domingo, 31 de janeiro de 2010

Minha ida à dentista


Minhas idas ao dentista (neste caso à dentista) nunca foram problema. Pelo contrário. Ir à Clinica Dentária Ribadente em Abrantes, é tudo menos complicado.
Escolhi-a por ser acessível e porque funcionários sempre tentaram ajudar e nunca complicar.

Carla, (quase, quase, dentista. Falta-lhe um bocadinho assim…) a anfitriã perfeita. Alegre, descomplexada, profissional…tudo sempre fez para que minha cadeira de rodas e minha falta de mobilidade ali não se notassem. E consegui-o.
Nem sequer da cadeira de rodas saio. Meus tratamentos dentários são feitos comigo sentado na minha cadeira.

Até Drª Adriana, (conheci-a pela 1ª vez. Minha dentista habitual está dói-dói. Desejo-lhe rápidas melhoras) que me consultou pela primeira vez, se adaptou, e até pareceu que trata seus pacientes habitualmente naquela posição. Uma simpatia! E olhem que não é fácil! Precisa ser feita uma grande ginástica.

Ainda fiquei reticente ao saber que não iria ser atendido pela minha dentista habitual. Acontece que noutras clínicas sempre foi ponto assente ter que me transferirem da minha cadeira, para a fixa do dentista. E além do inconveniente da transferência, era a minha impossibilidade, depois de sentado, dobrar o tronco e chegar com a boca ao recipiente que absorve bochechos.

Era um terror! Mesmo que me auxiliassem eu nunca conseguia fazer rotação do tronco sem uns belos e contínuos espasmos.
Mas não. Drª fez logo questão de me por á vontade e acrescentar que tudo faria para facilitar as coisas. E assim foi. Como provo nas fotos.

Sei de muitos tetras que passam pelas mesmas dificuldades. Mas aqui fica a prova de que facilitar as coisas só depende dos profissionais que lidam connosco. Se bem que nem todas as clínicas têm funcionárias tão prestáveis e sensíveis como esta.

AGORA O PESADELO:

Mas enquanto uns tudo fazem para nos facilitar as coisas, outros fazem o contrário. Neste caso Câmara Municipal de Abrantes. O incrível é que conseguiram mais um feito. Bloquear a única entrada acessível que me levava até á entrada da clínica.

Até parece que andaram a estudar ao pormenor onde havia rampa de acesso ao passeio para ai pregarem um banco de jardim. Bem em frente á passadeira e em pleno passeio. Isto na Urbanização de São José em frente ao Lidl.

CUIDADOS CONTINUADOS INTEGRADOS DE SAÚDE MENTAL

Decreto-Lei n.º 8/2010, de 28 de Janeiro- Cria um conjunto de unidades e equipas de cuidados continuados integrados de saúde mental, destinado às pessoas com doença mental grave de que resulte incapacidade psicossocial e que se encontrem em situação de dependência.

Os problemas de saúde mental, aliados a situações de demência que, em parte, resultam do aumento da esperança média de vida e do envelhecimento da população, importam severas consequências para a vida das famílias.

Assim, são criadas estruturas multidisciplinares de cuidados continuados integrados de saúde mental, adaptadas às características de grupos etários específicos, em articulação com a rede nacional de cuidados continuados integrados (RNCC) e com os serviços locais de saúde mental (SLSM), previstos no Decreto-Lei n.º 304/2009, de 22 de Outubro, tendo também presente a Lei de Saúde Mental, aprovada pela Lei n.º 36/1998, de 24 de Julho, passando a prestação de cuidados de saúde mental a ser assegurada por equipas e unidades multidisciplinares habilitadas a responder, de forma coordenada, aos aspectos médicos psicológicos, sociais, de enfermagem e de reabilitação.

Estas estruturas multidisciplinares que prestam cuidados continuados integrados de saúde mental são de três tipos: equipas de apoio domiciliário, unidades sócio-ocupacionais e unidades residenciais.

As equipas de apoio domiciliário actuam nos domicílios, auxiliam na supervisão e gestão da medicação e asseguram o apoio regular nos cuidados pessoais e nas actividades da vida diária, gestão doméstica e financeira, compras, confecção de alimentos, tratamento de roupas, manutenção da habitação, utilização dos transportes públicos e outros recursos comunitários.

As unidades sócio-ocupacionais localizam-se na comunidade e têm como destinatários pessoas com moderado e reduzido grau de incapacidade psicossocial, com disfuncionalidades na área relacional, ocupacional e de integração social. Estas unidades têm por finalidade a promoção da autonomia, a estabilidade emocional e a participação social, com vista à integração social, familiar e profissional.

Por último, as unidades residenciais, que apresentam diferentes níveis de intensidade, localizam-se preferencialmente na comunidade e asseguram a prestação de serviços médicos e sociais, são de quatro tipos: as residências de treino de autonomia, as residências autónomas de saúde mental, as residências de apoio moderado e as residências de apoio máximo.

Fonte: Blogue Escritos Dispersos.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Pode haver apenas acessibilidade no WC das senhoras?


Não.

Ambos os sexos devem ter igual oportunidade de usar uma instalação sanitária (IS) acessível.

Essa acessibilidade deve ser assegurada ao nível da construção e afectação dos espaços, ou seja, não é assunto que se resolva com uma autorização de uso caso a caso. No caso referido, isso sujeitaria os homens com mobilidade condicionada a um tratamento desigual, potencialmente discriminatório (mais ninguém dependeria de autorização para usar a IS, só eles).

Esta situação pode ser resolvida, basicamente, de duas formas:
…ou há acessibilidade nas instalações sanitárias de cada um dos sexos;
…ou há uma instalação sanitária acessível destinada a ambos os sexos.

Vejamos porquê.

As exigências do DL 163/2006 relativamente a este assunto estão definidas nos pontos 2.9.1 e 2.9.2:

«2.9.1 – Os aparelhos sanitários (…) acessíveis podem estar integrados numa instalação sanitária conjunta (…) ou constituir uma instalação sanitária específica [fisicamente separada] (…).

2.9.2 – Se existir uma instalação sanitária [acessível] específica, esta pode servir para o sexo masculino e para o sexo feminino e deve estar integrada ou próxima das restantes instalações sanitárias.»

Desta redacção podemos retirar três conclusões:

Primeira conclusão:

Não é obrigatório que os aparelhos sanitários acessíveis estejam fisicamente separados dos restantes, i.e., o DL 163/2006 não exige que haja, por regra, uma IS acessível separada das restantes.

Ambas as opções são perfeitamente aceitáveis nos termos da lei. É importante sublinhar que o hábito de fazer uma IS acessível separada não passa disso mesmo, um hábito.

Segunda conclusão:

Uma pessoa que precise de usar uma instalação sanitária (IS) acessível não pode ser obrigada a usar uma IS destinada exclusivamente ao sexo oposto.

Ora, uma IS acessível só pode ser considerada como utilizável por ambos os sexos se não estiver afecta apenas a um sexo específico.

Terceira conclusão:

Se os aparelhos sanitários acessíveis estiverem numa IS específica, separada das restantes, essa IS deve localizar-se na mesma zona da edificação, de forma a evitar a segregação espacial (uma forma de discriminação).

A IS acessível não poderá, portanto, localizar-se numa área manifestamente distinta da edificação (a não ser que, tratando-se da adaptação de um edifício existente, se possa abrir uma excepção).

Mais ou menos espaço?

É um erro considerar que a separação entre a IS acessível e as restantes IS leva necessariamente à poupança de espaço.

Há situações em que se poupa mais espaço promovendo a acessibilidade nas IS de cada um dos sexos, evitando-se assim a criação de uma terceira IS.

Outras normas legais

As exigências do DL 163/2006 devem ser conjugadas com as de outros diplomas aplicáveis à edificação.

Quando por via desses outros diplomas (higiene e segurança no trabalho, estabelecimentos de restauração, etc.) for exigível uma separação entre tipos de IS – seja a separação entre sexos, ou entre funcionários e público – haverá que assegurar a acessibilidade em ambos os tipos.

Por outras palavras, se for exigida a separação entre IS para funcionários e IS para público, não se poderá obrigar um funcionário que precise de acessibilidade a usar a IS do público. Isso constituiria uma prática discriminatória.

Nesse tipo de situações a solução para poupar (e rentabilizar) espaço passará sempre por promover a acessibilidade nas instalações correntes, em vez de a separar.

