sábado, 31 de outubro de 2015

GNR de Almeirim multa carroça no lugar para deficientes


O dono da carroça que estacionou num lugar de estacionamento reservado a deficientes no Parque Lourenço de Carvalho (Parque das Laranjeiras), em Almeirim, foi multado em 30 euros pela GNR.

O proprietário do veículo de tracção animal foi ao Centro de Recuperação Infantil de Almeirim (CRIAL), esta quinta-feira à tarde, por volta das 14h00, para receber o cabaz de ajuda alimentar que a instituição oferece a carenciados.

O proprietário do veículo, residente em Almeirim, foi identificado pela GNR e teve a sorte de só pagar 30 euros, o valor aplicado nestes casos a veículos sem motos. Se fosse um automóvel pagaria o dobro do valor.

Fonte: O Mirante

terça-feira, 27 de outubro de 2015

O Parlamento não está preparado para ele

Assembleia da República não está preparada para o uso por deputados em cadeiras de rodas. A VISÃO constatou a situação, na sexta-feira, 23, durante uma visita com o deputado Jorge Falcato Simões, 61 anos, eleito pelo Bloco de Esquerda, o primeiro nestas condições.

Durante a votação para a presidência da Assembleia da República, o deputado teve de sair pelo acesso na retaguarda do hemiciclo, atravessar os Passos Perdidos (a ala exterior à sala dos plenários) e reentrar no hemiciclo por uma porta lateral. Ao fazê-lo, todos os deputados da sua fila (três do PCP e dois do partido pelo qual foi eleito) tiveram de se levantar para dar passagem à cadeira de rodas.

A circulação nos Passos Perdidos, uma das zonas mais nobres do Parlamento, onde se cruzam deputados, jornalistas e membros do governo, também não é pacífica. Na extremidade oeste há uma rampa de acesso aceitável, mas a outra, colocada nas escadas a nascente, tem uma inclinação e um piso inadequados. «É-me impossível usar esta rampa. Se o fizer, é uma queda garantida», afirma Jorge Falcato Simões, arquitecto, funcionário da Câmara Municipal de Lisboa e eleito como independente pelas listas do Bloco de Esquerda. A dita rampa, colocada recentemente no local, tem uma inclinação muito superior ao indicado (12% em vez dos 6% indicados) e umas ripas, colocadas com a intenção de evitar a derrapagem, que impedem a circulação da cadeira de rodas.

Jorge Falcato Simões, que exige poder circular sem a ajuda de ninguém nos espaços do Parlamento, tem sido acompanhado por um funcionário da Assembleia da República ao serviço do Grupo Parlamentar do BE. Só com a sua ajuda pode vencer um lance de escadas, no piso térreo do Palácio de São Bento, que liga a zona do bar e do refeitório às salas das comissões. Os serviços do parlamento colocaram duas calhas amovíveis no lance de escadas mas o seu uso é impossível pelo deputado, sem assistência, como a VISÃO pode constatar no local.

Também o acesso principal do Parlamento, pela fachada principal, local onde estão as guaritas da guarda de honra e, no interior, a escadaria nobre desenhada pelo arquitecto Ventura Terra, não são passíveis de uso pelo deputado, pois não dispõem de rampas. A casa de banho para uso de deficientes fica no piso térreo, longe da sala do plenário. Segundo o deputado, há um WC que está ser adaptado no piso das sessões plenárias.

Os serviços da Assembleia atribuíram-lhe um local de estacionamento nas traseiras do edifício, no pátio que faz a ligação com os jardins. A partir daí há uma rampa de acesso em metal, adequada, que Jorge Falcato Simões usa para ter acesso ao exterior sem ajuda. A outra entrada alternativa no edifício, pela fachada norte (virada para o jardim e para a ala nova do Parlamento), tem uma rampa com uma inclinação de 20%, o que torna o seu uso autónomo impossível: quando chega no seu carro e usa esta entrada, o deputado tem ser «empurrado» pela rampa pelo agente da PSP de serviço.

O Gabinete do Secretário-Geral da Assembleia da República, em resposta a questões colocadas pela VISÃO, havia garantido, em 6 de outubro, que «em geral, o acesso ao Plenário, salas do Grupo Parlamentar, salas de comissões e zonas sociais está garantido» a utilizadores de cadeiras de rodas. Na mesma resposta, o serviço dirigido por Albino de Azevedo Soares assegurava que «qualquer adaptação a fazer será de mero pormenor».

Jorge Falcato Simões passou a usar cadeira de rodas depois de ter sido baleado numa contramanifestação, em 10 de Junho de 1978, no Largo Camões, em Lisboa., O então militante da UDP dirigiu-se para o local para protestar contra um encontro de nacionalistas. No seguimento das escaramuças foi baleado um estudante de Medicina, que morreu, e Jorge Falcato, atingido acima do esterno, ficou em estado grave. Depois de vários meses de fisioterapia, o militante da UDP, que interrompera o curso de arquitectura em Belas Artes e vivia no Algarve, passou a usar cadeira de rodas. Em 1982 acabou o curso de arquitectura e mais tarde especializou-se em questões de mobilidade de deficientes e peões no espaço público, a sua área de trabalho na Câmara Municipal de Lisboa. Na altura da sua eleição, Jorge Falcato Simões era também ativista dos (d)Eficientes Indignados, uma organização que pugna pelos direitos das pessoas com deficiência.

Fonte: Visão

Uma mercearia gourmet com cabazes personalizáveis

Mercearia Gourmet lança, novamente, um conjunto de cabazes de Natal personalizáveis com produtos feitos por utentes do BIPP - Soluções para a Deficiência, a instituição para a qual reverterão todas as receitas deste negócio solidário.

Os cabazes têm preços que variam entre os 12,50 e os 115 euros e estão disponíveis em quatro modalidades: Caseiro, Rústico, Artesanal ou Tradicional. A receita de cada cabaz valerá o equivalente a dias de participação e alimentação nas iniciativas do BIPP: o espaço Inférias BIPP, as sessões terapêuticas no serviço de atendimento social EDI ou os kits de ferramentas e equipamentos para os jovens em formação no projeto SEMEAR.

Os artigos disponíveis incluem doces, chutneys, molhos, salgados, biscoitos, licores, queijos, enchidos e vinhos.

Desta forma, o BIPP promove a inclusão de jovens com deficiências e dá seguimento ao projeto “Diferença ou Defeito?” lançado em junho deste ano que serviu de lançamento da primeira loja online de doações.

Pode fazer as suas encomendas online aqui e aqui, pelo telefone 916 014 144 ou por mail.

Fonte: Visão

sábado, 24 de outubro de 2015

Jorge Falcato o nosso deputado

Após a saída dos resultados das eleições legislativas do último 4 de Outubro, a frase “Jorge Falcato o Nosso Deputado” da autoria de Cristina Fernandes, começou de imediato a circular pela internet.
Essa frase continha a esperança de muitos cidadãos com deficiência. Parecia o soltar do grito preso na garganta há muitos e muitos anos. E foi mesmo. Obviamente que não somos ingênuos ao ponto de esperar e pensar que a sua eleição por si só, vai resolver os nossos problemas, os problemas que nenhum Governo quis resolver, não, não se trata disso, mas sim o simbolismo que representa.

A nós, excluídos dos excluídos, que de tudo nos privam, conseguir esta vitória numa altura tão complicada é algo inesquecível. Embora a maioria da sociedade e Estado não nos considere como tal, nós somos cidadãos de pleno direito como os demais, e embora sejamos constantemente e continuamente ignorados pelo Estado, temos muito orgulho na nossa Pátria, e o facto de termos um nosso representante num órgão de soberania como a Assembleia da República, deixa-nos muito orgulhosos, têm de nos ver e ouvir, somos todos nós naquela cadeira de rodas como referiu e bem Rui Machado no texto de apoio à sua candidatura.

E esta alegria e orgulho, não surge somente por ser um de nós, em cadeira de rodas, a ter o privilégio de ser escolhido pelos eleitores no Circulo Eleitoral de Lisboa a estar ali presente, mas por ser quem é, o cidadão Jorge Falcato, um ser humano humilde, justo, dado, honesto, apaziguador...e que tenho o prazer de conhecer há alguns anos, e ao seu lado ter travado duras batalhas pela inclusão das pessoas com deficiência. Confidencio que sempre que realizei as ações de protesto conhecidas da maioria, foi sempre a primeira pessoa a quem comuniquei as mesmas, e com quem me aconselhei.

