terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Cama Flex, serve para dormir e ficar em pé

Olá Eduardo, meu nome é Marcos e sou do Brasil tenho 44 anos e também sou tetra desde 1991.

Há uns 6 anos você me orientou sobre a osteoporose e fui ao ortopedista e ele detectou um grau avançado dela nos femurs. Já fiz uso de Aclasta e agora estou a fazer uso de Forteo.
Transformei a cama de dormir em uma cama ortostática, ou seja, serve para dormir e ficar em pé. Sei do risco de fraturas ao ficar em pé mas espero que os medicamentos me ajudem a evitá-las.
Obrigado pelas dicas, segue um link do vídeo da engenhoca.


Feliz 2016

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

PSD questiona Governo sobre financiamento da formação a pessoas com deficiência

O PSD questionou o Governo, na Assembleia da República, sobre indefinições no financiamento da formação profissional para pessoas com deficiência, alertando que "todo o sistema" corre o risco de parar, anunciou hoje o partido.

"As pessoas com deficiência e as organizações que lhes prestam apoio estão a viver um problema muito complicado, o qual resulta da indefinição do financiamento das acções de formação profissional", segundo os deputados social-democratas Fátima Ramos, Mercês Borges, Manuela Tender, Maurício Marques e Adão Silva.

Em comunicado, o PSD refere que, até agora, "ainda não ocorreu a abertura do período de apresentação de candidaturas relativas à actividade a desenvolver", a partir de Janeiro de 2016, no âmbito da qualificação de pessoas com deficiência e incapacidade.

Nas perguntas dirigidas ao ministro do Trabalho e Segurança Social, José Vieira da Silva, os deputados social-democratas alertam para as "consequências gravosas desta situação" e avisam que "todo o sistema terá de parar" se não existir financiamento até 01 de Janeiro.

"Isto implicará que, a partir desse momento, não existirão condições para que 'os formandos possam continuar a frequentar a formação e as entidades formadoras serão obrigadas, no mínimo, a fazer a suspensão dos contratos de trabalho dos profissionais envolvidos'", adiantam, face a uma situação "muito grave pelas consequências que terá".

Por um lado, "há pessoas com deficiência que serão impedidas de continuar as acções de formação e por outro existirão vários formadores que irão para o desemprego", alertam os deputados.

O PSD questiona ainda ao Governo sobre a "data em que será possível às instituições que prestam apoio às pessoas com deficiência candidatarem-se através do Programa Operacional da Inclusão Social e Emprego (POISE), ou de outro sistema de incentivos, ao financiamento" das acções de formação profissional.

"De que forma pretende o Governo resolver o financiamento das acções de formação enquanto as instituições tiverem vedado o acesso às candidaturas?", perguntam os parlamentares.

Fonte: dnoticias.pt

Gala Internacional de Solidariedade em Leiria para apoiar desporto adaptado

No domingo, dia 10 de janeiro de 2016, pelas 16 horas, José Cid sobe ao palco do Teatro José Lúcio da Silva para atuar na Gala Internacional da Solidariedade organizada pelo Município de Leiria para apoiar o desporto adaptado.
José Cid é o cabeça de cartaz deste espetáculo, que vai ser ainda marcado pelas atuações de Sofia Li (piano), Mayya Rud (canto) e a Escola de Dança Annarella.

As receitas da bilheteira vão reverter na totalidade para a Associação Portuguesa de Deficientes (APD) – Delegação de Leiria e destinam-se à aquisição de cadeiras de rodas adaptadas para a prática desportiva das suas equipas, que têm vindo a somar títulos de campeões nacionais nas modalidades de basquetebol e andebol.

Além do carácter solidário, esta Gala assume-se também como uma homenagem a estes desportistas, num espetáculo que será pautado pela diversidade cultural e protagonizado por artistas de diferentes nacionalidades que residem em Leiria e que se associam a esta causa.

Fonte: C.M.Leiria

A empregabilidade de pessoas com deficiência. Barreira ou oportunidade?

Existe um mercado de recrutamento que, apesar das especificidades, encerra em si um elevado potencial para as organizações. Consciencializar a sociedade, em geral, e os empregadores, em particular, torna-se necessário de forma a dar eco à oportunidade de empregabilidade de pessoas com deficiência.

Foi em 2009 que Portugal aderiu à Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, que havia sido adoptada, em Nova Iorque, em 30 de Março de 2007, pela Assembleia Geral da ONU. Este instrumento internacional procurou, entre outros objectivos, incutir nos Estados a necessidade de promoção e implementação de medidas de apoio diferenciado para as pessoas portadoras de deficiência. As pessoas que, apesar da sua especial condição, continuam aptas, activas e procuram emprego, devem merecer, por parte do poder político, uma redobrada atenção, cuja acção se concretize na implementação de mecanismos legais que visem promover, garantir e proteger o acesso ao emprego, eliminando as barreiras existentes, tanto aquelas que são mais facilmente perceptíveis, como as limitações arquitectónicas, ou de mobilidade, nos locais de trabalho, mas também as que se reconduzem e se reflectem em comportamentos discriminatórios, por parte dos empregadores.

