terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Dicas de tetraplégicos sobre infeções urinárias

O amigo Sérgio Lopes dá-nos umas dicas para prevenção de infeções urinárias:
Olá. 
Gostava de partilhar aqui para quem estiver interessado e sofra de infecções urinárias. Casos como eu estamos sempre com infecção, o que não quer dizer que se tenha sempre que tomar antibiótico porque a bactéria na maioria dos casos apenas se encontra na bexiga. Só devemos tomar antibiótico quando se justifica no caso de febres ou que a bactéria ''suba'' aos rins. Mesmo que não se queira tomar antibióticos à sempre o incomodo do odor na urina ou a urina algo expessa. Pois eu tomo diariamente um comprimido de arando vermelho (cranberry) e quando estou mais afectado, odor etc, tomo o Cystone. 

O Cystone é um comprimido ayuvédrico e deixo aqui uma dos sites que encontrei onde se pode adquirir ou tirar dúvidas e mais barato. Quem me aconselhou a tomar foi o meu acupuntor e à mais de dois anos que tomo de forma em SOS e apenas tomei antibiótico uma vez. Sou acompanhado pelo urologista de 2 em 2 meses e ele aprova as minhas análises e, como disse antes, a bactéria que se encontra é sempre na bexiga e apenas quando se faz febre é que se deve atacar com antibiótico recomendado. 

O cystone é recomendado a tomar uma vez por dia, pois casos como nós em que estamos permanentemente com infecções, mais tarde ou mais cedo nada nos fará enfeito. sendo assim eu tomo 2 ou até 3 por dia durante 3 dias e logo no primeiro dia se nota na cor e cheiro da urina. Não estou a vender produto nenhum apenas a partilhar experiência. 
Este é o site que encomendo por ser mais barato e rápido. Quanto ao cranberry podem encontrar no ''Celeiro'' da Solgar ou aqui neste site também tem mais barato e com mais percentagem de arando e de outras marcas. https://www.prozis.com/pt/pt/himalaya/cystone-100-tabs…

Outras partilhas:

José Magalhães Reis: Arando vermelho é bom para prevenção, apenas. Para tratar a infeção, não serve, para além do chá de pé de cereja e barbas de milho, tomo, diariamente uma cápsula Furadantina MC 100 mg. Não posso dizer que ando mal. Quando me sinto mais atacado, durante 10 dias, tomo o Furadantina de 6 em 6 horas. Mas, nestes dois anos, julgo que fiz esta toma "apenas" duas vezes.

Tó Silva: José, também tomo. Desde que comecei a tomar fiquei muito melhor. Mas tomar o arando não faz mal nenhum.

Minhava Da Cunha Hugo: Clear U o medicamento natural à base de arando que trata este problema das infecções da bexiga de forma rápida.

Paulo Faria: e também descobri sumo de arando, vou experimentar

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Greve de fome. Como tudo começou e aconteceu

Agora que comuniquei o inicio de mais uma batalha pelo direito a uma Vida Independente, neste caso o reinicio da greve de fome, deixo um resumo de como tudo começou e aconteceu em 2013:

 - Comunicação da greve de fome para 7 de Outubro de 2013 http://tetraplegicos.blogspot.pt/2013/10/greve-de-fome-pelo-direito-uma-vida.html




- O endereço eletrónico disponibilizado pelo Governo para recolha de contributos para elaboração da suposta Lei sobre Vida Independente http://tetraplegicos.blogspot.pt/2013/10/participe-na-elaboracao-legislacao-vida.html





Um ano depois como nada tinha sido feito, voltei à luta, desta vez realizando uma viagem em cadeira de rodas até a Lisboa

- Comunicação da viagem para 23 de setembro de 2014  http://tetraplegicos.blogspot.pt/2014/08/concavada-lisboa-em-cadeira-de-rodas.html








Minhas últimas entrevistas à comunicação social 






Porquê a greve de fome


 Ao contrário do Estado a Câmara Municipal de Lisboa ouviu nossos apelos e põs mãos à obra

- Realizou uma conferência internacional sobre Vida Independente em Lisboa

- Criou um projecto-piloto sobre Vida Independente

Comunicação do reinicio da greve de fome 

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Vida Independente para pessoas com deficiência em Lisboa

Na minha crónica no jornal Abarca, apresento o projecto-piloto VI da CML

Foi com muito prazer que estive presente no lançamento do Projecto-pilotode Vida Independente apresentado na Câmara Municipal de Lisboa (CML) pelo vereador dos Direitos Sociais, João Carlos Afonso, e cuja finalidade é contribuir activamente para a introdução da Vida Independente em Portugal, criando uma base de conhecimento activo para que mais tarde se possa implementar um modelo de Vida Independente em todo o país. Não esquecer que Vida Independente é uma abordagem consagrada na Convenção Internacional para os Direitos das Pessoas Com Deficiência, defendida pela União Europeia e prevista na Estratégia Nacional para a Deficiência.

O Movimento Vida Independente (designação do movimento internacional de direitos civis de pessoas com deficiência), exige o mesmo grau de autodeterminação, de liberdade de escolha e de controlo sobre a vida quotidiana de todos. Isto inclui a oportunidade de fazer escolhas sobre onde morar, com quem viver e como viver e permite a contratação de um assistente pessoal em detrimento de uma institucionalização. Ou seja, em vez do internamento em instituições, a CML quer criar condições para que as pessoas dependentes de terceiros possam ter mais apoio nas suas próprias residências, apoiando-as financeiramente permitindo-lhes desse modo contratar um assistente pessoal que possa ser as suas pernas e seus braços.

 Sendo um dos pressupostos do projecto a autonomização de pessoas com deficiência, para as pessoas que desejem ser desistitucionalizadas o pelouro da Habitação e Desenvolvimento Local da CML irá constituir uma bolsa de fogos municipais, para utilização transitória, a vigorar durante o prazo de execução do projecto-piloto.