Foi através do seu colega arquitecto, Pedro Homem de Gouveia, que o conheci pessoalmente, ao chegar ao pé daquele ser aparentemente frágil, logo o trato por arquitecto Jorge Falcato, imediatamente me diz que arquiteto coisa nenhuma, que o tratasse somente por Jorge Falcato. Na altura tive a oportunidade de lhe mostrar o meu agradecimento e admiração por tudo o que fez ao longo destes anos pela nossa causa. Admiro muito esta velha guarda que luta pelos nossos direitos há muitos anos, se agora é difícil imaginem como não seria naquela altura. Graças a todos estes lutadores incansáveis conseguimos ter agora muitas portas abertas. Facilitaram-nos sem dúvida a vida.

Basta referir que a sua paraplegia foi adquirida enquanto se manifestava pela liberdade em tempos de ditadura. Foi alvejado por um tiro vindo de um policia. Também relembro que o Projeto-piloto de Vida Independente levado a cabo pela Câmara Municipal de Lisboa é obra da sua autoria. E como bem sabemos o Jorge Falcato é paraplégico (costumo dizer-lhe na brincadeira que o meu sonho é ser paraplégico como ele), felizmente não precisa de apoio de 3ºs para as suas atividades da vida diária, eu e muitos outros precisamos, mas mesmo não sendo um projecto que o beneficiasse não deixou de se entregar de corpo e alma de modo a torná-lo uma realidade.

É razão para agradecer também ao Bloco de Esquerda por ter acreditado nele. Já que toco no assunto partidos...Certo dia ao falar-se em politica refere: “sabes que sou de esquerda!” Eu: “Não sabia e nem me interessa”, e expliquei-lhe que é-me indiferente a cor politica dos meus amigos. Era o que faltava estar a escolher as pessoas pela sua cor politica, religião, cor, etc. Interessa-me é o que eles representam para mim. Já agora assinalo que nunca votei em partidos mas sim em pessoas e programas.

Para finalizar, quero destacar que a sua eleição já começou a dar resultados (AQUI), mas não estamos perante um herói todo poderoso que vai resolver todos os nossos problemas, mas pelo que conheço de si, uma coisa tenho certeza, irá dar o seu melhor em prol dos nossos direitos como o sempre fez, mas desta vez num lugar diferente, e espero, com outros apoios, basta verificar que mesmo

Boa sorte amigo!

Eduardo Jorge

Jorge Falcato será o primeiro deputado de cadeira de rodas no Parlamento

Jorge Falcato será o primeiro deputado de cadeira de rodas no Parlamento.


Associação Doentes Crónicos critica alteração a proteção na invalidez

"Muitos doentes vão perder o apoio social porque o novo decreto lei só protege os doentes que já estão em estado vegetativo", disse hoje à agência Lusa Paulo Silva Pereira, ex-presidente da Associação.

Associação Todos com a Esclerose Múltipla enviou uma carta ao ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social e ao diretor-geral de saúde a criticar o decreto-lei 246/2015, que altera o regime especial de proteção na invalidez.

O regime especial de proteção na invalidez e o complemento por dependência foram sujeitos a alterações legislativas, aglutinadas num decreto-lei publicado terça-feira em Diário da República, que entra em vigor a 01 de janeiro de 2016.

O decreto-lei 246/2015 introduziu a primeira alteração ao regime especial de proteção na invalidez, de 2009, e a terceira alteração ao decreto-lei que em 1999 criou o complemento por dependência.

Para a TEM, o novo decreto "veio alterar drasticamente" a legislação de 2009, porque retirou a lista de doenças consideradas incapacitantes, para efeito e atribuição de pensão de invalidez.

"O novo decreto-lei é pior que mau porque deixa sem proteção pessoas com doenças oncológicas, por exemplo, pois desde que se consigam mexer não são consideradas incapacitadas para o trabalho", disse Paulo Pereira.

A nova legislação, aprovada a 13 de agosto em Conselho de Ministros, assume a necessidade de assumir "uma maior abrangência do universo de potenciais beneficiados", adotando "um novo conceito de incapacidade permanente para o trabalho determinante de invalidez especial".

O decreto-lei determina a aplicação, a título experimental, durante seis meses, da Tabela Nacional de Funcionalidades nas peritagens médicas de avaliação de incapacidade permanente para o trabalho, deficiência e dependência, para efeito de atribuição das respetivas prestações sociais.

A TEM não concorda com as alterações e lembra que tem vindo a lutar, há vários anos, por um Estatuto do Doente Crónico e uma Tabela Nacional de Incapacidade e Funcionalidades da Saúde.

Para Paulo Pereira, "é prioritário definir quais são as doenças crónicas e depois definir uma tabela de infucionalidades de cada doença".

A associação vai aguardar por uma resposta do Governo durante algum tempo e se não obtiver resposta às suas reivindicações irá recorrer à comissão parlamentar de saúde e, se necessário, manifestar-se junto à Assembleia da República.

Fonte: Noticias ao Minuto

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Em Janeiro, pensão de invalidez deixa de depender do tipo de doença

As alterações ao regime especial de protecção na invalidez tinham sido anunciadas genericamente, em Junho, no Parlamento, pelo ministro Pedro Mota Soares. O diploma que as concretiza foi publicado nesta terça-feira, emDiário da República. Até agora tinha acesso a pensão de invalidez quem sofresse de incapacidade permanente para o trabalho causada por alguma das doenças tipificadas na lei — como a esclerose múltipla. As novas regras acabam com essa lista de patologias. A ideia é esta: deve ter apoio quem comprovadamente fica impossibilitado de trabalhar. Independentemente da doença de que sofre.

O regime especial de protecção na invalidez é um apoio em dinheiro, pago mensalmente, para proteger pessoas com doenças que se manifestam precocemente e de forma rápida e evolutiva para situações de grande incapacidade. Até aqui estavam definidas as seguintes, que davam direito a apoio: paramiloidose familiar; doença de Machado/Joseph; sida; esclerose múltipla; esclerose lateral amiotrófica; doença de foro oncológico; Parkinson e Alzheimer.

Em 2014, 258.732 pessoas receberam pensão de invalidez, segundo as estatísticas da Segurança Social. O montante da mesma depende da carreira contributiva e das remunerações registadas — a valor mínimo, para uma carreira inferior a 15 anos é de 261,95 euros.

Contudo, em 2013, foi criada uma comissão especializada que, já em 2014, acabaria por entregar um relatório onde concluía “não ser adequado, do ponto de vista clínico, a existência de uma lista de doenças abrangidas pelo regime especial de protecção na invalidez, uma vez que, atendendo ao elevado número de doenças potencialmente invalidantes, o risco de a mencionada lista não abranger a totalidade dessas doenças criaria situações de tratamento diferenciado e colocaria em causa o princípio da equidade social”.

Propôs assim a dita comissão que o paradigma fosse alterado, como se recorda no preâmbulo do diploma publicado nesta terça-feira. O acesso à protecção especial na invalidez deveria passar a depender “da verificação de condições objectivas especiais de incapacidade permanente para o trabalho, independentemente da doença causadora da situação de incapacidade”.

O Governo considerou adequadas as propostas. E adoptou agora “um novo conceito de incapacidade permanente para o trabalho determinante de invalidez especial”.

Não há lista de doenças. São as consequências das mesmas que passam a contar. E assim, o processo de atribuição das prestações deverá incluir a informação clínica emitida por um médico especializado que “comprove a doença que origina a situação de incapacidade para o trabalho ou de dependência”, para além “da deliberação dos serviços de verificação de incapacidades competentes nos respectivos regimes de protecção social”. Nas peritagens médicas será usada, a titulo experimental, e a partir de 1 de Janeiro do próximo ano, a Tabela Nacional de Funcionalidades (uma grelha que ajuda os profissionais de saúde a avaliar a mobilidade e as competências dos doentes, como a capacidade de realizar rotinas diárias, levantar e transportar objectos ou ter um emprego).

Em Junho, no Parlamento, Mota Soares disse que pelas simulações já feitas, o novo modelo vai fazer aumentar o número de beneficiários considerados em situação de invalidez permanente. De resto, explicou, “não há ano que passe que não cheguem ao ministério situações de pessoas com incapacidades comprovadas, que por não terem a sua doença prevista [na lista] não podem ser apoiadas pelo Estado na sua incapacidade”.

Fonte: Público

Aluguer de Produtos de Apoio

Se necessitar de um produto de apoio por um período de tempo reduzido, a Mobilitec dispõe de um serviço de aluguer que engloba uma vasta gama de produtos.

Poderá solicitar preços de aluguer de:
Cadeira de rodas manual em aço;
Cadeira de rodas manual em alumínio;
Cadeira de rodas elétrica standard;
Cadeira de rodas elétrica de posicionamento;
Cadeira de rodas elétrica com verticalização;
Scooter;
Cadeira de praia adaptada;
Grua de transferência elétrica com assento;
Cama elétrica com elevação;
Cama manual.

