso. Teve também um deputado velhinho, não sei quem era, que me perguntou por que eu não votava usando o dedo, como todos. Quando expliquei que não mexia os braços, ele olhou para mim e começou a chorar. Tentei acalmá-lo, mas não adiantou. Hoje sinto o carinho e a admiração deles, que ouvem o que eu falo. Lá, percebi o quão mesquinho era o ambiente na Câmara dos Vereadores de São Paulo.

ISTOÉ -Como assim?

MARA GABRILLI -No Congresso há uma grandeza. Na Câmara, tinha vereador que ficava de olho no que eu ia fazer, para empatar meus projetos. Meus maiores inimigos eram da minha própria bancada. Talvez porque há uma competição ferrenha pelos espaços eleitorais. Certa vez, estava tentando levar um time de basquete para treinar num clube e, quando cheguei, um vereador apareceu lá de louco para não deixar acontecer porque era reduto dele. Era esquisito.

Fonte: Ser Lesado

Leiria lança grupo de trabalho para pessoas deficientes

A Câmara Municipal de Leiria lançou hoje um grupo de trabalho para a inclusão social de pessoas com deficiência que visa definir uma estratégia para minimizar os problemas que se colocam a estes cidadãos.
Na conferência de imprensa que se seguiu à primeira reunião, na qual participaram representantes de diversas entidades, a vereadora com o pelouro do Desenvolvimento Social explicou que o encontro permitiu abordar os "constrangimentos e dificuldades", mas também os "aspetos positivos e potencialidades" na área da deficiência.

"Foram igualmente sinalizadas algumas situações sobre as quais queremos definir uma estratégia e efetuar um programa de ação para as minimizar", adiantou Ana Margarida Valentim.

Segundo a responsável, a criação de um centro de integração para o trabalho foi um das propostas apresentadas, assim como o reforço das condições de trabalho para emprego protegido, considerando que, nesta matéria, as "entidades públicas devem ter um papel a desempenhar".
Matérias como o voluntariado, transportes para possibilitar terapia às crianças, a inexistência de uma rede de partilha e manutenção de ajudas técnicas, e as acessibilidades foram igualmente suscitadas na reunião.

"Outra questão não menos importante é o facto de haver muita dificuldade na integração de pessoas com deficiência no mercado de trabalho", referiu Ana Margarida Valentim, defendendo a necessidade de ser feita "pressão política para que as empresas sejam obrigadas a colocar pessoas portadoras de deficiência".

A autarca acrescentou que, para dar continuidade a esta iniciativa, as instituições que trabalham ou prestam apoio a cidadãos portadores de deficiência vão agora identificar "as prioridades de intervenção" para ser definido o trabalho nesta área neste mandato.

Na conferência de imprensa, o vereador que tutela as Obras Municipais, Lino Pereira, afirmou que o município tem um plano de eliminação de barreiras arquitetónicas, reconhecendo, contudo, a existência de espaços públicos onde há necessidade de intervir.

Já a responsável pela Educação, Anabela Graça, salientou a preocupação do município em adaptar os estabelecimentos educativos aos alunos portadores de deficiência assim que estes são sinalizados.

"Em relação ao parque escolar há essa atenção", afiançou Anabela Graça, garantindo que esta é uma "prioridade".

Fonte: Noticias ao Minuto

B-able: Benéfico dispositivo para a reabilitação de tetraplégica

O projeto de Reabilitação tetraplegia fase III está desenhado para adequar-se a qualquer cadeira de rodas elétrica. Seu manejo se realiza através dos movimentos da língua. O dispositivo beneficia as pessoas que sofreram lesões medulares.

B-able é uma iniciativa dos grupos de investigação em Engenharia de Desenho (Grid) e em I+D+i em Tecnologias da Informação e as Comunicações de EAFIT
Em busca de uma melhor qualidade de vida para as pessoas que por alguma razão têm tetraplegia, um grupo de docentes e estudantes de EAFIT leva mais de dois anos trabalhando num dispositivo que lhes permite fazer mais fácil sua mobilidade.