Todo o projecto será gerido por pessoas com deficiência, sendo criado para esse efeito um Centro de Vida Independente (CVI), que será a entidade que irá gerir o referido projecto-piloto. Caso tenha uma deficiência e esteja interessado(a) em fazer parte do CVI, pode contactar a CML através do e-mail – vida.independente@cm-lisboa.pt Informa-se também que este projecto só abrangerá os residentes no concelho de Lisboa.

Não tem sido fácil a minha luta pelo direito a uma Vida Independente, por isso é com muita emoção que vejo nascer este projecto. Um projecto no qual acredito, e acarinho, principalmente por ser gerido por e para pessoas com deficiência (nada sobre nós, sem nós), mas também por ser coordenado por um querido amigo, o arquitecto Jorge Falcato Simões e ser um projecto da responsabilidade do vereador João Afonso (Pelouro dos Direitos Sociais), que já me deu provas do quanto o assunto deficiência o sensibiliza. Só lamento não ser um Projecto da responsabilidade do Governo e a nível nacional, como me foi prometido em 2013 pelo senhor Secretário de Estado da Solidariedade Emprego e Segurança Social, Agostinho Branquinho, promessa não esquecida por mim, daí tencionar voltar brevemente à greve de fome interrompida na altura.

Mais informações no documento “Bases para um Projecto-piloto de Vida Independente” http://lisboasolidaria.cm-lisboa.pt/documentos/1417640886B6fKJ4zf3Mp69UO4.pdf


Fonte e mais informação: SCML

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Voltarei à greve de fome: Dignidade ou morte

A minha luta pelo direito a uma Vida Independente teve inicio com a greve de fome que levei a cabo, em frente à Assembleia da República, no dia 07 de Outubro de 2013, suspendi-a porque na altura me foi prometido pelo Sr Secretário de Estado Agostinho Branquinho, que as minhas reivindicações iriam ser aceites, e que o Governo iria dar início ao processo legislativo sobre Vida Independente com a finalidade de fomentar a autonomia das pessoas com deficiência, e por fim à política de institucionalização compulsiva como única alternativa existente no nosso país, levando ao nosso desenraizamento social e afectivo, mas como um ano depois nada tinha sido feito, no dia 23 de Setembro de 2014 resolvi realizar uma viagem de 180 km em cadeira de rodas, (Concavada a Lisboa) com a finalidade de entregar no Ministério da Solidariedade, Emprego e Segurança Social uma carta aberta (comunicado abaixo) onde relembro o Sr Secretário de Estado sobre o prometido e não cumprido e exijo respostas, como não obtive nenhuma resposta até ao momento, a não ser o conhecido comunicado publicado no site do Governo no dia do inicio da minha viagem, não me resta outra alternativa que não seja reiniciar a greve de fome interrompida em Outubro de 2013, e é isso que irá acontecer em breve..

Carta aberta/ultimato entregue no Ministério da Solidariedade, Emprego e Segurança Social, na minha chegada a Lisboa, no dia 25 de Setembro, após 3 dias de viagem em cadeira de rodas.

Exmo Sr. Secretário de Estado da Solidariedade, Emprego e Segurança Social, Agostinho Branquinho.

Como deve estar recordado, há quase um ano, anunciei que iria entrar em greve de fome até ter garantias que iria ser iniciado um processo legislativo que garantisse uma Vida Independente às pessoas com deficiência que, tal como eu, necessitam de apoio para cumprir as tarefas do dia-a-dia.

Por proposta sua, reuni consigo, estando presentes também representantes do Movimento (d)Eficientes Indignados (MDI). Nessa reunião explicámos o conceito de Vida Independente. Sublinhámos os pontos que consideramos indispensáveis para desenvolver uma política que promova a autonomia e o direito a uma vida digna fora das instituições, tais como o pagamento directo às pessoas com deficiência da quantia necessária à contratação dos assistentes pessoais e a liberdade na escolha da pessoa que presta assistência.

Defendemos uma política em que a pessoa com deficiência seja dona sua própria vida, com a possibilidade de decidir onde, como e com quem viver. Uma política que inverta a tendência institucionalizadora seguida até aos dias de hoje pelos sucessivos governos.

Não estamos sozinhos nesta pretensão. A Convenção Internacional dos Direitos das Pessoas com Deficiência, ratificada por Portugal, é clara na recomendação da implementação da Vida Independente. E, como sabe, esta é também uma orientação da Comunidade Europeia para a aplicação dos fundos do próximo quadro comunitário de apoio.

Após a referida reunião, interrompi a greve de fome que estava disposto a prosseguir até às últimas consequências, porque Vexa me garantiu que o processo de redacção de uma lei de Vida Independente/Assistência Pessoal começaria no final de Janeiro, com a participação do MDI e demais representantes da comunidade das pessoas com deficiência.

“Nada sobre nós sem nós”, velho slogan que continuo a reafirmar.

Em Janeiro de 2014, nem uma reunião que estava prevista para a primeira semana teve lugar. Teve de ser o MDI a solicitá-la e ocorreu apenas a 27 de Fevereiro. Nessa reunião assisti a uma alteração de posições da Secretaria de Estado. Fomos informados, numa clara violação dos compromissos assumidos, que nada mais passaria pela colaboração com MDI e que já estava decidido apenas promover a formação de Assistentes Pessoais sem que tivéssemos sequer sido informados dos conteúdos dessa formação. A Secretaria de Estado revelou a sua incapacidade para colaborar com as organizações de pessoas com deficiência, impondo a sua vontade, não aceitando nem propostas nem críticas às suas decisões.

O conceito de Vida Independente foi resultado de muitos anos de luta pelo direito a viver de uma forma digna. Foi uma conquista das pessoas com deficiência. Não é admissível que a implementação de uma política de Vida Independente seja feita contra ou ignorando a Comunidade de pessoas com deficiência. Muito menos num País democrático.

Está em causa em o direito à autodeterminação de cidadãos portugueses.