Fonte: Blogue Acessibilidade Portugal

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

AMIZADE...AMOR...SEXO...EROTISMO...

Atenção, alguns sites referidos são aconselhados só a maiores de 18 anos.

Porque amizade, erotismo, sexo e amor, também fazem parte das nossas vidas (embora muita gente continue a achar que somos tipo assexuados), abaixo ficam algumas das poucas sugestões que existem em relação ao assunto:

CANDISLAND e INTIMATE RIDER: muito sugestivos.

KLUBB FH: site para encontros.

Aqui e aqui: salas de conversação.

Moteis Acessiveis: 1, 2, 3 e 4

Uma curiosidade:

ABASIOFILIA
Desejo por quem é (ou está) deficiente e usa algum apetrecho.
Gente que sente prazer em coisas como muletas, cadeiras de roda, aparelhos ortopédicos, engessados, etc...

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

LOJA "É DADO".


Trata-se de uma loja onde quem precisa pode ir procurar roupa, calçado, quer para homem, como para senhora e crianças, brinquedos, experimentar, como em qualquer outro estabelecimento e, como o nome indica, levar, porque É DADO.

A responsabilidade da loja é da Cáritas diocesana de Lisboa. José Frias Gomes, presidente da instituição explica à Agência ECCLESIA que a missão da Cáritas não é "gerir uma cadeia de lojas solidárias" mas sim, "desenvolver uma iniciativa demonstrativa do que pode ser feito" e ser "um testemunho da solidariedade".

Todo o projecto foi desenvolvido assente na lógica solidária. "As obras, as pinturas, a montagem, tudo foi feito com a disponibilidade de quem quer ajudar", indica o presidente. "Esperemos que o voluntariado seja expressão da fraternidade e dignidade" e nesse sentido, "possa ser desenvolvido por outros".

Quando a loja abriu, só era entregue roupa a quem viesse referenciado de alguma instituição. Agora quem chega já não precisa de responder a perguntas, nem estar referenciado, nem coisa alguma. Basta chegar e escolher. Sem vergonhas, sem embaraços.

A loja está aberta ao público na Rua Manuela Porto, n.º 12, às Terças e Quintas-feiras, das 9:00h às 12:00h, e aos Sábados das 15:00h às 17:00h.

Fonte: Agência Ecclésia.

domingo, 24 de janeiro de 2010

DEFICIÊNCIA E DESPORTO

Participar em actividades culturais, desportivas ou recreativas constituem uma necessidade como meio de ocupação qualificada de tempos livres, de aumento dos níveis de integração social e de reabilitação em deficientes.

Qualquer pessoa, seja qual for a sua deficiência, pode praticar uma modalidade desportiva, ou qualquer desporto, inclusivamente de competição, cujas regras deverão ser adaptadas ao seu tipo de deficiência.

De uma forma geral, a grande maioria das organizações de pessoas com deficiência prosseguem actividades desportivas e de lazer, de acordo com a área de deficiência em que actuam. No entanto, coexistem, igualmente, colectividades e clubes desportivos que, nas suas estruturas, contam com departamentos vocacionados para pessoas com deficiência.

Eis alguns exemplos de modalidades desportivas que podem ser praticadas por deficientes:

Atletismo (a pé ou em cadeira de rodas), natação, futebol (de 5 e de 7), boccia, basquetebol (a pé ou em cadeira de rodas), voleibol, ténis (a pé ou em cadeira de rodas), ténis de mesa (a pé ou em cadeira de rodas), ciclismo (triciclo, bicicleta e tandem), xadrez, goal ball, bowling, ginástica, pesca, tiro, tiro com arco, esgrima, halterofilia, judo, remo (na água ou indoor), vela e hipismo.

Poderá escolher qualquer modalidade desde que se sinta com capacidade para a praticar, ainda que com o apoio de um produto de apoio ou de um dispositivo de compensação.

Veja restante informação no site do INR.

sábado, 23 de janeiro de 2010

CONHEÇA O FÓRUM SOBRE DEFICIÊNCIA, "D-EFICIENTE".


Iniciei hoje uma parceria com o fórum sobre deficiência “D-EFICIENTE”.

Não poderia deixar de aceitar o pedido de colaboração que me foi feito pela administração.
Respondo sempre positivamente a pedidos de projectos como este. Dificuldades? Nem me questiono.
É o mínimo que se pode fazer. Reclamar do estado das coisas é fácil, mas ir mais além e não ficar por ai precisa-se.

Todos os projectos são poucos para continuar a luta e tentativa de uma vida melhor para todos nós deficientes.

Terei a meu cargo a “moderação” da “SOCIEDADE E A DEFICIÊNCIA” . E sou registado com o nome de “edtomas”.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

INICIOU O ANO EUROPEU DE LUTA CONTRA A POBREZA E A EXCLUSÃO SOCIAL

Apesar de a União Europeia ser uma das regiões mais ricas do mundo, 17% da sua população não tem os meios necessários para satisfazer as suas necessidades mais básicas.

A pobreza é normalmente associada aos países em vias de desenvolvimento nos quais a subnutrição, a fome e a falta de água limpa e potável são desafios quotidianos. Contudo, a Europa também é afectada pela pobreza e pela exclusão social, onde apesar de estes problemas poderem não ser tão gritantes, são ainda assim inaceitáveis. A pobreza e a exclusão de um indivíduo implicam o empobrecimento de toda a sociedade. A Europa só pode ser forte se utilizar ao máximo o potencial de cada um dos seus cidadãos.

Não há nenhuma solução milagrosa para acabar com a pobreza e com a exclusão social mas uma coisa é certa: não podemos vencer esta batalha sem si. É tempo de renovarmos o nosso compromisso para com a solidariedade, justiça social e maior inclusão. Chegou o momento do Ano Europeu Contra a Pobreza e a Exclusão Social.

Um valor fundamental da União Europeia é a solidariedade, particularmente importante em tempos de crise. A palavra “União” diz tudo – enfrentamos juntos a crise económica e é esta solidariedade que nos protege a todos.

Restante informação, no site da Comissão Europeia.

Veja no Jornal Público, um estudo de 2008 sobre os riscos da pobreza no nosso país.

ANGÊLO MÁRCIO E SUA ALEGRIA DE VIVER

Conheçam o Angêlo no seu blogue: "CRÓNICA DEFICIENTE". Vão conhecer mais uma história, de um tetraplégico que se recusa a ficar encostado.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Guimarães para todos


“Programa Municipal de Promoção da Acessibilidade de Guimarães – Guimarães para Todos”.Com este acto oficial, presidido pela Secretária de Estado Adjunta da Segurança Social e da Reabilitação, Idália Moniz, orientado pela gestora técnica do programa, Paula Teles, e fundamentado pelo presidente da Câmara, António Magalhães, Guimarães passa a participar, na 1ª geração dos programas de promoção da acessibilidade em Portugal, assumindo a autarquia o compromisso de encarar a acessibilidade e a mobilidade como finalidades prioritárias nas suas políticas estratégicas.

Paula Teles, acabou de lançar o livro: "Cidades de Desejo entre Desenhos de Cidades"
Boas Práticas de Desenho Urbano e Design Inclusivo.

Resumo do livro e mais informações, aqui.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

HISTÓRIA DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA

Não se têm indícios de como os primeiros grupos de humanos na Terra se comportavam em relação às pessoas com deficiência. Tudo indica que essas pessoas não sobreviviam ao ambiente hostil da Terra. Basta lembrar que não havia abrigo satisfatório para dias e noites de frio intenso e calor insuportável; não havia comida em abundância, era preciso ir à caça para garantir o alimento diário e, ao mesmo tempo, guardá-lo para o longo inverno.

NA GRÉCIA POR EXEMPLO:Platão, no livro A República, e Aristóteles, no livro A Política, trataram do planeamento das cidades gregas indicando as pessoas nascidas “disformes” para a eliminação. A eliminação era por exposição, ou abandono ou, ainda, atiradas do aprisco de uma cadeia de montanhas chamada Taygetos, na Grécia.

Veja aqui um resumo muito completo da História da Pessoa com Deficiência.

