quinta-feira, 29 de outubro de 2009

SNIPI - SISTEMA NACIONAL DE INTERVENÇÃO PRECOCE NA INFÃNCIA


Sistema Nacional de Intervenção Precoce na Infância, abreviadamente designado por SNIPI, o qual consiste num conjunto organizado de entidades institucionais e de natureza familiar, com vista a garantir condições de desenvolvimento das crianças com funções ou estruturas do corpo que limitam o crescimento pessoal, social, e a sua participação nas actividades típicas para a idade, bem como das crianças com risco grave de atraso no desenvolvimento...

Restante informação no Blogue da APAFAM

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Plano de acessibilidade pedonal de Lisboa

No quadro das minhas funções no Núcleo de Acessibilidade da Câmara Municipal de Lisboa, estou a participar no desenvolvimento do Plano de Acessibilidade Pedonal de Lisboa.

Este Plano tem por objectivo tornar Lisboa acessível, impedindo a criação de novas barreiras, promovendo a adaptação das edificações existentes e mobilizando a comunidade para a criação de uma cidade para todas as pessoas.

A participação é essencial para o desenvolvimento deste Plano – ao longo de todo o processo, e logo desde o primeiro momento.

Em 18 de Setembro foi realizada a primeira sessão de auscultação, dedicada ao Espaço Público. Ao longo de um dia de trabalho, 40 cidadãos imaginaram uma Lisboa acessível, apontaram os problemas de hoje e geraram soluções para os resolver.

Este grupo integrou representantes de diversas organizações da comunidade, cidadãos com deficiência em nome individual e técnicos de serviços municipais com competências e intervenção em matéria de espaço público.

Tenho agora o prazer de lhe enviar, para conhecimento, o Relatório da Sessão. A quem vive em Lisboa, mostro o estamos a fazer, e deixo um convite para que se envolva no processo (escreva-me para pedro.gouveia@cm-lisboa.pt).

Para quem vive noutros concelhos, aqui fica um exemplo do tipo de trabalho que se pode fazer quando se quer desenvolver um Plano de forma participada. Os planos não têm de ser grandes nem complicados, e a participação não tem de ser uma "barafunda" - basta seguir um processo transparente e estruturado. Se alguém quiser trocar ideias, fico ao dispor.

Com os melhores cumprimentos,

Pedro Homem de Gouveia

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Apoios da CP a pessoas com deficiência

Toda a pessoa com deficiência com uma incapacidade igual ou superior a 80% pode fazer-se acompanhar por outrem em viagens para qualquer percurso, excepto suburbano, nos Caminhos de Ferro Portugueses (CP), tendo o acompanhante direito a ser-lhe emitido um bilhete a título gratuito, válido para o mesmo comboio e percurso em 2ª classe.

A pessoa com deficiência pode beneficiar da Tarifa 2 em 1, mediante a apresentação à CP do Bilhete de Identidade e da Declaração Multiuso.

Para obtenção do bilhete gratuito, quer nas bilheteiras da CP quer em transito, sempre que for o caso é obrigatória a apresentação da Declaração. Caso deficientes das Forças Armadas. Apresentarem cartão respectiva entidade..

O SIM - Serviço Integrado de Mobilidade, é um serviço centralizado através de uma linha telefónica – 808 208 746, orientado para servir Clientes com Necessidades Especiais (CNE), e está disponível nos dias úteis das 07h00 às 18h00.

Através deste serviço o Cliente com Necessidades Especiais poderá:
Obter informações sobre o que a CP tem para lhe oferecer, a nível de
- acessibilidade dos comboios da CP e estações da rede CP;
- acessibilidade equipamentos;
- condições comerciais;
- outros serviços orientados para este Cliente;
- outros pontos de informação ou envio de sugestões;
- serviço de assistência no embarque, em viagem e no desembarque;
Ajuda a planear a viagem oferecendo-lhe as melhores condições de conforto e segurança;
Solicitar assistência no embarque, durante a viagem e no desembarque.

Serviços que têm que ser solicitados com 48 horas de antecedência e já com compra feita dos bilhetes.