Está em causa acabar com o internamento compulsivo de milhares de portugueses, fechados contra a sua vontade em lares para idosos ou outras instituições residenciais.

Sejamos sérios: Estas instituições recebem por pessoa internada 950 euros mensais. Pagos pelo Estado. Recebem ainda até 85% do rendimento da pessoa internada. Todos os estudos existentes demonstram que a Vida Independente sai mais barata ao Estado, gera mais emprego, e aumenta a satisfação e qualidade de vida dos utentes.

A quem interessa manter esta situação? Haja coragem de enfrentar estes interesses.

Somos contribuintes. O Governo pode usar o nosso dinheiro para nos encarcerar, mas não pode usá-lo para nos dar independência e uma vida digna? Que interesses está a proteger?

Sabemos que uma mudança desta envergadura precisa de tempo. Mas essa é mais uma razão para não estarmos parados. Temos que dar passos concretos.

Tenho o direito de exigir:

1. Um projecto-piloto de Vida Independente, à escala nacional, que abranja pelo menos 100 pessoas com necessidade de assistência pessoal, a entrar em funcionamento no prazo máximo de 6 meses.

2. Constituição no prazo de um mês de um grupo de trabalho constituído por mim, o MDI e outros representantes da Comunidade de pessoas com deficiência para definir os detalhes necessários à concretização deste projecto-piloto.

Isto parece-lhe pedir muito? Acha difícil? Acha demais? A mim não me parece. Especialmente considerando que acabei de fazer 180 km numa cadeira de rodas, pondo em risco a minha vida para lhe entregar esta carta.

Caso isto não seja cumprido, farei mais. E sei que seremos muitos mais a fazer muito mais.

Atentamente
Eduardo Jorge

PS: A partir deste momento e até ao inicio da minha greve de fome, este espaço passará a dar prioridade ao assunto, ou seja, servirá para vos dar conta de todos os passos sobre o reinicio da greve de fome, que acontecerá em data a anunciar brevemente.

No lado direito, em “Mais Noticias”, poderá aceder a outras notícias.

Benefícios Fiscais para pessoas com deficiência

A lei prevê alguns benefícios fiscais para as pessoas que apresentem um grau de incapacidade permanenteigual ou superior a 60%, em sede de Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (IRS), Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) e Imposto Único de Circulação (IUC), entre outros. O tipo e percentagem de deficiência são fixados nos termos definidos na Tabela Nacional de Incapacidades em vigor à data da sua determinação pela respectiva junta médica.

Com o objectivo de minorar as despesas que essas pessoas têm, em resultado da sua deficiência, no que concerne ao IRS, as pessoas com deficiência podem beneficiar da exclusão de tributação dos rendimentos da Categoria A, B e H de IRS, sendo excluído de tributação o montante correspondente a 10% do rendimento bruto proveniente do trabalho dependente (Categoria A), de actividades empresariais e profissionais, a que correspondem, por exemplo, os apelidados “recibos verdes” (Categoria B), e pensões (Categoria H). O limite máximo da dedução para cada sujeito passivo é de € 2.500,00, por categoria de rendimentos.

Os subsídios atribuídos para a manutenção do sujeito passivo com deficiência, assim como os montantes associados à cobertura de despesas extraordinárias relativas à saúde e educação são excluídos de IRS. Também não incide IRS sobre os referidos montantes, desde que pagos ou atribuídos pelos Centros Regionais da Segurança Social e pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, ou pelas instituições particulares de solidariedade social em articulação com aqueles, no âmbito da prestação de acção social de acolhimento familiar e de apoio a idosos, pessoas com deficiências, crianças e jovens.

No que diz respeito a deduções à colecta do IRS, são dedutíveis os seguintes montantes máximos: € 1.900,00, por cada sujeito passivo com deficiência; € 2.375,00, por cada deficiente das Forças Armadas; € 712,50, por cada dependente ou ascendente com deficiência; € 1.900,00, a título de despesas para acompanhamento, nos casos em que o sujeito passivo ou o dependente tenham um grau de invalidez permanente igual ou superior a 90%; 30% das despesas efectuadas com a educação e a reabilitação do sujeito passivo e 25% da totalidade dos prémios de seguros de vida ou contribuições pagas a associações mutualistas que garantam exclusivamente os riscos de morte, invalidez ou reforma por velhice. Neste caso, a dedução dos prémios ou contribuições não pode exceder 15% da colecta de IRS, quando os pagamentos sejam efectuados a associações mutualistas; 25% dos encargos com lares e residências autónomas de que beneficiem o sujeito passivo, os seus dependentes, ascendentes e colaterais até ao 3.º grau que não possuam rendimentos superiores à retribuição mínima mensal, com o limite de € 403,75.

Quanto ao IVA, encontram-se isentas deste imposto as importações e transmissões de triciclos, cadeiras de rodas, com ou sem motor, e automóveis ligeiros de passageiros, ou mistos, para uso próprio das pessoas com deficiência, de acordo com os condicionalismos previstos no Código do ISV (imposto sobre veículos). No entanto, estão sujeitas a IVA, mas à taxa reduzida de 6% no Continente, ou de 5% na Região Autónoma da Madeira e dos Açores aquisição de utensílios e quaisquer aparelhos ou objectos especificamente concebidos para utilização por pessoas com deficiência, desde que constem de uma lista aprovada por despacho conjunto dos Ministros das Finanças, da Solidariedade e Segurança Social e da Saúde; a aquisição, manutenção ou reparação de aparelhos ortopédicos, cintas médicocirúrgicas e meias medicinais, cadeiras de rodas e veículos semelhantes, accionados manualmente ou por motor; as prestações de serviços de assistência domiciliária a deficientes.

A isenção do imposto único de circulação incide sobre alguns tipos de veículos de passageiros e mistos das Categorias A e B, bem como a motociclos, ciclomotores, triciclos e quadriciclos da Categoria E. Esta isenção só pode ser usufruída, por cada beneficiário, em relação a um veículo em cada ano.