EXEMPLOS DA EVOLUÇÃO DA CADEIRA DE RODAS:

O primeiro registo da combinação de uma cama com rodas surge na imagem de um vaso grego do ano 530 AC. Neste caso é uma mesa para o transporte de uma criança.
Século VI: 1a. imagem de uma cadeira de rodas escavada em pedra em um sarcófago na China.Século XVI: Rei Felipe II da Espanha usou uma cadeira bem elaborada com descanços móveis para braços e pernas.Stephen Farfler era paraplégico e em 1655, na Alemanha, construiu uma cadeira de rodas para se locomover. Era feita em madeira, com duas rodas atrás e uma na frente, acionada por duas manivelas giratórias.Cadeira de Bath, Inglaterra, inventada por John Dawson, 1783.Século XIX, XX: Após a Guerra Civil Americana e a 1a. Guerra Mundial: cadeiras eram construídas de madeira, assentos de palha, apoios ajustáveis para braços e pés.1932: Everest e Jennings projetaram a 1a. cadeira dobrável. Eles fundaram a empresa Everest & Jennings.
1950: Everest & Jennings desenvolveram a 1a. Cadeira motorizada.

EMPRÉSTIMO/ALUGUER PRODUTOS DE APOIO.


Por razões várias, nem sempre é possível comprar Produtos de Apoio. Ou porque deficiência é temporária, nosso equipamento está em manutenção, falta de disponibilidade financeira…felizmente já existem muitas Instituições que nesse caso nos podem ser úteis, alugam ou emprestam desde cadeiras de rodas até gruas.

Por uma cadeira de rodas, aluguer mais barato que encontrei foi de € 1,00 por dia. Cruz Vermelha Portuguesa por exemplo empresta equipamento mediante uma simbólica caução em dinheiro. Cobram é deslocação, caso queira que entrega seja feita no seu domicilio.
Batta empresta sem contrapartidas. Em ambos os casos tem que se fazer prova da necessidade do uso Produto de Apoio.

Outras: Mais Que Cuidar e O Dom da Companhia.

ACRESCENTO: resolveram mudar nome a todo equipamento que nos serve de apoio no dia a dia, que antes se designavam por Ajudas Técnicas para Produtos de Apoio.
Sinceramente não entendo a necessidade de tal mudança. Mudar por mudar? Não, no meu caso, mudaram para complicar.

sábado, 16 de janeiro de 2010

SAIBA COMO AJUDAR O POVO DO HAITI


Cruz Vermelha e Cáritas lançaram campanhas de angariação de fundos a favor do Haiti. Sem sair de casa, basta ter um computador e ligação à internet para ajudar os haitianos.

Os donativos para o Fundo de Emergência da Cruz Vermelha Portuguesa - apelo vítimas do Haiti - podem ser realizados nas caixas multibanco ou através de 'netbanking', na opção 'pagamento de serviços', marcando 20999 na entidade e 999 999 999 na referência.

Poderá ainda ser feito um depósito ou transferência bancária para as contas CVP - Fundo de Emergência, disponíveis em nove instituições bancárias ou através de um cheque ou vale postal pagável à CVP - Fundo de Emergência, Departamento Financeiro da Sede Nacional da Cruz Vermelha Portuguesa (Jardim 09 de Abril, n.º1 a 5, 1249-083, Lisboa).

Também a Cáritas Portuguesa~, que enviou já cinco mil euros de apoio financeiro, tem em marcha uma campanha de angariação de fundos a favor das vítimas do Haiti.

A organização convida todos aqueles que quiserem contribuir a "fazer o seu donativo na conta «Cáritas Ajuda Haiti», com o NIB 003506970063000753053, da Caixa Geral de Depósitos.

A AMI vai enviar 14 mil euros para o Haiti. Além do apoio financeiro, a AMI lançou também um apelo à sociedade civil para que faça donativos através de "uma conta de emergência Haiti", com o NIB 0007 001 500 400 000 00672, ou do Multibanco, através da entidade 20909 e referência 909 909 909".

Fonte: JN

DEFICIÊNCIA:

Comunicado da CEDISCAP:
Exortamos a todas as instituições nacionais especializadas no campo das deficiências e as Organizações da Sociedade Civil, de todos os países membros ( DA OEA) a que se juntem às operações de busca de fundos e de ajuda material, solicitando aqueles materiais essenciais (AJUDAS DE ÓRTESE E PROTESES, MEDICAMENTOS, ENTRE OUTROS) que são necessários para as pessoas com deficiência, afim de contribuir com estas ações para diminuir o enorme sofrimento humano que os habitantes do Haiti estão passando.

Comunicado completo: blogue Deficiente Ciente

VENDA DE CARRO ADAPTADO COM CONDUÇÃO A PARTIR CADEIRA DE RODAS


Quadriciclo para cadeira de rodas - VEXEL V3.

Veiculo automóvel adaptado às necessidades de pessoas portadoras de deficiências motoras.

Este veiculo tem um acesso facilitado por uma porta e uma rampa traseiras, facilmente accionadas por um sistema de controlo remoto.

A condução faz-se a partir da cadeira de rodas e o condutor dispõe de perfeita acessibilidade à totalidade dos comandos do veículo.

Mais informações, contactar: tetraplegicos@gmail.com

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

COMO NOSSO PAÍS GOSTA DE BUROCRACIAS...

VOCÊS NEM IMAGINAM MINHAS LUTAS DIÁRIAS PARA OBTER/EXIGIR/PEDIR/TENTAR/RECLAMAR/CONSEGUIR ALGUMA COISA. É DE POR OS CABELOS EM PÉ! UMA AVENTURA CONSTANTE!

CRIAM GABINETES, INSTITUTOS, DEFESA CONSUMIDOR, PROVEDORES...MAS NADA FUNCIONA. E O PIOR É QUE NOTO UMA TOTAL IMPUNIDADE. PARECE QUE NINGUÉM TEM QUE DAR CONTAS A NINGUÉM. E NÓS DESPROTEGIDOS/FRAGILIZADOS SEM SABERMOS COM QUEM CONTAR.

MAS COMO EU SOU DAQUELES QUE NÃO DESISTO FACILMENTE E TEMPO E FORÇA NÃO ME FALTAM...

DEIXO-VOS AQUI UM PEQUENO RESUMO E UMA AMOSTRA ABAIXO COM FACTOS: PRECISEI DE UMA INFORMAÇÃO. CONTACTEI ENTIDADES SUPOSTAMENTE MAIS PREPARADAS PARA ME RESPONDEREM.
NENHUMA RESPONDEU EM CONCRETO MINHAS DÚVIDAS. ENTIDADE REGULADORA DA SAÚDE FOI ÚNICA QUE CONCRETAMENTE FEZ ALGO. MAS NÃO O SUFICIENTE.

COMO ATÉ AGORA NÃO OBTIVE SOLUÇÃO ALGUMA CONTACTEI ENTIDADES MAIS UMA VEZ. VEJAM ABAIXO RESPOSTAS POR PARTE GABINETE NOSSO PRIMEIRO MINISTRO.
É INCRÍVEL COMO ESTES GABINETES RESOLVEM PROBLEMAS CIDADÃOS! REENCAMINHAM E-MAILS E PRONTO.

-1º PEDIDO QUE FIZ FOI DIA 09 DE NOVEMBRO DE 2009.

De: tetra plegico [mailto:tetraplegicos@gmail.com]
Enviada: segunda-feira, 9 de Novembro de 2009 17:52
Para: Gab Primeiro Ministro - PM
Assunto: Deficiência
Srºs, eu Eduardo Jorge, 47 anos, tetraplégico desde 1991 devido acidente de viação, com grau de invalidez de 90%, desloco-me em cadeira de rodas eléctrica…

Serve este e-mail para por favor me esclarecerem o seguinte:

Desde já grato pela atenção
Eduardo Jorge

-GABINETE PRIMEIRO MINISTRO REENVIA E-MAIL.

2009/11/10 Gab Primeiro Ministro - PM
Exma. Senhora
Chefe de Gabinete da Senhora Ministra da Saúde
Cumpre-me remeter a V. Exa. o e-mail enviado ao Senhor Primeiro Ministro por Eduardo Jorge Cristóvão Dias. Situando-se a matéria no âmbito desse Ministério, solicita-se que seja promovida a sua análise, dando conhecimento ao interessado do andamento que ao assunto vier a ser dado.
Com os melhores cumprimentos

- COMO NUNCA MAIS OBTIA RESPOSTAS, RESOLVI VOLTAR Á CARGA.

De: tetra plegico [mailto:tetraplegicos@gmail.com]
Enviada: quinta-feira, 14 de Janeiro de 2010 14:39
Para: Gab Primeiro Ministro - PM
Assunto: Re: FW: Deficiência

Exmos Senhores,
desculpem-me a ousadia de continuar a incomoda-los.