O projeto se denomina Reabilitação tetraplegia fase III e se encontra numa etapa na que se realizam provas de seu elemento principal, B-able (ser capaz), uma espécie de retenedor que lhe permite ao paciente manejar sua cadeira de rodas e realizar outras atividades que impliquem movimento através de sensores.

Os baixos custos, a facilidade de seu uso e a precisão que tem são só algumas das vantagens que tem sobre outros elementos existentes no mercado.

A tetraplegia consiste numa paralisia total ou parcial de quatro extremidades, que pode ser causada por um dano neurológico ou uma lesão medular nas cervicais do pescoço.

B-able está desenhado para quem chegaram a este estado pela segunda razão, pois é operado através de movimentos com a língua, órgão que não costuma resultar afetado nestes casos.

A ideia é que o dispositivo se ponha na boca e a pessoa possa ativar os quatro sensores com os que conta, usando sua língua. Cada um contará com uma função especial e lhe permitirá por exemplo conduzir sua cadeira ou acender algum eletrodoméstico em seu lar.

Por isso, uma de suas diferenças está no estético, pois não é um método invasivo ou muito notável. “Queríamos ter em conta a percepção da doença, que neste caso é muito pouca porque o dispositivo quase não se vê, contrário ao que sucede com muitos dos que se usam hoje”, explica David Velásquez Rendón, estudante da maestria em Engenharia e pesquisador do Grid.

Também não tem que usar máquinas adicionais, conta Juan Sebastián Amaya Quiroz, estudante de Engenharia de Desenho de Produto e monitor da investigação, como se ocorre com os outros elementos que há no mercado.

Fonte: Ser Lesado

Primeiros Anos Mix

Primeiros Anos Mix é um software que foi desenvolvido por uma equipa de pedagogos especialmente para a intervenção precoce.

Contém 5 atividades diferentes, cada uma com 9 atividades diferentes:
Jogos de Estimulação Cognitiva
Expressão plástica
Categorização
Literacia e Numeracia

Experimente a versão demo!

Saiba mais sobre os Primeiros Anos Mix.

Terapias com células-tronco: promessa ou realidade?

Artigo de capa da CH detalha os avanços e desafios da ciência nas pesquisas sobre o uso medicinal de células-tronco e afirma que esse tipo de tratamento está cada vez mais próximo.

De todas as perguntas feitas a quem pesquisa células-tronco, a mais delicada é: “Em quanto tempo essas terapias serão oferecidas a pacientes?”. A pergunta exige uma clarividência desconfortável para qualquer cientista sério, que conhece os rumos incertos da pesquisa.

Além disso, a resposta deve ter um equilíbrio entre a absoluta verdade e uma boa dose de otimismo – já fui acusada de jogar “um balde de água fria nos telespectadores” ao declarar que ainda não havia qualquer terapia com células-tronco aprovada para uso em humanos… Por isso, respondo, há vários anos: “Não sei, mas tenho convicção de que nossa geração ainda se beneficiará desses estudos”.

Mas hoje, qual é o ‘estado da arte’ nessa área? Quais os estudos clínicos em andamento? O quanto avançamos na direção de usar as células-tronco para tratar doenças como lesão de medula, doença de Alzheimer e diabetes? Esse texto procura responder a essas questões.

Primeiros resultados
No final dos anos 1990, a medula óssea era a grande vedete da terapia celular. Doenças do sangue já são tratadas há décadas com transplantes de medula óssea, onde as células-tronco hematopoiéticas – que produzem todas as células sanguíneas – de um doador saudável e imunologicamente compatível com o paciente são transplantadas para este, e nele vão gerar células normais do sangue.