Fonte: As Beiras

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Masturbação gratuita para pessoas com deficiência

Uma ONG em Taiwan está dando o que falar. Isso porque a organização chamada "Mãos de Anjo" oferece masturbação gratuita para pessoas que não conseguem fazer o isso sozinhos devido a alguma deficiência.

A organização avalia o nível de deficiência de seus clientes e os levam para motéis, onde conduzem o serviço usando luvas de látex. Vincent, fundador da iniciativa, que tem as pernas atrofiadas por causa da poliomielite, disse que o sexo é algo fora do cardápio para pessoas com deficiência. “No entanto, nós compartilhamos as mesmas necessidades físicas e emocionais de qualquer outra pessoa, portanto, devemos ter o direito de persegui-las”, explicou.

Andy, um dos beneficiados da ONG, disse que o serviço mudou sua vida já que sofre com distrofia muscular. "Eu não posso dizer aos meus pais que eu também tenho desejos sexuais. O cuidado da minha família coloca muita pressão sobre mim e me sabota de relacionamentos românticos normais. Já neste processo, não me senti como alvo de piedade e todo o desenrolar foi cheio de respeito e igualdade", contou.

Fonte: Turismo Adaptado

Candidaturas Abertas - Ação Qualidade de Vida 2015 da Associação Salvador


O período de candidaturas para a Ação Qualidade de Vida 2015 decorre até dia 31 de março, através de formulário online.

A Ação Qualidade de Vida é um processo de candidatura anual, criado pela Associação Salvador, em 2008, para atribuir apoios diretos e pontuais a pessoas com deficiência motora e comprovada falta de recursos financeiros. Este ano, há 4 categorias de apoios:
Desporto - incentivar a prática desportiva para uma vida mais ativa
Formação - aumentar competências e conhecimento para uma melhor integração
Criação do próprio negócio - estimular o empreendedorismo para uma maior autonomia
Obras em casa - eliminar barreiras para uma vida com dignidade

Alcance os seus projetos de vida, objetivos e ambições. ESTE PODE SER O SEU ANO!

Candidaturas área:
 Desporto
Formação

Disability Rights Promotion International (DRPI) tem novo site

A Disability Rights Promotion International (DRPI) lançou recentemente a sua nova página na internet com novidades no design da página, na acessibilidade aos conteúdos e na integração das redes sociais e outras ferramentas de comunicação.
A DRPI é um projeto colaborativo que pretende estabelecer um sistema internacional, abrangente e sustentável, com o intuito de monitorizar os direitos humanos das pessoas com deficiência.

Em Portugal, a implementação do DRPI teve início em outubro de 2010, através de um estudo piloto, promovido pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade Técnica de Lisboa (ISCSP-UTLisboa), a Fundação Calouste Gulbenkian e o Instituto Nacional para a Reabilitação, I.P., entidades que desenvolveram o primeiro projeto de monitorização dos direitos das pessoas com deficiência em Portugal.

Para saber mais, consulte: Disability Rights Promotion International - http://drpi.research.yorku.ca/

A Deficiência e a Maternidade

Nossa sociedade ainda tem uma visão da pessoa com deficiência como um ser assexuado, infeliz e preso à suas dificuldades. Embora nos últimos anos tenha se falado muito a respeito de pessoas com deficiência, suas limitações e principalmente seus potenciais, falta informação para termos uma sociedade menos preconceituosa. Em geral as pessoas com deficiência tem vida sexual ativa ou podem tê-la; as mulheres cadeirantes não têm alterações férteis em função da deficiência quando ela é causada por uma lesão medular.

Sabe-se que preferencialmente tudo deve ser pensado e repensado na hora de planejar um filho, isso independente de ter uma deficiência ou não, ser mãe exige muita dedicação e apesar de ser algo único, realizador e maravilhoso, dá trabalho! A gestação de uma mulher cadeirante deve ser acompanhada preferencialmente por um obstetra especializado em alto risco, não por ser uma gravidez perigosa, mas por exigir cuidados específicos com as questões urinárias e circulatórias. Por isso é interessante que tudo seja bem planejado, até porque nem todos os medicamentos usados nos cuidados diários de um cadeirante podem ser tomados durante uma gestação.

Existem muitos casos de mulheres cadeirantes que se tornaram mães no Brasil, uma leitura interessante para quem tem interesse pelo assunto é o livro “Maria de Rodas” - Delícias e desafios na maternidade de mulheres cadeirantes que conta a história de várias mulheres que se tornaram mães depois da deficiência. Aprender pela experiência de outras pessoas que tem nossas mesmas dificuldades, nos faz ver que é possível ter uma família, trabalhar, casar, ter filhos e levar uma vida feliz e com qualidade.
Não posso deixar de comentar aqui a minha experiência como mãe tetraplégica que sou; tive a sorte de encontrar médicos abertos ao diálogo, os quais sugeriam ter minha filha de parto normal, uma prática pouco usada no nosso país. A grande maioria das mulheres tem seus filhos por cesárea e com anestesia geral e dessa forma não vêem seus filhos nascer. Nunca me esquecerei da frase que disse meu anestesista: – Eu não me conformo em tu não veres tua filha nascer! E foi realmente um momento inesquecível, bem pensado e planejado para que eu pudesse receber minha filha como toda mãe quer e imagina.

É indispensável lembrar que a maternidade exige também uma boa preparação psicológica e prática; dependo do nível de dependência da futura mamãe, ela terá que saber que muitas coisas serão difíceis de fazer e outras talvez ela nem possa ou conseguirá, no entanto, isso não muda a relação mãe e filho, nem a prejudica, muito pelo contrário, as crianças tem uma naturalidade incrível para lidar com as diferenças, muito mais que os adultos, e desta forma elas amam suas mães do jeito que elas são; sem preconceito! Independentemente é importante pensar em adaptações, apoio de outras pessoas para que as dificuldades não sejam um empecilho para curtir o bebê e aproveitar cada etapa do desenvolvimento dele.
Por não ter o movimento das mãos e somente parcial nos braços, meu marido foi a pessoa que trocou as fraldas, deu o banho e que sempre levantou a noite durante estes três anos de nossa linda Manu, porém isso não mudou em nada nossa relação e cumplicidade. Ela sabe aquilo que a mamãe pode ou não pode fazer, e não faz disso um problema, pelo contrário quer ajudar e esta sempre atenta àquilo que eu possa precisar. Tem sido uma experiência incrível, cheia de descobertas e de muito amor!