RETOMAS
A Mobilitec permite ainda a retoma de equipamento caso já não faça uso do mesmo e na condição de este estar em excelente condições/pleno funcionamento. Na aquisição de um produto novo, e se o seu produto de apoio cumprir os nosso requisitos, propomos-lhe um valor.

De referir que não retomamos produtos de higiene, produtos de posicionamento, produtos de vida diária e produtos hospitalares.

Para pedidos de alugueres ou retomas de material, por favor preencha o nosso formulário aqui.

Mais informações: Mobilitec

Congresso de arte-terapia e psicoterapia

Organizado pela Sociedade Portuguesa de Arte-Terapia nos dias 24 e 25 de outubro na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, este congresso é dirigido a todos os profissionais e público em geral interessados na Arte-Terapia e na Psicoterapia.

No âmbito desta edição do evento, realiza-se o 1.º Congresso Português Inter-Psicoterapias intitulado “O Estado da Arte – As Psicoterapias em Portugal”.

Além de um programa que propõe a apresentação de uma visão alargada das diferentes artes da psicoterapia, visando promover a reflexão para estabelecer os pontos comuns e ao mesmo tempo para entender as divergências de perspetivas, este congresso pretende realizar diversos workshops no âmbito da arte-terapia cuja inscrição deve ser realizada separadamente.

“Em parceria com o Centro de Formação de Escolas António Sérgio, em Lisboa, o congresso está acreditado pelo CCPFC para efeitos de progressão na carreia docente, com 0,6 créditos, para Educadores de Infância, professores dos ensino básico e secundário e docentes de educação especial”, pode ler-se no comunicado enviado à Plural&singular.

A F.P. de Desporto para Pessoas com Deficiência revela atletas nomeados 2015

A Federação Portuguesa de Desporto para Pessoas com Deficiência (FPDD) já escolheu os nomeados do ano 2015 para a Gala do Desporto que se realiza no dia 11 de novembro no Casino Estoril.

Das cinco categorias a concurso nesta iniciativa da Confederação do Desporto de Portugal (CDP) que completa 20 anos, a FPDD selecionou para atleta masculino Domingos Vieira (Boccia PC-AND) e Érica Gomes (Atletismo ANDDI) para atleta feminina. A jovem promessa selecionada foi Ana Filipe (Atletismo ANDDI), o treinador nomeado é António Costa Pereira (Andebol ANDDI/FAP) e Seleção Nacional de ParaHóquei (ANDDI/FPH) é a equipa escolhida para representar o desporto adaptado.

Depois da indicação das federações, um júri composto por mais de uma centena de personalidades ligadas ao desporto vai eleger os cinco candidatos que passam às votações finais de cada categoria e que são dados a conhecer no dia 28 de outubro, na Praça Central do Centro Comercial Colombo.

“Além de constituir um momento único de reunião de todo o desporto português, a Gala do Desporto tem-se afirmado como uma iniciativa com crescente impacto mediático”, pode ler-se no site da CDP.

Fonte: Plural&Singular

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Projeto-Piloto: Seleção de utilizadores

Está aberta a fase de candidaturas de utilizadores ao Projeto-Piloto de assistência pessoal. O Centro de Vida Independente (CVI) irá selecionar utilizadores para Projeto-Piloto de assistência pessoal.

O CVI tem como finalidade a melhoria da qualidade de vida das pessoas com diversidade funcional através da promoção e defesa da filosofia de Vida Independente.

Requisitos:
● Ser uma pessoa com deficiência, dependente de terceiros nas atividades da vida diária, com capacidade de auto representação.
● Ter entre 18 e 64 anos de idade.
● Residir ou trabalhar no concelho de Lisboa.
● Ser sócio do CVI.

Detalhes do projeto:
● Duração de 2 anos.
● Seleção de 5 a 10 utilizadores.
● Poderá haver 3 casas para os utilizadores que necessitem.

Candidaturas abertas de 15 de Outubro a 01 de Novembro de 2015

Para candidatar-se deverá enviar um e-mail para o endereço eletrónico: vidaindependente@gmail.com, com o assunto “Candidatura a utilizador”, onde constem os seus dados pessoais (nome e contactos) e uma breve descrição dos motivos que o levam a candidatar-se ao projeto.

Saiba mais sobre o projeto aqui.
Contactos: Ana Paulino - 919 090 038
Carla Branco - 917 154 169

Fonte; Vida Independente Lx

Owen e Haatchi voltam a Portugal para maratona em Lisboa

Colleen Drummond, a madrasta de Owen Howkins, o menino inglês que sofre de uma doença genética rara, vai proporcionar-lhe a experiência de participar numa maratona, a de Lisboa, no domingo.

“Tudo o que eu quero é deixar o Owen orgulhoso, ajudando a fundação ‘make a wish’ mas, pessoalmente, como madrasta, vou fazê-lo porque ouvi que ele nunca iria andar, nunca iria andar e é o meu dever mudar isso usando uma cadeira de rodas e eu quero vê-lo feliz, não só na sua cara, mas no seu coração. Isso é que importa para mim”, explicou Colleen Drummond, em declarações à agência Lusa.
Depois de gorada a hipótese de alinhar na maratona de Londres de 2014, devido a uma lesão no ombro de Colleen Drummond, surgiu a hipótese de percorrer os mesmos 42,195 quilómetros, mas em Lisboa, cumprindo o sonho da criança britânica de Basingstoke, que sofre de uma doença genética rara chamada de síndrome de Schwartz e Jampel.

“Eu agora estou um pouco nervosa, mas fisicamente estou preparada, tenho treinado imenso para assegurar que as minhas costas e as minhas pernas vão estar capazes de empurrar a cadeira do Owen”, referiu.

Já em Portugal, o pequeno Owen, de 10 anos, está “cada vez mais entusiasmado”, porque “ele ama Portugal e porque sabe que outras crianças vão ficar felizes com as suas experiências”, que a ‘make a wish’ lhes vai proporcionar.

“Estar numa maratona era algo que ele queria fazer há três anos e sempre que tentámos as organizações diziam que não porque tínhamos uma cadeira de rodas e quando a maratona de Lisboa disse que sim, foi tocante e muito gratificante”, frisou.
Além de todos os incentivos que espera receber ao longo do percurso, que parte de Cascais, passa por Oeiras e termina no Parque das Nações, em Lisboa, Colleen Drummond já tem programado o apoio especial do pai Will e do cão Haatchi.

“Vão estar na partida, em alguns pontos de apoio do público e, claro, na linha de chegada”, sublinhou Colleen, que espera terminar a prova em cinco horas, ou seja, por volta das 13:30.

Fonte; TVI24

Direitos dos deficientes registaram "Verdadeiro retrocesso" nos últimos anos

"Os últimos quatro anos foram de verdadeiro retrocesso nos direitos de pessoas com deficiência", disse à agência Lusa o presidente da CNOD, José Reis, sublinhando que esta análise vai ser feita, no sábado, em Leiria, durante o encontro anual das quase 40 associações de cidadãos com deficiência.

José Reis adiantou que, "quase a todos os níveis, houve um retrocesso no cumprimento dos direitos das pessoas com deficiência que tinham sido alcançados e traduzidos na legislação". Como exemplos, referiu os cortes na saúde, que afetam as pessoas com deficiência ao nível das taxas moderadoras e exames médicos, baixando, para tal, os graus de incapacidade nas tabelas, e na educação, com a falta de técnicos para os alunos com necessidades educativas especiais.

O presidente da CNOD realçou que, nos últimos quatro anos, também não se avançou em relação às acessibilidades nos edifícios públicos e no que toca ao emprego para pessoas com deficiência.
"O processo que estava a iniciar-se sobre as quotas de pessoas com deficiência nas empresas e todo o apoio que estava a ser dado também andou para trás", acrescentou.

Nesse sentido, temas como emprego, saúde, educação e acessibilidades vão ser objeto de discussão no 23.º Encontro Nacional de Deficientes, que vai reunir sábado, em Leiria, quase 40 associações do setor com o lema "Unir, refletir e lutar por uma sociedade mais justa e inclusiva". O encontro termina com um desfile, pelas ruas de Leiria, numa ação "de sensibilização e de denúncia das condições cada vez mais difíceis" com que vivem centenas de milhares de pessoas com deficiência em Portugal, disse ainda o mesmo responsável.

A Confederação Nacional dos Organismos de Deficientes representa 38 associações que englobam todos os tipos de deficiência.

Fonte; Noticias ao Minuto

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Tetraplégico realiza sonho de dançar com a esposa em vídeo emocionante

Os americanos Lauren e Joel Jackson, ambos de 26 anos, se casaram em 2013, mas não tiveram uma primeira dança. Agora, dois anos depois da cerimônia, os dois conseguiram dançar como marido e mulher pela primeira vez.