Além disso, foi descoberto, no final dos anos 1980, que o sangue do cordão umbilical e da placenta dos recém-nascidos é rico nessas preciosas células-tronco hematopoiéticas, e assim foram criados bancos de sangue de cordão que complementam os bancos de doadores de medula óssea para o tratamento das doenças do sangue.

“O efeito terapêutico das células-tronco da medula óssea não é suficiente para justificar seu uso como tratamento em doenças cardíacas, lesão de medula espinhal, diabetes tipo II e epilepsia, entre outros males”

A grande novidade na virada do século era a possibilidade de, na medula óssea, existir outras células-tronco, capazes de regenerar órgãos – coração, fígado e até cérebro –, como sugeriam alguns trabalhos com camundongos. Assim, vários ensaios clínicos foram iniciados com essas outras células para testar a hipótese em humanos.

Dez anos depois, aprendemos que: 1) essas células-tronco não têm a versatilidade imaginada (embora alguns grupos insistam que elas podem se tornar neurônios); 2) que o mecanismo de ação mais provável dessas células é o de produzir substâncias que promovem uma autorregeneração nos diferentes órgãos para os quais são transplantadas, ou uma supressão do sistema imunológico (o que é interessante para o tratamento de doenças autoimunes, como diabetes tipo I e lúpus); e 3) infelizmente, o efeito terapêutico das células-tronco da medula óssea não é suficiente para justificar seu uso como tratamento em doenças cardíacas, lesão de medula espinhal, diabetes tipo II e epilepsia, entre outros males humanos.

Uma segunda classe conhecida de células-tronco é a das chamadas células-tronco tecido-específicas, que produzem somente as células de um tecido ou órgão. As células-tronco hematopoiéticas, que dão origem às células sanguíneas, são um exemplo.

Na última década, foram identificadas outras células-tronco tecido-específicas, como as do coração (que produzem células do músculo cardíaco e de vasos sanguíneos), da pele (que produzem epiderme, derme e até bulbo capilar), do cérebro (ou neurais, que produzem neurônios e glias) e da linhagem germinativa (produzem óvulos ou espermatozoides)

Células-tronco neurais
Essas células, existentes em pequenas quantidades nos respectivos órgãos, são responsáveis pela manutenção dos mesmos ao longo de nossa vida. No entanto, em situações extremas, como um infarto ou uma degeneração neurológica, elas não conseguem dar conta do recado. Os cientistas aprenderam como isolar as células-tronco específicas dos diferentes órgãos e multiplicá-las no laboratório, e elas já começaram a ser testadas em seres humanos, em especial as cardíacas e neurais.

Estudos clínicos de fase 1 (onde se testa a segurança do procedimento em um número pequeno de pacientes voluntários) com células-tronco cardíacas, para reverter lesões causadas por isquemias, e com células-tronco neurais, em pacientes com uma doença neurodegenerativa rara, foram publicados nos últimos dois anos. Não ocorreram, nos dois casos, efeitos adversos, e agora será realizada a fase 2, onde é avaliada a eficácia do tratamento. Em outro estudo, publicado no ano passado, células-tronco que geram espermatozoides restauraram a fertilidade em macacos, passo importante antes de o procedimento ser testado em humanos.

Artigo publicado na CH 308. Clique no ícone a seguir para baixar a versão integral. PDF aberto (gif)

Lygia V. Pereira
Laboratório Nacional de Células-tronco Embrionárias
Departamento de Genética e Biologia Evolutiva
Universidade de São Paulo

Fonte: Ser Lesado

Alfândega da Fé quer ser um Município Inclusivo

A Câmara Municipal de Alfândega da Fé apresentou, na última semana, os resultados de uma avaliação no âmbito da mobilidade nos edifícios públicos, os quais revelaram “problemas” no acesso por pessoas portadoras de deficiência física.

A autarquia quis fazer esta avaliação para conseguir identificar e melhorar as acessibilidades a espaços públicos da Alfândega da Fé.

Os transportes públicos foram alguns dos serviços destacados como tendo problemas de acessibilidade, não estando adaptados as pessoas com mobilidade reduzida.