O Estado deu já o exemplo, criando e implementando um sistema de quotas mínimas, nos concursos de ingresso na função pública, designadamente naqueles em que seja posto a concurso um número de lugares igual ou superior a 10, circunstância em que, pelo menos 5% do total de lugares deve ser ocupado por pessoas portadoras de deficiência. Também no sector privado existe legislação que visa promover a inclusão de pessoas com deficiência, que incentiva os empregadores, em função da sua dimensão, a constituir a sua força de trabalho recorrendo também à empregabilidade de pessoas com deficiência, em número até 2% do total de trabalhadores.

Em termos concretos, há a percepção de que as politicas implementadas não têm dado os frutos esperados.

No entanto, muitos são os apoios à disposição das empresas para que promovam a contratação de pessoas com deficiência. A atribuição de bolsas de estágio, a comparticipação no pagamento das despesas necessárias com a adaptação do posto de trabalho e com a eliminação de barreiras arquitectónicas, a comparticipação de pagamentos dos prémios de seguros de acidentes de trabalho, a redução da taxa contributiva em sede de Segurança Social, são algumas das medidas que visam estimular a empregabilidade das pessoas portadoras de deficiência e que, talvez por desconhecimento, muitas das empresas continuam a não aproveitar.

Cabe, aos empresários e às empresas, o esforço de alargarem as suas bases de recrutamento, promovendo e incluindo, no seu raio de recrutamento, as pessoas portadoras de deficiência. Para a eliminação dos preconceitos que ainda subsistem não basta que o Estado, de forma preventiva e também coerciva, adopte previsões constitucionais ou legais, em especial pela aplicação de coimas, de modo a decretar a igualdade e não discriminação no acesso ao emprego, das pessoas portadoras de deficiência.

A materialização deste objectivo só se consegue através das empresas. São as organizações empresariais que devem considerar os recursos humanos a contratar, não em função de uma especial condição física, mas em função das capacidades e mais-valias com que a pessoa pode contribuir para a organização. Assim, os apoios à contratação de pessoas portadoras de deficiência existem, de facto, mas não devem, em momento algum, ser catalogados com “prémios” atribuídos às empresas, — esse seria o primeiro passo para reconhecer e fomentar a discriminação que se visa combater— mas devem, ao invés, ser entendidos como um verdadeiro incentivo, que visa combater uma desigualdade existente e incontornável. As pessoas portadoras de deficiência debatem-se com maiores dificuldades no acesso ao mercado do emprego mas, quando a ele acedem, fazem-no de pleno direito. Quando integradas, contribuem para os seus empregadores com resiliência, abnegação, persistência e capacidade de ultrapassar as dificuldades. Fazem-no de forma natural, pois estas são características que praticam e potenciam em todos os momentos, não ainda no emprego mas no seu quotidiano.

Advogado na PBBR — Pedro Pinto, Bessa Monteiro, Reis, Branco, Alexandre Jardim & Associados — Soc. de Advogados

Fonte: Público

Lesão medular: Bexiga neurogénica

A bexiga neurogénica consiste na perda do funcionamento normal da bexiga provocada por lesões de uma parte do sistema nervoso. A bexiga neurogénica pode ter origem numa doença, num trauma ou num defeito de nascença que afecte o cérebro, a espinal medula ou os nervos que se dirigem para a bexiga, para o seu esfíncter ou para ambos. Existem diversos tipos de bexiga neurogénica: de baixa actividade, quando é incapaz de se contrair e de esvaziar bem, ou hiperactiva, quando se esvazia por reflexos incontrolados.

A função normal da bexiga é armazenar a urina e eliminá-la de um modo coordenado através da uretra. Essa coordenação é regulada através de uma interacção complexa entre o sistema nervosa central e periférico e, se ela for perturbada, pode-se instalar um quadro de bexiga neurogénica.

Quais as causas da bexiga neurogénica?
Uma bexiga neurogénica de baixa actividade é, geralmente, o resultado da interrupção dos nervos locais que a estimulam. A causa mais frequente nas crianças é um defeito de nascença da espinal medula, como a espinha bífida ou o mielomeningocelo.

Uma bexiga hiperactiva resulta, em geral, de uma interrupção do controlo normal da bexiga por parte da espinal medula e do cérebro. Uma causa frequente é um trauma ou uma doença, como a esclerose múltipla, que afectam a espinal medula e que se podem associar a paralisia das pernas (paraplegia) ou dos braços e das pernas (tetraplegia).