Em 2009, Joel sofreu um acidente de carroque separou sua espinha dorsal do crânio, o que o deixou tetraplégico. No dia do casamento com Lauren, eles não puderam dançar, mas o homem prometeu que dançaria assim que pudesse.

No dia 1º de outubro, Lauren postou em sua conta no YouTube um vídeo em que aparece dançando com o marido ao som da música de casamento dos dois, a canção "I'll Be", de Edwin McCain.

Joel conseguiu cumprir a antiga promessa de dançar com a esposa graças a um dispostivo do Hospital de Reabilitação de Brooks em Jacksonville, na Flórida (Estados Unidos).

"Estávamos preparados para um típico dia de terapia. No entanto, Deus tinha algo mais em mente", escreveu Lauren. "Pequenos triunfos que são passos gigantescos para nós. E eu sou grata pelas pequenas coisas".

Segundo a NBC News, o casal se conhece há quase doze anos. Eles chegaram a ficar juntos, mas se separaram e voltaram a se encontrar depois da faculdade, quando iniciaram um relacionamento. Joel ficou tetraplégico após sofrer um acidente causado por um motorista embriagado.


Fonte: Rede TV

Três voltas ao mundo a correr por uma escola de desporto adaptado

A nova campanha da Rexona Corre por Mais, que teve a sua primeira edição em 2014, volta ser apadrinhada pelo atleta paraolímpico, antigo pugilista e maratonista invisual Jorge Pina.

Sob o lema "Faz mais", a marca convida utentes de ginásios a correrem e compromete-se a oferecer à Escola de Atletismo Adaptado um euro por cada quilómetro percorrido.

Além de Jorge Pina, outras figuras estiveram presentes no lançamento da iniciativa, no Holmes Place de Miraflores, entre elas: Andreia Rodrigues, Francisco Mendes, Vanessa Oliveira, Manuel Gião, Nuno Távora, José Figueiras, Carlos Dias da Silva, Ana Luísa Barbosa, Tiago Teotónio Pereira e Helena Costa.

Em 2014, a campanha decorreu entre 19 de maio de 1 de junho em 29 ginásios (18 Holmes Place e 11 Solinca). Exatamente 20.302 portugueses correram 135.226 quilómetros, permitindo, com o valor angariado, a construção da primeira Escola de Atletismo adaptado. Foram três voltas ao mundo a correr.

Foi a Associação Jorge Pina que lançou o desafio de construir esta escola, na região de Lisboa, para dar resposta a crianças e jovens como deficiências (cegos, amputados, paraplégicos, tetraplégicos ou com paralesia cerebral) em termos de desporto adaptado.

Concretizado em fevereiro, este sonho precisa, porém, de angariar fundos que permitam a manutenção da escola e de todos os equipamentos.

A Escola de Atletismo Adaptado tem 30 alunos inscritos, mas espera conquistar mais 20 até ao final do ano.

A campanha decorre até 25 de Outubro nos Clubes do Holmes Place e qualquer pessoa pode participar gratuitamente, sócios e não sócios.

Até ao momento, já foram percorridos mais de 17 mil quilómetros

Fonte: Visão

Ele não tem qualquer deficiência mas tenta estacionar aqui

sábado, 10 de outubro de 2015

Cadeira de rodas elétrica M400 Corpus 3G R-Net da Permobil



Mais informações AQUI

Acidentes de trabalho na administração pública

Os trabalhadores/as da Administração Pública, que nestes últimos anos têm sido “mimoseados” como trabalhadores privilegiados, foram, na verdade, durante muitas décadas, (e continuam a ser) discriminados, quando vítimas de acidente de trabalho ou de doença profissional.

Só a partir de 2000, com a promulgação do Decreto-lei 503/99 de 20 de novembro, os trabalhadores da função pública quando vítimas de acidente de trabalho ou de doença profissional têm direito à reparação em situação de igualdade com os trabalhadores do privado. Mas subsistem, ainda, muitas dificuldades e obstáculos que impedem/dificultam a consagração dos seus direitos à justa reparação.

As dificuldades e os obstáculos impostos pela Caixa Geral de Aposentações-CGA aos trabalhadores acidentados do trabalho ou com doenças profissionais, são cada vez maiores e mais sofisticadas: morosidade na conclusão dos processos; diagnósticos clínicos incorrectos; não reconhecimento de acidentes de trabalho ou doenças como eventos causados pelas condições de trabalho; entre outras situações lesivas dos direitos dos trabalhadores da função pública.

Muitos trabalhadores acidentados do trabalho ou com doença profissional, recorrem à Associação Nacional dos Deficientes Sinistrados no Trabalho-ANDST, solicitando apoio informativo, jurídico e médico com o objectivo de verem concretizados os seus direitos legalmente consagrados.

Por serem cada vez em maior número os trabalhadores que recorrem aos nossos serviços, a ANDST decidiu, com sentido e propósito de colaboração, solicitar uma reunião à Caixa Geral de Aposentações no passado dia 15 de julho.

Recebemos da CGA a resposta que transcrevemos: "Em resposta ao email de 2015/07/15, informo V. Exa de que a caixa Geral de Aposentações não vê necessidade de promover uma reunião para efeitos de análise do assunto identificado”.

A A.N.D.S.T., estranha a resposta da CGA, tanto mais quando estão em causa direitos e garantias dos trabalhadores da função pública. Que motivos levam os responsáveis da CGA a recusar a colaboração com uma instituição que apenas têm o objetivo a defesa dos direitos dos funcionários públicos?

Não obstante o acima exposto, a ANDST continuará a acolher e apoiar os funcionários públicos que a procuram, e a lutar pela concretização dos seus legítimos direitos quando vítimas de acidente laboral ou de doença profissional.

A ANDST continuará e evidenciar esforços necessários para ser recebida pela CGA porque, consideramos que os casos que nos chegam são demasiados graves e violam direitos Constitucionalmente consagrados que na perspectiva dos Professores Gomes Canotilho e Vital Moreira tem um valor jurídico análogo ao valor jurídico dos “ Direitos Liberdades e Garantias”

A Direcção da ANDST

Fonte: ANDST

Deficiente e gay: entre o “coitadinho” e o “pervertido”

"Eu costumo dizer que os meus genitais são as minhas orelhas e o meu pescoço. Exploro muito a esse nível, é uma área muito sensível. Daqui [aponta para o meio do peito] para baixo não tenho sensibilidade ou movimento voluntário. Há lesões que são incompletas, em que as pessoas têm alguma sensibilidade. No meu caso é completa, não há nada. Isto, obviamente, tem várias consequências do ponto de vista sexual. Não tenho o chamado orgasmo, não tenho ejaculação. No entanto, tenho uma parte que normalmente as pessoas não trabalham tão bem com ela… a minha cabeça.

Não tinha iniciado a minha vida sexual antes do acidente. Sempre fui um rapaz muito protegido, muito tardio nas descobertas. O processo de 'coming out' foi doloroso. Descobri aos 16 anos [que era homossexual] e rejeitava-o. Quando me masturbava obrigava-me a pensar em raparigas; depois o pensamento fugia para os rapazes e sentia-me culpabilizado. Nas férias de Verão anteriores [ao acidente] tinha tido um pequeno 'affaire' com um rapaz belga. Tivemos uns amassos, mas penetração não, era virgem. Foi uma das coisas que mais me custou. Nunca fiz e nunca vou sentir. E sinto muito a falta dos tais dez segundos de orgasmo/ejaculação. É inegável.

É muito difícil para um jovem aceitar porque, de facto, a sexualidade é muito genitalizada. E acho que ainda se trabalha pouco nesta fase. Agora os centros de reabilitação já têm apoio psicológico, mas na minha altura não. Ninguém me falou disso. Fui descobrindo, falando com pessoas, vendo na net. Foi uma aprendizagem. É que até podes falar de sexualidade na deficiência, mas não falas de sexualidade LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgéneros).

Eu não tenho ejaculação. Tenho uma coisa que dá jeito. Tenho movimentos involuntários devido ao chamado arco reflexo. É um tipo de resposta que não necessita que a informação vá ao cérebro e volte — o estímulo é demasiado forte, vem à medula e a medula manda logo uma resposta de volta. Isto também funciona para o 'little Bruno'. Se houver uma estimulação local, acabo por ter uma erecção. Só que muitas vezes não é uma erecção a 100%, nem com o tempo suficiente — o conhecido Viagra e afins ajudam. Não sinto, não tenho ejaculação, mas para mim, sob o ponto de vista psicológico, é muito importante.