A Alfândega da Fé diz querer ser um Município Inclusivo e, assim, identificadas as barreiras, a Câmara Municipal quer melhorar os acesso a espaços, edifícios e transportes públicos.

Nota importante: nesta localidade, Alfândega da Fé, está previsto que seja hasteada a bandeira “Cidades e Vilas de Excelência” no âmbito de uma candidatura da autarquia virada para a promoção do “turismo acessível”.

Fonte: Plural & Singular

5ª edição da revista sobre deficiência "Plural & Singular"

Já se encontra disponivel para download a 5ª edição da revista sobre deficiência "Plural & Singular".

Faça aqui o download.

Estado falha quota de contratação de pessoas com deficiência

A Associação Portuguesa de Deficientes lamenta que o Estado não cumpra uma meta a que está obrigado desde 2001. A TSF foi conhecer uma exceção em Vila Real de Santo António.

Essa meta determina que o setor público tem de destinar a deficientes 10 por cento das contratações que faz.

Acontece que a regra só se aplica quando os concursos públicos pretendem contratar dez ou mais pessoas, o que, diz a presidente da associação Ana Sezudo, é cada vez mais raro nos dias que correm.

«Hoje em dia há muito poucos concursos com este número de vagas. Portanto, não chega a existir a quota, o que é grave tendo em conta que o Estado será um dos maiores empregadores de pessoas com deficiência», afirma.

Mas há exceções. A câmara municipal de Vila Real de Santo António tem ao serviço 150 pessoas com deficiência física ou mental. Só no mês passado contratou mais 20 pessoas.

Neste Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, a TSF quis saber ainda como funciona a linha do cidadão com deficiência da Provedoria de Justiça.

Mais informação: TSF




Desde o início do ano e até ao final de novembro, o telefone tocou 600 vezes sobretudo com pedidos de esclarecimento sobre direitos mas também para fazer queixas.

Miguel Coelho, da provedoria, diz que a crise nota-se com ainda mais força entre as pessoas com deficiência, nomeadamente no que diz respeito ao desemprego.

Ainda o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência

A agenda das consciências determina que dia 03 de dezembrro se cumpra o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência. Como é costume, surgiram variadíssimas peças na comunicação social, ouviu-se retórica política aplicável à matéria em apreço, tivemos alguns testemunhos, positivos e negativos, de pessoas com deficiência, assistimos a algumas iniciativas das instituições que operam nesta área, referiu-se alguns avanços de natureza tecnológica, como se sabe as tecnologias mudam mais depressa que as pessoas, e amanhã o mundo volta-se para outra questão.

No que respeita à questão da deficiência algumas notas soltas.

Em primeiro lugar deve dizer-se que, como acontece em outras áreas, a legislação portuguesa é positiva e promotora dos direitos das pessoas, mas a sua falta de eficácia e operacionalização é bem evidenciada na tremenda dificuldade que milhares de pessoas experimentam no dia-a-dia que decorre, por exemplo, da falta de fiscalização relativa às questões das acessibilidades e barreiras nos edifícios.

Existem ainda muitos serviços públicos e outro tipo de equipamentos de prestação de serviços com barreiras arquitectónicas intransponíveis, a que os cidadãos com deficiência só podem aceder com ajuda de terceiros e, mesmo assim, com dificuldade.

Os transportes públicos de diferente natureza também colocam enormes problemas na acessibilidade por parte de pessoas com mobilidade reduzida.

As normas de construção não são respeitadas, mantendo-se em edifícios novos a ausência de rampas ou a sua existência com desníveis superiores ao estabelecido, constituindo, assim, um risco sério de queda.

Para além deste quadro, suficientemente complicado, ainda há que contar com a prestimosa colaboração de muitos de nós que estacionamos o belo carrinho em cima dos passeios, complicando ou proibindo, naturalmente, a circulação de cadeiras de rodas. Os passeios, nem sempre com as medidas determinadas por lei, são, por vezes e quase na totalidade, ocupados com esplanadas que, claro, são só mais uma dificuldade para muita gente.