DESCONTO 25%

O que é?

Decorre de um Protocolo celebrado entre a CP – Comboios de Portugal e o INR – Instituto Nacional para a Reabilitação, I.P. que prevê descontos de 25% na aquisição de bilhetes mediante a apresentação do “Cartão de Deficiente”.

Em que serviços é válido?
Este desconto é válido nos serviços de longo curso (Alfa Pendular e Intercidades) e regional (Regional e Inter-Regional).

Como posso beneficiar deste desconto?
Podem pedir o cartão e beneficiar deste desconto as pessoas com um grau de incapacidade igual ou superior a 60% e com baixos rendimentos. O cartão pode obter-se nas bilheteiras da CP (Longo Curso e Regional) e tem a validade de dois anos.

Observações:
Os Deficientes das Forças Armadas não são abrangidos por este Protocolo, na medida em que já beneficiam de descontos específicos.

Fonte e informação completa: CP

TURISMO ACESSÍVEL

A Revista Turismo e Desenvolvimento (RT&D) da Universidade de Aveiro, a Câmara Municipal da Lousã e o Instituto Nacional para a Reabilitação, IP (INR, IP), apresentaram a edição n.º 11 da RT&D, subordinada ao tema turismo acessível numa sessão que decorreu no auditório do Instituto.

Veja aqui como adquirir revista.

Acrescento: já li a revista e esperava mais, embora sejam sempre de louvar estas iniciativas.

1º CONGRESSO INTERNACIONAL SER PROFESSOR DE EDUCAÇÃO ESPEIAL

SER PROFESSOR DE EDUCAÇÃO ESPECIAL
27, 28 e 29 Novembro de 2009
Instituto Piaget - Campus Universitário de Almada

"A realização deste Congresso Internacional é um marco que queremos compartilhar consigo. Contamos com a sua participação neste congresso de profissionais e de investigadores da mais alta craveira ao nível internacional. Queremos que estes dias de aprendizagem e intercâmbio sejam muito proveitosos para o desenvolvimento profissional dos professores de Educação Especial e que, destes dias de discussão, possam sair mais e melhores respostas para a questão que hoje a todos preocupa: "O que é ser professor de Educação Especial?"

Programa e outras informações, aqui

domingo, 18 de outubro de 2009

AUXILIARES E DEPENDENTES FISICOS

Dias atrás escrevi no blogue que deveríamos lutar mais. Pois só assim conseguiremos criar condições, para nós dependentes termos uma vida mais digna.
Também me referi às dificuldades que nossos auxiliares na maioria dos casos têm em nos entender.

Essa mensagem teve uma enorme repercussão, tendo recebido diversos e-mails e muitas outras manifestações. Todas positivas e solidárias. Obrigado a todos. Este blogue foi criado para nós e vossas opiniões são fundamentais.

Inclusive recebi muitos pedidos, para que para além da informação colocasse no blogue mais destes assuntos e vivências. Pelo que me apercebi abre a mente, desperta as incertezas, dúvidas e aflora opiniões.
Irei fazê-lo mais vezes porque nada como opinião de quem passa pelas situações. Também tenho tido esse pedido de uma pessoa amiga a sério, desde inicio do blogue. Segundo ela “NA MAIORIA DOS CASOS NOSSOS PROBLEMAS SÃO O QUE NOS RODEIA E NÃO NOSSA DEFICIÊNCIA”. Dá muito que pensar esta frase, realmente. Mas infelizmente está certíssima.

Mas quero deixar bem claro mais uma vez, que por favor não me vejam como o pretensioso, que sabe tudo e só minha opinião está certa ou é válida. Longe disso. Somente escrevo o que vivi, presenciei, ouvi dos outros colegas, e dou minhas opiniões sem tabus.

Na mensagem anterior dei um exemplo de maus auxiliares, neste vou escrever sobre pessoas que nos auxiliam com muito amor. Principalmente Mães.

