segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Unidos no Amor Contra a Indiferença dia 5 de Novembro em Odivelas


5 de Novembro de 2011 - Um Olhar Sentido e Reflectido
Moderadora – Carina Ramos

15H – Sessão de abertura, Presidente da Associação “Por Amor à Diferença”- Sr. Rui Pereira

15.15H –“ Unidos no Amor contra a Indiferença”- Isabel Barata - escritora e Paula Teixeira – Interprete de Língua Gestual Portuguesa Paula Teixeira ( a confirmar )

16H Intervalo

16.15H – “O que emergiu ao longo destas tertúlias”- Rita Raposo, HO e Conceição Carvalhinho Enf.ª Especialista de Reabilitação

16.45H Debate/Conclusões

17H – Encerramento

Fonte: Por amor à diferença

sábado, 29 de outubro de 2011

Minha história - 4ª parte

Dando continuação á minha história...


Sou transferido da clinica de Santo António, para o serviço de medicina física e reabilitação, do Hospital Curry Cabral em Lisboa, febre continuava, análises nada acusavam…até que dias depois ao fazerem-me a higiene detectam uma escara no trocânter direito em péssimo estado. Depois de intervencionada e limpa, restou um grande buraco que até osso se poderia ver através dele. Aí estava a resposta a todo o sofrimento que estava a passar. A infecção vinha de dentro. Entretanto tinha-me debilitado muito e foi necessário reabilitar-me com alimentação especial e transfusões de sangue, assim como esperar que escara estivesse pronta para ser reconstruida pela cirurgia plástica. Aconteceu, tiveram que me retirar um pouco do osso que já estava infectado, mas segundo me informaram na altura, fora esse facto a operação foi um sucesso. Certo é que naquela região, até agora não tive mais problema nenhum. Tenho é que explicar à maioria dos médicos o que aconteceu com o osso. Começam a olhar para exame e…”você tem aqui qualquer coisa…”.

Há praticamente 6 meses que não saia de uma cama, banho a sério nunca mais, era uma bacia com uma pouca de água, e com um panito húmido esfregavam-me o corpo. Alguns com a pressa esfregavam-me as partes genitais e o rosto com mesmo pano e água, lavar a cabeça era uma vez por mês. Nem imaginam a comichão que dava! Mesmo quando a lavavam era de faz de conta. Dentes impossível escovar…A hora da refeição também era um momento muito difícil nestes tempos de acamado e dependente. Técnica era mastigar rápido, sem tomar o gosto ao que me punham na boca, isto porque comida escolhida e dada pelos outros vem tudo o que gostamos e não gostamos. A gordura, peles…peixe, evitava pedir por causa das espinhas. Abria a boca, começava a mastigar, já tinha outra colher cheia encostada á boca. Era uma complicação. Outra coisa que me aborrecia era pedir para me limparem o nariz. Coçar-me não pedia. Disfarçava o pensamento. Começava a pensar noutra coisa. Ainda hoje o faço quando estou deitado e não chego onde sinto a comichão. Garanto que resulta. Alguns colegas tinham a sorte de ter família a morar por perto e na hora das refeições vinham dar-lhe a comida dali, ou trazida de casa. Mas eu e maioria eramos de longe. Eu não tinha quem me desse as refeições, mas tinha diariamente a visitar-me um anjo da guarda, era uma prima que trabalhava a uns 20 minutos do Hospital e aproveitava a hora do seu almoço para me visitar. Vinha a comer pelo caminho para poder estar comigo e um bolinho para me dar por ela, nunca faltava. Minha querida Carmita foi um apoio que jamais esquecerei. Não faltou um dia. Sempre alegre e bem disposta. Anos mais tarde confidenciou-me que aquela alegria era aparente. Que chegava à rua e começava a chorar. Ela foi muito importante para mim.

Tempo passou, escara cicatrizou e os levantos para uma cadeira de rodas muito esquisita (aquela com encosto muito alto) começaram. Fazer plano inclinado também. Deitavam-me numa estrutura parecida com uma maca e iam-na inclinando verticalmente todos os dias um pouco mais. Actualmente antes de nos levantarem vestem-nos meias elásticas de contenção, cinta abdominal e somos injectados constantemente com anticoagulantes. Em 1991 nada disso se usava. Tomei meu primeiro banho em vários meses. A água a escorrer pelo rosto foi revigorante. Sentia-me imundo e por mim até era esfregado com uma escova. A seguir tive outra grande alegria. Foi uma sensação indiscritível ver o sol, senti-lo…há uns 8 meses que não ia à rua. Chorei de emoção. Vi o mundo pela 1ª vez depois de tanto tempo. A partir dai todos as vezes que tivesse alguém que me empurrasse a cadeira, lá íamos para os jardins do Hospital. Estávamos em pleno verão.


Também no portal Vida Mais Livre

A Diana precisa de uma cadeira de rodas elétrica


A Associação Salvador, no âmbito da sua Ação Qualidade de Vida, uma iniciativa que atribui todos os anos apoios diretos e pontuais a pessoas com deficiência motora e comprovada falta de recursos financeiros, lançou durante a cerimónia de entrega dos apoios, que decorreu no dia 25 de Outubro, uma plataforma de crowdfunding com o nome "Preencha esta vida", desenvolvida em parceria com a Link Consulting.

A ideia de criar esta plataforma surgiu como solução de angariação de fundos, tendo em conta que a grande maioria das candidaturas apresentadas, com verdadeiros casos problemáticos, não teve cabimento no orçamento inicial da Ação Qualidade de Vida 2011 e que no actual enquadramento macroeconómico, a diminuição da capacidade de resposta do estado social pressiona a sociedade civil para providenciar, em parte essas respostas.

Através desta plataforma, qualquer pessoa ou empresa pode contribuir para o projeto que pretenda ver apoiado e confirmar o valor que já foi angariado para cada projeto. Na plataforma "Preencha esta vida" só estarão presentes as candidaturas que obtiveram uma avaliação positiva pelo júri da Ação Qualidade de Vida, mas que por falta de verba não receberam apoio.

Todo o acompanhamento dos projetos financiados pode ser feito através do site www.preenchaestavida.com , onde se encontrará um testemunho do beneficiário do apoio atribuído.

A doação é feita online, através de referência multibanco. O valor doado é dedutível no IRS/IRC.

A plataforma "Preencha esta vida" está disponível para donativos desde o seu lançamento, a 25 de outubro, até ao final do corrente ano.

O desenvolvimento do portal conta com o apoio dos mecenas da Associação Salvador, Semapa e BES e ainda das empresas EMC e Zon.

Fonte: Associação Salvador

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Tetraplégico encomenda sua morte


Um desfecho realmente inacreditável. Geraldo Rodrigues de Oliveira, 28 anos, assassinado a tiros na madrugada do último sábado, em Rio Claro (SP), não foi vítima de latrocínio (roubo seguido de morte).

De acordo com o delegado seccional da cidade, Roberto José Daher, o rapaz pediu para ser morto pelo próprio irmão, o tapeceiro R.R.O., de 22 anos.

Segundo a Polícia Civil, há cerca de 2 anos a vítima ficou tetraplégica depois de ter sido estimulada pelo próprio irmão a participar de um racha que terminou em fatídico acidente.

Desde então, Rodrigues passou a acusar o irmão pelo acidente, segundo a polícia. “Insatisfeito com sua atual condição, ele pressionava o irmão a matá-lo. Primeiro eles pensaram em envenenamento, mas depois decidiram simular o roubo, que na verdade nunca existiu”, completa a autoridade.

O fato foi confirmado pelo sobrinho da vítima, que estava na casa no Jardim Novo I, bairro da periferia de Rio Claro, na hora do crime. O tapeceiro está preso temporariamente, mas está em choque e por isso ainda não foi ouvido. “É uma situação delicada e nunca vivenciei nada parecido”, completa Daher.

Irmão acusado diz estar aliviado mesmo sabendo que ficará preso

O tapeceiro acusado de matar o tetraplégico contou aos investigadores que sabe que ficará preso pelo assassinato, mas agora está aliviado, porque acabou com o sofrimento do irmão. Geraldo tinha se casado antes do acidente e teve um filho, que infelizmente nasceu paraplégico. Após o acidente que o deixou tetraplégico, Geraldo caiu numa profunda depressão, pedindo inclusive que sua mulher o deixasse sozinho.

A vítima se queixava de que não aguentava mais ver a mulher ter que se desdobrar para cuidar dele e dos afazeres domésticos. A mulher deixou a casa. Ele mal conseguia movimentar o pescoço e recebia cuidados especiais do sobrinho e do irmão acusado de matá-lo. Geraldo ficou ainda mais depressivo depois da morte de outro irmão, que sofreu um acidente de trânsito em janeiro deste ano.

O tapeceiro disse que, diante da insistência do irmão, então resolveu matá-lo. Eles planejaram o ‘assalto’ e o tapeceiro partiu para o ataque. Para o delegado seccional Roberto José Daher, a versão dada logo no início da ocorrência apresentava falhas gritantes. “A história estava mal contada desde o começo e chamou a nossa atenção”, fala o seccional. A arma usada no crime foi comprada de um desconhecido e ainda não foi localizada.

Fonte: Jornal Cidade

Paraplégico volta a andar: E a esperança continua...