A Diabetes Mellitus e a SIDA são doenças que também afectam os nervos periféricos e podem causar retenção urinária. Nestas doenças ocorre destruição dos nervos que controlam a bexiga, causando a sua distensão progressiva e indolor. De facto, na Diabetes os pacientes perdem a sensação de preenchimento da bexiga. Cerca de 25% dos doentes que sofrem um acidente vascular cerebral desenvolvem um quadro de retenção urinária.

Outras doenças que podem causar bexiga neurogénica são a poliomielite, a síndrome de Guillain-Barré, o Herpes genitoanal area, a anemia, a neurosífilis, a doença de Parkinson e a esclerose múltipla. Alguns tipos de tumores podem também podem causar quadros de bexiga neurogénica.

Como se manifesta a bexiga neurogénica?
A incapacidade de controlar a saída de urina (incontinência urinária) está associada com a bexiga neurogénica. O doente pode apresentar um fluxo urinário intermitente, desconforto durante a micção ou mesmo impossibilidade de urinar. Esta retenção urinária pode resultar da incapacidade de contracção do músculo da bexiga ou da perda da coordenação entre esse músculo e o esfíncter da bexiga. Podem ocorrer sintomas de infecção urinária ou de dilatação dos rins, como consequência do quadro de bexiga neurogénica. Podem ainda ocorrer sintomas associados com a formação de cálculos na bexiga. Se ocorrer refluxo da urina da bexiga para os ureteres e daí para o rim, pode ocorrer lesão ou infecção renal, com consequências ainda mais graves. Os sintomas variam de acordo com a etapa em que se encontre a bexiga, em baixa actividade ou hiperactiva.

Como uma bexiga em baixa actividade, em geral, não consegue esvaziar-se, dilata-se até se tornar muito grande. Esta dilatação geralmente não é dolorosa, porque a bexiga expande-se lentamente e tem muito pouca ou nenhuma actividade nervosa local. Em alguns casos, a bexiga permanece aumentada de tamanho, mas perde pequenas quantidades de urina de maneira constante (incontinência por extravasamento).

As infecções da bexiga são frequentes nas pessoas que têm uma bexiga em baixa actividade, dado que a estase da urina residual proporciona as condições para estimular o crescimento de bactérias. Podem formar-se cálculos na bexiga. Os sintomas de uma infecção da bexiga variam em função do grau da actividade nervosa que resta à bexiga.

A bexiga hiperactiva pode encher-se e esvaziar-se sem controlo e com graus variáveis de mal-estar, dado que se contrai e se esvazia por reflexo, ou seja, involuntariamente. Quando existe uma bexiga hipoactiva ou hiperactiva, a pressão e o refluxo da urina a partir da bexiga e através dos ureteres podem lesar os rins. Nas pessoas que têm uma lesão da espinal medula, a contracção da bexiga e o relaxamento do esfíncter podem não estar coordenados, de modo que a pressão na bexiga permanece elevada e não deixa que a urina saia dos rins. Daí podem resultar lesões a nível renal.

Como se diagnostica a bexiga neurogénica?
Quando se suspeita de bexiga neurogénica, é importante avaliar tanto o sistema nervosa como o sistema urinário.

O exame médico pode permitir detectar uma bexiga aumentada de volume, através do exame da parte inferior do abdómen. Os estudos radiológicos nos quais se injecta uma substância radiopaca através de uma veia (urografia endovenosa), ou através de uma sonda que se insere na bexiga (cistografia) ou na uretra (uretrografia), proporcionam mais informação.

Os raios X podem mostrar o calibre dos ureteres e as dimensões da bexiga e, possivelmente, a presença de cálculos e de lesão renal, o que proporciona ao médico uma valiosa informação acerca do funcionamento dos rins. A ecografia proporciona uma informação semelhante. A cistoscopia é um procedimento que permite a observação do interior da bexiga através de um endoscópio flexível que se introduz dentro da uretra, geralmente sem causar dor.

A quantidade de urina que fica na bexiga depois de urinar pode ser medida introduzindo uma sonda através da uretra para esvaziar a bexiga. A pressão interna da bexiga e a da uretra podem ser medidas ligando a sonda a um medidor (cistometrografia). O estudo do cérebro e da espinal medula por métodos de imagem como a ressonância magnética complementa esta informação.

Como se trata a bexiga neurogénica?
O objectivo principal do tratamento da bexiga neurogénica é a prevenção da lesão dos rins. Por outro lado, importa minimizar as limitações e o impacto social desta disfunção. Quanto mais precoce o tratamento menor o risco de deterioração da função renal e menor a necessidade de uma futura cirurgia.

Quando a causa de uma bexiga de baixa actividade (hipotónica) é uma lesão neurológica, pode-se inserir uma sonda (ou algália) através da uretra para esvaziar a bexiga de maneira constante ou intermitente. A sonda introduz-se o mais depressa possível depois da lesão, para impedir que o músculo da bexiga seja lesado por um estiramento excessivo e para prevenir infecções.