Realmente também existem auxiliares que nos tratam com tanto carinho e amor. É uma dádiva maravilhosa e sem preço para quem depende deles. Tenho o prazer de conhecer alguns casos, e tenho uma admiração profunda por esses seres maravilhosos. Sempre os tento de uma maneira ou de outra parabenizar.
É de encher a alma quando isso acontece. Ver o amor puro e sincero em cada gesto. Maioria dos casos das nossas Mães.

MÃES E FILHOS DEPENDENTES FISICOS: vi Mães em enorme estado de degradação de saúde e a superarem-se dia após dia, para que nada faltasse aos seus filhos dependentes. Se é difícil para as de bom estado de saúde, imaginem para estas. Incrível verificar que estão sem condições nenhumas de actuarem, e elas a seguir fazem coisas impensáveis. Sempre sorridentes e felizes.
Seus rostos nunca deixam transparecer a mais pequena ideia de frete, dificuldade e cansaço.
Chegam ao ponto de jamais os deixam ser institucionalizados. Ouve-se da boca delas como que um grito de presença, poderio e ordem se tratasse: “EU FICO COM MEU FILHO ENQUANTO FOR VIVA E CUIDAREI DELE SOZINHA. TENHO MUITA FORÇA E CORAGEM. AI DE QUEM DUVIDAR!”.

Garanto-vos que é arrepiante presenciar tamanha prova de amor! Emocionei-me variadíssimas vezes com casos tremendamente dramáticos. São frases que saem com tanta convicção que deixamos por momentos de olhar aquele ser como frágil e incapaz. Pois continuam a ser Mães com saúde de tal maneira precária que é detectável ao primeiro olhar e impossibilitadas de todo de cuidarem fisicamente seus filhos. Mas duvidar? Fazer o que?

Não vos sei descrever angústia e dor com que se assiste estes dramas. Em geral quando via que era possível (?) dirigia-me a essas Mães e somente lhes pedia suas mãos (contacto físico para mim é muito importante. Sente-se a pessoa. Também adoro abraços. Mas como me desequilibro facilmente somente o faço com quem já conheço. A abordagem é diferente) e juntos e em silêncio choramos. Palavras vêm depois. Mas nunca uso aquela estória de palavras em catapulta. Género: Deixe-se disso, tem que ser forte, chorar não adianta, acabou-se, limpe as lágrimas e ponha um sorriso nessa cara, está a dar espectáculo e quando não dizem bem alto: “vou-me já embora” e muito mais barbaridades.

Bem sei que é complicado. Em geral nunca passaram por essas situações e não sabem como ajudar. Se querem fazê-lo, comecem por perguntar como, tentem por-se na situação da pessoa e nada como deixar coração agir, ele actuará por vós.

Eu quando me refiro ao amor e carinho incondicional que estas Mães mostram em esforços físicos brutais para cuidar de seus filhos dependentes, refiro-me aqueles que o são, mesmo. Aqueles que precisam de outrem para tudo.

Por último quero deixar aqui minha homenagem e agradecimento do fundo do meu coração à minha querida MÃE (infelizmente falecida há vários anos) por todo o AMOR que me presenteou.

“MÃE ONDE QUER QUE ESTEJAS, QUERO TE DIZER QUE SEMPRE QUE VOU TE VISITAR NA TUA ÚLTIMA MORADA, SINTO UMA ENORME TRISTEZA DE NÃO PODER EU PRÓPRIO POR FLORES E CUIDAR DELA.TENHO TAMBÉM MUITAS SAUDADES DAS TUAS CARICIAS E JAMAIS TE ESQUECEREI”.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

SELINHO

A Mónica do blogue "Desabafos de Uma Vida", presenteou-me com este selinho. Para vos ser sincero não fazia ideia desta troca entre bloguers de selinhos. Mónica, desculpa mas eu não tenho 10 blogues para onde mandar. Mandarei para os que conheço e que aceitem este espírito. Espero não ter quebrado regra nenhuma.

Pois as regras são:
A) Publicar o selo e indicar o blog que o repassou
B) 10 palavras que qualifiquem seu blog
C) Repassar o selo para 10 blogs show que você conhece e avisá-los!