Enviado por Joaquim Simões

terça-feira, 25 de outubro de 2011

«Nas Asas do Desejo» - Sexualidade na deficiência

O direito à sexualidade na deficiência é reconhecido em vários países do Norte da Europa, onde há casas de assistentes sexuais, comparticipadas pela própria segurança social, para satisfazer as necessidades destas pessoas.

Em Portugal, os deficientes físicos e mentais recusam-se a ser encarados como seres assexuados e acusam os técnicos das instituições e os próprios pais de reprimirem a sua sexualidade.

«Nas Asas do Desejo», uma grande reportagem de Alexandra Borges com imagem de João Franco, edição de Miguel Freitas e grafismo de Ricardo Rodrigues, para ver, AQUI.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

“Tens Potencial Paralimpico?”

No próximo dia 28, sexta-feira, pelas 10h00, o Pavilhão Municipal de São Brás de Alportel abre as portas ao Projecto “Tens Potencial Paralímpico?”, que tem por objectivo sensibilizar para a prática desportiva e identificar novos talentos para competição paralímpica.

Esta iniciativa dá continuidade ao Projecto “Começar pelo Início” desenvolvido pela Federação Portuguesa de Desporto para Pessoas com Deficiência que promoveu a prática desportiva junto dos potenciais públicos e prossegue agora com o Projecto “Tens Potencial Paralímpico?”, que visa sensibilizar atletas para a competição no seu mais alto nível, os jogos paralímpicos.

Este segundo projecto de desporto adaptado, composto por 4 campos de provas, de norte a sul do país, convida todos os possíveis atletas a participar num dia repleto de actividades, onde serão acompanhados e avaliados por treinadores paralímpicos e técnicos especializados.

Em São Brás de Alportel esta iniciativa é desenvolvida em parceria pela Federação Portuguesa de Desporto para Pessoas com Deficiência e Centro de Medicina de Reabilitação do Sul, com o apoio da Câmara Municipal de São Brás de Alportel e desafia jovens de todas as idades, independentemente das limitações, a participar nas 6 modalidades disponíveis: atletismo, boccia, ciclismo, remo indoor, ténis e tiro ao arco.

As actividades de demonstração decorrem entre as 10h00 e as 14h00 e desafiam jovens atletas a testar as suas capacidades em várias modalidades desportivas, uma oportunidade única para descobrir novas preferências e novas oportunidades de futuro.
Este dia aberto destina-se ainda a estudantes e profissionais da área da saúde e do desporto, bem como a toda a população em geral.

Contactos:
Federação Portuguesa de Desporto para Deficientes (FPDD)
Rua Presidente Samora Machel Lote 7 – Loja Dta
2620 – 061 Olival Basto
Tel.: 21 937 99 50
Fax: 21 937 99 59
Email: dtnacional@fpdd.org

Enviado por e-mail

Dating4DisabledGays - Site de relacionamento para gays e lésbicas com deficiência


Há muitos sites de relacionamento on-line, mas nós somos o primeiro site de namoro para Gays
& Lesbian com deficiência. Dating4DisabledGays

Um site muito bem estruturado que o tornam divertido e fácil de usar. Aqui pode encontrar o seu companheiro Gay perto de si!

Foonte: Sexualidade Especial

CURE CMD - Congenital Muscular Dystrophy


Conheça o CURE CMD - Congenital Muscular Dystrophy. Um site sobre distrofia muscular congénita e outras doenças neuromusculares.

Tem informação em PDF, perspectivas, histórias e outras informações úteis.

Fonte: Deficiente Fórum

Novo site de relacionamento para pessoas com deficiência


Em virtude do crescimento na procura por sites de relacionamentos segmentados, o Brasil ganha o www.NamoroDeficiente.com, primeiro portal destinado aos deficientes.

Estudiosos afirmam que, muitas vezes, nas redes sociais generalizadas, esse público era ignorado sempre que revelava alguma deficiência, o novo portal chega para concretizar o direito de encontrar um companheiro através da internet e de forma segura.

De acordo com a assessoria de imprensa, o portal possui diversos benefícios aos portadores de deficiências?*. Permite que os usuários compartilhem experiências, opiniões, se relacionem afetivamente e principalmente, façam amizades. A socialização inclui a troca de fotos, vídeos, músicas e ainda um blog, em que podem expressar as ideias.

No ar há menos de um mês, o site registrou um aumento de 34% nos cadastros diários, incluindo pessoas do exterior, como de Portugal, Angola e Moçambique. Nos perfis se destacam pessoas com idades entre 23 e 53 anos, também é grande a presença de usuários sem deficiência que dispensam possíveis preconceitos e se cadastram por ter interesse em se relacionar com esse público.

Quinto país com maior número de acesso à internet no mundo, o Brasil explora o acesso à informação para difundir os direitos perante a lei. Especialistas afirmam que com a conscientização das pessoas, a sociedade passa por um processo de amadurecimento.

Fonte: Deficiente Ciente

sábado, 22 de outubro de 2011

Jornadas Cinematográficas da Deficiência em Silves

Durante o próximo mês de novembro, a Câmara Municipal de Silves irá realizar ao sábado, na Biblioteca Municipal de Silves, as Jornadas Cinematográficas da Deficiência. Com início às 16 horas, pretende-se em cada uma das sessões abordar um tipo de deficiência específica, seja ela mental, visual, motora ou auditiva.
Para além de divulgar o SIM-PD (Serviços de Informação e Mediação para Pessoas com Deficiência ou Incapacidade) de Silves, esta iniciativa visa não só sensibilizar os munícipes para as problemáticas da deficiência, através da visualização de filmes sobre várias temáticas, mas também abrir um espaço de diálogo onde no final de cada sessão os participantes irão opinar sobre a temática que inspirou o filme.

“I Am Sam – A força do amor”, de Jessie Nelson, será o primeiro filme a ser exibido, a 5 de novembro, numa belíssima reflexão sobre a capacidade de cuidar, que uma pessoa com deficiência mental pode ter, mostrando que não há limites quando existe amor, e fazendo o público refletir sobre a discriminação sofrida por estas pessoas no seu meio social.

No dia 12 de novembro será a vez de “À primeira vista” ser exibido. De Irwin Winkler, o enredo explora a jornada de um homem cujo mundo era a escuridão da cegueira, mas que pode ser iluminado por um milagre da ciência e pela magia do amor.

Baseado em factos da vida real, será exibido no dia 19 de novembro o filme “Mar Adentro”, que relata a história de Ramón Sampedro, um marinheiro que ficou tetraplégico após um acidente de mergulho, mostrando a sua luta pelo direito de acabar com a própria vida.

As Jornadas Cinematográficas da Deficiência terminam no dia 26 de novembro, com o filme “Filhos do Silêncio”, de Randa Haines, numa abordagem da deficiência auditiva.

Enviado por Manuela Ralha - Fonte: CM Silves

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Colabore

Olá!

Estou a fazer um estudo de mercado para arrancar com um projecto pessoal empreendedor, o qual consiste no Apoio ao domicílio a pessoas com deficiência.

Venho solicitar a vossa participação para averiguar a viabilidade do projecto.

Para tal, respondam ao mini questionário (só tem 4 questões de resposta rápida).

Responda aqui ao questionário.

Por favor, reencaminhem o mail para amigos com deficiência.

Obrigado pelo apoio.
Beijinhos
Madalena Brandão

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Maria do Rosário Lopes: Um testemunho de vida impressionante

A Maria do Rosário Lopes, fez-me chegar a sua história de vida. Fiquei impressionado com tanto sofrimento. Mas mais ainda com sua força e vontade de viver. Não percam...


Filha de um sapateiro e de uma dona de casa, Maria do Rosário de Almeida Lopes nasceu a 20 de Maio de 1950 na quinta do Varigo na aldeia Visiense de Prime. Ai cresceu, juntamente com os irmãos, numa casa modesta, no seio de um ambiente familiar tranquilo, profundamente marcado pelas dificuldades económicas e, simultaneamente, pela alegria da vida, cuja influência foi decisiva na sua vida.

Precocemente começou a ter contacto com os trabalhos agrícola e domésticos, actividades que apreciava muito e que lhe proporcionaram uma infância e juventude perfeitamente normal. Durante os primeiros 21 anos da sua existência a saúde, a energia, boa disposição foram uma constante.

Foi a 21 de Maio de 1971 que teve a primeira consulta médica, sendo também o começo de um percurso difícil com contornos muito tortuosos. O problema de garganta que a conduziu á consulta foi o primeiro de toda imensidão de doenças que pautaram a sua vida.
Rapariga magra, frágil, sempre enfraquecida pela anemia que teimava em não a abandonar, carência de cuidados suplementares que os seus pais, apesar de todas as dificuldades, se desdobravam para lhe proporcionar. Mas ainda assim, o seu estado de saúde não voltava á normalidade.

Em 1974, tinha então 24 anos, fez a primeira cirurgia, alterações no funcionamento da vesícula foram razão para esta intervenção. Pouco tempo depois e ainda em fase de recuperação foi assolada por febre tifóide.

Com 3 mil escudos que o irmão lhe mandou da Alemanha, chegou a Lisboa em 26 de Janeiro de1976 (ou seja aos 26 anos). Efectuou inúmeros exames dispersos pelos Hospitais Curry Cabral; S. José e Santo dos Capuchos. Descobrem uma Colite Ulcerosa. Mas a sua fragilidade, fraqueza e problemas de garganta intensificaram-se. Foi então operada á garganta.