A colocação de um cateter de maneira permanente provoca menos problemas físicos nas mulheres do que nos homens. Num homem, a sonda pode provocar a inflamação da uretra e dos tecidos que a rodeiam. As pessoas que desenvolvem uma bexiga hiperactiva também podem necessitar de uma sonda para facilitar o esvaziamento, no caso de os espasmos da saída da bexiga impedirem o seu total esvaziamento. Nos homens tetraplégicos, que não podem utilizar a sonda por si mesmos com este fim, é possível que se tenha de seccionar o esfíncter da saída da bexiga, para permitir o seu esvaziamento e usar um dispositivo externo de recolha.

O tratamento com medicamentos pode melhorar o armazenamento de urina na bexiga, podem aliviar os sintomas associados com a irritação da bexiga ou com a incontinência e podem melhorar o controlo da bexiga. Em geral, o controlo de uma bexiga hiperactiva pode ser modificado com medicamentos que relaxam a mesma, como os anticolinérgicos. Contudo, frequentemente estes causam efeitos secundários, como secura da boca e obstipação; além disso, é difícil melhorar o esvaziamento da bexiga com medicamentos nos doentes com uma bexiga neurogénica.

Por vezes recomenda-se a cirurgia para fazer com que a urina se escoe por uma abertura externa, feita na parede abdominal ou então para aumentar o tamanho da bexiga. A urina que sai dos rins pode ser desviada para a superfície do corpo extirpando um segmento curto do intestino delgado e ligando os ureteres ao mesmo; nesse caso, a urina é recolhida numa bolsa.

Pode aumentar-se a bexiga com um segmento do intestino num procedimento denominado cistoplastia de aumento, e o indivíduo pode assim levar a cabo a auto-algaliação. Nos lactentes, a ligação efectua-se entre a bexiga e uma abertura na pele como medida temporária, até que a criança tenha idade suficiente para uma cirurgia definitiva.
Em todos os casos, é importante reduzir ao máximo o risco da formação de cálculos na urina. Deve-se controlar rigorosamente a função renal. Qualquer infecção dos rins deve ser tratada imediatamente. Recomenda-se beber pelo menos oitos copos de líquido por dia.

Embora a recuperação completa em qualquer tipo de bexiga neurogénica não seja frequente, algumas pessoas restabelecem-se bastante bem com o tratamento.

Como se previne a bexiga neurogénica?
Embora a maioria das formas de bexiga neurogénica não possa ser prevenida, é possível retardar o seu desenvolvimento nos doentes com Diabetes, mediante um controlo rigoroso da glicémia. Numa outra perspectiva, o uso de cinto de segurança na condução automóvel e a não realização de actividades que aumentem o risco de lesões na espinal medula é uma forma importante de prevenir este tipo de bexiga neurogénica.

Fonte: CUF

sábado, 26 de dezembro de 2015

Natal na minha aldeia

Fui desafiado pelo jornal Abarca a escrever uma estória sobre o Natal na minha infância. Eis o resultado:

Nasci em 1962, no Padrão, uma pequena aldeia pertencente à freguesia de São Pedro do Esteval, concelho de Proença-a-Nova. Não sei porquê, mas tenho muito poucas recordações da minha infância, incluindo a época natalícia.


Eram tempos muito difíceis, e tudo se agravou com a morte do meu pai era eu ainda criança. Fartura não havia, mas fome felizmente nunca passei. A terra desde que trabalhada era generosa connosco. Dela vinha muito do nosso sustento. Empregos não existiam por aqueles lados a não ser temporários, como por exemplo: apanha da azeitona, vindimas, e no caso das adolescentes, servir na casa de famílias abastadas noutras paragens.

Minha mãe era muito religiosa e do pouco que me recordo a época do Natal era simplesmente uma comemoração religiosa. Comemorávamos o nascimento do Menino Jesus. Ponto alto do dia de Natal era o beijar a imagem do Menino, deitado na manjedoura, durante a eucaristia, e não os presentes recebidos ou a árvore de Natal.

Na véspera de Natal ajudava-se a mãe a fritar as filhoses, numa frigideira cheia de azeite, cuja massa descansava num grande alguidar de barro, muito bem agasalhado, pois o calor vindo da lareira ajudava a massa a crescer. A receita era sempre a mesma. mas isso pouco interessava, importante era que durassem muito tempo sem se estragarem. Mesmo duras eram muito apreciadas. Se houvesse mel para as cobrir, melhor ainda.

Presentes ficavam para segundo plano. O que aparecesse no sapato junto à lareira vinha por acréscimo. Geralmente tínhamos direito a roupa. Era um dos dias do ano que se estreava roupa, o outro era no dia da festa anual. De manhã, lá chegava (era o mais novo de 6 irmãos) junto da lareira e verificava o que o que o Menino Jesus tinha deixado.