Faz-te confusão a cadeira de rodas? "Next!"
Depois do acidente, teclava muito. Internet, "chats", ainda nos tempos do mIRC. O meu 'nickname' era paraboy. Perguntavam-me: 'Para' de quê? De 'paraplegic'. Nunca o escondi. Tinha de ser uma coisa assente. Isso acontece também hoje em dia. No Grindr [aplicação de encontros dirigida ao público gay] tenho na descrição: 'Rapaz paraplégico a tentar aproveitar a vida. Faz-te confusão a cadeira de rodas? Next!'

Neste momento não tenho nenhuma relação. Já conheci muitas pessoas [através da Internet] . Algumas tornaram-se amigas, outras foram relações ocasionais — 'one night stand'. Tive outras relações curtas, mas acho que não as posso chamar de namoro. A vantagem da Internet é que consegues ter um contacto muito rápido e, para pessoas com limitação física, ultrapassas a tua incapacidade, consegues falar com pessoas distantes de ti.

Tem de haver sempre uma conversa primeiro. A pessoa tem de saber que eu tenho esta deficiência e que tem de estar aberto à experiência. Para 'one night stands', digo: 'Gosto disto e disto, as posições [que se adaptam] são estas e estas. Alinhas ou não?' Tenho até umas imagens no telemóvel para exemplificar, desenhos que encontrei na net. Já tive algumas coisas engraçadas. Conheci um rapaz que tinha um fetiche por pessoas com limitações e eu era o rei. Tudo aquilo que eu queria, ele fazia. Fomos para um motel, foi fantástico.

Sou muito internacional. Já estive com brasileiros, belgas, espanhóis, chineses, uruguaios. Gosto muito de sair deste quadradinho e tenho feito algumas viagens fantásticas. Acho que os portugueses são um bocado quadrados e as pessoas com quem estou têm de ser abertas à diferença e menos centradas a nível fálico. Eu acabo por ligar muito mais ao beijo, à carícia, a explorar outras zonas. Fui obrigado a encontrar alternativas, a não estar tão falocentrado. É um modo de sobrevivência. A mente é muito importante para isso. Ora, só tenho esta zona com sensibilidade, quais são as áreas mais sensíveis? Tentas explorar aquilo que te dá prazer e criar situações. É como uma masturbação mental. Às vezes toco-me lá, mas não é o mais importante porque não sinto.

Algumas pessoas podem achar que é promiscuidade. Eu acho que não, que é aproveitar a vida, mas sabendo aceitar os riscos. Eu também não me encontro com qualquer pessoa. Encontro-me com a pessoa primeiro para falarmos, para ver se há química ou não. Não é um "blind date" completo e é sempre sexo seguro.

"Just a normal guy"
Considero-me uma pessoa privilegiada. Primeiro na família que calhei, nas possibilidades que me deram. Tive tudo o que foi preciso na altura certa. A minha família sabe [da orientação sexual], os meus amigos também, só no trabalho é que não. Adoro aquilo que faço, as pessoas são fantásticas, mas por comentários percebo que não aceitam. E não estou neste momento preparado para um 'coming out' assim.

A única coisa que falta é a parte afectiva. Grindr, Hornet, Gaydar, Manhunt… [redes para encontros gays], tudo é orientado para a parte física. Obviamente que eu utilizo estes motores de busca para satisfazer uma necessidade humana básica, mas não é isso que quero para a minha vida. Gostava muito de um dia ter um companheiro de vida. Há muitos factores que contribuem para ainda não o ter: a minha personalidade, por exemplo. Outro grande factor é que os gays são muito físicos, ou seja, a diferença é complicada. Geralmente gosto de pessoas mais novas, que são geralmente mais imaturas. Ou seja, é uma questão dos meus gostos e também das pessoas aceitarem a diferença. Também sou muito perfeccionista: quando começo a conhecer alguém, começo logo a arranjar defeitos. Tento mudar mas… é complicado. Sim, 'I'm just a normal guy'. Não é por ter uma deficiência que aceito tudo o que vem à rede.

Há muitos momentos da minha vida em que eu sinto que seria uma pessoa muito mais feliz se não sentisse atracção. Eu sei que esta afirmação é muito forte, mas tenho esperança que um dia me engane. O tempo que eu perco nestes "chats", a tensão que se gera, que afecta a minha vida quotidiana. O desconforto, as negas, sentir-me magoado porque ele não manda mensagem…. Depois passado estes anos todos ainda não tenho ninguém, só pessoas passageiras… Será que vale a pena? Também tem a ver com a fase da minha vida. Há mais um desejo de assentar.

É que se eu pudesse, masturbava-me, acalmava-me e continuava a minha vida. Mas como não tenho nenhum 'output' que me acalme… é difícil. A tensão passa ao estar com alguém. Para mim é muito importante… quando ele está a ter um orgasmo, eu quero olhar para a cara dele e imaginar que sou eu. Tento quase transpor-me para ele, tentar perceber que sou eu que estou a fazer aquilo e que está a acontecer comigo. Sinto-me muito feliz. Mas por trás está a incapacidade de ter o resto.

Dentro da minoria da minoria
As pessoas ainda não conseguem olhar para uma pessoa com deficiência como uma pessoa normal e útil na sociedade. Continuam a achar que somos como os anjinhos e não temos sexo. E de uma maneira geral as pessoas não pensam que um deficiente pode ter sexo e ser gay. É muito à frente. Já pensar numa minoria é complicado, agora duas?! Ui. Tinha de lhe calhar as duas ao mesmo tempo?! Noto isso muitas vezes. Mesmo quando vou sair à noite, em comentários dos rapazes: 'Ainda bem que vieste'. E eu nunca o vi antes. Ele acha absolutamente fascinante que alguém em cadeira de rodas possa sair e ainda por cima ir a um local LGBT. Fantástico.

Portugal ainda tem muito que evoluir. Acho que a sociedade aceita mais a minha deficiência do que a minha orientação sexual. Porque são conceitos diferentes: o conceito do coitadinho e o conceito do pervertido. Entre os dois, o conceito do coitadinho é mais interessante (risos). Isto não é uma regra, a nova geração é diferente.

Estou dentro da minoria da minoria. Não é fácil. Se uma minoria tem pouca visibilidade, duas ainda mais. Sentes-te um pouco sozinho sob esse ponto de vista. E tens de ter um grau elevado de adaptabilidade e procurar aceitar as limitações que os outros têm relativamente ao modo como vêem as minorias. Podes ser exigente, mas tens de aceitar e dar valor às coisas boas. E Portugal também tem muitas coisas boas. A população pode ser limitada sob o ponto de vista de ver a diferença, mas se precisares de alguma coisa está ali pronta para te ajudar.

As mentalidades são difíceis de mudar, mas as coisas têm vindo a melhorar. Passa um bocadinho pela educação da população jovem e depois pela visibilidade. Imagina que eu agora tinha um namorado e ia passear na marginal e dávamos um beijo. É um modo de sensibilizar a sociedade: OK, tens aqui um casal gay e com deficiência. À primeira iam estranhar, à segunda talvez não. Também é bom para as pessoas. Têm um choque e começam a habituar-se a estas coisas. A minha melhor amiga é paraplégica e quando saímos à noite sei que damos estrilho. Porque somos ambos jovens, não somos feios, temos algum tipo de descontracção e somos divertidos. As pessoas ficam.... não é possível! Em que gaveta é que vamos pôr isto?! Jovens numa cadeira de rodas e estão a rir-se?! Ai meu Deus. E isso dá-me um gozo incrível. Faz-me sentir com energia. 'Yes, that's me', estou aqui, exactamente, sou assim."

Fonte: Público

Equipamento de musicoterapia Soundbeam

O equipamento de musicoterapia Soundbeam 5 tem sido, nos últimos meses deste ano, incluído em muitos projetos de inclusão em Portugal e os resultados que estão a obter têm sido excelentes.


De facto, várias instituições têm sido contempladas com este equipamento, quer através de projetos financiados, quer através do seu próprio esforço financeiro. Destacamos algumas delas: APPDA* do Algarve, a APPDA* de S. Miguel e Santa Maria nos Açores, a Cercipóvoa, a APPDA* de Viseu e a Benéfica e Previdente.

Mas o que é afinal o Soundbeam?

O Soundbeam é uma orquestra invisível, expansível no espaço, em que os movimentos são as notas. Ideal para musicoterapia e muito mais!
Mas, vamos explicar melhor: o Soundbeam é um sistema com sensores de movimento que possibilita a tradução de gestos e movimento em música, permitindo que mesmo as pessoas com dificuldades motoras profundas possam tornar-se expressivas, criativas e comunicar as próprias emoções, através da música.

O Soundbeam 5 é muito utilizado por pessoas com necessidades especiais, idosos, crianças e até mesmo artistas que querem dar som às suas performances.