A vida de muitas pessoas com deficiência é uma constante e infindável prova de obstáculos, muitas vezes intransponíveis, que ampliam de forma inaceitável a limitação na mobilidade que a sua condição, só por si, pode implicar.

Também para as crianças com deficiência e respectivas famílias a vida é muito complicada face à qualidade e acessibilidade aos apoios necessários apesar do empenho e profissionalismo da maioria dos profissionais que trabalham nestas áreas. Os tempos que correm são particularmente gravosos nesta matéria como muitas vezes tenho referido.

Como é evidente, existem muitas outras áreas de dificuldades colocadas às pessoas com deficiência, designadamente apoios sociais, qualificação profissional e emprego, em que a vulnerabilidade e o risco de exclusão são elevados traduzido em taxas de desemprego entre pessoas com deficiência muitíssimo superiores à verificada com a população sem deficiência.

Termino com uma afirmação que recorrentemente subscrevo, os níveis de desenvolvimento das comunidades também se aferem pela forma como lidam com as minorias e as suas problemáticas. No entanto, também nesta matéria sopram ventos adversos.

Por José Morgado in Jornal Público

OMS: 500 mil ficam incapacitados anualmente devido a lesões na medula

Cerca de 500 mil pessoas ficam incapacitadas anualmente devido a lesões na medula espinal, revela um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgado por ocasião do Dia Internacional das Pessoas com Deficiência.

“A lesão espinhal é uma condição muito complexa do ponto de vista médico e com forte impacto na vida diária dos doentes”, disse o diretor do departamento de Violência e Prevenção de Lesões e Incapacidades da OMS, Etienne Krug.

Segundo o estudo, cerca de 90% das lesões são causadas por traumas, como acidentes de carro, quedas de grandes alturas ou violência. Os percentuais, no entanto, variam de acordo com as regiões. Na África, por exemplo, 70% lesões da medula espinhal se devem a acidentes de trânsito; percentual que na Oceania cai para 55%. No Sudoeste Asiático e na zona do Mediterrâneo oriental, as quedas de grandes alturas representam cerca de 40% dos casos.

No caso das lesões não traumáticas, as principais causas são tumores, espina bífida (má formação congênita da coluna vertebral) e a tuberculose – doença que na África Subsaariana representa um terço das lesões medulares não traumáticas.

Segundo o relatório, os homens têm mais risco de sofrer lesões na medula entre os 20 e os 29 anos e a partir dos 70 anos. As mulheres tem mais probabilidade de sofrer uma lesão dessa natureza entre os 15 e os 19 anos e depois dos 60a

O relatório alerta também que esse tipo de lesões contribui para o desenvolvimento de patologias secundárias que podem ser letais, como tromboses, infecções urinárias, ulceras ou complicações respiratórias. Além das consequências físicas, como a incapacidade ou a dor crônica, as lesões medulares têm também repercussões emocionais. Entre 20% e 30% das pessoas afetadas mostram sinais de depressão clinicamente significativos, indicou a coordenadora de Incapacidades e Reabilitação da OMS, Alana Officer.

O relatório informa que, no caso de crianças com lesão medular, a probabilidade de começarem a frequentar a escola é menor e, uma vez matriculadas, têm menos possibilidade de progredir. Em relação a adultos e mercado de trabalho, pessoas com esse tipo de lesão têm taxa de desemprego global de 60%.

Para a coordenadora da OMS, muitas consequências não são derivadas da lesão em si, mas da falta de atenção médica adequada no momento do acidente e no tratamento de reabilitação posterior; além das barreiras físicas e sociais que excluem estas pessoas da participação nas comunidades.

“Um diagnóstico rápido, a estabilização das funções vitais, a imobilização da medula para preservar as suas funções neurológicas e o controle sanguíneo e de temperatura corporal são cuidados que os lesionados devem receber no prazo de duas horas após o acidente”, enfatizou a organização.