Em 1983 uma reacção alérgica a um comprimido (constipal) coloca a sua vida em risco sendo mais um momento em que, não fosses a sua energia e vontade de viver, os cuidados médicos no hospital de S. Teotónio teriam sido insuficientes para ultrapassar as sequelas.
Durante a década de 80 assíduos problemas respiratórios foram motivos defrequentes entrados nas Urgências Hospitalares. Não obstantes os crescentes problemas de saúde, Maria do Rosário continuou sempre a viajar pelo mundo da boa disposição, a encontrar força para transpor cada barreira que surgia. O seu sorriso constante conquistava todos os que a rodeavam. Não havia na aldeia, e nos arredores, quem não conhecesse o seu drama e admirasse a energia que possuía, bem como a forma de ela encarar a vida.
No entanto, a par desta inclinação flagrante para constantes problemas respiratórios, despertam, e vão-se intensificando com o passar dos anos, os primeiros sinais de problemas musculares. Aos 36 anos depara-se com dificuldades em abrir completamente a mão e a não conseguir segurar chinelos nos pés.

Aos 39 anos teve uma dor de coluna, que a depositou 5 semanas numa cama no Hospital em Coimbra. Com a 1ªcrise de coluna veio a proibição de fazer o que mais prazer lhe dava – croché. Até então, e desde os 18 anos o seu passatempo preferido era fazer croché, todo e qualquer momento disponível ela utilizava para elaborar trabalhos em renda. Durante 2 anos vê – se impossibilitada, por imposição médica, de fazer qualquer esforço e muito menos trabalhar a linha pois, segundo os médicos, agravava o seu estado de saúde.

Apesar de contar somente com a instrução primária, tinha uma grande paixão pela leitura, principalmente pela literatura que dissertasse sobre as questões relacionadas com a nossa existência. Encontrou na leitura, na reflexão e no diálogo a ocupação que precisava e que lhe permitiu preparar-se interiormente e, até, ajudar os que estavam á sua volta.

Passados estes dois anos e impulsionada por um programa de televisão, em que viu esplêndidos trabalhos pensou:”preciso de encontrar uma maneira, tenho que conseguir fazer o que mais gosto”e assim contornou a interdição, e as dores, fazendo o croché deitada. Este programa televisivo desperta nela um novo interesse – bordados, que vai intensificando com o passar dos anos esse torna predominante no seu dia-a-dia, e ao longo dos tempos. Este factor é decisivo para a escolha do caminho.
Perseverante, optimista por excelência, para Maria do Rosário viver é uma paixão, sendo o percurso da sua vida uma luta permanente pela sobrevivência.

Aos 40 anos vê-se reduzida a uma cadeira de rodas. Aliada á dor física vem a dor da alma, o deixar de caminhar, os últimos passos, o olhar para trás, o medo, as interrogações, a dor, a esperança. Um turbilhão de pensamentos em labirintos mentais quase sem saída. Não há angústia maior que não é o sofrimento provocado pelos olhares indiscretos que transmitem pena e não coragem, piedade e não admiração. Á cadeira de rodas associam-se horas cinzentas e dias muito tristes. No entanto, a vontade e a procura de motivo de vida e de trazer de volta luz e alegria foram uma constante. Persistir por mais um momento quando tudo parece perdido, passou a ser a sua filosofia de vida.

Paralelamente ás dificuldades de locomoção surgem problemas de deglutição. Durante 8 meses a sua alimentação foi o grande da irmã que cuidava, e cuida até hoje, dela, pois pelo esófago não passava nada que não fosse água. As refeições eram preparadas cozendo os ingredientes e filtrando a água da cozedura, sendo essa água a sua refeição. Passo os 8 meses, e depois de intensos tratamentos, obteve melhorias que lhe permitiram ingerir sopas.

Varias tentativas e estudos foram feitos em busca da causa e cura de tanto sofrimento. As dificuldades na descoberta da doença conduziu os médicos a vários diagnósticos, chegando, mesmo a ponderar tratar-se de uma doença do foro psicológico. Exames atrás de exames, noites mal dormidas, ansiedade, saber de que doença se sofre é um processo penoso. Quanto finalmente é feito o diagnóstico, o problema passa a ser o de encontrar as respostas, que não sejam “isso é normal na sua doença”.

Com o decorrer dos anos o estado de saúde de Maria do Rosário vai-se agravando, a dependência de terceiros torna-se cada vez mais evidente. Em Setembro de 1992 sofreu um agravamento galopante, levando o médico a desacreditar por completo a sua sobrevivência, tendo prescrito soro apenas por descargo de consciência. Durante 3 dias foi visita da pelo padre, familiares, amigos e desconhecidos com o intuito de se despedirem, pois não havia esperança. Mas apesar de não falar, estava consciente e sentia que não era o fim, “amanha ainda é dia e eu não vou morrer hoje”era o seu pensamento. Ultrapassado este obstáculo, nos anos seguintes luta contra dificuldades de locomoção, deglutição, respiração e cansaço físico.

Incapaz de ficar parada, e desvalorizando sempre a sua realidade, persiste na execução de bordados. Assim, devido á divulgação dos seus trabalhos, e ao sucesso dos mesmos, é procurada por inúmeras pessoas para a elaboração da sua “arte “.Produz “obras” com destino a diversos pontos do país, tendo mesmo algumas viajadas para França, Suíça, Alemanha, Brasil e Canadá.

A década de noventa fica marcada pelo desaparecimento de um irmão (leucemia galopante, foi a causa da morte). Devido ás repercussões deste episodio, o seu estado de espírito teve um trauma, que agravou ainda mais a sua fragilidade e quase sem defesas para enfrentar um nódulo no peito, que entretanto lhe foi detectado.

A vida parecia fugir de Maria do Rosário. Durante 2 anos esteve dependente de oxigénio devido ás suas insuficiências respiratórias. No de correr desta etapa, mais do que em qualquer outra situação, quase se deixa vencer pelo cansaço, pelo desânimo e pela tristeza, estar 24 horas por dia “agarrada”a uma bilha de oxigénio era uma tortura. E era com este de espírito, e consciente de que a cura estava cada vez mais longe, que se apresentava nas consultas de Otorrinolaringologia em busca de solução, Discutia-se o sucesso ou não de uma traqueotomia, alguns especialistas defendiam que não resultaria e outros eram da opinião que talvez lhe proporcionasse melhoras na ordem dos 30%. O sofrimento dela, naquela altura, era imenso e as elevadas doses de oxigénio só aliviavam a falta de ar que sentia. No entanto, a nível intelectual ela continuava a ser a pessoa que sempre fora e, por isso, percebeu que a sua dignidade e o sentido da vida que ainda tinha para viver valia a pena arriscar. E, por isso, escolheu deixar-se operar. Apesar de todos os riscos que corria, a traqueotomia foi um êxito, tendo-a libertado, até hoje, da respiração assistida.

Quando completa 50 anos de idade, a sua vida é, mais uma vez, alvo de uma doença de risco - Tumor no útero. É hospitalizada no Instituto Português de Oncologia do Porto, onde lhe efectuam a cirurgia de remoção.

Em 2005 a força interior e capacidade de luta é novamente posta á prova. A sobrinha que dormia com ela deixou de o poder fazer, o que implicou a sua mudança para casa da irmã. Habitação sem acessibilidades para uma cadeira de rodas subia, e sobe, as escadas de rastos. As deslocações eram, e são, uma obrigatoriedade pois a sua relativa qualidade de vida depende de Fisioterapia.

Ao longo destes 61 anos contabilizou 54 internamentos hospitalares. Apesar dador e limitações provocadas pela Miopatia Mitocondrial, categorizada como doença rara, a postura de Maria do Rosário perante a vida é algo de que nos orgulha e inspira, porque permite longas conversas e a satisfação de nada ficar por fazer. Ela sempre se recusou a ficar presa a uma cama, a ver-se como uma moribunda, e se as pernas já não funcionam, funcionam felizmente os braços, o cérebro, o coração, e ela aproveita-os, tirando partido da companhia das pessoas que a rodeiam e do prazer que os bordados sempre lhe proporcionam.
Maria do Rosário é uma força da natureza, deliciamo-nos a assistir essa sua luta desmedida de quem sabe o que quer, de quem acredita no amanhã, para quem as pedras no caminho não passam disso mesmo, de quem sai Vencedora de qualquer batalha.

Abaixo deixo-vos alguns dos seus lindos bordados.






Pode conhecer mais peças da sua arte em Maria do Rosário Lopes no Facebook

Atletas que «pedalaram por uma causa» cumpriram percurso entre Montemor-o-Velho e Faro


Os atletas Telmo Pinão e André Venda, que cumpriram um percurso entre Montemor-o-Velho e Faro sob o mote «Pedalar por uma causa», divulgar o ciclismo adaptado, foram recebidos segunda feira pelo presidente da Câmara de Faro, Macário Correia, e pelo vereador do Desporto, Paulo Santos.

O encontro marcou o final da iniciativa, na qual os 475 quilómetros que ligam as duas localidades foram percorridos pelos dois desportistas com o objetivo de contribuírem para a divulgação do ciclismo adaptado e consequentemente para o desporto para deficientes em Portugal.