Fonte: Cadeirantes Life

sábado, 7 de fevereiro de 2015

Viagem à Serra Nevada: Inscrições abertas

A Associação Salvador vai organizar uma viagem à Serra Nevada, onde será possível desfrutar de momentos únicos de convívio e de ski adaptado!

Programa:
16 de Março - Viagem Lisboa - Serra Nevada (em autocarro adaptado)
17 a 19 de Março - Aulas de ski adaptado com 1 monitor para cada participante (horário: 10h às 13h); almoço (por conta do próprio) + tarde livre
20 de Março - Viagem Serra Nevada - Lisboa (em autocarro adaptado)

O alojamento será no hotel Telecabina em regime de meia pensão (pequeno almoço e jantar incluído).


Os valores para participação nesta viagem são os seguintes:
Pessoas com deficiência com aulas particulares (3 horas por dia x 3 dias) - 640€ (neste valor já está considerado uma compartição por parte da Associação Salvador)
Pessoas sem deficiência com aulas de grupo (3 horas por dia x 3 dias) - 620€
Pessoas com e sem deficiência sem aulas de ski - 400€
Caso esteja interessado em participar, pedimos por favor que preencha o seguinte formulário de inscrição, até ao próximo dia 19 de Fevereiro. As vagas são limitadas a 26 pessoas.

Na seleção dos participantes daremos prioridade:
1) Pessoas com deficiência motora;
2) Pessoas que pretendam fazer ski;
3) Pessoas que nunca participaram em eventos da Associação Salvador;
4) Amigos da Associação Salvador;
5) Pessoas que se desloquem em cadeira de rodas;
6) Ordem de chegada das inscrições

Os participantes selecionados terão que nos enviar até dia 28 de fevereiro um atestado médico com a confirmação de que poderão realizar aulas de ski.

Se não tiver disponibilidade financeira para pagar a totalidade da viagem, não deixe de se inscrever e contacte-nos para tentarmos encontrar uma solução.

Melhores cumprimentos,
A Equipa da Associação Salvador

Associação Salvador
Avenida Fontes Pereira de Melo , 14 - 9º | 1050-121 Lisboa
Tel: 213 184 851 | info@associacaosalvador.com

Inaugurada a primeira escola de atletismo para crianças com deficiência em Portugal

Jorge Pina tinha um sonho, houve "um casamento" e ele concretizou-se. Foi inaugurada esta quinta-feira, em Lisboa, a primeira escola de atletismo do país para crianças com deficiência.

O treino, por enquanto, ainda mantém os miúdos longe da pista de atletismo. Nem dentro do estádio estão. Numa manhã fria, com sol escondido atrás de nuvens cerradas, estão sete crianças num mini-circuito de escadas, pontes e redes, suportado por árvores, no meio do Parque de Jogos 1.º de Maio, em Lisboa. Correm, saltam, falam, riem-se e, sobretudo, sorriem. Mas, ali mesmo ao lado, em pé, há quem sorria mais e faça questão de estar bem perto dos exercícios que os mais novos vão executando. Jorge Pina não o consegue evitar.

Porque a felicidade das crianças que ali estão, garante, é também a sua. “As reações são sempre boas. Noto uma felicidade enorme, talvez porque não estavam habituados a fazerem estas atividades fora da escola”, diz o atleta paralímpico, invisual, já depois de o treino passar para a pista de tartã à qual, para fechar a sessão, os miúdos dão umas voltas em corrida.

No dia em que Observador vai espreitar e assistir a um treino só lá estão sete. Mas nesta escola de atletismo adaptado — a primeira no país dirigida a crianças com deficiência, que foi esta quinta-feira oficialmente inaugurada –, estão inscritas “já perto de 170”. Chegar às duas centenas é o objetivo até ao final do ano.

Mas há outros, e mais importantes, explica Jorge Pina, de 39 anos. “Aqui têm uma oportunidade de experimentarem algo que, se calhar, nunca tinham experimentado. Há muito poucos jovens portadores de deficiência a praticarem atletismo”, lamenta, sem abrandar para apontar que, além do desporto, a escola também os quer ver a “crescer como pessoas” e a “descobrirem-se mais a eles próprios”. Tudo com a ajuda de três treinadores da Associação Jorge Pina.

A competição acabará por aparecer, sublinha, embora as medalhas e os troféus não estejam no topo da escada das prioridades. “Queremos dar-lhes formação para serem campeões na vida e em casa. Se conseguirmos formar atletas olímpicos e paralímpicos também é bom, mas primeiro temos de formar aqui homens para, lá fora, poderem ser campeões”, defende, sem hesitar por um segundo. Foi esta convicção, e “sonho”, que deixou vincada numa reunião com a Rexona, na qual convenceu os responsáveis da marca a juntarem-se ao antigo pugilista e, hoje, maratonista invisual.

Deste “casamento”, como Jorge lhe chama, e que já existia, nasceu a escola em maio de 2014. “A ideia foi do Jorge, não nossa. Nós sempre nos revimos completamente no projeto”, garante Francisco Leitão de Sousa, da Rexona, ao revelar que, por ano, a escola representa um investimento a rondar os 100 mil euros, suportados na totalidade pela empresa. “Vamos chegar a um ponto em que nos vão faltar mais pólos. Só estamos neste momento em Lisboa, mas a ambição é partirmos para outros pontos do país, claramente”, indica.