Este sistema, com mais de 25 anos, é utilizado por terapeutas e professores em mais de 5.000 escolas, hospitais e outras instituições em todo o mundo. A oportunidade de dar às pessoas que têm normalmente uma perceção mais passiva da vida (de fora para dentro) uma experiência de controlo independente (de dentro para fora), combinada com uma dimensão estética poderosa, pode ter implicações terapêuticas, educativas e emocionais profundas.

Como temos feito diversos workshops fizemos um vídeo que pode ajudar a todos a potenciar a utilização do equipamento.



A Imagina desenvolveu muito recentemente um novo Manual do Soundbeam 5, totalmente em português, que explica todas as suas funcionalidades. Pode aceder ao manual no seguinte link: http://soundbeam.imagina.pt/docs

Quer saber mais informações sobre o equipamento e/ou como organizar um projeto de musicoterapia? Contacte-nos por email para info@imagina.pt ou através do telefone 239 499 230 e teremos todo o gosto em ajudar.

Fonte e mais informações: imagina

Precisa-se com urgência capa para almofada ROHO

"Pessoal cadeirante e não só, a vossa atenção, por favor!

PRECISA-SE COM URGÊNCIA CAPA (em preto) PARA ALMOFADA ROHO 10X11 PERFIL ALTO 47X51. 
Alguém tem alguma que já não use, porque mudou de almofada, marca, ou que por qualquer outra razão já não precise dela e a possa vender mais barata que numa ortopedia? Em bom estado, claro.

Contatar: tetraplegicos@gmail.com

Grato!" Abraço!

Sessão pública de apresentação dos resultados do Projeto UARPIE

No próximo dia 16 de outubro de 2015, pelas 17h45, realizar-se-à no Anfiteatro da Escola Superior de Educação de Lisboa, a apresentação pública dos resultados do Projecto UARPIE (www.uarpie.anditec.pt) no qual a ANDITEC é entidade participante.


No âmbito deste projeto foi desenvolvido e testado um Sistema Integrado de Manipulação e Comunicação Aumentativas para promover a educação inclusiva.

A participação é gratuita mediante inscrição através do email:
proj.uarpie.eselx@gmail.com

Mais informações: Anditec

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Assembleia da República estuda soluções de acessibilidade para deputado do BE

A secretaria-geral da Assembleia da República (AR) indicou esta quarta-feira que está a desenvolver soluções para que o futuro deputado do Bloco de Esquerda Jorge Falcato, com mobilidade reduzida, possa aceder a todas as zonas do plenário.

Em resposta escrita a um pedido de esclarecimento da agência Lusa, o gabinete do secretário-geral da AR informou que "está a ser estudada uma solução para que o deputado possa exercer o seu mandato em condições de igualdade com as dos restantes deputados".

"Em relação à sala do plenário, é possível o acesso às bancadas, em particular às laterais. Para além disso, estão já a ser estudadas soluções de acesso à tribuna, para que o deputado possa usar da palavra, soluções essas que vão ser analisadas especialmente com o Grupo Parlamentar respetivo", o do Bloco de Esquerda (BE), acrescenta a resposta.

Contactado pela TSF, Jorge Falcato reconheceu que já esteve no parlamento, em reuniões, e que nessas alturas se deparou com algumas dificuldades de acesso a alguns pontos.

Handi-Move Lift- & Care System

Utilizo o sistema portátil e aprovo. Veja AQUI



Representante oficial em Portugal: Foxi

Boras na Suécia, eleita como a cidade européia mais acessivel do ano de 2015

Arrumar as malas e colocar o pé na estrada sem dúvidas é maravilhoso. Mas, será que isso é algo tão fácil assim para todo mundo?

Segundo a ONU, cerca de 10% da população mundial é portadora de algum tipo de deficiência. Por isso, antes mesmo de escolher o destino de um intercâmbio ou viagem de férias, muita pesquisa deve ser feita para evitar dores de cabeça.

No Brasil, por exemplo, apesar de a acessibilidade ser garantida por leis federais, nem sempre os destinos turísticos cumprem as normas e tornam os locais acessíveis a todos. E como isso funciona em outros países?

Na Europa, a preocupação em tornar espaços públicos em locais mais acessíveis é uma tendência que vem sendo seguida por muitas cidades. É claro que isso também é um desafio gigantesco, já que muitas das construções no continente são extremamente antigas, algumas com mais de mil anos, ou seja, de quando nem se pensava em regras para acessibilidade.

Como felizmente mudanças estão a caminho, atualmente existe inclusive uma premiação que analisa o esforço de dezenas de cidades em remover as barreiras cotidianas no que diz respeito a transporte, infraestrutura, acesso a pontos turísticos, serviços, além da implementação de novas tecnologias com o intuito de facilitar a vida dos portadores de deficiência.

Chamada de Access City of the Year, em 2015 foi realizada a sexta edição dessa premiação e o título de cidade europeia mais acessível ficou com Boras, na Suécia. A capital finlandesa, Helsinki, ficou com o segundo lugar, seguida por Liubliana, capital da Eslovênia.

Nos dois anos anteriores, Gotemburgo, na Suécia, foi a cidade campeã. O resultado se deve ao grande investimento do governo local em transportes, construção de casas equipadas, adequação de mais de 300 empresas para pessoas com deficiência, além da criação de parques e playgrounds com acessibilidade.

Em edições anteriores, levaram o primeiro lugar cidades como Ávila, na Espanha, Salzburg, na Áustria e Berlim, na Alemanha.

Entre outras cidades do continente que se destacam por sua acessibilidade está Estocolmo, na Suécia. Por lá, em 2010, as travessias de pedestres foram reconstruídas com a implantação de rampas de acesso. Também foram desenvolvidos aplicativos para pessoas com deficiência visual, além de tornar as vias públicas mais seguras para essas pessoas. Todas as estações de metrô possuem elevadores e os hotéis estão preparados para suprir as necessidades visuais, auditivas e de mobilidade dos seus hóspedes.

Roma é outra cidade que tem adaptado sua antiga arquitetura com a construção de rampas nas calçadas, o objetivo é facilitar o acesso a hotéis, restaurantes, galerias de arte, museus e igrejas. Por lá, todos os meios de transporte são acessíveis para cadeirantes.

Já em Londres, grande parte das ruas no centro da cidade possuem rampas. Além disso, a maioria dos hotéis da cidade tem, pelo menos, 5% dos seus quartos adaptados para pessoas com mobilidade reduzida. O acesso às atrações turísticas da cidade também é bem acessível.

Fonte: Turismo Adaptado

APEXA promove IV Olimpíadas Adaptadas


A APEXA – Associação de Apoio à Pessoa Excepcional do Algarve vai promover a 4.ª edição das Olimpíadas Adaptadas, nos dias 15 e 16 de outubro, em Albufeira, para proporcionar o acesso a modalidades menos expressivas na população com deficiência.
A promoção e divulgação do desporto adaptado, o intercâmbio associativo e proporcionar igualdade de oportunidades às pessoas excecionais e novas experiências no desporto adaptado, promovendo as condições de acessibilidade de Albufeira, são os objetivos. 

Boccia, goalball e tricicleta, no dia 15, e basquetebol e dança, no dia 16, são as diferentes modalidades programadas.

O evento realiza-se no pavilhão municipal de Albufeira.

Fonte: diário online

AR faz “pequenas obras” para receber deputado paraplégico

Jorge Falcato, o recém-eleito deputado do Bloco de Esquerda que se desloca numa cadeira de rodas, esteve esta tarde em São Bento numa visita organizada pelos serviços da Assembleia da República para testar as acessibilidades e funcionalidades do local. Além dos acessos aos vários locais dos edifícios velho e novo, a visita incluiu testes à altura dos serviços de atendimento ao público. Os problemas maiores são no local onde se vai sentar no hemiciclo e no acesso à tribuna. “Serão feitas pequenas obras de adaptação”, garante ao Observador a secretaria-geral da Assembleia.

Segundo confirmou o Observador junto da secretaria-geral da Assembleia, o deputado bloquista que foi eleito no passado domingo e que está paraplégico desde 1978 irá sentar-se num dos locais que são atribuídos ao grupo parlamentar do BE, à esquerda do hemiciclo, mas terão de ser feitas “pequenas obras de adaptação” para que a sua cadeira possa entrar num desses “lugares laterais”.

Além da permanência da cadeira-de-rodas num dos lugares do hemiciclo, outro dos problemas identificados pelo próprio é o acesso à tribuna, onde os deputados fazem intervenções mais longas ou declarações políticas de frente para o resto do plenário. Nesse caso, “pela impossibilidade de utilização de rampas num espaço tão diminuto”, os serviços da Assembleia dizem que estão a estudar a colocação de um “sistema de plataforma de elevação angular integrada” para permitir esse acesso.