Srºs reenviaram e-mail para o Gabinete da Senhora Ministra da Saúde e infelizmente até agora (2 meses depois) continuo desprovido de informação alguma.
Ninguém me contactou ou sequer me tentou esclarecer. Eu não peço favores ou esmolas, mas que me facultem somente informações.

Senhores, eu só contactei vosso gabinete porque já tinha esgotado todas as outras possibilidades.

Senhores, seria tão proveitoso para nós e de certeza para vós também, que da vez de tantos gabinetes e burocracias houvesse alguma entidade que nos ouvisse fisicamente e que realmente tivesse interesse nas nossas causas. Ninguém nos dá vós.

Instituto Nacional para Reabilitação a quem depositamos tantas esperanças, tem uma linha deficiente/directa ao ligarmos e explicarmos que nos custa escrever e nesse caso alguém atender-nos telefonicamente, respondem quase sempre que não. Só por escrito e mesmo assim sem sensibilidade na voz.
Sempre que recorremos a essas linhas vamos cheios de esperança. Parece ser nossa única e última saída. Ligamos e temos uma recepção fria e sem vontade nenhuma de colaborar.

Muito obrigado pela atenção

Eduardo Jorge

-GABINETE 1º MINISTRO DESTA VEZ REENVIA E-MAIL PARA OUTRO GABINETE DIFERENTE.

Gab Primeiro Ministro - PM
para Gab Min Trab Solidariedade Social

data 14 de Janeiro de 2010 17:47

Exmo. Senhor
Chefe de Gabinete da Senhora
Ministra do Trabalho e da Solidariedade Social

Cumpre-me remeter a V. Exa. o e-mail enviado ao Senhor Primeiro Ministro por Eduardo Jorge.

Situando-se a matéria no âmbito desse Ministério, solicita-se que seja promovida a sua análise, dando conhecimento ao interessado do andamento que ao assunto vier a ser dado.

Com os melhores cumprimentos

- GABINETE ESSE QUE ME AVISA QUE VAI REPORTAR E-MAIL PARA OUTROS GABINETES.

From: Gab Min Trab Solidariedade Social
Date: 2010/1/14
Subject: FW: FW: Deficiência
To: Gab Sec Est Seguranca Social , Gab Sec Est Adj e da Reabilitacao

Por conter matéria da área da competência dos serviços desse Gabinete, junto se reencaminha o presente e-mail solicitando que seja promovida a sua análise, devendo ser prestada ao interessado toda a informação que se mostre adequada ao seu caso.

Com os melhores cumprimentos,

A Chefe do Gabinete

(Ana Luzia Reis)

-INFORMO DESAPONTADO GABINETE 1º MINISTRO SOBRE MINHAS DÚVIDAS DE OBTER SUCESSO COM ESTE PROCEDIMENTO.

de tetra plegico
para Gab Primeiro Ministro - PM
data 15 de Janeiro de 2010 13:03
assunto Deficiência

Exmo Senhor, Fernando Soto Almeida,

como poderá verificar mais uma vez meu pedido desesperado de um simples esclarecimento ao vosso gabinete e reencaminhado por vós ao Gab. Min. Trab.Solidariedade Social acaba de ser reencaminhado para outros gabinetes.

Isto só mostra que não nos dão valor algum. Simplesmente e me desculpe, parece que é uma máquina programada que vai encaminhando automaticamente ajudas dos cidadãos sem personalização nenhuma.

É que se gabinete da Min. Trab. Solidariedade Social a quem Senhor reencaminhou tivesse lido com atenção minha exposição ter-se-ia apercebido que eu próprio já mandei este grito de ajuda ao Gab Sec Est Adj da Reabilitação e como sempre nunca se obtém resposta alguma. Não entendo porque lho enviaram outra vez.

Mais uma vez grato pela atenção...

Eduardo Jorge

- QUESTIONO TAMBÉM GAB. MIN. TRAB. E SOLIDARIEDADE SOCIAL DO PORQUE DE ENVIAREM MEU PEDIDO PARA GAB. SEC. EST. ADJ. REABILITAÇÃO, POIS NÃO TENHO ESPERANÇAS DE OBTER DA PARTE DELES RESPOSTA ALGUMA. SE DESDE 09/11/2009 ATÉ AGORA NÃO O FIZERAM...
tetra plegico
para Gab
)
Exma Senhora Ana Luiza Reis,

agradeço sua resposta, mas como abaixo pode certificar-se eu próprio antes de contactar Gabinete nosso Primeiro Ministro já o tinha feito para inúmeras entidades. Incluindo Gab. Sec. Est. Adj. da Reabilitação. E como sempre não obtive resposta alguma.

Não entendo porque reenviarem-lhe mais uma vez.

Atenciosamente

Eduardo Jorge
2010/1/14 Gab Min Trab Solidariedade Social

DIGAM LÁ SE ISTO NÃO É DESESPERANTE? E É SÓ UMA PEQUENA AMOSTRA DO QUE ME ACONTECE DIARIAMENTE.

NOVIDADES: DEPOIS DE EXPOR O CASO ACIMA, HORAS DEPOIS RECEBO COMUNICAÇÃO ABAIXO.

PELO QUE ENTENDI A DESPACHO DO CHEFE DE GABINETE DO SENHOR SECRETÁRIO DE ESTADO DA SEGURANÇA SOCIAL, MEU CASO VAI SER A PARTIR DE AGORA(CONFORME FRASE TIRADA DA RESPOSTA RECEBIDA POR MIM QUE TRANSCREVO A SEGUIR)TRATADO DIRECTAMENTE COMIGO.
Por orientação superior, esse serviço deverá responder directamente ao beneficiário bem como qualquer pedido de informação adicional.

FICO FELIZ SE ASSIM FOR. MAS VAMOS VER NA PRÁTICA O QUE ACONTECE.

de ISS
para CDSSLisboa
cc tetraplegicos@gmail.com
data 15 de Janeiro de 2010 15:33
assunto FW: FW: Deficiência

Exma Senhora
Directora do Centro Distrital de Lisboa

No âmbito da gestão da mailbox do ISS, reencaminha-se a presente mensagem para dar seguimento ao despacho do Chefe do Gabinete do Secretário de Estado da Segurança Social, o Sr. Dr. Jorge Damas Rato.

Por orientação superior, esse serviço deverá responder directamente ao beneficiário bem como qualquer pedido de informação adicional.

Solicita-se ainda que seja dado conhecimento da resposta a este Departamento, através do endereço electrónico ISS@seg-social.pt, bem como ao Gabinete, quando o processo estiver concluído.

Com os melhores cumprimentos,

Unidade de Gestão do Atendimento
Departamento Prestações e Atendimento

Instituto da Segurança Social, I. P.
www.seg-social.pt

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

DETESTO A CAMA


Ontem tive que ficar acamado dia todo. Detesto! Mas meu auxiliar também tem vida própria. Precisou ficar dia fora.

Felizmente tenho um enfermeiro que me vem dar apoio. Virou-me de 3 em 3 horas conforme combinado com antecedência. Almoço desenrasquei-me sozinho. Ficaram umas sandes e fruta perto da cama, água com fartura, e resto foi por minha conta.

Hoje consequências: tensão arterial baixa. Ao passar da cama para a cadeira tonturas daquelas bem chatas, ainda me sinto cansado e bem frágil. Mas almoço foi uma tremenda feijoada, depois um café bem forte e coisas melhoraram. rsr
Dores no pescoço e braços terríveis. Meu braço direito dói muito devido a atrozes e afins. Como tive que ficar por duas vezes, 3 horas de cada vez, deitado em decúbito lateral direito e neste caso para cima dele dores acentuam-se.
Em geral evito este decúbito, mas quando fico deitado não tenho outra alternativa. Tenho que variar o máximo.Mas tudo passa. Não perco tempo a dar confiança a estas dores e fragilidades. Interessa é que hoje estou na cadeira.

Ás vezes perguntam-me se não é chato estar dia todo só e ainda por cima acamado. Agradável não é. Até porque somente posso ter companhia da TV (e documentários que adoro) quando estou virado para um dos lados.
Do outro lado vejo-a por um espelho, mas legendas não consigo ler. Estão ao contrário.

Mas ontem e como sempre, tive a excelente e fiel companhia do meu amigo Tintin (que vos apresento na foto acima). Não houve um minuto graças a ele que me sentisse só.