Esta iniciativa, apadrinhada pelo ex-ciclista profissional Cândido Barbosa, pretendeu ainda angariar fundos para os praticantes dos desportos adaptados. “O que esteve na origem desta ação foi a vontade dos dois atletas verem o ciclismo adaptado integrar o projecto paralímpico”, refere a autarquia.

Fonte: Diário Online

Hino ao deficiente por Kit Carlos Rocha

Morreu tetraplégica francesa raptada num resort no Quénia


Morreu uma mulher francesa tetraplégica com cancro que foi raptada num resort de uma ilha do Quénia e levada para a Somália no início do mês, avançam as autoridades francesas.
Fontes não reveladas contactaram as autoridades francesas para anunciar que Marie Dedieu, de 66 anos, morreu, não adiantando porém quais as circunstancias que levaram à sua morte, afirmou o Ministro dos Negócios Estrangeiros francês num comunicado.

Os raptores «muito provavelmente recusaram-se a dar-lhe a medicação que enviámos», disse o ministro. O Governo queniano culpou o grupo somali al-Shabab pelo ataque.

«A senhora Dedieu era uma senhora de 66 anos, gravemente doente, que sofria de cancro e era tetraplégica», pode ler-se no comunicado. «Raptar uma mulher neste estado é um acto bárbaro e de inenarrável e absoluta violência».

As autoridades francesas exigiram que os restos mortais da mulher fossem devolvidos ao seu país.

AP/SOL

sábado, 15 de outubro de 2011

Jovem escritora tetraplégica faz das histórias um apelo para a vida


Foi na pele de contadora de histórias para crianças que encontrou a sua vocação. Agarrou a inspiração que lhe assalta regularmente e, desta vez, resolveu mostrá-la ao mundo. E nasceu “Joquinha na cidade do miau”. Um livro para crianças - e adultos - que conta a história de um gato especial. Um gato que se desloca numa cadeira de rodas, tal e qual como a autora do livro. Carol Soares é licenciada em Comunicação Social, vive em Espinho e é tetraplégica. A vida trocou-lhe os planos, mas ela adaptou-se e confessa que o livro que acaba de publicar é o reflexo dessa mudança que lhe transformou a vida.

“Este livro é o reflexo da minha própria história e pretende mostrar à sociedade que os deficientes são úteis, tal e qual, como o gato protagonista do livro que, apesar de ficar numa cadeira de rodas, continua a trabalhar e a ser respeitado” – diz a escritora, de 33 anos. Carol Soares sofreu um acidente de viação aos 24 anos que lhe empurrou para uma cadeira de rodas. Há muito tempo que se habituou à ideia e convive naturalmente com a sua incapacidade para se movimentar sozinha. “Não me conformo com a discriminação da sociedade. Os deficientes não são inválidos, podem contribuir, e muito, para uma comunidade” – garante.

A prova está no livro que acaba de publicar e, para o qual, foram precisas muitas batalhas. “Não foi fácil, mas sinto-me feliz por ter ultrapassado todas as dificuldades e por ver o meu livro publicado”. O sentimento, diz, é parecido com um acto de libertação com o qual prova que faz tudo como qualquer outra pessoa. Aliás, as histórias para crianças foram a sua principal actividade nos últimos anos. “Trabalhei durante quatro anos, em regime de estágio sem remuneração, na Câmara Municipal de Espinho, fazendo a “Hora do Conto” na Biblioteca Municipal. A falta de reposta da autarquia em termos da sua permanência remunerada levou-a a desistir da tarefa, mas não dos seus sonhos. “É a escrever que me sinto bem e quem sabe se esse não será o meu futuro profissional”. A autora tem já preparada uma nova história que deverá ser lançada em Dezembro, desta vez, o “Joquinha” parte noutras aventuras e vai para a “Nuvem da Mafalda”.

“É no papel de contadora de histórias que melhor me sinto e, por isso, este livro e a possibilidade de o publicar foi a melhor coisa que me aconteceu”.

O acidente marca uma linha profunda na sua vida, mas isso nunca a impediu de lutar pelos sonhos e por uma profissão. “Na altura custou muito confrontar-me com esta realidade, de nunca mais poder voltar a andar, mas tive que ganhar forças e hoje tenho a certeza de que sou tão capaz como qualquer outra pessoa”. As oportunidades custam, no entanto, a bater à porta. “É, por isso, que o livro é tão especial para mim, porque o vejo como uma janela aberta para o mundo”.

Os objectivos estão agora bem mais definidos na sua mente. “Quero divulgar o livro, apresentá-lo nas escolas e bibliotecas”. Por enquanto, o livro está apenas à venda no portal da editora no endereço www.papiroeditora.com, mas, em breve, poderá ser adquirido nas livrarias da cidade de Espinho.

O livro “Joquinha na cidade do miau” foi apresentado na Bilblioteca MunicipaL de Espinho. “A biblioteca estava cheia de gente e, para mim, isso foi muito gratificante”. A seu lado, contou com os familiares e amigos e com uma animação “especial” concedida pela associação “Passinhos de Dança”.


Os Passinhos de Dança encheram o momento de magia” – recorda Carol Soares.

Estive no lançamento do livro. Vejam minha opinião.

Fonte: 7sete

Ergon - Porta versátil. Prática para utilizadores de cadeira de rodas


Um novo sistema de abertura de portas original e muito prático, permite que sejam abertas para ambos os lados com um pequeno esforço. O espaço necessário para a abertura é cerca de metade de uma porta convencional, o que o torna adequado para pequenos pequenos apartamentos. Conheça o sistema ERGON

O espaço é um problema sério nos edifícios modernos de escritórios ou de apartamentos, onde as divisões são cada vez mais pequenas. As portas, por exemplo, tornam-se difíceis de colocar em divisões minúsculas como os WC ou as arrecadações. Que o digam arquitectos e designers dão o seu melhor para garantir a estética dos seus projectos sem comprometer a funcionalidade. Frequentemente, quando o espaço é exíguo, em vez das portas tradicionais, utilizam portas de correr, com os inconvenientes que lhes são próprios. Nenhuma das duas soluções é ideal. A pensar nisto, a firma italiana Celegon concebeu a porta rotodeslizante ERGON.

Rotodeslizante significa que a porta, ao ser utilizada, descreve um movimento composto, simultaneamente rotativo (como as portas convencionais) e deslizante (como as portas de correr). Tecnicamente é bastante simples mas o conceito é brilhante. As portas equipadas com este sistema ocupam metade do espaço necessário para a abertura de uma porta tradicional. Mas não é tudo: podem ser abertas indiferentemente para a esquerda ou para a direita. Além disso, o esforço gasto para as manusear é mínimo com este sistema. Estas são vantagens importantes quando se quer que sejam usadas por crianças ou por pessoas com mobilidade reduzida, em cadeiras de rodas, por exemplo.


Enviado por José Mariano Fonte: Obvious

Porta de carro que desaparece. Excelente para nossas transferências


O que é isso? Um automóvel sem portas? Não. É apenas um novo sistema de abertura de portas que promete revolucionar o design e o mercado automóvel. Conheça mais.

O que à primeira vista parece um automóvel sem portas é na realidade um revolucionário sistema de abertura desenvolvido e patenteado pela firma JATECH, LLC.

O funcionamento do sistema é engenhoso. As portas são painéis deslizantes que se alojam debaixo do piso do carro num compartimento próprio.

Surpreendido com a simplicidade? É verdade. Este é um daqueles tipos de inventos que nos faz fatalmente perguntar "porque é que ninguém se lembrou disto mais cedo"?

Fonte: Obvius

Projeto Rugby Portugal em cadeira de rodas


Realizou-se tempos atrás uma reunião na sede da Federação Portuguesa de Rugby entre a referida Federação, a ANDDEMOT e a Associação Portuguesa de Rugby em Cadeira de Rodas, com o objectivo de promover e divulgar a modalidade em Portugal.

Criou-se um projecto inovador na área do Desporto Adaptado e pretendemos integrá-lo no Desenvolvimento da Prática Desportiva, com a finalidade de promover Actividades Físicas Desportivas de carácter Lúdico, Terapêutico e de Alto Rendimento para as pessoas com deficiência motora.

Este Projecto compõe-se em três fases:

1 – PROMOÇÃO E DIVULGAÇÃO DO RCR com Acções de Formação nos quatro Centros de Medicina de Reabilitação, tendo como objectivo a introdução da modalidade na prática habitual dos seus utentes melhorando a sua condição física e alcançando melhor performance nas actividades da vida diária. Segue a calendarização nos CMR:

29 de Outubro – Hospital da Prelada, Porto

4 de Novembro – CMRRC - Rovisco Pais, Tocha

11 de Novembro – Centro de Medicina de Reabilitação do Alcoitão, Alcabideche

18 de Novembro – Centro de Medicina de Reabilitação do Sul, São Brás de Alportel

2 – FORMAÇÃO TÉCNICA para Treinadores e Classificação dos Jogadores;

3 – PROMOÇÃO DE QUADROS COMPETITIVOS com a criação de 4 equipas para a realização do Campeonato Nacional.

Fonte: ANDDEMOT

Guia para utilizadores com necessidades especiais: Soluções adaptadas de telefone e internet

Destinado a utilizadores com necessidades especiais, o presente Guia tem como objectivo dar a conhecer os equipamentos, funcionalidades e serviços de telefone fixo, telemóvel e Internet actualmente disponíveis em Portugal, especificamente desenvolvidos para responder às suas necessidades, bem como aqueles que, sendo de utilização generalizada, podem ter especial interesse para estes utilizadores.