Aos poucos, acredita Jorge Pina, antigo pugilista e maratonista invisual — participou nos Jogos Paralímpicos de 2012, em Londres — o projeto vai chegar a mais crianças. Além de algumas parcerias que já existem com escolas, o objetivo “também é ir aos centros de reabilitação, onde chegam pessoas com deficiência”. A “lacuna” que ainda existe, admite, é o transporte e as rodas que levam “os miúdos” à escola, ou a escola até aos miúdos.

Este ano, o primeiro, “será de aprendizagem” e de perseguição ao cenário que Jorge Pina deseja, em breve, ter a rodeá-lo: “Termos isto cheio de crianças a correrem e nós sem espaço para podermos andar.”

Veja a reportagem em VIDEO no Observador

Alunos com necessidades especiais: transição para que futuro?

Émile Souvestre escreveu em 1845 um livro chamado Le Monde tel qu’il sera, que foi “acomodado ao português” por Sebastião Ribeiro de Sá em 1860. Esta saborosa obra pode ser obtida numa edição atual (2006) coordenada por Fátima Vieira e editada pelas edições Quasi. Este livro, à semelhança de muitos que ao longo da história foram escritos com a ambição de prever e de profetizar o futuro, é muito curioso mais não seja pelo caminho tão equivocado que segue. Por exemplo a eletrónica, a forma como circula a informação hoje, estão completamente ausentes das elucubrações mais audazes deste escritor e o mundo do futuro automatiza-se através de cabos acionados por motores elétricos.

Parece que não somos muito eficazes nas predições do futuro e temos assistido a sucessivos e espetaculares falhanços em o adivinhar mesmo a curto prazo. Talvez o nosso presente nos absorva e aculture de forma tão intensa que não conseguimos imaginar o futuro fora desta visão estrita em que vivemos. Podemos imaginá-lo melhor mas não diferente. Perante esta consolidada incapacidade de prever o futuro, cabe-nos, tão só, antecipar os movimentos do futuro mais próximo moldando-o com as medidas que temos de tomar no presente.

Vem tudo isto a propósito de pensarmos as políticas que podem conduzir à construção de um melhor futuro para os alunos com Necessidades Educativas Especiais (NEE). Sabemos que a grande maioria destes alunos são educados em escolas regulares. São educados onde devem ser: na companhia dos seus colegas sem deficiência, ensinando-lhes umas coisas e aprendendo outras. Mas… o que se passa depois do 9.º ano de escolaridade?

O Governo publicou há alguns anos uma legislação imprudente (o conhecido 275 A) que anula esta interação entre alunos com e sem dificuldades e legisla no sentido de os alunos com NEE terem um horário de 25 horas das quais só cinco são para ser assistidas na escola regular (isto é, na escola onde estes alunos fizeram a sua escolaridade).

Não é nunca demais criticar esta medida que anula, com uma penada legislativa, todo o esforço que alunos, escola, famílias e comunidades foram fazendo para que os alunos com condições de deficiência fossem parte de uma comunidade que os conhecesse, aceitasse e valorizasse. Esta legislação ridiculariza os esforços de inclusão no momento mais exigente, isto é, quando a escolaridade se torna mais determinante para influenciar a vida adulta destes jovens. É como se de uma maneira muito “pragmática” se corrigisse um “desvio inclusivo” dizendo: “Agora sim, estes alunos vão para onde sempre deveriam ter estado: para uma escola especial”.

Não temos dúvida que o assunto implica soluções diversas e complexas. Aos erros anteriores, a legislação em vigor acrescenta um outro: quer responder à diversidade com… a homogeneidade. É irrealizável responder à multiplicidade de situações com soluções padronizadas: precisamos de pôr no terreno soluções diversas, personalizadas, flexíveis e sempre, sempre, com a maior possibilidade de os alunos com deficiência se manterem em contato, em interação e em interdependência com as comunidades a que pertencem. Abdicar da inclusão quando ela mais é precisa seria como construir uma casa, equipa-la, mobilá-la mas não construir o telhado.

Pensar o futuro dos jovens com condições de deficiência, pensar quais as formas com que se faz a transição de um meio escolar para um meio pós-escolar e pré-profissional tem de recrutar todos os ganhos que foram conseguidos ao longo da escolaridade. É nesta fase tão sensível e tão difícil (não é só para os jovens com NEE — é para todos…) que é mais importante ter sentido de pertença a uma comunidade que, mesmo que seja por vezes pouco visível, está presente na possibilidade de concretização dos sonhos e no encorajamento da superação que o trabalho em interação implica.

É certo que, como Émile Souvestre, temos dificuldade em imaginar o futuro. Mas temos que nos assegurar no presente que o que estamos a oferecer a estes jovens é digno do esforço que eles, as escolas, as famílias e as comunidades fizeram. Não se pode menosprezar todo o trabalho que, de forma interligada e interdependente, foi feito para que eles possam ter uma vida produtiva e feliz. Por isso é tão importante que sejamos mais perspicazes a imaginar as avenidas por onde caminhará o futuro destes jovens. Vamos “fazer o que já devia ter sido feito”: revogar o 275 A.

Autoria: David Rodrigues Professor universitário e membro do Conselho Consultivo da Sociedade Portuguesa de Ciências da Educação.

Fonte: Público

Válvulas Passy Muir para traqueostomia

As válvulas de fala e deglutição PMV destinam-se a pacientes traqueostomizados, dependentes ou não do ventilador.  As PMV foram projetadas para eliminar a necessidade de oclusão da cânula de traqueostomia com o dedo do paciente, permitindo que este fale de forma forte e ininterrupta.