Nestas horas é que eu reforço minha grande admiração por aqueles/as valentes que passam maioria do seu tempo acamados, pois tetraplegia é sinónimo de muitas horas na cama.
Como é difícil…eu também já fiquei 3 anos seguidos acamado e sei dar valor ao sofrimento deles/as.
Para vocês que estão nessa situação um abraço solidário cheio de esperança e admiração.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

GRIPE A


Indústria farmacêutica lucra cinco mil milhões com vacinas contra a gripe A.

Conselho da Europa avalia a criação de comissão de inquérito para analisar pressão dos laboratórios farmacêuticos na OMS.

Os ganhos de cinco mil milhões de euros por parte da indústria farmacêutica, no fabrico de vacinas contra a gripe A e antivirais, estão sob suspeita do Conselho da Europa. A entidade está a avaliar a possibilidade de criar uma comissão de inquérito para analisar a pressão que os laboratórios terão exercido na Organização Mundial de Saúde (OMS) para ter declarado a doença como uma pandemia, avança o Correio da Manhã. Só Portugal gastou até Dezembro passado 90 milhões de euros, 45 milhões dos quais em vacinas.

Segundo o presidente da Comissão de Saúde da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa, Wolfgang Wodarg, a campanha da "falsa pandemia da gripe, criada pela OMS e outros institutos em benefício da indústria farmacêutica, é o maior escândalo do século na Medicina", escreve o jornal.

O médico alemão é responsável pela proposta a ser debatida com carácter de urgência no próximo dia 25, alegando exagero da OMS sobre os perigos da gripe A. "O Conselho da Europa vai organizar um debate sobre a influência da indústria na OMS e, posteriormente, serão informados dos resultados 47 parlamentos da Europa", acrescentou Wolfgang Wodarg. Vários países europeus têm reservas de milhões de doses de vacinas que os seus cidadãos recusam tomar.

ACRESCENTO: Como é possível a indústria farmacêutica continuar a ter tanto poder?
Se elas têm este poder perante o dito 1º mundo, imaginemos nos países desprotegidos...
Se elas se interessassem pelas doenças que são epidemias a sério nesses países... Essas não lhes interessa.

ACESSIBLE PORTUGAL/AGÊNCIA DE VIAGENS


A Accessible Portugal gostaria de convidar todos os interessados nas temáticas da deficiência, das acessibilidades e do turismo acessível a partilharem a nossa rede social e exporem as suas ideias.

Embora formado por nós, esta rede está aberta a todos aqueles que pertencem ao meio e que pretendem contribuir para mais e melhores condições para a comunidade de pessoas deficientes, seus familiares e amigos. Queremos formar um pólo de encontros, onde cada um possa divulgar o seu contributo, os seus serviços, os seus blogues e os seus conhecimentos.

Desafiamos-vos, por isso, a aderirem e divulgarem este recurso, fazendo do mesmo o melhor uso que nele encontrarem.

Eis o link:
http://www.accessibleportugal.ning.com/

Grande abraço,
João Silva

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Desenho universal/design inclusivo total


O Desenho Universal ou Desenho para Todos visa a concepção de objectos, equipamentos e estruturas do meio físico destinados a ser utilizados pela generalidade das pessoas, sem recurso a projectos adaptados ou especializados, e o seu objectivo é o de simplificar a vida de todos, qualquer que seja a idade, estatura ou capacidade, tornando os produtos, estruturas, a comunicação/informação e o meio edificado utilizáveis pelo maior número de pessoas possível, a baixo custo ou sem custos extras, para que todas as pessoas e não só as que têm necessidades especiais, mesmo que temporárias, possam integrar-se totalmente numa sociedade inclusiva.

A arquitectura baseada no princípio do design universal, conceito criado no Estados Unidos e também chamado design total na Europa. A filosofia é que o uso do espaço deve contemplar todos, independentemente de serem sadios ou terem alguma deficiência, levando sempre em consideração o conforto e a facilidade de manipulação - no caso de móveis e objectos - por parte dos moradores. O design universal evita estigmas e preconceitos, já que não se trata de uma adaptação para pessoas com deficiência, mas uma forma de fazer com que elas e qualquer outro morador ou visitante se sintam à vontade e confortáveis.

Ou seja, a casa não vai lembrar um hospital ou uma clínica de fisioterapia, mas parecerá um local funcional e agradável.

Como exemplo, as portas de abertura automática. Elas não são exclusivas para deficientes, mas os beneficiam, ao mesmo tempo em que também são funcionais para quem não usa cadeiras de rodas nem tem problemas motores. Outra adaptação simples é o uso de dispenser automático para o uso de sabonete líquido, já usado amplamente em espaços públicos.

A realização de um projecto em Desenho Universal obedece a 7 princípios básicos:

1 . Utilização equitativa: pode ser utilizado por qualquer grupo de utilizadores;
2 . Flexibilidade de utilização: Engloba uma gama extensa de preferências e capacidades individuais;
3 . Utilização simples e intuitiva: fácil de compreender, independentemente da experiência do utilizador, dos seus conhecimentos, aptidões linguísticas ou nível de concentração;
4 . Informação perceptível: Fornece eficazmente ao utilizador a informação necessária, qualquer que sejam as condições ambientais/físicas existentes ou as capacidades sensoriais do utilizador;
5 . Tolerância ao erro: minimiza riscos e consequências negativas decorrentes de acções acidentais ou involuntárias;
6 . Esforço físico mínimo: pode ser utilizado de forma eficaz e confortável com um mínimo de fadiga;
7 . Dimensão e espaço de abordagem e de utilização: Espaço e dimensão adequada para a abordagem, manuseamento e utilização, independentemente da estatura, mobilidade ou postura do utilizador.

O Desenho para Todos assume-se, assim, como instrumento privilegiado para a concretização da acessibilidade e, por extensão, de promoção da inclusão social.
A sua importância está, de resto, consignada na Resolução RESAP (2001) 1, DO COMITÉ DE MINISTROS DO CONSELHO DA EUROPA (Resolução de Tomar), que recomenda aos Estados membros, entre outras medidas, que "tomem em consideração, na elaboração das políticas nacionais, os princípios de desenho universal e as medidas visando melhorar a acessibilidade no sentido mais lato possível, ... relativamente aos programas de ensino e a outros aspectos da educação, da formação e da sensibilização que relevam directamente dos governos, de acordo com as responsabilidades de cada país".

Mais sobre este assunto: 1 -, 2, 3, 4 , 5, e 6.

ACRESCENTO: acho este conceito excelente. Pena na prática exista tão pouco.

Gostei por exemplo de saber que existe piso feito de materiais anti-impacto e encontra-se em lojas de material de construção para nos proteger em caso de queda. Desconhecia tal material.

sábado, 9 de janeiro de 2010

HOSPITAL DE ABRANTES


Uns dia atrás tive um problema grave urinário e tive que ir pela primeira vez a umas urgências.

Depois de telefonicamente ter contactado meu médico particular e ter sido observado em casa por um enfermeiro foi-me aconselhado ligar urgentemente para o 112 porque teria que ir urgente ás urgências do Hospital de Abrantes. Fi-lo.
Doutora que me atendeu e após me ouvir reforçou a necessidade de me deslocar urgências. Deu-me número de telefone dos bombeiros voluntários de Abrantes.
Explicou-me também que INEM só nos socorre em caso de vida ou morte. Noutros casos, será sempre bombeiros.

Liguei para bombeiros e depois de explicar minha situação, primeira coisa que me dizem é que tenho que pagar o transporte.
Ainda pergunto se tinha que ser logo que chegassem a minha casa. Respondem que não, que depois receberia factura em casa.
Chegaram rápido á minha casa, transportaram-me até urgências. Lá fui atendido rapidamente e muito bem.

Fiz análises, detectaram uma grande infecção e medicaram-me.
Como sou segurado, e sabendo que teria que pagar transporte para casa outra vez caso chama-se bombeiros. Requisitei via telefone transporte á minha seguradora. Imediatamente chegou ambulância da Cruz Vermelha que me trouxe a casa a mando da seguradora.

Dias depois chega-me a casa factura para eu pagar do transporte da minha casa ás urgências do Hospital de Abrantes feito pelos bombeiros.