Aqui vai encontrar informação útil sobre:

• equipamentos, funcionalidades e serviços de telefone fixo, telemóvel e Internet;
• serviços de informação e apoio ao cliente, facturação e listas telefónicas;
• preços especiais.

Pretende-se, desta forma, facilitar uma escolha mais adequada e garantir uma utilização mais correcta e completa dos equipamentos e serviços disponíveis. Porque o mercado das comunicações está em constante evolução, a informação contida neste Guia deve ser complementada pelo contacto directo com os operadores no mercado, através dos seus serviços de apoio ao cliente ou das suas páginas na Internet1. Estes podem prestar informação actualizada sobre a matéria, incluindo produtos e serviços entretanto desenvolvidos e respectivos pontos de venda.

Recomendamos, também, a consulta do inventário de equipamentos de comunicações
especialmente adaptados para utilizadores com necessidades especiais, integrado no Catálogo Nacional das Ajudas Técnicas2.

Fonte e informação completa: Anacom

Autor do projecto de relatório sobre a mobilidade e a integração de pessoas com deficiência e a EstratégiaEuropeia para a Deficiência 2010-2020


Cerca de 80 milhões de cidadãos europeus – o equivalente a 16% da população da UE – sofrem de algum tipo de deficiência. Dificuldade de acesso aos serviços e problemas de mobilidade são apenas alguns dos problemas que se colocam e quem fica a perder é a própria sociedade. O primeiro eurodeputado surdo, Ádám Kósa, licenciou-se e trabalhou como advogado antes de ser eleito para o Parlamento Europeu e está empenhado em ajudar a abrir caminho para outros.

Quais são as preocupações do seu relatório sobre pessoas com deficiência?

AK: O meu relatório diz respeito aos 80 milhões de cidadãos europeus com deficiência: trata-se da maior minoria existente. O principal problema é o seu acesso aos serviços: educação, emprego, serviços de saúde. É um problema enorme para toda a sociedade.

O que é que pode ser feito concreta e realisticamente?

AK: A Comissão Europeia tem uma estratégia a dez anos e o meu relatório foi elaborado com base nessa estratégia, à qual acrescentei alguns comentários e novas propostas. Em primeiro lugar, deveríamos tratar as pessoas com deficiência na perspectiva dos direitos humanos, em vez de termos piedade da sua deficiência. Dispomos de instrumentos formais, como a Convenção da ONU sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e a Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia. O mais importante de tudo é a atitude perante as pessoas com deficiência. Em segundo lugar, temos o problema da acessibilidade, que continua a ser um problema para as pessoas com deficiência. Eu não oiço mas é a sociedade que me limita, porque eu não me sinto deficiente. Não somos nós os deficientes, mas sim a sociedade, as estruturas que nos limitam. Se os sistemas fossem acessíveis, nós teríamos acesso. Em terceiro ligar, gostaria de referir a questão do emprego. Se as entidades patronais aplicassem práticas inclusivas de trabalho, as suas empresas passariam a ser um possível local de trabalho para todos os cidadãos. O meu relatório sublinha esta necessidade em todas as áreas, da educação infantil aos mais idosos, sem excluir ninguém.

Quais são as suas prioridades para os próximos dez anos?

AK: O mais importante é conseguir uma maior taxa de emprego para pessoas com deficiência. Na Europa ocidental cerca de 40% das pessoas com deficiência têm um emprego remunerado, percentagem que se situa em 10% a 15% na Europa oriental. São ambas muito baixas, 40% é pouco, 10% a 15% é abismal. Esta realidade tem de mudar para que seja possível atingir uma taxa de 75% de emprego até 2020. A única forma de atingir este objectivo é a inclusão das pessoas com deficiência.

Junto de que instituição ou entidade da União Europeia é que as pessoas com deficiência podem apresentar as suas preocupações e problemas, ideias e soluções?

AK: O meu relatório sugere a criação de uma nova comissão dedicada aos problemas das pessoas com deficiência. Estamos a falar de 80 milhões de pessoas, é uma parte significativa da população e penso que a proposta de constituição de uma comissão independente é realista. Actualmente existe no Parlamento Europeu um Inter-grupo – agrupamento informal de deputados de diferentes grupos políticos – para as pessoas com deficiência e existe a comissão das Petições. Na Comissão Europeia existe uma unidade dedicada às pessoas com deficiência. Existem organizações nacionais mas o desafio é grande porque a mensagem dos cidadãos com deficiência pode perder-se no meio da grande máquina.

É presidente do Inter-grupo. Quais são os principais objectivos, modo de funcionamento e resultados alcançados?

AK: Trata-se do mais antigo Inter-grupo do Parlamento Europeu e já existe há mais de 30 anos. É também o maior Inter-grupo, com mais de 100 eurodeputados. O principal objectivo é a troca de informações entre deputados, mas também nos reunimos oito vezes com o Conselho e com a Comissão ao longo dos últimos dois anos para debater questões relacionadas com as mulheres com deficiência, emprego, etc. Somos basicamente apoiados pelo Fórum Europeu das Pessoas com Deficiência, a maior ONG europeia nesta área, o que nos permite uma forte ligação à sociedade civil.

Enviado por Maria Helena Sousa Fonte: Parlamento Europeu

Tetraplégicos desafiam a ciência ao jogar rugby em cadeira de rodas


Há poucas lesões piores do que um pescoço quebrado, mas Steve Brown, Mandip Sehmi e a equipe da seleção inglesa de rúgbi de cadeira de rodas parecem desafiar a ciência. O intenso programa de treinamento para as Paraolimpíadas de Londres, em 2012, fez os atletas atingirem altos níveis de condicionamento e ultrapassarem os limites previstos ao desenvolverem as funções que ainda possuem.

- Eu não precisaria ter perdido dois terços do meu corpo para poder tirar o máximo do terço restante, mas foi assim – afirma Steve Brown, que fraturou o pescoço ao cair de uma sacada.

- As minhas funções começam dos mamilos para cima, quando eu respiro, eu não uso os músculos do tórax, que são parte da respiração. Portanto, minha respiração é muito prejudicada em relação a quem não é paralítico – explica Mandip Sehmi, que quebrou o pescoço em um acidente de carro.

Apesar da menor resistência respiratória, Mandip e os outros atletas têm se esforçado ao máximo para se preparar para o evento mais importante de suas vidas, as Olimpíadas. Com a aproximação dos jogos de Londres, o impacto do intenso treinamento da seleção de rúgbi de cadeira de rodas é continuamente avaliado por meios científicos, na universidade Loughborough, na Inglaterra.

- O Mandip é uma figura extraordinária. Ele tem braços extremamente longos, o que o beneficia em sua técnica de impulso, enquanto Steve tem outras qualidades: determinação, motivação – explica Vicky Tolfrey, pesquisadora da universidade.

Segundo a especialista, Mandip e Steve conseguem utilizar os braços devido ao local em que sofreram a lesão na espinha: entre as vértebras cervicais conhecidas como C1 até C7, que apoiam o pescoço.

O rúgbi de cadeira de rodas

Originário do Canadá, o esporte foi criado por pessoas que não tinham força ou capacidade suficiente para jogar basquete em cadeira de rodas.

- É um esporte bem perigoso. Às vezes, é importante dar um tranco em alguém. Dá para notar pelas cadeiras quebradas e pelos solavancos que levamos, e faz parte do esporte. Eu adoro. Jogadores de futebol podem quebrar a perna, e nada na vida é 100% seguro. Acredite, nós quebramos o pescoço – brinca Steve.

Após três anos de treinamento, Steve chegou à seleção inglesa e agora luta por uma vaga nos Jogos de 2012.

- Só porque é um esporte paraolímpico, não significa que a vaga seja dada de bandeja. Treino todos os dias para estar na seleção. Treino todos os dias pensando nos australianos. Se eu deixo de treinar um dia, é uma vantagem para eles. Espero que Londres 2012 seja a minha hora e a minha vez. E Deus sabe que eu fiz de tudo para tornar isso possível.

Fonte: Sportv.com

Standing Frame - Tetraplégicos



Enviado por Maria Helena Sousa

Vamos ajudar o IPO - Instituto Português de Oncologia

«O Instituto Português de Oncologia (IPO) está a angariar filmes VHS ou DVD para os doentes da unidade de transplantes que estão em isolamento.

São crianças e adultos que precisam de um transplante de medula e de estar ocupados durante o tempo de internamento, explicou ao Portugal Diário a Enfermeira responsável pela unidade, Elsa Oliveira.

A falta de "stocks" torna necessária a ajuda da população.

Precisamos de filmes para as pessoas mais desfavorecidas que não têm possibilidade de os trazer. Algumas crianças trazem os seus próprios filmes e brinquedos mas depois quando têm alta levam-nos, acrescenta.

O IPO aceita todos os géneros de filmes, mas a preferência vai para a comédia.

Numa altura menos feliz das suas vidas, um sorriso vai fazer bem a quem passa dias inteiros numa cama de hospital.