Fonte: Ser Lesado

Dificuldades no acesso a edifícios ou transportes causa isolamento

As pessoas com deficiência em Portugal sentem dificuldades no acesso aos edifícios, aos transportes públicos e aos sistemas de comunicação, o que provoca situações de isolamento e discriminação, revela um estudo do Observatório da Deficiência e Direitos Humanos.

O estudo insere-se no âmbito do projeto DRPI (Disability Rights Promotion International), que tem como objetivo a promoção da monitorização dos direitos das pessoas com deficiência à escala global

Foram realizadas 32 entrevistas aprofundadas a adultos com diversos tipos de deficiência em três regiões do país (Lisboa, Porto e Algarve).

De acordo com o estudo, "as vidas das pessoas com deficiência em Portugal surgem fortemente marcadas pela discriminação resultante dos preconceitos e estereótipos negativos que subsistem face à deficiência".

Esta discriminação constitui uma limitação em todos os domínios da sociedade, com particular relevância no mercado de trabalho.

"A rotulagem com base na deficiência constitui ainda um elemento manifestamente perturbador no acesso ao emprego ou na progressão na carreira profissional", revelam os investigadores.

Os mesmos dão conta que da análise feita às histórias recolhidas surgiram "múltiplas situações de discriminação que se traduzem em vivências de negação ou violação dos princípios de direitos humanos".

Esta constatação acontece nos mais variados domínios, mas, segundo o estudo, acontece com mais incidência ao nível da participação social, do acesso aos serviços de apoio e do acesso e participação no mercado de trabalho.

"No domínio da participação social, as experiências de segregação e isolamento identificadas decorrem essencialmente da inacessibilidade ao meio edificado, aos sistemas de transporte e aos sistemas de comunicação", lê-se no documento.

"Apesar da existência em Portugal de um quadro normativo regulador e promotor das condições de acessibilidade ao meio e aos mecanismos de informação e comunicação, as pessoas com deficiência são frequentemente colocadas em situações de discriminação e marginalização pela falta de acessibilidade", acrescenta.

Aponta, por outro lado, que a garantia de acessibilidade está "comprometida" pelas medidas de austeridade, sublinhando que a falta de apoios para a concretização de uma vida independente representa outro "significativo constrangimento".

Diz mesmo que, nesta matéria, as opções oferecidas pelo Estado português são "insuficientes", quer pelo "valor irrisório do subsídio", quer pela "insipiência e fraca cobertura dos serviços de apoio domiciliário".

Alerta que esta questão assume particular relevância face "à situação de pobreza em que vive grande parte da população com deficiência em Portugal" e denuncia o "processo extremamente difícil, burocrático e longo" em matéria de tecnologias de apoio.

Outra constatação deste estudo é o facto de as pessoas com deficiência terem um "grande desconhecimento sobre os seus direitos e sobre as formas de os acionar".

Apesar das restrições orçamentais e de, com isso, a execução total da Estratégia Nacional para a Deficiência (ENDEF) poder estar comprometida, os investigadores sugerem a nomeação de um organismo independente que fiscalize a implementação da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência.

Propõem a introdução do voto eletrónico, a revisão da legislação relativa aos regimes de interdição e inabilitação, a recolha de dados estatísticos e a revisão da legislação sobre a educação das pessoas com deficiência, nomeadamente os critérios de utilização da Classificação Internacional de Funcionalidade.

Fonte: Noticias ao Minuto

ONU pede fim das barreiras para pessoas com deficiência

O secretário-geral das Nações Unidas apelou aos Governos, membros da ONU, empresas e sociedade civil para que quebrem barreiras e dêem oportunidades a todas as pessoas com deficiência.