Obrigado pela lembrança.
10 palavras que qualifiquem meu blogue. Realmente esta regra está a mais...é chato eu defini-lo.

Vou tentar: amizade, carinho, partilha, amor, fidelidade, solidariedade,
aprendizagem, crescimento, receio e medos.

VOU OFERECER AOS BLOGUES AMIGOS:


http://mariacsms.blogspot.com/
http://nelsonfalmeidamendes.blogspot.com/

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

DEVERIAMOS LUTAR MAIS...

MAIS VIDEOS AQUI E AQUI
Procurem e encontrarão uma imensidão de blogues, associações, organizações, grupos de amigos, uniões, fóruns, sites,institutos, etc, etc e etc., sobre deficiência...mas acontece que na realidade pouco ou nada se vê de trabalho feito.
É claro que cada um faz o seu melhor e sabe-se lá com que dificuldades, e isso não ponho em causa.
Mas temos que fazer mais. Temos que sair para a rua (quem nos auxilia por favor entendam e esforcem-se para que não fiquemos num buraco escondidos). Se vamos a qualquer lugar e não somos tratados como deveríamos (inclusive falta de acessibilidade), o que quer que seja, reclamar sempre. Nunca aceitar aquele "desenrasque" do costume porque é um coitadinho. Jamais!
EXIGIR livro de reclamações e reclamar. (já pedi a várias entidades por e-mail uma resposta para o caso daqueles que não consigam escrever, se outras pessoas o podem fazer por nós. Quando tiver resposta informo aqui).
Eu por exemplo escrevo, mas não tenho força suficiente para passarem palavras para cópias do livro. Sempre pedi a outros que escrevessem por mim e nunca tive problemas. Mas nada como saber lei. De certeza absoluta que é mais uma daquelas leis que fizeram e nem sequer pensaram em nós.

Continuando, vocês já repararam que quando se é convocado para uma manifestação, encontro, nunca aparece ninguém? Porquê? Porque nos acomodamos e agimos como se nada houvesse mais a fazer.
Pelo contrário. Somos muitos milhares os cidadãos/ãs com deficiência. Porque não unirmos-nos todos e começarmos a mostrar a nossa força? Nós existimos e somos fortes. Todos nós no nosso percurso de incapacidade temos sido sujeitos a dramas e obstáculos tremendos. Só nós sabemos as injustiças que sofremos todos os dias.

Não é só da sociedade. E salve excepções, inclusive dos nossos familiares e amigos...(no inicio é tudo muito bonito. Tudo cor de rosa), mas vocês sabem bem que uns meses, anos depois tudo se complica e notamos as diferenças. Começam em geral com a ideia que nós não estamos bem, que precisamos de ajuda psicológica, que somos uns chatos, que queremos tudo ao nosso jeito e na hora, que somos ingratos..."engolimos cada sapo..." E a questão é que nem sequer pedimos 1/3 daquilo que precisamos!

Vou exemplificar: se nos vão auxiliar no banho. Neste caso na cadeira de rodas apropriada. Falo por mim e de outros a quem dificuldades são as mesmas. Poem-nos na cadeira em geral todos tortos. Somente nos tentam por numa postura correcta se lhe pedirmos. E tortos ficamos sem equilíbrio nenhum o que se torna horrível. Se pedimos depois de nos chamarem chatos ou fazer aquela cara, lá tentam. Mas reparem que nunca perguntam se estamos bem. Se ao nos transferirem para cadeira poderiam verificar e perguntar se ficamos bem! Não perguntam e não corrigem posicionamento. Chatos depois somos nós.
Começa o banho e água é temperada por eles. Quase nunca perguntam se está ao nosso gosto. Se dizemos que queremos mais quente ou mais fria...continuamos a ser os chatos.
Ao distribuírem gel banho e shampoo, quantidade eles que decidem. Ao secarem-te, mesma coisa.