Rir é sempre um bom remédio :)

As cassetes de vídeo ou os DVD podem ser enviadas para:

Instituto Português de Oncologia de Francisco Gentil
Unidade de Transplante de Medula
A/C Sr.ª Enfermeira Elsa Oliveira
Rua Professor Lima Basto 1070 Lisboa Ou então, por favor, informe-se pelo telefone: 217 229 800 (geral IPO) ou 217 266 785.».

Enviado por Alberto Neves de Melo

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

História da deficiência através da arte



Fonte: Sexualidade Especial

Tecnologia permite tetraplégico mover braço robótico com o pensamento com o


Um homem tetraplégico conseguiu usar o pensamento para controlar o movimento de um braço protético pela primeira vez.

Paralisado após sofrer um acidente de moto que danificou sua medula espinhal, Tim Hemmes, de 30 anos, conseguiu tocar as mãos da namorada graças a um chip com eletrodos implantado no cérebro por pesquisadores da Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos.

O americano é o primeiro a participar do projeto que utiliza uma interface cérebro-computador (BCI) para avaliar se os pensamentos de uma pessoa com lesão medular podem ser usados para controlar o movimento de um dispositivo externo, como um cursor de computador ou um braço protético sofisticado. "Eu coloquei meu coração e alma em tudo o que me pediram para fazer. Consegui alcançar e tocar alguém pela primeira vez em sete anos", relata Tim.

Segundo o investigador, Michael Boninger, ver Tim tocar a namorada com um braço mecânico foi inesperado e comovente para todos envolvidos com o projeto. "Essa primeira rodada de testes reforça o grande potencial da tecnologia BCI não só para ajudar pacientes com lesões na medula espinhal a se tornarem mais independentes, mas também para melhorar as conexões físicas e emocionais com seus amigos e família", explica Boninger.

O projeto

Em 25 de agosto, matrizes de eletrodos foram colocadas sobre a superfície do cérebro de Hemmes durante uma operação de duas horas.

Os pesquisadores, então, implantaram fios sob a pele do pescoço até a parte superior do tórax, onde eles poderiam ser periodicamente ligados a cabos de computador. Seis dias por semana, durante as quatro semanas seguintes, a equipe testou a tecnologia utilizando um software de computador desenvolvido em estudos anteriores para interpretar os sinais neurais sentidos pelos eletrodos.

Depois de assistir a uma figura gerada por computador movendo um braço, Hemmes começou a tentar guiar uma bola do meio de uma grande tela de televisão, para cima, para baixo, esquerda ou direita até um alvo, dentro de um limite de tempo. Com a prática, ele pode realizar a tarefa sem qualquer assistência do computador ou com o que os pesquisadores chamam de "100% de controle do cérebro". Ele, então, desempenhou uma tarefa parecida com o braço, chegando a tocar um alvo em um grande painel montado.

Não foi o processo de pensamento e movimento simultâneo que Hemmes conhecia antes de ficar paralisado que tornou o processo possível. Em vez disso, ele imaginou flexionar o polegar, o que criou um padrão de sinais cerebrais que o computador, então, interpretou como "mover para a esquerda". "Foi preciso concentração e paciência, mas este processo parecia ficar mais fácil com a prática, assim como quando alguém aprende a dirigir um carro com uma transmissão manual. Em estudos futuros, também iramos testar outras abordagens, incluindo o participante simplesmente pensar para cima, para baixo e assim por diante", afirma o pesquisador Wei Wang.

Após cerca de oito sessões, Hemmes abordou tarefas mais complicadas. Enquanto usava óculos especiais para visualizar corretamente uma tela de TV tridimensional, ele moveu a bola nas direções anteriores, e também para frente ou para trás. Ele também praticou mover o braço em todas as direções, culminando com o toque na mão da namorada.

Os pesquisadores estão agora analisando dados, e buscam, pelo menos, mais cinco adultos com lesões na medula espinhal que têm muito pouco ou nenhum uso das mãos e braços para estudos adicionais.

Fonte: Isaúde

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Workshop Marketing Pessoal para Pessoas com Deficiência

Boa Tarde,

A Associação Salvador irá organizar, em parceria com a Be Stronger, um Workshop sobre Marketing Pessoal, que irá realizar-se no próximo dia 21 de Outubro (sexta-feira), no Hotel Fontana Park (junto ao Saldanha, em Lisboa), entre as 14h e as 18h.

A formação será gratuita e destina-se a pessoas com algum tipo de deficiência motora que tenham frequência universitária, licenciatura, bacharelato ou outro grau de ensino superior.

O número de vagas é limitado a 10 participantes.

Se estiver interessado em participar preencha o formulário de pré-inscrição, aqui.

As insrições estão abertas até dia 16 de Outubro.

Todos os seleccionados irão receber a confirmação de participação por e-mail. A todos os seleccionados será solicitada uma caução de 5 euros para reservar o lugar que será devolvida no dia do evento.

PROGRAMA | WORKSHOP – MARKETING PESSOAL
Local: Fontana Park Hotel, Lisboa (perto do Saldanha)
Data: 21 de Outubro de 2011 (sexta-feira)
Duração: das 14h às 18h (4 horas)

DESTINATÁRIOS:
Pessoas com deficiência motora que tenham no mínimo frequência universitária, preferencialmente à procura de emprego.

CONTEÚDOS DA FORMAÇÃO:
- Introdução ao marketing pessoal
- Plano de Marketing
- Responsabilidade social individual
- Partilha de experiências
- Exemplos de casos de sucesso

METODOLOGIA:
- Abordagem teórica
- Exercícios práticos

COMPETÊNCIAS A ADQUIRIR:
Auto-confiança, auto-conhecimento, assertividade e planeamento de objectivos.

FORMADORA:
Rosário Dias: professora no Instituto Superior de Línguas e Administração (ISLA) há 11 anos, tendo leccionado várias disciplinas de Marketing, nomeadamente: Comportamento do Consumidor, Estudos de Mercado, Marketing Directo, Marketing I e Marketing II, Introdução ao Marketing. Tem aprofundado conhecimentos na área do Marketing Pessoal, na sequência dos quais criou a marca “BE STRONGER”, que pretende, através de formação, abrir algumas gavetas interiores, aplicando os princípios do Marketing Pessoal aliados à psicologia positiva, visando o desenvolvimento pessoal e o alcance dos objectivos através do plano de Marketing.

Qualquer esclarecimento adicional que necessite, por favor, não hesite em contactar-nos.

Contamos com a sua participação!

Com os melhores cumprimentos,
Associação Salvador
Av. Fontes Pereira de Melo 14, 9º
1050-121 Lisboa
Tel.: 213 184 836
info@associacaosalvador.com
www.associacaosalvador.com

Enviado por e-mail

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Reabilitar em Palco - III Encontro Nacional de Dança, Teatro e Música

A Dança, a Música e o Teatro são ferramentas da Área da Reabilitação.

O III Reabilitar em palco sugere diversos espectáculos, a realizar em espaços diferentes, unindo o público ao artista numa relação com
a diferença.

O Teatro Virgínia associa-se a esta iniciativa acolhendo uma actividade no dia 26 de Novembro.

Organização CRIT - Centro de Reabilitação e Integração Torrejano e INR - Instituto Nacional para a Reabilitação

Para mais informações consultar o programa respectivo ou em www.crit.pt

Leiria: Politécnico lança quarta campanha de brinquedos adaptados

O Instituto Politécnico de Leiria (IPL) anunciou hoje o início da quarta campanha “Mil brinquedos, por Mil sorrisos”, que visa angariar brinquedos e adaptá-los a crianças portadoras de deficiência.

Os brinquedos serão entregues a 40 equipas Locais de Intervenção Precoce dos concelhos de Aveiro, Castelo Branco, Coimbra, Leiria e Guarda, na Gala de Inclusão, no dia 03 de dezembro, no Teatro José Lúcio da Silva, em Leiria.

A coordenadora do Centro de Recursos para a Inclusão Digital (CRID) do IPL, Célia Sousa, apontou a meta de mil brinquedos a recolher e apelou à sociedade civil para doar “brinquedos que já não são usados pelos filhos”.

O projeto, que nasceu em 2008 através do CRID, consiste em recolher qualquer tipo de brinquedo com um sistema eletrónico simples (botão on/off). Alunos, professores do curso de Engenharia Eletrotécnica do IPL, em colaboração com outros estudantes e escolas que se queiram associar, irão colocar um botão que liga através de um simples toque, tornando o brinquedo acessível a crianças com necessidades especiais.

“Leiria está no centro quando se trata de adaptar e distribuir brinquedos a crianças com necessidades especiais. O Alto Patrocínio de Maria Cavaco Silva dá outro ânimo e é o reconhecimento do trabalho que tem vindo a ser desenvolvido ao longo destes anos”, afirmou o presidente do IPL, Nuno Mangas.

O projeto, que engloba as escolas que integram o IPL, faz parte da formação dos alunos do curso de Engenharia Eletrotécnica, “não só na vertente técnica, porque aprendem, mas também como cidadãos responsáveis”, salientou o diretor da ESTG, Luís Távora.

Célia Sousa lamentou que as “grandes superfícies não vendam brinquedos adaptados”, e espera que “um dia não sejam precisas campanhas”. Neste momento, “só nos Estado Unidos da América é que existem brinquedos adaptados à venda”.