Intenção era ir de roupa nova à missa, e beijar a imagem do menino Jesus. Depois ficava-se alguns minutos junto da enorme fogueira que ardia dias sem parar no largo da igreja. Nada de grandes aventuras pois a roupa nova jamais se poderia sujar ou estragar. Sabia perfeitamente que isso nunca poderia acontecer.

Foi num Natal que recebi o meu primeiro relógio. Deveria ter uns 13 anos. Não sabia onde por o braço. Medo de riscar o vidro era assustador.

Assim foram os meus natais na minha aldeia. Valorizava-se o que havia, e mais não se exigia.

Boas Festas a todos.

O início da Vida Independente em Portugal

A Câmara Municipal de Lisboa (CML), escolheu o dia da pessoa com deficiência, 3 de Dezembro, para apresentação oficial do início do seu projecto-piloto de Vida Independente (VI). 5 pessoas com deficiência terão direito, durante 2 anos, a assistentes pessoais pagos pelo projecto, o que lhes permitirá continuar a viver em comunidade e não serem institucionalizados em lares de idosos, como habitualmente acontece. Ou seja, o dinheiro é canalizado para a pessoa e não para a instituição.
Será que é o início da mudança? O tempo é lento sobretudo para quem está preso a uma cadeira de rodas e sonha com uma Vida Independente em Portugal. O desespero já me fez realizar uma greve de fome e uma viagem de 180 kms em cadeira de rodas. Ainda não consigo pintar a realidade de cor de rosa.

Mas pela 1ª vez algo de concreto aconteceu. A Vida Independente passou a ser uma realidade, para pelo menos 5 pessoas, e nos moldes que almejamos. Assim como a criação de um Centro de Vida Independente (CVI), gerido por e para pessoas com deficiência, que será a base de todo o projecto.

Também não esquecer que temos um Governo com características bem diferentes das do anterior, e que o Bloco de Esquerda e o Partido Comunista, ambos Governo neste momento, apresentaram projectos de resolução pelo direito à VI na Assembleia da República, ambos recusados pela maioria composta pela coligação PSD-CDS, Governo na altura, o que significa que se as vontades se mantiverem, e eu acredito que sim, podem voltar a apresentar novos projectos que desta vez serão aprovados.

Se juntarmos a todos esses factores, que pela 1ª vez temos um deputado em cadeira de rodas, Jorge Falcato, ainda por cima ex coordenador do projecto-piloto de VI da CML, e uma Secretária de Estado para a Inclusão das Pessoas com Deficiência, cuja responsável é Ana Sofia Antunes, cega, podemos verificar que nunca houve tantas circunstâncias favoráveis.

Quanto a mim estão reunidas as condições para que algo de muito bom finalmente venha a acontecer para as pessoas com deficiência, acredito que o projecto-piloto da CML, foi somente o inicio desse ciclo.

Mais sobre o projeto AQUI

Texto escrito por mim para a aconteSer

Elevador de cadeira de rodas para veículos

Elevador de cadeira de rodas adaptável a quase todos os modelos de automóveis.
O braço articulado do elevador Carolift 40 faz com que seja fácil a manobra de colocação da cadeira de rodas através de aberturas estreitas, mantendo a capacidade de ir além da largura do pára-choques.

Características:
– Levanta até 40 kg
– O Braço gira para os dois sentidos
– Sistema eléctrico ou manual de elevação
– Compacto
– Instalação fácil, graças ao sistema inteligente de montagem

Em vídeo:


Fonte e mais informações: Ergométrica

Com soluções simples e criativas, bar dá exemplo de inclusão de deficientes na Itália

Com boa vontade e imaginação, os proprietários de um bar-restaurante em Bolonha, no norte da Itália, criaram um local completamente acessível a deficientes físicos - dentro e fora do balcão.


Inaugurado há poucas semanas, o L’Altro Spazio conta com uma série de simples adaptações que permitem o emprego de funcionários com limitações físicas.

A simplicidade das soluções pode ser notada já na entrada. Uma rampa de madeira, removível, facilita o ingresso de pessoas com dificuldades motoras, evitando reformas de grande porte, além da burocracia necessária para modificações na calçada pública.