Sendo eu totalmente dependente, tinha que ser transportado em maca, porque na situação grave que estava não poderia sentar-me na cadeira de rodas e minha situação de saúde foi provado que era grave.
Situação que em principio seria o suficiente para que médico de serviço autoriza-se meu transporte e nesse caso em principio seria o Serviço Nacional de Saúde a suportar despesas de transporte e não eu.

QUESTÃO QUE PONHO AQUI E QUE ME REVOLTA, É PORQUE PESSOAS DEPENDENTES E NOS CASOS QUE SE PROVE A NECESSIDADE DA SUA IDA ÁS URGÊNCIAS, PORQUE TEMOS QUE PAGAR?
NÃO ACEITO.

Com factura na mão contactei bombeiros e quis saber o porquê de eu não ter direito a transporte, respondem que Câmara Municipal (bombeiros são municipais) é que tem a factura e só ela me poderá esclarecer.
Contacto câmara, respondem que não há excepções e que todos pagam. Não satisfeito quis ouvir opinião da Acção Social. Muito prestáveis, mas com muita falta de informação também.

Tento INEM, informam-me que não lhes cabe a eles resolverem esta situação. Viro-me para Hospital de Abrantes e tento saber porque nós dependentes e em situação provada da gravidade do nosso problema de saúde porque temos que pagar?
Moça administrativa responde-me: OLHE, ATÉ EU QUE VIM COM MINHA AVÓ SEM PODER SE MEXER SEMANA PASSADA ÁS URGÊNCIAS TIVE QUE PAGAR…
Bem elucidativo. Desisti de mais perguntas.

Resolvo enviar uma exposição do caso para: Presidência da República, INR, ERS, DGS, etc., a pedir esclarecimentos sobre episódio. Quero muito conhecer a lei que permite tais barbaridades. Recebi alguns dados. Mas nada esclarecedores. Cheguei á conclusão que lei é omissa e muito confusa.

Esta semana também recebo em minha casa a Assistente Social da minha área com exposição que enviei. Veio certificar-se da veracidade do facto e ouvir-me pessoalmente.
Pelo menos assunto está vivo. Veremos…

Como explico acima, eu sou segurado e minha seguradora cobre todas estas despesas. Inclusive a factura que paguei à câmara do transporte ás urgências, companhia devolveu-me o valor pago por mim.
Mas não é por eu não ter que pagar que ficarei calado. Acho uma tremenda injustiça e por isso continuarei a luta para que estes episódios não se repitam.

Até porque sempre pensei que toda a pessoa dependente que recorressem a umas urgências e provada a necessidade da mesma, esse transporte seria da responsabilidade SNS.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

MINHAS PRIMEIRAS PEÇAS ROUPA COMPRADAS Á WEADAPT


Recebi minhas primeiras roupas compradas á WeAdapt. Foi uma agradável surpresa. Ultrapassou minhas expectativas. Acabamentos muito competentes, maciez e elasticidade do tecido tornam peças super confortáveis. Era tudo o que esperava.

E o atendimento que tive pela parte da empresa, foi espectacular.Troquei alguns e-mails com equipa que produz peças. Para que vejam a simpatia e preocupação com nosso bem estar, deixo-vos aqui alguns excertos.

AGRADECI-LHES POR NOS POSSIBILITAREM ACEDER ESTE TIPO ROUPAS.

RESPOSTA WeAdapt: É devido a contactos e reacções como a sua que eu não desisto do projecto e continuarei a trabalhar com todo o empenho, com mais ou menos recursos, mas enquanto houver alguém satisfeito com o que fazemos e necessidades para serem melhoradas, o meu tempo de investigação terá sempre prioridade na Weadapt.

QUANDO O QUESTIONEI POR NÃO ENCONTRAR NO SITE O QUE DESEJAVA.

RESPOSTA:não está infelizmente, mas devia estar. Assim como a colecção de fatos de homem e senhora que ainda não está online. Peço desculpa pela falta de informação, mas é algo que estamos a planear alterar muito em breve. As suas dúvidas são a prova de que a informação não está a ser correctamente passada ou está em falta. Envio-lhe em anexo alguns dos fatos da colecção e camisas. Os mesmos podem depois ser produzidos numa grande variedade de materiais (de diferente origens e composições) e consequentemente alcançar preços diferentes. Ou seja, posso fazer o mesmo modelo em materiais mais económicos mas também em materiais mais nobres e consequentemente mais caros. No entanto a forma da modelação para a posição anatómica de sentado e as funcionalidades de abertura podem ser colocadas em todos.

QUIZ SABER MAIS SOBRE 2 PARES DE JEANS QUE COMPREI.

RESPOSTA: As calças jeans tem também acabamentos especias de amaciamento, para alem de na maioria dos modelos utilizarmos elasticidade com uma percentagem de elastano e optarmos por materiais que proporcionem maior conforto.
Esta receita de acabamento funcional utiliza produtos por exemplo da Tanatex Chemicals – o BAYCENT Neutralizer – selective technology against bad odours on textiles – que garante na sua etiqueta o seguinte:

Baycent Neutralizer protects fabrics from bad odours in a selective way and maintains the original characteristics of the fibres (aspect, handle and breathability), rendering the textiles a pleasant smell.

Este acabamento tem utilidade para qualquer pessoa pois neutraliza maus odores, como: suor (relevante para os que movem manualmente a cadeira de rodas), tabaco, urina, etc.
São acabamentos que encarecem bastante o custo da matéria-prima. Gostaríamos de os ter em todos os artigos mas é economicamente inviável nesta fase. Temos outros que não estamos sequer a utilizar pois então é que o custo subiria. Teremos de arranjar formas de subsidiar estes custos extra de funcionalização em acabamento e mesmo nas soluções de abertura das peças.

SOBRE CAMISAS.

RESPOSTA: As particularidades da camisa, para além dos acabamentos funcionais anti-odor e hidratante com vantagens no contacto com a pele (sensível ou não), são na modelação. De facto a sua modelação está feita para proporcionar maior conforto debaixo dos braços, o comprimento e forma das mangas está feito a pensar na posição de 90º em que o braço está na maioria do tempo, o comprimento atrás termina na altura da superfície de contacto para não passar para debaixo e aumentar os pontos de pressão. Por outro lado, à frente é mais curta e tem a forma que respeita a posição de sentado, evitando que sobre tecido a mais e que apenas irá originar desconforto no interior das calças, nomeadamente dificultar o manuseamento da sonda e esvaziamentos. (Esta informação não está clara no site!!!)

SOBRE DIFICULDADES EM USARMOS OS FECHOS NAS CALÇAS.

RESPOSTA: Em relação às suas sugestões agradeço muito. Nós temos um fecho desenvolvido (mas que ainda não estamos a utilizar nas peças de produção) cujo cursor é em forma de argola (aprox 1cm de diâmetro – depois envio-lhe uma foto). A ideia era utilizar uma espécie de gancho (por ex ligado a um telemóvel) que encaixaria na argola. Como ainda não temos o gancho para oferecer junto com as calças nem validamos a solução não estamos a oferecer esse tipo de fecho, que também é mais caro). Colocar uma argola suficientemente grande para encaixar o dedo pode ser a solução mais simples para vocês mas se conseguisse o mesmo objectivo com a argola pequena a solução final seria mais interessante em termos estéticos.

Aguardarei os seus comentários, criticas e sugestões com muita expectativa e só agradeço a sua sinceridade. Só assim poderemos melhorar o que não estiver bem ou menos bem. Por isso esteja à vontade.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

ACÇÃO SOCIAL PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA - ATENDIMENTO


Este serviço disponibiliza informação sobre a protecção, no âmbito do Subsistema de Acção Social, a pessoas com deficiência.

Está disponível em todos os distritos do nosso país.

Informação completa aqui.

SURFISTA TETRAPLÉGICO

Numa cadeira de rodas desde que ficou tetraplégico e a viver cada dia como se fosse o último, Nuno Vitorino começou há um mês a praticar surf e pretende levar jovens deficientes a entrar para a modalidade.

Nadador paraolímpico até há quatro anos, Nuno Vitorino, de 32 anos, continua a demonstrar que, com grande força de vontade, se podem transpor a maioria dos obstáculos. Praticar surf mesmo para quem aos 18 anos passou a viver numa cadeira de rodas é um deles.

"Numa cadeira de rodas a pessoa é obrigada a estagnar um pouquinho e eu sempre trabalhei para que isso não acontecesse, desde ser atleta parolímpico até [fazer] surf, e não vou parar por aqui porque adoro fazer desporto".