«Juntos vamos construir uma sociedade inclusiva para todos», diz Ban Ki-Moon numa mensagem alusiva ao Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, que se assinala na terça-feira, este ano sob o lema «Quebrar barreiras, abrir portas: por uma sociedade e desenvolvimento inclusivo para todos».

Na mensagem o secretário-geral lembra que mais de mil milhões de pessoas vivem com alguma deficiência e diz que é necessário eliminar «todas as barreiras que afetam a inclusão e a participação de pessoas com deficiência na sociedade, incluindo mudanças de atitudes que incentivam o estigma e a institucionalização da discriminação».

Ban Ki-Moon lembra ainda que na última reunião da Assembleia Geral sobre Deficiência e Desenvolvimento (em setembro) os Estados membros discutiram as formas como a exclusão afeta os deficientes mas também a sociedade como um todo.

E diz que esses Estados se comprometeram de novo a pugnar pelo desenvolvimento inclusivo da deficiência.

«A ONU continuará a apoiar estes esforços. Necessitamos de trabalhar mais para garantir que há infraestruturas e serviços de apoio ao desenvolvimento inclusivo, equitativo e sustentável para todos», diz a mensagem.

Ban Ki-Moon recordou que foi inaugurado o Centro de Acessibilidade da ONU, na sede da organização, e apelou à restante organização das Nações Unidas e aos parceiros para que sigam a mesma orientação.

Fonte: TVI24

Adaptações para a pessoa com deficiência física na piscina

Acreditamos que por mais que se pense na deficiência, por mais que se seja “simpatizante”, como amigo ou profissional da área, só se percebe realmente o quanto uma deficiência pode ser limitante quando olhamos para as atividades mais simples, mais comuns…..
Ao pesquisar tecnologias assistivas que facilitem o quotidiano de pessoas com deficiência, encontramos em um blog de uma mãe (arearrangedlife.com) um post que chamou atenção: a busca dela pela melhor tecnologia assistiva (afinal, é assim que chamamos “qualquer coisa” – dispositivo, adaptação, etc – que ajude uma tarefa a ser realizada) para seu filho tetraplégico “estar na piscina”, “desfrutar da água” em momentos de lazer. Pois é, uma atividade “simples”: ficar na piscina, boiar.

Pensando nas mães, nos terapeutas, nos amigos que também querem dar esse prazer aos que por uma deficiência física não aproveitam a piscina em sua plenitude, vamos mostrar para vocês algumas possíveis adaptações, pesquisadas, experimentadas e apresentadas por essa mãe.


Uma coisa importante a ser considerada é: os produtos que não funcionaram com Miriam (a mãe) não são produtos ruins, eles simplesmente não serviram para o caso específico do filho dela. Pode ser que funcione para você!

Outra questão é: as tecnologias pesquisadas foram encontradas em site do exterior (veja no fim do post), mas isso não quer dizer que você não encontre em seu país, procure!! (ah, e se achar, nos conte!).

Fonte: Reab

Yupii! Nosso amigo Martinho Horta livrou-se da sua escara

Aos 14 de Novembro de 2013, no dia quinta-feira da semana transacta, fui como seria habitual após operatório à consulta, até o cirurgião operador dar alta.

Assim aconteceu, fui visto pelo drº Cruz Ferreira e ordenou para retirar o devido penso, e fazer tratamento com creme gordo ou até mesmo Nivea, até parece que tenho um traseiro (para-choques) que agora precise de embelezamento.

Falamos um pouco sobre a mesma escara (ulcera de pressão) e a opinião do cirurgião foi que de facto a lasca de osso, talvez proveniente da bacia causado por uma pancada mais forte no rebordo da cadeira, e que a mesma por ali andava a subir, porque nem descia nem era rejeitada pelo organismo do corpo, seria a causa primordial da situação que se arrastou por dois anos, não tinha causas nem razões aparentes para não sarar com normalidade, não sendo eu diabético e ser robusto e saudável.