Entre as novidades criadas especialmente para o local está um balcão de apenas 80cm de altura, que pode ser usado por cadeirantes, tanto de um lado quanto do outro. Dentro, as geladeiras, as garrafas, as máquinas de lavar copos e demais instrumentos de trabalho estão todos à altura de quem usa cadeira de rodas.

domingo, 20 de dezembro de 2015

Oferta emprego: Assistentes Pessoais

O Centro de Vida Independente está à procura de Assistentes Pessoais (F) para dar apoio a pessoas com deficiência em actividades do dia-a-dia (na área de Lisboa).
Nas funções:
Cuidado pessoal (Deitar/levantar, vestir/despir, higiene pessoal)
Cuidado doméstico (Limpeza da casa, tratamento da roupa, refeições.)
Acompanhamento (Para o trabalho, a consultas, e atividades de lazer)

Com as seguintes características:
Sexo feminino
Idade até 40 anos
Com carta condução
Não é obrigatório ter formação ou experiência
Disponível para regime de 4 a 6 horas por dia
Disponível para fazer horas num dos seguintes horários de segunda a sexta:
A partir das 7h da manhã; e/ ou
Entre as 20h/21h e as 24h/01h; e/ ou
Disponível para trabalhar aos fins-de-semana da parte da manhã e/ou noite (ex. 20h-24h)

Condições:
Remuneração mensal consoante o número de horas prestadas durante o mês
Contrato a termo certo de 2 anos

Para se candidatar preencha o questionário no link:
https://docs.google.com/forms/d/17VRhqvB4Mk20OoCPMDvAnjUUexe1Obm1gn8nZMdM5zc/viewform

Data limite de candidatura: 25 de Dezembro

Fonte: CVI

sábado, 19 de dezembro de 2015

Estatuto doente crónico: Sugestões da TEM para a comissão parlamentar de saúde

Exmos. Srs.
Líderes dos Grupos Parlamentares,
Jornalistas,
Associações de Doentes Crónicos,
Bcc – Todos os Deputados da Com. Saúde.

Braga, 14 de Dezembro de 2015

No dia 10 de Dezembro, os srs. Deputados enviaram para discussão, em sede de especialidade, as alterações ao regime especial regime especial de proteção na invalidez.

O que queremos:
Os doentes crónicos querem e devem poder continuar a trabalhar. Se o Estatuto do Doente Crónico estivesse elaborado muitas das questões relacionadas com o Dec. Lei nº 246/2015 e da Lei nº 90/2009 estariam resolvidas.

Não se pode obrigar um pianista que tenha parestesia numa mão devido a ter, por exemplo, Esclerose Múltipla a trabalhar ou um diabético a quem foi amputada uma perna a continuar a trabalhar nas obras em cima de andaimes, ou alguém que necessite da voz para trabalhar e tenha um cancro na laringe.

EXEMPLO: Jacqueline Mary du Pré, foi uma violoncelista britânica, conhecida como uma das maiores intérpretes do violoncelo. A sua carreira foi curta por causa da Esclerose Múltipla, que a forçou deixar os palcos aos vinte e oito anos de idade.

Um docente com doença bipolar, não lhe deve ser atribuído um horário completo. Mas deve acumular um horário com as aulas e trabalho de acompanhamento aos alunos na biblioteca.

Queremos que as pessoas continuem a trabalhar, mas ao seu ritmo, e tendo em conta as suas especificidades. Ficando assim, muito mais barato estes doentes poderem continuar a trabalhar do que os colocar na reforma.

Não concordamos com a atual Tabela de Funcionalidades, esta tabela mede o oposto, isto é, mede o que o doente consegue fazer. E os médicos de saúde pública, que terão de tomar decisões com base na tabela, não têm a formação necessária. Devem ser ouvidos a Ordem dos Médicos, os Médicos de Saúde Pública e Associações sobre esta matéria.

Devemos olhar para um doente no seu todo, e não como um estereótipo da doença. Queremos com isto dizer que não é só a sua capacidade para o trabalho que está em causa, mas também todas as outras dimensões: social, pessoal, cultural, etc.. Um doente crónico que, independentemente da patologia de base, viu as suas funções sexuais limitadas, vai sofrer imenso do ponto vista psicológico (dimensão pessoal), familiar (dimensão social) e terá consequências naturais na dimensão profissional. Assim devemos avaliar sempre o doente crónico em todas as suas dimensões: bio-psico-sócio-cultural e espiritual.

Como resolver o problema de um doente crónico que diariamente se vê constrangido, por exemplo: nos bancos ((ex.: crédito à habitação), nos seguros (por exemplo seguro de vida para o crédito à habitação), . E se este doente for ainda uma criança, como será o seu futuro? E as fraldas de um idoso, ou de uma pessoa incontinente, não são facilitadores? Porque não são isentos ou comparticipadas? E produtos de maquilhagem para quem sofre de Vitiligo?

Porque é que um pensionista por deficiência, que trabalha por conta de outrem porque a pensão não lhe garante a subsistência, não tem direito ao fundo de desemprego, nem à remuneração por baixa médica? Onde está a equidade para com os restantes trabalhadores? Também ele e a entidade empregadora fazem descontos pelo menos para a SS, são obrigados!

Para associações presentes (trinta) no II Congresso “Os Direitos e os Deveres dos Doentes Crónicos” realizado no passado dia 5, revogar e fazer de novo seria a melhor solução, mas devido ao tempo e à oportunidade, mas devido ao processo legislativo não vamos perder agora a oportunidade. Pois, não sabemos quando iríamos ter outra.