O acidente retirou-lhe a possibilidade de praticar bodyboard, mas não a vontade de fazer desporto. Ao fim de quatro idas ao mar com a prancha de surf, Nuno sente-se a progredir e na tarde de Sábado no Lagido até arrisca fazer um "tubo", a manobra que todos os surfistas anseiam conseguir fazer.

Contudo, este jovem informático na Câmara Municipal de Lisboa tem sobretudo como objectivos "saber que é capaz" e "mudar mentalidades".

"De certeza que estou a mudar mentalidades das pessoas que vêem que o jovem que está na prancha é o dono da cadeira de rodas", frisou, lamentando que o surf não conste ainda das actividades paraolímpicas.

Apesar de reconhecer que "não é normal uma pessoa em cadeira de rodas praticar surf", Nuno Vitorino conta com a ajuda dos amigos para ultrapassar alguns pormenores, como conseguir meter-se em cima da prancha.

Disposto a alargar a sua experiência, o desportista e vários amigos, todos da zona de Lisboa, criaram um projecto "ESTADO LIQUIDO" destinado a "levar outros jovens com deficiência a ter uma prática regular de surf".

A ideia é ajudar essas pessoas a superar as suas limitações e apoiá-lo sempre que quiserem entrar no mar, mas sem esquecer que a "prática do surf envolve alguns cuidados".

Veja o vídeo e noticia completa no expresso

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

DÚVIDAS SOBRE NEUROESTIMULADOR DE BRINDLEY

Cada vez me sinto mais indeciso em relação ao implante do neuroestimulador de Brindley. Semana passada fui a mais uma consulta com especialista. Conversamos, mas dúvidas que tenho não me as pode tirar.

Acontece que neuroestimulador vai ser implantado nas raízes sagradas anteriores. Raízes essas que serão cortadas.
Mas eu tenho estímulos que me são transmitidos por elas e nesse caso irei perde-los? Essa é minha dúvida maior. Em principio perderei.

Para mim são muito importantes esses estímulos. Eu quando tenho a bexiga cheia tenho essa sensação, assim como quando necessito defecar.

Se forem me retirados esses estímulos como poderei saber a hora que irei para cadeira sanitária? É que se for antes de sentir sensações nada funcionará. E se ficar tempo demais na cama defecarei lá mesmo por não sentir vontade.

Já contactei 7 utilizadores do aparelho. Dois não o usam para função da erecção pénis, 2 não o usam para defecar, 3 usam-no para defecar mas não notaram grandes melhorias e somente 2 estão a usar em pleno 3 funções e aprovam.
Conclusão: quanto há erecção rapazes estão satisfeitos, esvaziamento da bexiga todos satisfeitíssimos, defecção muitas dúvidas.

Deixo aqui um apelo: se alguém estiver a usar o aparelho e se me puder dar a sua opinião, agradecia que o fizessem para tetraplégicos@gmail.com

BATTA - BOLSA DE AJUDAS TÉCNICAS E TECNOLOGIAS DE APOIO



Para que serve a BATTA?

O site facilita o encontro entre instituições e/ou particulares que dispõem de produtos de apoio para doar, emprestar, trocar ou alugar e aqueles que necessitam desses produtos.


Quem são os beneficiários finais?
Embora a articulação possa ser feita entre instituições e/ou particulares, os produtos de apoio destinam-se a pessoas com deficiência ou com incapacidade temporária.

«Pessoa com deficiência» aquela que, por motivos de perda ou anomalia, congénita ou adquirida, de funções ou de estruturas do corpo, incluindo as funções psicológicas, apresente dificuldades específicas susceptíveis de, em conjugação com os factores do meio, lhe limitar ou dificultar a actividade e participação em condições de igualdade com as demais pessoas;

«Pessoa com incapacidade temporária» aquela pessoa que por motivo de doença ou acidente encontre, por um período limitado e específico no tempo, dificuldades específicas susceptíveis de, em conjugação com os factores do meio, lhe limitar ou dificultar a sua actividade e participação diária em condições de igualdade com as demais pessoas;

Como funciona a BATTA ?
Quem dispõe de produtos de apoio queira doar, emprestar, trocar ou alugar, solicita a divulgação da oferta no site e articula a sua entrega, directamente com os potenciais interessados. A divulgação dos produtos e dos contactos das instituições e pessoas individuais, junto dos potenciais interessados nesses produtos é gratuita

PROPOSTA DE DECRETO-LEI APRESENTADO PELA ANDST


PROPOSTA PARA A UNIFORMIZAÇÃO DA PRESTAÇÃO SUPLEMENTAR PARA OS SINISTRADOS NO TRABALHO E DOENTES PROFISSIONAIS QUE, EM CONSEQUÊNCIA DAS LESÕES SOFRIDAS EM ACIDENTE OU DOENÇA PROFISSIONAL, NECESSITAM DE ASSISTÊNCIA PERMANENTE DE 3" PESSOA.

A Lei n° 2127 de 03 de Agosto de 1965, regulamentada pelo Decreto 360/71 de 21 de Agosto, na Base XVIII nº I determina que, "Se em consequência da lesão resultante do acidente, a vitima não poder dispensar a assistência constante de terceira pessoa, terá direito a uma prestação suplementar não superior a 25 por cento do montante da pensão fixada."

Tomando como exemplo um operário da construção civil, vitima de acidente no ano de 1999, recebendo como retribuição do trabalho 350,00 euros mensais, tendo resultado do acidente uma incapacidade permanente absoluta (tetraplegia) e tendo necessidade de assistência permanente de 3" pessoa, com base na Lei 2127 foi fixada uma pensão de 326.00 euros acrescida de uma prestação suplementar para terceira pessoa de, no máximo 81,66 euros.

Este sinistrado, com as sucessivas actualizações, recebe, hoje, uma pensão mensal de 390.00 euros, acrescido da prestação mensal para 3ª pessoa no valor de 97,90 euros.

Em Janeiro de 2000, foi revogada a Lei 2127 e demais legislação, com a entrada em vigor da Lei n° 100/97 de 13 de Setembro, regulamentada pelo Decreto 143/99 de 30 de Abril. O artigo 19° da Lei n° 100/97 altera a formula de calculo para a fixação das prestações para terceira pessoa, com a seguinte redacção: Art° 19° da Lei 100/97 "1- Se, em consequência da lesão resultante do acidente, o sinistrado não poder dispensar a assistência constante de terceira pessoa, terá direito a uma prestação suplementar da pensão atribuída não superior ao montante da remuneração mínima mensal garantida para os trabalhadores do serviחo domestico.

Assim, tomando como exemplo um acidente de trabalho ocorrido no ano de 2008, em consequência do qual o sinistrado não pode dispensar a assistência permanente de 3" pessoa, tem direito, para além da pensão, a uma prestação suplementar igual ao salário mínimo nacional que, em 2010 é de 475.00 euros.

Verifica-se pois que, hoje, há sinistrados que, com a mesma patologia e incapacidade, recebem prestações muitos diferentes, para a mesma necessidade. O que significa que, para situações iguais existem tratamentos diferentes, apenas porque o acidente ocorreu em datas diferentes.

Para os acidentes ocorridos a partir de 1 de Janeiro de 2000, a prestação devida para quem necessita de 3a pessoa é igual ao salário mínimo nacional.

Para os acidentes ocorridos até 31 de Dezembro de 1999, a prestação devida para quem necessita de assistência de 3a pessoa é, em média de 150,00 mensais.

São algumas centenas, neste momento, os sinistrado no trabalho, fortemente incapacitados, que necessitam de assistência permanente de terceira pessoa, a receber prestações de valor mensal igual ou inferior a 150,00 euros, manifestamente insuficiente para pagar a um prestador de cuidados pessoais (quem prestará assistência a um deficiente profundo por 150,00 euros mensais?) .

E da mais elementar justiça que todos os sinistrados que necessitam de assistência permanente de terceira pessoa, recebam, no mínimo, uma prestação suplementar da pensão no valor igual ao salário mínimo nacional, independentemente da data em que ocorreu o acidente.

Artigo 1°
o n° 1 do artigo 19° da Lei 100/97 de 13 de Setembro, é extensivo a todos os sinistrados que necessitam de assistência permanente de 3a pessoa, independentemente da data em que ocorreu o acidente, da fixação da incapacidade, ou da data em que, em Tribunal, foi reconhecida a necessidade da assistência total ou parcial de 3a pessoa.