Meninas e muitos meninos que se preocupam com cabelo penteado, arrumado, nada. Ao nos vestirem em geral adoram escolher nossas roupas que vamos vestir. Se reclamamos acrescentam imediatamente que não sabem das outras (em geral como somos dependentes e mexemos pouco na roupa até nos esquecemos de algumas peças. Aconselho a tirarem fotos da roupa e arquivarem no pc. Uns dias antes dizem o que querem. Não se vão livrar de respostas ingratas, mas ajuda).
Eles quando querem uma determinada peça de roupa e não está disponível, vão prepara-la. Para nós é sermos chatos.

Em geral depois de vestidos e sentados na cadeira, ficamos todos com roupa torta...partes do corpo de fora... cabelo todo despenteado... (detestava ver assim pessoal no Alcoitão) e principalmente para quem usa saco colector de urina, ou a ver-se na perna ou tubo quase a rebentar a roupa e toda gente notar situação.

Tudo isto se resolveria se nos amassem e respeitassem como gente que tem vida própria e sabe o que quer.

Porque não perguntar aquando de nos auxiliarem se precisamos de alguma coisa? Isto para já não falar na possibilidade de eles próprios verificarem. Como é que podem pentear um dependente e não lhe perguntarem se gostou do penteado? Por falta de respeito, digo eu.
É mesma coisa que os ditos normais irem a um cabeleireiro e não abrirem a boca e nem olhos. Não poderem opinar.

E depois somos os chatos que queremos tudo. E quando os ouvimos que têm a coluna estragada por nossa culpa... que Deus é que sabe a cruz que carregam... Para já não dizer da exposição que fazem aos outros em geral das nossas intimidades. Horrível!!!


Por isso resolvi viver só. Tenho um auxiliar, o que não me livra dessas situações como quase todos.

Se realmente ultrapassamos estes obstáculos todos, e muitos mais, porque duvidarmos da nossa força e não lutarmos de verdade?
Nós conseguimos e só nós poderemos mudar as coisas. Temos é que não aceitar sermos uns cidadãos/ãs de segunda classe. Temos direitos.
Para sairmos destas garras dos que não nos respeitam e tentarmos ter uma existência mais diga temos que nos transcender e ir à luta.

Mas principalmente se aceitarmos tudo e não nos mostrarmos isto nunca mudará. Dou-vos dois exemplos que se passaram comigo: fui a uma clínica a Leiria a uma consulta. Liguei antes de ir a dar-lhe meu estado e sobre acessibilidades na clínica. Que poderia ir que tudo estava perfeito e cadeira rodas entrava perfeitamente. Chego lá e deparo-me com uma entrada pelas traseiras muito íngreme e sem condições nenhumas. Claro que vieram seguranças para me ajudarem! Não aceitei e recusei-me a entrar.

Agora no Centro de Reabilitação de Alcoitão verifiquei algumas falhas de funcionamento. O que fiz? Reclamei.

Deixo aqui a sugestão para que todos nós que temos blogues, associações, etc., nos unirmos e tentarmos em conjunto reivindicar com mais força aquilo que por direito é nosso.

VEJAM NOS VÍDEOS ACIMA COMO OUTROS CIDADÃOS/ÂS QUE SE SENTEM DISCRIMINADOS ACTUAM.

domingo, 11 de outubro de 2009

CADEIRAS DE RODAS ELÉCTRICAS COM FUNÇÃO VERTICALIZAÇÃO

Aqui deixo alguns modelos de Cadeiras de Rodas com função posicionamento vertical.

DRAGON VERTIC: A Dragon Vertic permite uma deslocação na posição em pé a uma velocidade reduzida, útil para pequenos gestos no dia-a-dia. Para uma verticalização adequada e confortável é possivel ajustar, via comando, a velocidade de verticalização. O suporte de joelhos regulável assegura o apoio necessário. O conforto do utilizador é assegurado pelo: assento ajustável em largura e profundidade; encosto regulável em tensão e ângulo electricamente; patins reguláveis em altura; apoio de cabeça (opcional). A Dragon Vertic tem uma gama de acessórios opcionais que podem ser úteis para a sua situação. Preço ronda os € 7.000,00.