Por isso, lançou o alerta: “Temos estudantes que se acabaram de formar e podem montar o seu negócio para vender para as grandes superfícies. Seria uma mais-valia não só para Portugal, como para toda a Europa”.

Os brinquedos podem ser entregues no CRID, que está instalado na Escola Superior de Educação e Ciências Sociais, na Câmara Municipal de Leiria, nos serviços centrais do IPL e na Associação Académica da Escola Superior de Tecnologia e Gestão. O Instituto Nacional para a Reabilitação fará a recolha em Lisboa.

O projeto conta com os apoios da Câmara Municipal de Leiria, Leiriashopping, offsetlis, Sonigate e grupo Auchan, que vai doar brinquedos que já não vende e lançou uma campanha interna para angariar mais produtos.

Na campanha de 2010 foram adaptados 600 brinquedos, entregues a todas as Associações Portuguesas de Paralisia Cerebral do país.


Fonte: Cnoticias.pt

Três anos a pedir uma cadeira à Segurança Social


"Esta cadeira é ideal, parece um fórmula 1", diz com o sorriso rasgado Luís Paulo, de 35 anos, tetraplégico há 12, que agora recebeu a cadeira de verticalização (permite que se levante ligeiramente) que tanto ansiava. "Obrigado a todos", agradece o homem residente em Nogueira do Cravo, Oliveira de Azeméis.

Graças à solidariedade foram recolhidas 25 toneladas de tampinhas para a aquisição da cadeira e transformação do carro que transporta diariamente Luís Paulo para a fisioterapia. Estas acções tiveram o apoio da empresa de reciclagem da Póvoa do Varzim, CEINOP.
"O nosso sonho é que o Paulo possa ter uma vida o mais independente possível e por isso nunca vamos parar a nossa luta. Quando morrermos, queremos que continue a ter alguma qualidade de vida e não acabe deitado na cama de um lar", explicam os pais, João e Isabel.

Depois de três anos a pedir apoio à Segurança Social, sem verbas para a compra da cadeira, foi graças à Associação Salvador, em Cascais, que Luís Paulo viu a empresa Mobilitec, na Maia, dar-lhe a cadeira. "Estou a aprender a conduzir e estou feliz", diz Luís Paulo, que quer voltar a Cuba, onde esteve 21 meses em tratamento.

Fonte: CM

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Steve Jobs e a tecnologia acessível


Ontem (5/10), faleceu nos EUA, aos 56 anos o empresário Steve Jobs. Ele havia renunciado ao cargo de CEO da Apple no dia 24 de agosto. A informação foi confirmada pela Apple e pode ser vista acessando www.apple.com.

Entenda a trajetória do fundador da Apple

Steve Jobs fundou a Apple em 1 de abril de 1976, junto com Steve Wozniak e Ronald Wayne. Em 1985, foi afastado pelo conselho de diretores da empresa. No ano seguinte, criou outra empresa do ramo de tecnologia, a NeXT.

Em 1996, voltou à Apple após 11 anos de afastamento para salvar a empresa do buraco. Em 1998, Steve ajudou no desenvolvimento do primeiro iMac tudo-em-um da empresa. Aquele que foi vendido em diversas cores chamativas, e influenciou a “moda” dos gadgets da época.

De lá para cá, Steve foi figura determinante para o grande crescimento da empresa e participou ativamente da criação de grandes sucessos da Apple nos últimos anos, como iPod (2001), iTunes (2003), iPhone (2007) e o iPad (2010). Todos esses sucessos de venda fizeram com que a Apple se tornasse a maior empresa do mundo em capitalização de mercado, com US$ 339,4 bilhões em valor total de suas ações.

Problemas com a saúde

Em agosto de 2004, Steve Jobs se submeteu a uma cirurgia para retirada de tumor maligno no pâncreas, e de lá para cá, o empresário teve que se afastar duas vezes do cargo por licenças médicas, em 2009 e janeiro de 2011.

Devido a sua saúde já bem debilitada, no último dia 24 de agosto, Jobs renunciou ao cargo de CEO da Apple, para o vice Tim Cook assumir no seu lugar. Nenhuma notícia sobre seu estado de saúde chegou a ser transmitida no dia 4, durante o lançamento do iPhone 4S.

Stevie Wonder elogia a empresa Apple

Steve Wonder elogiou a empresa Apple por seus produtos com características marcantes de acessibilidade. Para o cantor, o recurso para usuários com deficiência da empresa é melhor que o de qualquer outra grande companhia do setor. Produtos como o iPhone 3GS, o iPod touch e o iPad já possuem recursos para pessoas com deficiências visuais. Um dos aplicativos criados pela Apple pode mudar a tonalidade da tela, útil para os que tem baixo grau de deficiência visual. Em outros, uma voz soletra o que está sendo digitado. Detalhe: esse aplicativo funciona em mais de 20 idiomas.

Algumas de suas criações

iPhone 3GS

A Apple apresentou o novo iPhone 3GS que, para além de outras inovações tecnológicas, apresenta características de acessibilidade que possibilitam o uso deste smartphone por pessoas com deficiência visual ou baixa visão.

Se a tecnologia touchscreen tem sido objeto de muitas criticas e preocupações por parte das associações de cegos de todo o mundo por potenciarem o risco de exclusão digital, a comunidade cientifica parece estar atenta à questão da inacessibilidade das telas sensíveis ao toque e começam a surgir soluções tecnológicas capazes de tornar os dispositivos touchscreen acessíveis para todos. Um dos exemplos mais marcantes da atualidade é o iPhone 3GS que a Apple apresentou recentemente.

iPad
Por ter uma tela sensível ao toque, você espera que usuários de tablets ou smartphones mais novos interajam com eles usando os olhos e as mãos. Quem tem algum tipo de deficiência visual, porém, ficaria impedido de usar esse tipo de gadget se não fossem pelas opções de acessibilidade que existem. As fabricantes de software já notaram a presença desse público e sabem que precisam implementar um suporte extra nos seus sistemas, por isso o Android, iOS e vários outros já têm isso de fábrica.

Ainda assim, eu imagino que seja meio difícil conceber como uma pessoa cega usaria um dispositivo touchscreen. O vídeo abaixo resolve essa dúvida. Nele você vai ver como um cego interage com um iPad usando as opções de acessibilidade que foram implementadas pela Apple no iOS. Você sabia, por exemplo, que existe um modo “cortina de tela”, que apaga a tela mas não a desativa?

Veja o video:


Fonte: Deficiente Ciente

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Pais de mulher em coma conseguem divorciá-la

Em Espanha, uma mulher em coma por causa de um acidente de viação vai ser divorciada do marido a pedido dos pais. O poder foi-lhes concedido pelo Supremo Tribunal, depois de ter ficado provado que antes do acidente existia "um certo desafecto entre os cônjuges".

Em 2008, o Tribunal Provincial de Álava, Espanha, estabeleceu que "os tutores estão legitimados para proceder à acção", ou seja, para pedir o divórcio da filha.

Para este tribunal, "não seria lógico que o marido pudesse obter o divórcio a qualquer momento e que não possa solicitá-lo a esposa através dos pais".

O marido opôs-se ao divórcio, alegando que os pais da mulher não tinham poder para iniciar o processo. Mas os pais solicitaram a separação dos cônjuges e o pedido foi aceite. O marido interpôs recurso e levou o caso ao Supremo.

A mulher, Raquel, casou-se com Miguel Ángel em 1998 e não tiveram filhos. Cerca de dois anos depois, a 11 de Março de 2000, sofreu um acidente de viação que a deixou tetraplégica e em coma. Num primeiro momento foi concedida a tutela ao marido, mas acabou por ser posteriormente concedida aos pais "porque tinham maior disponibilidade para se ocuparem" dela.

O Supremo Tribunal ditou agora que, à luz da modificação da Lei do Divórcio de 2005, que facilita e agiliza o processo de divórcio, não é necessário haver uma causa para justificar o pedido do divórcio. O processo interposto pelos pais foi considerado válido, pois foi provado que a filha havia pedido aconselhamento a um advogado sobre os procedimentos de divórcio, antes do acidente.

Fonte: JN

Ricardo Teixeira: Um tetraplégico de sucesso e feliz


Li com muita atenção a entrevista abaixo, do Ricardo Teixeira, um tetraplégico com mesmo grau de deficiência que eu. Admirável conseguir vingar num mundo tão competitivo e tendo as limitações que "pensei ter". Mérito é todo seu. Mas não concordo com alguns pontos e acho até desrespeitoso para maioria daqueles dependentes, que infelizmente após lesão, são privados de tudo. Direito ao trabalho, formação, educação...Ricardo entende que basta sermos melhores. Mas como se não nos dão hipóteses?

Aqui fica minha resposta ao Ricardo:

Trabalho.
É sempre bom conhecer pessoas com deficiência inseridas no mundo do trabalho e felizes como é o caso do Ricardo. Também tenho lesão C5 e C6 e ouvi-lo dizer que trabalha 16 horas por dia deixa-me curioso de saber como o consegue. Na cama? Enquanto faz verticalização? 16 horas seguidas a trabalhar, suponho que seja sentado na cadeira de rodas. Não conheço nenhum tetra que o faça.

Ser Feliz
Se vivêssemos com dignidade talvez o seriamos também.