Características principais:
Leves e unidirecionais
Com um diagrama na posição de fechamento, “sem fugas” de ar
Conectam-se com todas as cânulas de 15 mm: adulto, pediátrico, neonatal
Modelos: fenestrada, não fenestrada, metal, sem cuff e com cuff
Podem ser colocadas 48/72 horas após a traqueostomia

Benefícios
Posição de fechamento “sem fugas” - restaura um sistema respiratório fechado e permite ao paciente criar uma pressão positiva nas vias aéreas sem necessidade de oclusão manual
Melhora a produção da fala
Melhora a deglutição e pode reduzir a aspiração
Facilita o manejo das secreções
Facilita o desmame
Acelera a decanulação
Melhora o olfato
Promove uma melhor higiene
Pode ser utilizada com um paciente em ventilação


Fonte: Anditec

Corrida solidária Wings for Life World Run em maio no Norte

A Wings for Life World Run, que tem como lema “correr por aqueles que não podem”, é uma corrida solidária, cuja verba das inscrições reverte na totalidade para a cura das lesões da espinal-medula. A corrida está agendada para 3 de maio e com partida às 12 horas no Porto poderá percorrer, para além da Invicta, mais seis cidades do Norte: Matosinhos, Vila Nova de Gaia, Espinho, Ovar, Aveiro e Murtosa.

A Wings for Life World Run decorre em simultâneo com outros 34 locais do Mundo, devendo juntar cerca de 150 mil pessoas. Sem uma distância definida ou uma chegada física, o vencedor é encontrado por um carro que funciona como meta, que vai partir 30 minutos depois dos corredores, apanhando-os até ao último homem e à última mulher, que serão coroados campeões.

O campeão mundial dos 110 metros barreiras em 1993 e 1999 e vice-campeão olímpico em 1988, Colin Jackson, é o diretor desportivo internacional desta prova, enquanto o ex-atleta paralímpico português Nuno Vitorino, entre outras personalidades portuguesas, são embaixadores da corrida em Portugal. Ambos destacaram, na cerimónia de apresentação da Wings for Life World Run que decorreu quinta-feira na câmara do Porto, a importância desta iniciativa para ser encontrada uma cura para as lesões da espinal-medula.

A inscrição para esta corrida solidária custa 25 euros. A Wings for Life World Run estreou-se em 2014 com 30 países, tendo sido angariados mais de três milhões de euros. A meta da organização é conseguir nos próximos anos 100 países e um milhão de corredores ao mesmo tempo em todo o mundo.

No ano passado, em Portugal, a anfitriã foi a localidade alentejana da Comporta.

Fonte: Plural & Singular

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Repsol. Um posto de gasolina adaptado a pessoas com deficiência

As regras foram ditadas pela crise que chegou a Portugal em 2008. "Havia dificuldades e pressão para reduzir o orçamento de responsabilidade social", lembra o director de relações externas da Repsol, António Martins Victor. Mas isto foi só o princípio. Hoje, 3% do quadro de pessoal são deficientes e 180 das estações de serviço foram adaptadas para receber pessoas portadoras de deficiência. E a história está longe de ter chegado ao fim.

O posto de abastecimento de Algés é o ex-líbris desta estratégia, porque "foi especificamente concebido para aceitar colaboradores e utilizadores deficientes". Em território português, o processo levou tempo e continua em construção. A casa mãe deu o pontapé de saída. "Em Espanha, uma empresa a partir de determinada dimensão tem de ter 2% de deficientes no seu quadro de pessoal", explica António Martins Victor. No grupo existem mais de 600.

Em Portugal, e apesar da redução das verbas para algumas áreas que são sempre as primeiras a ser afectadas pelos cortes, a companhia continuava a precisar de trabalhadores. "Tínhamos a necessidade, o know-how e um livro branco sobre a inclusão de pessoal portador de deficiência na organização", conta o responsável.

Actualmente, a Gespost, empresa 100% detida pela Repsol e que gere os postos próprios da marca, tem 17 trabalhadores portadores de deficiência, física ou cognitiva. "Isto levou a uma aprendizagem e à adaptação de infra-estruturas", diz o director de relações externas. A bem dos de dentro e dos de fora.

A Repsol tem nesta matéria o apoio da Fundação LIGA, uma organização constituída em 2004 por um conjunto de personalidades de diversos sectores da sociedade portuguesa e que dá continuidade às associações fundadoras, a LPDM Centro de Recursos Sociais e a Liga Portuguesa dos Deficientes Motores. "A Fundação LIGA ajudou-nos na selecção, no recrutamento, na formação e no acompanhamento dos estágios", numa primeira fase, explica António Martins Victor. Agora já é tudo mais fácil e automático.

Da mesma forma que para receber um cliente em cadeira de rodas uma bomba de gasolina tem de cumprir determinadas regras, também para receber um trabalhador nestas condições é preciso adaptar espaços.

Em Algés, os dois colaboradores com deficiência motora dispõem de um balcão de atendimento com uma altura inferior ao normal, por exemplo. No caso da deficiência cognitiva, tudo deve estar preparado para que estes colaboradores não sejam surpreendidos com mudanças repentinas nas suas rotinas.

"Os benefícios são imensos, a começar pela humanização das equipas", considera António Martins Victor. "E estes trabalhadores são muito fiáveis e cumpridores do seu trabalho. Óptimos em relações humanas e na interface com os clientes", afirma. O que é necessário é adaptar o tipo de deficiência ao serviço que vai ser pedido a esse colaborador. Muitas vezes o maior impedimento para contratar estas pessoas é tão simples como a "falta de acessos em termos de transportes públicos", diz o responsável. Por outro lado, estes trabalhadores têm de estar integrados em equipas com colegas preparados para a deficiência em questão.

Para os consumidores, estas estações de serviço, e a de Algés em particular, são uma bênção. Os clientes têm à sua disposição um número de telefone e chegam a ligar antes para saber se é boa altura para ir abastecer. Além das adaptações de lei - nas rampas, nas casas de banho, nas mangueiras e na sinalização, entre outras -, o posto está preparado para atender no que for necessário, como uma compra na loja, caso o utente não queira ter o trabalho de tirar a cadeira de rodas do automóvel e fazê-lo por si próprio. A grande particularidade desta estação de serviço é o acesso total a para pessoas com mobilidade reduzida e outras limitações, tanto clientes como empregados.