STORM3 VERTIC: A Storm3 é uma potente cadeira quer para o exterior como interior, capaz de subir rampas com 20 % de inclinação e passeios de 6 cm (10 cm com a opção de trepa-passeios), com uma autonomia até 45 km. A Storm Vertic está equipada com um sistema de verticalização eléctrico que permite passar da posição de sentado a de pé. podendo ainda movimentar-se a uma velocidade reduzida. A Storm Vertic está disponivel com estofos em nylon ou Dartex. PVP para a versão standard. Preço ronda os € 9.000,00.

LEVO 4WD: Compactas, ágeis, fáceis de operar-se e as dimensões pequenas extremamente eficientes do sistema de movimentação para o uso no projeto compacto dos espaços do narrow para o transporte fácil controlam confiantemente freios, rampas e a movimentação da roda do centro da terra áspera na movimentação dianteira assentada da roda da posição (o raio o menor da volta, a maioria de características dirigindo eficientes) na posição ereta (segura manobrar, a maioria de características dirigindo eficientes) gira em sentar-se e na posição ereta em torno do centro dos usuários de gravidade fácil de prestar serviços de manutenção, acessibilidade superior.

OCEANIA-VASSILI: Estrutura em aço pintado, estofos laváveis em polyester preto, apoios de braço ajustáveis em altura e profundidade, destacáveis de modo a facilitar a transferência do usuário, apoios de pés destacáveis e ajustáveis em altura, suporte de joelho destacável e ajustável, rodas traseiras pneumáticas de 320mm e dianteiras pneumáticas de 200x50 e baterias de gel, com 12V 42Ah.

Também existem vários modelos manuais e para crianças.

sábado, 10 de outubro de 2009

RESSONÂNCIA MAGNÉTICA


Como tenho recebido muitos pedidos de informação sobre a sequência da minha preparação para implante Neuroestimulador Vesical, resolvi actualizá-la.

Como já sabem dia 29 de Setembro último, fui consultado pelo Urologista. Pediu que tirasse uma Ressonância Magnética à coluna.
Ao marcar exame clínica questionou-me sobre eventuais materiais contidos no meu corpo. Expliquei que tenho placas e parafusos introduzidos para restaurar minhas vértebras cervicais aquando do acidente em 1991. Responderam-me que sem uma autorização do hospital onde fui operado especificando o tipo de material e se ficam responsáveis pelo exame, eles não fazem a Ressonância.
Segundo clínica corre-se risco de vida fazendo este exame sem conhecer tipo de material que temos dentro do corpo. Agora restauram-se com titânio, naquela altura não faço ideia.

O QUE É RESSONÂNCIA MAGNÉTICA?

A RMN é um tubo largo envolto por um campo magnético circular, que utiliza dois fundamentos físicos, o magnetismo e as ondas de radiofrequência. Para efectuar este exame, o paciente deverá ser deitado numa marquesa movível que o leva para dentro do tubo magnético potente, que alinha os núcleos de hidrogénio da água do seu corpo. São então enviados curtos pulsos de radiofrequência fazendo com que o seu corpo emita sinais que são transformados em imagens por um computador.
1, Videos aqui com mais informação. , 2, e 3,

Pedi autorização ao Hospital São José e aguardo.

Quis também deixar aqui esta informação, pois quem eventualmente for fazer este tipo de exame, fica esclarecido.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

CORPO...DEFICIENTE ou EFICIENTE...na água?


Por Cacilda Gonçalves Velasco

O "culto ao corpo'' na atual sociedade é um lema na formação de nossos professores de educação física. Apesar de muitas campanhas médicas e da mídia em relação à qualidade de vida, ainda persiste os padrões estéticos quando falamos de pessoas comprometidas com alguma deficiência física, sensorial e/ou mental. São tantos aqueles que precisam de ajuda e tão poucos dispostos a ajudar...