“Foram ouvidas as suas sugestões quer relativamente a rampas de acesso, quer relativamente à altura de determinados utensílios de serviço ao público, e foram testados os meios de acesso ao parque de estacionamento bem como os de passagem entre edifícios, para além das entradas na cafetaria, cantina e correios”, acrescenta a secretaria-geral da AR.

No início da semana, contudo, quando questionada pelo Observador sobre a mesma situação, a secretaria-geral tinha sublinhado que desde 1997 que a Assembleia da República tem vindo a adaptar o seu edifício principal com vista ao cumprimento da legislação em vigor sobre acessibilidades de pessoas com mobilidade reduzida, tendo para isso instalado “duas rampas de acesso ao edifício”, “instalações sanitárias”, “rampas de madeira amovíveis para acesso aos Passos Perdidos e para a entrada, junto ao refeitório”, assim como espaço para “quatro cadeiras de rodas” nas galerias do plenário.

“O acesso ao Plenário, salas do grupo parlamentar, salas de comissões e zonas sociais está garantido”, respondeu na altura ao Observador.

Fonte: Observador

Primeiro centro de recursos do país para o boccia criado em Coimbra

O centro visa "fomentar a prática do boccia sénior", promovendo a socialização, a inclusão e a qualidade de vida dos idosos, através do desenvolvimento de uma prática desportiva adequada às suas expectativas e necessidades, numa abordagem intergeracional, disse hoje à agência Lusa o presidente da APCC.

O boccia é uma atividade desportiva praticada "há muitos anos" pelos utentes da APCC, que possui "vários campeões olímpicos e mundiais" e diversos praticantes na seleção nacional.

Mas "agora pretende-se alargar a modalidade à população sénior e não utente da APCC", projeto para o qual é "muito importante" a existência de um bocciateca, onde, além do material necessário para a prática da atividade, também sejam desenvolvidas ações de divulgação, promoção e formação, designadamente de jovens voluntários, sustenta Antonino Silvestre.

A APPC tem vindo a promover o boccia junto dos mais velhos, através de parcerias com outras instituições, mas a existência do centro permitirá dar maior dimensão a este trabalho, acredita o presidente da APCC.

Para a criação do bocciateca, a APCC candidatou o respetivo projeto à edição deste ano do Prémio BPI Seniores, que "distingue e apoia projetos que promovam a melhoria da qualidade de vida e o envelhecimento ativo de pessoas com idade superior a 65 anos", tendo sido premiado com cerca de 8.600 euros.

Aquele montante permite adquirir o material necessário e fazer face a algumas outras despesas para a criação e funcionamento inicial do centro, adiantou Antonino Silvestre, destacando que a edição deste ano daquele prémio registou 713 candidaturas, tendo o júri distinguido 32 projetos de instituições privadas sem fins lucrativos, entre as quais a APCC.

O primeiro bocciateca, a criar nas instalações da APCC, em Coimbra, disponibilizará "equipamentos desportivos e materiais relacionados com o boccia para utilização pela comunidade, bem como um programa estruturado para a prática da modalidade, aliando atividades desportivas, de lazer e de competição em parceria com outras entidades".

De acordo ainda com o projeto distinguido, o bocciateca é "dirigido a pessoas seniores e a pessoas com deficiência e/ou incapacidade, mas envolverá também voluntários da APCC e estudantes do ensino superior".

O boccia, que tem "influências do jogo tradicional, petanca, oriunda das civilizações gregas e romanas, tornando-se uma modalidade paralímpica em 1984, nos jogos de Nova Iorque", é "a modalidade principal para atletas portadores de paralisia cerebral" e pessoas com dificuldades motoras.

Fonte: RTP

Viana do Castelo dá ajuda excepcional a associação de apoio à deficiência

A Câmara de Viana do Castelo, anunciou esta quarta-feira que vai atribuir uma ajuda excepcional à Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (APPACDM). O apoio irá permitir que a associação não seja obrigada a encerrar duas valências de apoio e foi aprovado depois de o município avaliar a legalidade da medida.

Em causa está um apoio de mais de 57 mil euros que irá garantir o funcionamento de dois Centros de Actividades Ocupacionais (CAO), que o Instituto de Segurança Social (ISS) deixou de subsidiar.O funcionamento está, para já, garantido até ao final deste ano.

A medida consta de uma proposta, que a maioria socialista apresentou, na semana passada, para aprovação do executivo municipal e que acabaria por ser retirada, por decisão do presidente da câmara, José Maria Costa, na sequência de dúvidas legais levantadas pelo vereador do PSD Eduardo Teixeira. Na altura, o vereador da oposição alertou que o executivo, ao aprovar aquele apoio, podia "incorrer numa ilegalidade", já que se trata de uma instituição "que tem dívidas avultadas ao Estado".

"Podemos ter que responder judicialmente por isso", frisou, adiantando que "o Código Contributivo impede que se celebre protocolos ou contratos com particulares ou instituições que não tenham a sua situação contributiva regularizada".

Para poder votar favoravelmente aquele apoio, Eduardo Teixeira sugeriu à maioria socialista que solicitasse à instituição uma certidão de não dívida da situação contributiva. Numa nota enviada esta quarta-feira à imprensa, a autarquia explicou que decidiu conceder o apoio excepcional após ter "auscultado a direcção da APPACDM", ter "analisado a legislação em vigor", e ter feito "a devida ponderação sobre a situação".

"A Câmara de Viana do Castelo vai atribuir o apoio excepcional para funcionamento dos CAO do Cabedelo da APPACDM, ciente de que este é imprescindível para dar resposta aos 31 utentes e respectivas famílias, sendo mesmo uma imposição moral a de assegurar os direitos dos seus utentes, reduzir a ansiedade e as dificuldades sentidas pelas famílias, bem como dos trabalhadores da instituição", lê-se na nota. A autarquia afirmou ainda "reconhecer a competência técnica e idoneidade da instituição que, ao longo de 43 anos, tem dado uma resposta social única e ímpar aos seus utentes".

Na semana passada, a autarquia justificou o apoio com a necessidade de garantir o funcionamento daquelas estruturas que acolhem 31 utentes e empregam 15 funcionários, até à conclusão dos processos que, entretanto, correm nos tribunais envolvendo a associação e o Instituto da Segurança Social (ISS).

As estruturas em causa estão instaladas num imóvel cedido em 1991, em regime de comodato, pela Segurança Social à APPACDM, para funcionar como centro infantil. Em 2013, e após a celebração de novos acordos entre as partes, foram criados dois CAO abertos desde 2014, e um lar, pronto desde Abril e a aguardar protocolo para funcionar.

No início de Agosto, a APPACDM recebeu um ofício do ISS, a que a agência Lusa teve acesso, que declara a nulidade daqueles protocolos alegando "não ter competência para decidir o encerramento" do centro infantil, "alterar o fim inicial" a que destinava o imóvel, e para homologar as novas áreas. No documento pede-se ainda a restituição do imóvel que "havia sido cedido à instituição por um período de 20 anos".

Fonte: Público

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Na SIC a debater greve de fome

No programa "Queridas Manhãs" da SIC, a debater greve de fome.

Veja AQUI o debate e a minha intervenção.




AR estuda soluções de acessibilidade para deputado do BE

A secretaria-geral da Assembleia da República (AR) indicou esta quarta-feira que está a desenvolver soluções para que o futuro deputado do Bloco de Esquerda Jorge Falcato, com mobilidade reduzida, possa aceder a todas as zonas do plenário.

Em resposta escrita a um pedido de esclarecimento da agência Lusa, o gabinete do secretário-geral da AR informou que “está a ser estudada uma solução para que o deputado possa exercer o seu mandato em condições de igualdade com as dos restantes deputados”.

“Em relação à sala do plenário, é possível o acesso às bancadas, em particular às laterais. Para além disso, estão já a ser estudadas soluções de acesso à tribuna, para que o deputado possa usar da palavra, soluções essas que vão ser analisadas especialmente com o Grupo Parlamentar respetivo”, o do Bloco de Esquerda (BE), acrescenta a resposta.

A AR vinca também que “o acesso ao Grupo Parlamentar, salas de comissões e zonas sociais está garantido”, devido a intervenções que têm vindo a ser realizadas desde 1997 por forma ao “cumprimento da legislação em vigor sobre acessibilidades de pessoas com mobilidade reduzida”.

A secretaria-geral elenca que, entre as intervenções realizadas, contam-se duas rampas de acesso ao edifício, instalações sanitárias, acesso às galerias do plenário e espaço para quatro cadeiras de rodas no piso da galeria reservada, e rampas de madeira amovíveis para acesso aos passos perdidos e para a entrada junto ao refeitório.

“Existe ainda uma placa elevatória entre o Novo Edifício e o Palácio que permite aceder à ligação interior dos dois edifícios”, conclui o órgão.