Apesar do que diz a lei (ver texto lateral) em matéria de acessos como elemento fundamental na qualidade de vida das pessoas e meio imprescindível para o exercício dos direitos de qualquer cidadão numa sociedade democrática, Portugal ainda está longe de cumprir todas as regras. Ainda assim, agora está mais perto.

O que diz a lei portuguesa

Definição de acessibilidade
• Segundo a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, as pessoas com deficiência devem ter acesso “em condições de igualdade com os demais, ao ambiente físico, ao transporte, à informação e comunicações, incluindo as tecnologias e sistemas de informação e comunicação e a outras instalações e serviços abertos ou prestados ao público, tanto nas áreas urbanas como rurais”.
• Os “edifícios, estradas, transportes e outras instalações interiores e exteriores, incluindo escolas, habitações, instalações médicas e locais de trabalho”, devem ser acessíveis a pessoas com mobilidade reduzida.

A legislação
• O Decreto-Lei n.º 163/2006, de 8 de Agosto, que veio revogar o Decreto-Lei n.º 123/97, de 22 de Maio, aprova o regime doacesso aos edifícios e estabelecimentos que recebem público, via pública e edifícios habitacionais.

Postos de abastecimento de combustível (Secção 3.7)
• Em cada cada postode abastecimento de combustível deve existir pelo menos uma bomba acessível, ou um serviço que providencie o abastecimento do veículo caso uma pessoa com mobilidade condicionadao solicite.
• Uma bomba de abastecimento de combustível é acessível se todos os dispositivos de utilização estiverem localizados de modo a permitirem:

1. A aproximação por uma pessoa em cadeira de rodas de acordo com o especificado na secção 4.1 (a zona livre deve ter um lado totalmente desobstruído contíguo ou sobreposto a um percurso acessível).
2. O alcance por uma pessoa em cadeira de rodas de acordo com o especificado na secção 4.2 (determinações sobre os intervalos definidos que permitem a aproximação lateral ou frontal aos objectos por uma pessoa em cadeira de rodas).

Fonte: Jornal i

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Questionário de opinião na área da saúde mental

A Direcção-Geral da Saúde (DGS), através do Programa Nacional para a Saúde Mental, em articulação com a Unidade de Investigação e Formação sobre Adultos e Idosos (UNIFAI) do ICBAS-UP, lançou um breve questionário de opinião à população portuguesa na área da saúde mental.
Com base nos resultados recolhidos neste questionário, a DGS pretende contribuir para a melhoria das ações e campanhas de promoção, sensibilização e prevenção na área do envelhecimento e das demências.
Caso deseje participar, o questionário está disponível no seguinte link: http://www.dgs.pt/aplicacoes-e-formularios/formularios-cp/formulario-demencias.aspx
Para saber mais, consulte:
Direção-Geral da Saúde - http://www.dgs.pt 
Fonte: INR

Lisboa tem de se tornar acessível se quiser manter-se “na moda”

Cerca de 40% dos passageiros internacionais de cruzeiro que vêm a Lisboa são pensionistas.

O coordenador do plano de acessibilidade pedonal de Lisboa disse nesta terça-feira que se a autarquia pretende manter a cidade como um destino “na moda”, necessita de tomar medidas para que esta seja mais acessível, em termos de mobilidade. “Se nós quisermos manter o destino de Lisboa na moda, é fundamental tornar o destino de Lisboa acessível, porque se não Lisboa vai ser fatalmente cada vez menos competitiva”, afirmou à agência Lusa o arquiteto Pedro Homem de Gouveia.

De acordo com o técnico da Câmara de Lisboa, urge promover o turismo acessível na cidade, porque “cerca de 40% dos passageiros internacionais de cruzeiro que vêm a Lisboa são pensionistas, e todos os dias no aeroporto de Lisboa circulam várias dezenas de passageiros com mobilidade condicionada”.

Acresce que grande parte dos turistas que visitam a capital portuguesa, provenientes essencialmente do norte da Europa, Espanha, França, Brasil, Japão, Estados Unidos, Canadá, “está a entrar na terceira idade, tem planos de poupança-reforma e tempo livre para fazer turismo e quer ver Lisboa”, explicou o coordenador, que falava no final de um debate sobre o plano de acessibilidade pedonal, organizado pela agência municipal de energia e ambiente, Lisboa E-Nova.

A título de exemplo, e tendo por base estimativas que constam do plano, para tornar o Museu da Cidade mais acessível, serão necessários 195.724,71 euros. Já adaptar o Museu do Teatro Romano custará 29.663,48 euros, valor que ascenderá aos 78.930,34 euros no caso do Museu Rafael Bordalo Pinheiro.

No caso do Castelo de São Jorge, onde existem barreiras como pilaretes, frades, correntes e pedras, os desafios passam, por exemplo, por introduzir novos pavimentos, mas não estão contabilizados financeiramente no plano. Ainda assim, um pouco por toda a cidade continuam a persistir problemas de mobilidade, nomeadamente em “passadeiras, obstáculos no passeio, paragens de autocarro e [no] revestimento do passeio”, especificou Pedro Homem de Gouveia.

Uma das principais questões é a segurança dos peões, pelo que “é fundamental que a Câmara intervenha […] em dar prioridade à intervenção em zonas onde há muitos atropelamentos”, frisou. O plano visa “conseguir converter a Câmara Municipal de Lisboa numa máquina de eliminação de barreiras”, assim como “criar condições para que todas as entidades públicas e privadas que queiram eliminar barreiras possam fazê-lo e bem”, sintetizou Pedro Homem de Gouveia.

O responsável adiantou que das 100 ações do plano, a realizar até 2017, cerca de metade estão “em marcha”, como é o caso de planos de obras, de ações de formação e da criação de ferramentas de trabalho, tanto para os técnicos da Câmara como das Juntas de Freguesia da cidade. Para custear estas ações, a Câmara destina anualmente 3% do seu orçamento de obras e 3% de despesas correntes ao plano.

Fonte: Turismo Adaptado