Sabendo-se que o deficiente é aquele que não consegue disfarçar, devemos tomar a postura, além de educadores físicos, de terapeutas, ''cirurgiões plásticos'' da emoção e da ação.
Enquanto profissional devemos tentar restituir-lhes a autonomia necessária, desde que soubermos do patamar que essa pessoa poderá atingir na execução dos exercícios. O importante é que ela possa sentir-se o menos diferenciada possível em relação ao grupo e às atividades da vida diária.
Houve época em que pessoas com deficiências eram sacrificadas porque nada de útil representavam para a sociedade.
Durante séculos, os deficientes foram considerados seres distintos e à margem dos grupos sociais. A medida em que o direito do homem à igualdade e à cidadania tornaram-se motivo de preocupação dos pensadores, a história da educação especial começou a mudar.
A histórica rejeição cedeu lugar à compaixão e às atitudes de proteção e filantropia, até hoje perduram e muitas vezes prevalecem, apesar de todos os esforços que tem sido realizados para que esta postura seja substituída pelo reconhecimento da igualdade de direitos a todo cidadão, sem discriminações.
Milenarmente é sabido das propriedades terapêuticas da água e das diferentes formas de utilizá-la com os deficientes. Os mais renomados profissionais da área da saúde se curvam aos seus benefícios, mas sempre se deparam com algumas dificuldades na sua utilização. A água é um elemento capaz de diminuir as diferenças entre os indivíduos e, em alguns casos, até torná-los iguais, já que nela a distinção deficiente/não-deficiente fica menos nítida. Para um tratamento em que o lado emocional do paciente é um fator decisivo, a água novamente ganha importância pois proporciona prazer e bem estar.

Dificuldades: Por parte dos deficientes: escassez de recursos financeiros; desigualdade de oportunidades oferecidas nas regiões onde habita e o desinteresse e resistência na maioria das entidades para aceitá-lo como alunos-pacientes.
Por parte das entidades: acessibilidade e estrutura física das piscinas inadequada para a elaboração de programas de trabalho especial; despreparo teórico e prático dos profissionais para esse tipo de atendimento; carência de técnicas para a orientação, acompanhamento e avaliação de programas a serem desenvolvidos; insuficiência de propostas inovadoras, como alternativas educacionais e/ ou terapêuticas; inadequação e carência de materiais e equipamentos para um atendimento especializado e falta de programas adequados para a orientação da família do deficiente.

Público alvo:
Pode ser denominado de pessoa especial, aquela que por apresentar necessidades próprias e diferentes dos demais alunos no domínio das aprendizagens correspondentes a sua idade, requer recursos pedagógicos e metodologias específicas.
Genericamente chamados de portadores de deficiência (mental, física, sensorial ou múltipla), portadores de condutas típicas (problemas comportamentais) e portadores de altas habilidades (superdotados).
A pessoa portadora de deficiência é a que apresenta, em comparação com a maioria das pessoas, significativas diferenças físicas, sensoriais ou intelectuais, decorrentes de fatores inatos ou adquiridos, de caráter permanente, que acarretam dificuldades em sua interação com o meio físico e social.
A pessoa portadora de necessidades especiais é aquela que apresenta, em caráter permanente ou temporário, algum tipo de deficiência física, sensorial, cognitiva, múltipla, condutas típicas ou altas habilidades, necessitando, por isso, de recursos especializados para desenvolver mais plenamente o seu potencial e/ou superar ou minimizar suas dificuldades.

Intervenções:
Qualquer programa de trabalho junto a essas pessoas deve se basear num processo que vise promover o seu desenvolvimento e que abranja diferentes níveis e graus de comprometimento. Deve fundamentar-se em referências teórico-práticas compatíveis com as necessidades específicas de cada aluno/paciente. O processo deve ser integral, fluindo desde a estimulação essencial até a aprendizagem de técnicas, tendo como finalidade formar cidadãos conscientes e participativos, independentemente de suas deficiências.
Para aqueles que ainda a desconhecem, a Psicomotricidade é uma ciência, reconhecida pela Organização Mundial da Saúde, já há meio século.

Ela poderia ser definida como: a realização de um pensamento, através de um ato motor coeso, econômico e harmonioso, exigindo para isso uma atividade equilibrada.
Sendo uma ciência de equilíbrio, podemos utilizá-la em vários processos, para prevenir e/ou reabilitar problemas originados da falta de harmonia entre o corpo/mente/ prazer.