Jorge Falcato foi eleito pelo círculo eleitoral de Lisboa do Bloco de Esquerda.

Fonte: TVI24

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Impedida de votar

Acabei de exercer o meu dever de voto, pela primeira vez em toda a minha vida. Estava curiosa e confiante, e especialmente contente por saber que iria finalment...e contribuir para o nosso país com o meu voto, como cidadã ativa e presente que sou. Pois então, chego ao meu local de recenseamento eleitoral e deparo-me com uma situação com a qual não estava minimamente a contar.

Resumidamente: a minha mesa de voto encontrava-se no primeiro andar, sem elevador ou qualquer tipo de plataforma para subir. E eu pergunto-me, num país em que é considerado CIVILIZADO e não do 3º mundo, como é que esta situação pode existir?! Diz a lei que a mesa de voto e urna não podem sair do lugar pois os votos seriam todos anulados. Ao olhar em meu redor, vejo dezenas (para não dizer centenas) de idosos com dificuldades de locomoção, muitos deles com bengala ou moletas. 

Na minha situação, estavam mais duas senhoras em cadeira de rodas que, ironicamente, eram TODAS da mesma mesa que eu, ou seja, da secção do primeiro andar. Eu tenho o DIREITO e DEVER de votar tal como tenho o DIREITO de ser eu própria a ir à mesa de voto e colocar o voto na urna. Tenho também o DIREITO de não querer que pessoas estranhas me “peguem” a mim e à minha cadeira para subir umas escadas, ato este que pode ser muito perigoso. Tenho o DIREITO de querer ser tratada de forma DIGNA e IGUAL ao de mais cidadãos.

Conclusão, teve de o meu pai trazer-me a folha de voto e coloca-la depois na urna. Tenho mais uma vez o DIREITO de ir votar SOZINHA futuramente e ter todas as acessibilidades às quais tenho DIREITO.

Relembro ainda que as acessibilidades não se tratam só de deficientes como eu, mas sim de pessoas idosas com dificuldades de mobilidade, invisuais, entre tantos outros casos!

Sim, consegui de forma “deficiente” votar, mas não da forma a que tinha direito. Acabei portanto a fazer uma reclamação à qual fiz de forma muito orgulhosa!

Assim me despeço com uma frase que cada vez mais gosto de dizer e gritar: não tenho o mínimo orgulho no país em que vivo.

Boa tarde

Testemunho de Raquel Banha na sua página do facebook

O inesperado deputado bloquista que leva a causa dos deficientes a São Bento

Reivindicação de que o Estado assegure apoios adequados às pessoas com deficiência e que lhes forneça condições para serem autónomas, em lugar de optar em muitos casos pela sua institucionalização, são algumas das causas com que Jorge Falcato chega ao Parlamento.

Quinto nome da lista por Lisboa do Bloco de Esquerda, faz parte daqueles que figuravam em posições, à partida, pouco elegíveis, mas que acabaram eleitos graças ao grande aumento dos votos do partido.

Eleito como independente, Falcato tem 61 anos e trabalha para a autarquia da capital como arquiteto, atividade que tenciona suspender para se dedicar em exclusivo ao Parlamento.

Natural de Lisboa, é oriundo de uma família de Estremoz, de onde diz ter recebido a sua influência política de esquerda. Antes do 25 de Abril integrou as lutas do movimento estudantil na Faculdade de Belas Artes.
ALVEJADO PELA POLÍCIA EM 1978

Mas seria já no Portugal democrático que Jorge Falcato acabaria por ficar paraplégico, em 1978, ao ser alvejado pela polícia durante um protesto contra uma manifestação da direita pelo 10 de Junho, o “Dia da Raça”. “Tinha havido confrontos, mas na altura a situação estava mais calma e já estava a ir-me embora quando comecei a ouvir tiros e voltei para trás para ver o que se passava”, recorda ao Expresso. Acabou por ser alvejado com um tiro de G3, assim como um outro estudante que faleceu.

A redução da sua mobilidade acabaria por contribuir para que o seu empenhamento político se virasse para a reivindicação dos direitos de todos aqueles com problemas semelhantes. Primeiro nos anos 1980, na UDP, partido que ajudara a formar, e, mais recentemente, nos (D)Eficientes Indignados, grupo que ganhou destaque com ações como a vigília em frente ao Parlamento, em 2012, que conseguiu que o Governo recuasse no corte de verbas para apoio a pessoas com deficiência. No ano seguinte, alargaria o seu ativismo político com a adesão ao movimento “Que Se Lixe a Troika”.

O bloquista considera que o Estado português “delega nas famílias a sua obrigação de apoiar estas pessoas”, o que diz provocar o empobrecimento e muitas vezes a desagregação destas famílias. Refere exemplos como o daqueles que têm filhos pequenos deficientes, em que um dos pais tem de abdicar do seu trabalho para poder dar a assistência adequada à criança.
A HIPÓTESE DAS PESSOAS TOMAREM “O SEU DESTINO EM MÃOS”

Recorda que em Portugal uma pessoa com deficiência recebe 200 euros mensais de subsídio, mas só nos casos de não ser casado com alguém que tenha mais de 250 euros de rendimento.

As suas criticas à política que tem sido seguida nesta área estendem-se também à tendência para se optar pela institucionalização dessas pessoas, em lugar de lhes serem concedidos apoios para que possam ter uma vida mais autónoma. “O Estado paga 990 euros aos lares (por cada pessoa internada), enquanto o subsídio de assistência a uma terceira pessoa (que lhe preste assistência) é de apenas 80 euros”, refere, criticando uma opção de que “nem do ponto de vista económico faz sentido”.

“O que defendemos é dar a hipótese à pessoa com deficiência de tomar o seu destino em mãos e fazer a sua vida, em lugar de ser retirada da sua casa e da sua rede social e metida numa lar onde muitas vezes nem sequer o canal de televisão pode escolher”.

Fonte: Expresso

Sexualidade na deficiência: como se mudam as mentalidades?

A Internet assume-se, para alguma desta população, como uma "forma alternativa de contornar um sistema silenciador", reconhece Ana Cristina Santos, que o concluiu no estudo Intimidade e Deficiência — Cidadania Sexual e Reprodutiva de Mulheres Deficientes em Portugal. Muitas das entrevistadas desta investigação encontravam em redes sociais ou sites eventuais parceiros. "Em situações de mobilidade reduzida ou de restrição imposta — no hospital, nalgum período de internamento prolongado ou por imposições familiares — a Internet era fundamental", sublinha a investigadora.

Actualmente, Lúcia Fisteus Marques está solteira, mas foi precisamente pela Internet, num "chat" de conversação, que começou a falar com um rapaz, sem qualquer tipo de limitação, com quem viria a namorar durante alguns anos. "Para testar disse logo ao rapazinho que era deficiente. Por incrível que pareça não fugiu." Muitas conversas param a partir desse momento, por isso há quem esconda a sua incapacidade. "Não o dizem porque têm na cabeça que a outra pessoa não vai querer nada. Porque, por exemplo, se a família não o aceita, o que farão os outros?", questiona a jovem de 29 anos com paralisia cerebral, acrescentando que se tratam de "situações que levam a um desespero e a uma fragilidade emocional grande".

Por outro lado, na falta de contacto físico, muitos refugiam-se na Internet para viver a sua intimidade, seja para sexo virtual, pornografia ou masturbação (quando tal é possível). Foi, aliás, no universo digital que João Lomar, de 42 anos, também com paralisia cerebral, aprendeu muita coisa. Sobre sexo. Costuma ir a "chats" procurar mulheres para conversar: "Gosto de o fazer, tenho prazer naquilo." Às vezes, as conversas aquecem; e quando assim é, masturba-se: "Não é vergonha nenhuma, é uma coisa normal." De quando em quando diz que tem deficiência: há quem continue a conversa, há quem fuja. Certo é que nos encontros presenciais que marcou, ninguém apareceu. Está longe de ser o cenário ideal, mas… "No meu caso é bom porque não tenho mais nada.

GREENFEST 2015: Tenho o poder

Inspirado no formato norte americano, o GREENFEST em Portugal conta com Pedro Norton de Matos como mentor e vai já na 8.ª edição.


É o maior evento de sustentabilidade do país e celebra anualmente o que de melhor se faz ao nível da sustentabilidade nas suas 3 vertentes ambiental, social e económica.

Posicionamos-nos como uma plataforma de partilha de ideias e experiências e abordamos tendências. Damos “palco” a empresas, autarquias e cidadãos que querem contribuir para um futuro melhor.

O GREENFEST decorre desde a sua primeira edição no Centro de Congressos do Estoril e é uma iniciativa que conta com a organização da Câmara Municipal de Cascais e do Grupo Gingko.

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