Artigo 2°
O disposto no artigo 1 ° produz afeitos a partir do dia…

Proposta da ANDST – Associação Nacional dos Deficientes Sinistrados no Trabalho.

ACRESCENTO: eu próprio me incluo neste número dos que só porque tivemos o acidente antes do ano 2000 não temos os mesmos direitos. Meu acidente e consequente tetraplegia aconteceu em 1991.

Como é possível nosso governo continuar com esta injustiça? Sendo que nem sequer sairia dos cofres públicos verbas para pagamento 3ª pessoa!
Visto sermos da responsabilidade das seguradoras e como tal caber-lhe-iam suportar os custos. Única certeza que fico é que nosso Governo defende descaradamente as seguradoras em nosso prejuízo.

Consulte aqui, nova lei para acidentes de trabalho e doenças profissionais.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

GEWA

A GEWA, é uma empresa sueca que desenvolve, fabrica e vende produtos de apoio para deficientes.

Têm uma ampla variedade de aparelhos para ajuda na fala, adaptações para computador, vida diária, ferramentas de planeamento, auxiliares de telefone e muito mais.
Estas ajudas abrangem todo o tipo de deficiências como surdez e problemas de audição, pessoas com deficiências cognitivas, os idosos e deficientes físicos.

No vídeo um exemplo de equipamento que fornecem: um transmissor especial que permite controlar muitas funções numa casa.

Mais demonstrações de equipamentos em vídeo, aqui.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Centro de saúde da Tomar - Serviço de Saúde Pública inacessível

Precisei tirar mais uma vez Atestado Médico de Incapacidade Multiusos. Como sempre, marquei consulta através do Centro de Saúde, para ser atendido pelo Delegado de Saúde. Posteriormente recebi convocatória e lá vou eu com meus relatórios médicos e exames directo ao Serviço de Saúde Pública – Centro de Saúde de Tomar.
Ao chegar local da Junta Médica vejo um edifício sem acesso a cadeira de rodas. Meu auxiliar entra e tenta falar com alguém sobre assunto. Aparece um funcionário com uma rampa amovível de madeira daquelas que encontramos mais vezes que desejado. Aquelas que têm uma inclinação tão acentuada que só de olhar assusta. Praticamente vertical. Até hoje não entendi porque mandam fazer aquelas barbaridades. Era só informarem-se e tentarem saber a inclinação certa.
E para estragarem mais a situação em geral começam a empurrar-nos a cadeira de rodas em direcção às rampas como que o problema estivesse em nós e fossemos uns esquisitos.

Felizmente desta vez isso não me aconteceu, pois nem do carro sai. Questionei zeloso funcionário (muito prestável por acaso e com vontade de ajudar) sobre falta de capacidades da rampa.
Pior é que mesmo conseguindo ultrapassar a rampa na entrada, teria outro degrau a seguir já dentro do edifício, e espaço entre um conjunto e outro de degraus não cabia sequer minha cadeira de rodas.

Funcionário pediu desculpa, e ainda se lamentou que para conseguir aquela rampa, esteve quatro anos à espera.
Eu deveria estar acostumado a estas faltas de respeito e desprezo pela parte do nosso país. Neste caso governo. Mas não consigo. Estou sempre à espera de algo correcto, normal, algo que não me faça sentir um ser sem valor, inexistente, deficiente.
Sabem que às vezes de tanto ser desrespeitado, mal tratado, ignorado e me fazerem sentir minha diferença, chego a questionar-me se realmente este mundo não tem razão em não nos criar condições para vivermos uma vida, com as mesmas condições e oportunidades que os ditos normais? Fico por momentos a culpabilizar-me e a tentar encontrar o porque de só porque sou diferente e me deslocar em cadeira de rodas me desprezam desta maneira. Sinto mesmo por momentos que culpa é minha. Que não sirvo mesmo para nada e que sociedade é que está correcta.

Quero que os ditos normais, que estejam a ler este texto façam mentalmente este exercício comigo: IMAGINEMOS QUE SE VÃO DESLOCAR A UM LUGAR PÚBLICO QUE JAMAIS IMAGINARIAM QUE ESTARIA INACESSÍVEL. COMO POR EXEMPLO ESTE CENTRO DE CONSULTAS PARA CLASSIFICAREM GRAU DE INVALIDEZ DE ALGUÉM. SE É PARA FAZEREM JUNTAS MÉDICAS E CLASSIFICAREM GRAU DE INVALIDEZ SUPOM-SE QUE SERÁ FREQUENTADO POR PESSOAS COM MOBILIDADE REDUZIDA!
AO CHEGAREM ENTRADA A PORTA ESTÁ FECHADA E VOCÊS PARA TEREM ACESSO AO CONSULTÓRIO DO MÉDICO TÊM QUE ESCALAR UMA PAREDE COM UNS 8 METROS ATRAVÉS DE UMA CORDA.
AGORA MULTIPLICAM ESSE EPISÓDIO POR MILHARES IDÊNTICOS OU PIORES NO VOSSO DIA A DIA. Pois é, é isso que acontece connosco todos os dias.
Tudo isto por falta de vontade de quem governa. Fazem leis e ponto final.
Vejam: saiu uma lei anos atrás que obrigava todo estabelecimento comercial independentemente da classe e tamanho a construir, caso não tivesse, uma casa de banho para senhoras e outra para homens. Conheço casos de quem cessou negócio por falta de verbas para dita construção, e muitos outros que foram encerrados após fiscalização por não cumprirem a lei. Hoje não encontramos nenhum estabelecimento aberto ao público que não cumpra a lei, isto é: tendo as duas casas de banho.

E o ridículo é que temos pequenos comércios como floristas, papelarias, mercearias, padarias etc., que casas de banho nunca foram usadas, e tenho a certeza que se não existissem não fariam diferença nenhuma no atendimento que nos prestam.

Dou este exemplo porque o acho elucidativo. Isto diz-me que se os nossos governantes quisessem, conseguiriam resolver problema das acessibilidades também. Mas para eles é mais importante uma casa de banho do que um acesso. Nós não somos prioridade.

Acabei por ser examinado sem privacidade nenhuma, ali na via pública pela junta médica dentro mesmo do carro que me transportava e assunto do Atestado ficou resolvido.

Como é possível estes lugares horrendos e sem condições nenhumas continuarem abertos? É que sendo frequentado maioritariamente por deficientes nem estacionamento para nós tem.

Mesmo sabendo que nada mudará resolvi fazer uma exposição sobre o acontecido e encaminha-la para ERS, INR, DGS...

Por falar em reclamações, deixo-vos este Livro de Reclamações online da ERS.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

2010

Alberto Neves de Melo que graças ao blogue tetraplégicos fiquei a conhecer, mandou-me esta linda mensagem que queria partilhar convosco.
Alberto,sua generosidade, amor ao próximo e disponibilidade para ajudar toda a gente faz-me admira-lo cada vez mais. Obrigado por tudo.

A TODOS UM BOM ANO DE 2010!

Que todos os bebés tenham colo. Que todas as crianças tenham um lugar na família, um lugar no coração dos pais ou nas novas famílias – sejam elas quais forem - que as acolheram e/ou acolherão com amor.

Que os nossos idosos não percam o seu lugar na família, não sendo esquecidos, excluídos, nem votados à solidão pela própria família que construíram.

Que as pessoas que amamos, e por qualquer motivo deixaram de estar próximo de nós, continuem “vigilantes” pelo universo e eternamente na nossa memória, fazendo parte da nossa vida.

Que as pessoas marcadas pelo estigma da deficiência ou doença encontrem um lugar na sociedade, no trabalho e na família, sem qualquer discriminação.

Que os trabalhadores continuem a sonhar com a manutenção de direitos essenciais e a conseguir trabalhar à medida desses sonhos tornados realidade.

Que continuemos a pugnar contra todas as formas de exclusão, promovendo a harmonia, a partilha, a dádiva voluntariosa, a união, a plena integração dos menos favorecidos.

Vamos começar um novo ano e é sempre bom lembrar que podemos sempre fazer muito mais, servir intensa e determinadamente, auxiliar todos os que muito precisam da nossa dádiva pessoal.


Recordo o que nos diz La Rochefoucauld: "A esperança, enganadora como é, serve contudo para nos levar ao fim da vida pelos caminhos mais agradáveis".

Votos de um Bom Ano de 2010, crendo sempre num futuro melhor, consensual, construído com o salutar e dedicado contributo de todos!

Alberto