Objetivos:• Normalizar, entendendo-se aqui não o de normalização de tais pessoas, mas sim do contexto em que se desenvolvem, ou seja, oferecer aos portadores de necessidades especiais, modos e condições de vida diária o mais semelhante possível às formas e condições de vida do resto da sociedade.
• Reabilitar, promovendo-se um conjunto de medidas de natureza médica, social educativa e profissional, destinadas a preparar ou reintegrar o indivíduo, com o objetivo de fazê-lo alcançar o maior nível possível de sua capacidade ou potencialidade.
• Integrar, através de um processo dinâmico de participação das pessoas num contexto relacional, legitimando sua interação nos grupos sociais. A integração implica em reciprocidade.
Profissionais:
Os profissionais são todos aqueles que conhecem e sabem lidar com o corpo, que souberem a teoria e a prática das propriedades físico-químicas da água e possuam conhecimento e esclarecimento das deficiências em geral e seus respectivos comprometimentos. Encontraremos alguns obstáculos junto a determinadas classes profissionais, pois alguns consideraram-se ''credenciados para'' e outros ''aptos para''. O que conta é o desejo de cada um em se relacionar com "pessoas diferentes".

Como nomear esse trabalho:
Mesmo sendo a nomenclatura um problema semânico, pois hidro significa água e terapia significa meio, estratégia, programa especial, processo de cura ou natação, algo deverá ser aprendido pelo homem...se locomover na água.
Chamamos de natação adaptada o trabalho realizado em relação aos processos de aprendizagem das técnicas dos nados e terapia, quando estamos tentando utilizar de estratégias terapêuticas para processos reabilitatórios. Tanto um como outro são recursos importantíssimos nos tratamentos em algumas especialidades médicas, tais como ortopedia, neurologia, pediatria, reumatologia, cardiologia, geriatria e até clínica médica. Temos uma experiência pessoal, com excelentes resultados em casos de pacientes convulsivos, com deficiência músculo-postural e cardio-respiratória, deficiência mental, visual e auditiva, paralisia cerebral, autismo, entre outras patologias. Isto ocorre porque nessas atividades os pacientes experimentam todos seus mecanismos e estruturas visuais, auditivas, táteis e cinestésicas, sendo que, se alguma delas está lesada, automaticamente outra, ou outras, serão mais desenvolvidas na água, além de lhes promover saúde e prazer.

Lucro
$aber que, pelo meno$ você, não se ab$teve de tentar fazer um pouco melhor a vida de um $emelhante.

• Respeitar a individualidade (IB) de cada ser humano.
• Estabelecer uma relação afetiva de ajuda e não de dependência.
• Utilizar a linguagem corporal como meio de comunicação.
• Apesar de realizar um planejamento de trabalho individualizado, permitir a livre
iniciativa, entendendo que a deficiência não é sinônimo de doença.
• Respeitar a pessoa completa que o deficiente é: um sujeito que tem uma história de
vida, vive num contexto social e em condições singulares interagindo com direitos e deveres.
• Procurar estabelecer uma relação domiciliar, isto é, tentar participar do dia a dia da pessoa demonstrando o seu interesse pelo que ela é.
• Manter contato com os demais terapeutas que assistem o paciente programando um trabalho em conjunto, produzindo assim maiores e melhores resultados.
• Estabelecer a participação dos deficientes em grupos de conveniência e lazer,
visando a sua integração na sociedade.

Cacilda Gonçalves Velasco, professora, pedagoga e psicomotricista. Diretora da Flechinha Natação, Cursos e Presidente da Associação Vem Ser.em São Paulo. Autora dos livros: Habilitação e Reabilitações Psicomotoras na Água, Natação Segundo a Psicomotricidade, Brincar - O Despertar Psicomotor e o mais recente, lançado em maio/05 pela Editora All Print - Aprendendo a Envelhecer... à luz da psicomotricidade
Informação completa no Blogue do Prfº Sérgio Castro