Daí eu recomendo vivamente aos meus queridos amigos e seguidores que usem almofadas convenientes e terem o maior cuidado nas transferências, e consequentemente tenham o maior cuidado quando elas aparecem como simples borbulha, muito descanso e façam ladex - ventrex.

Assim, após o calvário de praticamente de dois anos, eis que fico contente por estar de novo com o problema resolvido, e agora vou estar mais atento para que situação não volte apoquentar-me, pois é doloroso este período pelo qual passei e não desejo ao meu pior inimigo, dado que além de ser penoso é de um mau estar e sofrimento brutal.

Agora, quero aproveitar esta publicação para agradecer a todos os que manifestaram seus apoios escritos e falados, bem como aos que de perto me seguiram com apoios extras, teve três pessoas que manifestamente foram fabulásticas na minha recuperação, para vós ANJOS, MEU MAIOR AGRADECIMENTO.

Mais informação: As Rodinhas

Cultur' friends: organização destinada ao apoio e serviços culturais e turísticos para pessoas de mobilidade reduzida

É uma organização destinada ao apoio e serviços culturais e turísticos para pessoas de mobilidade reduzida, e seus acompanhantes.
Os nossos serviços e objectivos:

- Serviço de Rent a Car especializado para o transporte de pessoas com mobilidade reduzida-
- Aluguer de Cadeiras de Rodas Eléctricas, Scooters eléctricas; acompanhantes especializados;
- Parcerias com a indústria hoteleira e de restauração:
- Organização de viagens e eventos que promovam o direito ao lazer e a cultura deste sector da população;
- Trabalhar para uma eficaz implementação da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência da ONU e Plano de Ação a favor das Pessoa com Deficiência 2006 – 2015 da União Europeia, que visa proporcionar melhores condições de acessibilidades e dignidade a todos aqueles que têm a sua mobilidade reduzida.

Piercing na boca permite controlar cadeiras de rodas e computadores

Uma equipa de cientistas do Instituto de Tecnologia da Geórgia, nos Estados Unidos, criou um «piercing» corporal magnético que permite controlar cadeiras de rodas e computadores através de um movimento com a língua. Os investigadores acreditam que a nova técnica pode transformar a maneira como as pessoas interagem com o mundo depois da paralisia, noticia a BBC.

Os tetraplégicos já possuíam diversas opções hoje em dia, inclusive a tecnologia «inspire e expire», utlizada pelo ator norte-americano Christopher Reeve antes de ter falecido em 2004, na qual a cadeira de rodas é manobrada pelo ato de se respirar dentro de um tubo. Mas Maysam Ghovanloo, professor assistente de engenharia de computadores no Instituto de Tecnologia da Geórgia, queria criar uma tecnologia que fosse mais agradável esteticamente, sem tubos a obscurecer o rosto, e mais intuitiva para os utilizadores, que proporcionasse melhor controlo e maior flexibilidade.

Depois de ter trabalhado durante mais ou menos cinco anos no sistema de controlo de cadeiras de rodas pela língua, Ghovanloo realizou os testes clínicos em conjunto com a Northwestern, o Instituto de Reabilitação de Chicago e o Centro Shepherd, em Atlanta. Os resultados aparecem agora publicados no jornal «Science Translational Medicine».

Para conduzir a cadeira de rodas, o paciente tem que usar um capacete com sensores que captam o sinal magnético do «piercing». Mover a língua para o canto superior esquerdo da boca, por exemplo, faz com que a cadeira se mova para a frente. Um toque em cada dente, outro exemplo, pode sinalizar um tipo diferente de comando, de ligar a televisão, atender o telefone ou abrir a porta.

Em declarações à BBC, Maysam Ghovanloo explica que decidiu usar a língua porque queria tirar vantagem de algumas das funções ainda existentes em pacientes severamente deficientes.

«A língua não se cansa com facilidade e geralmente não é afetada por uma lesão na espinhal medula porque está diretamente ligada ao cérebro através de um nervo craniano», explica.


Fonte: TVI 24