A proposta do PCP está muito próxima do que pretendemos. Apesar de não sugerir a revogação do Dec. Lei nº 246/2015, elimina-o de conteúdo ao verter nele muito da Lei nº 90/2009. Porém, sugerimos mais algumas alterações:

· DL 90/2009

Artigo 8.º
Processo de atribuição das prestações O processo de atribuição das prestações deve ser instruído, para além do requerimento, com os seguintes documentos:

informação clínica emitida por médico especializado, comprovando a doença que origina a incapacidade para o trabalho;

Deliberação dos serviços de verificação de incapacidades permanentes, competentes nos respetivos regimes de proteção social, de que o requerente se encontra em situação de incapacidade permanente ou com incapacidade de locomoção.

Acrescentar alínea
Nas juntas médicas solicitadas, ao abrigo deste decreto lei, deve estar presente (ser coordenada, dirigida ou tutelada) um médico especialista na doença em causa.

· DL 265/99

Artigo 18.o

Elementos probatórios
1 — O requerimento deve ser acompanhado dos seguintes elementos probatórios:

Declaração referente à modalidade de assistência que é ou irá ser prestada ao interessado, da qual conste a identificação das pessoas ou entidades que por ela se responsabilizam e as condições específicas da prestação daquela assistência;

Informação médica, devidamente fundamentada e instruída, relativa à situação de dependência do interessado;

Declaração de inacumulabilidade, da qual conste se foi requerida ou atribuída prestação idêntica ou análoga em relação ao mesmo titular e, em caso afirmativo, por que regime;

Declaração de inexistência de rendimentos de trabalho. (ELIMINAR)

Eliminar a alínea d)

Acumulação do complemento por dependência

Artigo 12.o
Acumulação com rendimentos de trabalho O complemento por dependência não é cumulável com rendimentos de trabalho.

Substituir "não é cumulável" por "é cumulável"

Referir, ainda, que a pessoa beneficiária deste regime e que desenvolve um trabalho remunerado, sobre o qual efetua descontos conforme a legislação, deverá, também, beneficiar do direito ao subsidio de desemprego e da remuneração por baixa médica.

Conclusão: não se deve excluir os doentes crónicos do trabalho, do seu trabalho, mas adaptar o trabalho a estes doentes.

Pensamos na construção humanista e não da destruição do homem em si. Todos queremos ser úteis na sociedade.

Com os nossos melhores cumprimentos,
Paulo Alexandre Pereira

Enviado por e-mail

Alunos de robótica do Minho criaram brinquedos para crianças deficientes

A tarefa simples de carregar num botão para ativar a luz, som ou movimento de um brinquedo é, muitas vezes, impossível para uma criança portadora de deficiência. A pensar nisto, os alunos especialistas em robótica adaptaram os brinquedos de forma a que a tecnologia de cada brinquedo fosse mais fácil de ativar.

"Tradicionalmente, com as crianças com necessidades educativas especiais, tem que ser a terapeuta a ligar o brinquedo. Estes que estamos a oferecer estão adaptados para serem eles próprios que os acionam", explicou Fernando Ribeiro, diretor do Departamento de Eletrónica Industrial e voluntário na transformação dos brinquedos.

Há uma semana que alunos e o diretor estão a trabalhar na adaptação dos brinquedos. Esta manhã, foram distribuí-los com gorros natalícios e um sorriso no rosto pela Unidade de multideficiência da EB1 de Oliveira do Castelo, Escola Básica de Motelo e Associação de Paralisia Cerebral de Guimarães.

Custam 150 euros na loja

Desde 2006 que Fernando Ribeiro junta os alunos de robótica para participarem no projeto. Os brinquedos são-lhes dados por utilizadores que já não precisam e muitas vezes chegam estragados ou com peças em falta. Então, para além de criarem o ativador externo adaptado a estas crianças, também consertam os brinquedos e imprimem numa impressora 3D as peças que faltam.

Se fossem comprados em loja, estes brinquedos adaptados têm preços que variam entre os 150 e os 200 euros. "Este tipo de brinquedos fica fora da nossa bolsa e da dos pais, que têm limitações. Para além de existirem poucos no mercado, os que há custam sempre uma média de 150 euros", lamenta Américo Correia, vice-presidente da Associação de Paralisia Cerebral de Guimarães.

Fonte: JN

Apresentação pública Sexualidade&Afetos

No que diz respeito ao amor e aos afetos, Rui Machado, um dos oradores avançou que “nada é certo, mas sem a possibilidade, nada pode acontecer”. E neste sentido, mais de meia centena de pessoas, entre oradores e participantes, puderam, juntas, refletir sobre as condições que as famílias, os profissionais de saúde e de ensino, e a sociedade como um todo, deverão tentar criar para que a possibilidade aconteça, mesmo sabendo que “nessas coisas do Amor não há certezas”. “A possibilidade é já tanta coisa...”, considera.