Acessibilidades.
Quanto a não dar importância às acessibilidades, tudo certo. Opinião válida e respeito. Mas foca: “Quando viajo para os EUA realmente tudo é muito simples, pois tudo está adaptado”. Caro Ricardo, eu e muitos outros que discordam de si, não desejamos ter tudo perfeito. Mas tudo mais simples, como você bem diz que acontece nos EUA. Você resolve facilmente a questão das suas reuniões em edifícios inacessíveis. Tem que me ajudar a ter uma ideia em casos como este: http://tetraplegicos.blogspot.com/2010/01/centro-saude-tomar-servico-de-saude.html

Trabalho.
Quanto à mensagem que nos deixa: “sermos melhores no que queremos e gostamos de fazer”. Como Ricardo? Pelos vistos está fora da nossa realidade. Maioria de nós que vivemos com menos de 200,00€ por mês, somos despejados em lares imundos e ilegais, onde nem sequer temos direito a um copo de água fria porque não há tempo, como tentar educação/formação para podermos ser melhores se estamos privados de tudo isso? Já agora, se quiser tentar apoiar os muitos desempregados, e seja um sistema que se enquadre na sua empresa, pense no teletrabalho.

Fique bem e parabéns pelas conquistas


Ricardo Teixeira tem 35 anos e actualmente é responsável pelas empresas DigitalWorks, Compuworks e a Jumpmaster Investimentos. Trabalha 14 horas por dia, 6 dias por semana. Faz o que gosta e nunca deixa para amanhã o que pode fazer hoje. Conheça o seu testemunho!

Associação Salvador (AS): O Ricardo iniciou a sua carreira profissional na Microsoft, em 1998. A partir do ano 2000 começou a criar empresas e ainda não parou... DigitalWorks, a Compuworks e a Jumpmaster Investimentos ... Como é o seu dia-a-dia de trabalho?

Ricardo Teixeira (RT): Os meus dias são sempre vividos com uma grande intensidade, mas acima de tudo com uma grande gestão de tempo. Apesar de trabalhar 14 horas por dia e 6 dias por semana, consigo reservar tempo de qualidade para mim e para a minha família. Acredito que quando queremos há sempre tempo para tudo.
Pessoas que conhecem o meu ritmo de trabalho, perguntam como é possível conseguir ter tempo para tudo? Costumo dizer: 1º sou muito motivado pelo que faço, 2º não passo tempo desnecessário a ver televisão, pois é uma actividade que não me estimula e 3º gosto de chegar ao fim do dia e sentir que aproveitei da melhor forma as 24 horas que o dia tem, seja para trabalhar ou disfrutar com a minha família.
Tenho como máxima, nunca deixar para amanhã o que consigo fazer hoje, porque amanhã já poderei avançar noutras coisas.

AS: Como e quando se deparou com a deficiência motora na sua vida?

RT: Foi aos 17 anos, eu era um adolescente com o vício de adrenalina, que vivia a vida no limite, quer com as motas que eram a minha paixão em terra, quer com o surf que era a minha paixão no mar. Todos temiam que algo de mau me iria acontecer numa destas minhas actividades, o que acabou por não acontecer.
O meu acidente acabou por acontecer num dia de praia, sem ondas e a brincar a correr atrás de um amigo, dei um mergulho e bati mal com a cabeça na areia, batida essa que me partiu duas vértebras C5 e C6.

AS: Como foi começar de novo?

RT: Foi literalmente começar de novo, o que considero bom.
Passei a olhar para as coisas de outra forma e tive de pensar no meu futuro de outra forma, coisa que até então nunca tinha pensado, pois sempre achei que iria ser mecânico de motas e shaper de pranchas de surf.
Dediquei-me à escola, dediquei-me mais aos meus amigos e curiosamente até me passei a divertir mais com eles.
Apanhei desde cedo o gosto pelos negócios e fui dando os primeiros "passos" a partir de casa, montando em 1998 uma empresa pessoal de desenvolvimento de sites. Esta foi a primeira empresa e quando dei por mim no ano 2000 já tinha 20 pessoas e um escritório em Lisboa de 400metros, nessa altura criei uma estrutura empresarial.
Acho que todas as pessoas podem começar de "novo", não é preciso ter um acidente para serem forçadas a tomar essa atitude. Neste aspecto vejo que por vezes a minha história serve de motivação para algumas pessoas que não têm qualquer deficiência.
A mim, neste aspecto o meu acidente fez-me "bem", hoje sinto-me muito realizado e feliz com tudo o que faço. Tenho a certeza que se não fosse o meu acidente, hoje não teria chegado aonde cheguei e onde vou chegar... é curioso não é?

AS: Depara-se com algum tipo de condicionantes no seu dia-a-dia de trabalho por se deslocar em cadeira de rodas (acessibilidades de certos edifícios, ou outros)?

RT: Sinceramente não e quando encontro condicionalismos, não fico revoltado e nem me importo. Pois compreendo que ter elevadores e outro tipo de acessibilidades é muito caro e que raramente são usadas. Há outras formas de resolver, por ex. Se vou a uma reunião e o edifício não me permite entrar, então convido a pessoa para almoçarmos num sitio próximo e agradável.
O maior condicionalismo que tive até hoje, foi para tirar a carta, pois ninguém me dava um simples papel para ir tirar a carta e poder ter a possibilidade de ir a exame, pois é nos exames de condução que se vê se as pessoas estão aptas conduzir ou não. A menos que se trate de um problema de foro mental ou outro tipo de doença, o que não era o caso. Os médicos diziam que era impossível eu conduzir... desde então (1996) que tenho feito uma média de 50.000kms\ano e sem incidentes.
Acredito que há sempre uma solução, apenas temos que ver as "coisas" de forma diferente daquela que fomos habituados. E que os factores exteriores a nós e à nossa deficiência, não pode ser motivo para não fazer algo que queremos ou precisamos.

AS: Viaja muito em trabalho? O que acha das acessibilidades em Portugal, comparativamente com outros países que conhece?

RT: Viajo com alguma regularidade, contudo é-me difícil fazer essa comparação uma vez que em Portugal nunca ando de transportes públicos nem de táxi e para onde vou levo o meu próprio carro e normalmente tenho uma ideia das condicionantes que poderei encontrar. Contudo a ideia que tenho é que em Portugal são raros os táxis adaptados, bem como os restantes transportes públicos.
Quando viajo para os EUA realmente tudo é muito simples, pois tudo está adaptado, os passeios não são em calçada e os táxis são em grande parte carrinhas com rampa traseira.
Em Portugal o que há de pior é mesmo os "lindos" passeios de calçada portuguesa que não dá jeito a ninguém, sejam deficientes, senhoras com saltos, pessoas com carros de bebés,... é um mal global para as pessoas.
No entanto considero que Portugal tem evoluído muito neste aspecto, desde há 17 que tive o meu acidente.

AS: A sua experiência de vida será com certeza um exemplo para muitas pessoas, com e sem deficiência ... diria mesmo que é um grande embaixador das capacidades das pessoas com deficiência motora, desmistificando muitos preconceitos, pelo menos perante as pessoas que se cruzam consigo diariamente... As pessoas surpreendem-se consigo?

RT: Confesso que não lhe sei responder e se de facto isso acontece, eu acabo por nem me aperceber. Por vezes o que me é dito é que ao conviverem comigo acabam por se esquecer que eu ando em cadeira de rodas.
Sei que não tenho qualquer problema com a minha deficiência, nem complexo ou medo de uma reacção. Não é uma protecção, é mesmo um facto.
Muitas pessoas deficientes têm receio dos comentários das crianças, eu acho bonito. Fazem-me imensas perguntas e respondo com todo o prazer, muitas vezes convido-as a dar um volta no meu colo e acabam por adorar.
Outras pessoas próximas ou amigos, têm por vezes curiosidades, que por norma têm algum receio em colocar alguma questão que me possa magoar, eu faço questão de colocar as pessoas à vontade para perguntarem tudo.
A nossa atitude e forma de estar, funciona como um espelho nas outras pessoas.

AS: Com certeza, já experienciou situações caricatas, do tipo "como é que uma pessoa que se desloca em cadeira de rodas dirige esta empresa?" .... Tem alguma situação que gostasse de partilhar?

RT: Não tenho qualquer experiencia deste tipo, nem acho que faça sentido haver algum comentário ou ideia neste sentido.
Acho que qualquer pensamento de pessoas externas, não se deve à deficiência, mas sim à atitude que se passa.
As minhas empresas prestam serviços a outras empresas, normalmente a primeira reunião de new business e apresentação da empresa é feita por mim, sendo que as pessoas com quem vou ter reuniões geralmente não têm ideia que vão ter uma reunião com uma pessoa de cadeira de rodas. Já foram seguramente centenas de reuniões e nunca obtive uma reação negativa ou que se note algum preconceito. Sinceramente nunca senti nada do género quer a nível pessoal ou profissional.

AS: O desemprego entre as pessoas com deficiência é muito elevado. Que mensagem deixaria a outras pessoas que, como o Ricardo, se deslocam em cadeira de rodas, e estão neste momento a lutar pelo acesso ao mercado de trabalho?

RT: Hoje é difícil conseguir emprego, seja qual for a condição, sendo que para as pessoas deficientes ainda se torna mais difícil, pelo que só vejo uma hipótese, é sermos melhores no que queremos e gostamos de fazer e acima de tudo nunca usem a deficiência como desculpa para o quer que seja.

Fonte: Associação Salvador