Dor neuropática no lesado medular

Fala galera lesada, bom essa é uma pergunta que muitos me fazem, sim sinto muitas dores, já foi muito pior, muita sensibilidade nas mãos, consegui diminuí-la dessensibilizando com estímulos em diferentes texturas (bola de massagem, velcro, madeira, fisioball, tecidos, etc.).

No primeiro ano de lesão sentia nas duas mãos, uma queimação, pontadas e não conseguia tocar em nada com os polegares, muita, muita sensibilidade, o que ainda hoje tenho na mão esquerda (região do polegar e punho), a direita sumiu não sei explicar como, mas só agradeço, é algo definitivamente chato, e se você meu caro lesado nunca teve, agradeça.

Tomei muitos remédios como carbamazepina, gabapentina, tylex, até fórmulas caríssimas de 250,00 reais, mas todos são apenas paliativos, ou seja, não curam, apenas aliviam os sintomas, e foi assim que esse ano decidi me ver livre, meu rim, fígado e bolso agradecem.

Convivo com a dor todos os dias, tento aliviar com massageador elétrico e munhequeiras que dão estabilidade ao punho, imobilização ao dedo polegar e compressão multidirecional reduzindo a dor. Quem convive conosco já sabe que tem que dar aquela velha massagem, seja em casa, na rua, no restaurante etc.

Além da hipersensibilidade ao tacto, e o acúmulo de “ites” acrescento dores intensas de cabeça, dores na coluna, dores com espasmos, estresse do dia a dia (e as mudanças de humor), aí não tem jeito, aspirina, ibuprofeno, tylex pra dentro (ou álcool).

Sugiro ainda a todos que procurem alternativas (todas comprovadas) como a acunpuntura, eletrodos, compressão, gelo, kinesioterapia, alogamento, massagens, infravermelho, exercícios, e abandonem os remédios, procure seu fisioterapeeuta/terapeuta ocupacional e veja o que melhor se encaixa para o seu caso e suas especificidades, no fim do post separei mais algumas dicas, depois nos contem os resultados.

A história da Vida Independente na Europa

A Europa compreende trinta nações diferentes, com grandes variações entre si no que se refere à economia, cultura, religião e sistemas políticos. 

Meu enfoque limita-se aos avanços na Europa Ocidental e do Norte. Em vez de fazer uma descrição e uma análise completa de cada um dos países incluídos, usarei vários exemplos de países para ilustrar a mudança.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

"Unidos no Amor Contra a Indiferença" não deixe de comprar este magnifico livro

Amigos, estamos no Natal, numa época de SOLIDARIEDADE, cheia de luz, cor, animação e alegria. Gostava de vos sugerir para oferta uma prenda diferente, o livro “Unidos no Amor contra a indiferença" de Isabel Barata e Manuel Matos.

Este livro fala-nos disso mesmo, de um Amor entre duas pessoas que apesar das suas limitações, não foram impedidos de Amar e Ser Amados. Resolveram escrever este testemunho para incentivar todos a viver o AMOR sem preconceitos, medos, nem tabus (porque há muitas formas de Amar).

No entanto, eles não conseguiram concretizar fisicamente o "sonho" de partilharem uma Vida em comum. Porquê?

Este livro é também um grito de revolta e de indignação porque, em Portugal, apesar de se defenderem os "direitos Humanos", não é possível duas pessoas com deficiência partilharem uma vida em comum!

Apesar de ser uma bela história de Amor (pois só o Amor é infinito!), tem um final "triste".

O Manuel não resistiu, e acabou por partir deixando a Isabel com a missão de divulgar e prosseguir este CAMINHO.

Desafio-vos a conhecerem a Isa e o livro “Unidos no Amor contra a Indiferença", que vai certamente marcar a vossas Vidas e contribuir para a mudança de mentalidades.

Boa leitura e Boas Festas :)

Preço do livro: 10€+portes de envio.

Contacto para envio: podem enviar-me a vossa morada e o nome que pretendem na dedicatória, para:
isabarata36@hotmail.com
https://www.facebook.com/msn.pt#!/isa.barata.44"

EU: Deixo-vos a minha opinião sobre este magnifico livro AQUI

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Projeto de Vida “In”dependente da APN em risco

Depois do apelo lançado pela APN, a RTP emitiu uma reportagem sobre o Projeto de Vida “In”dependente, com o título ”Apoio a doentes neuromusculares em risco já em janeiro”.


Fonte: APN

Deficiência e hollywood

A indústria cinematográfica tem um forte controle sobre a forma como vemos e percebemos o mundo. Filmes e programas de televisão pode nos fazer rir, chorar, com raiva, ou todos os três.
Eles podem nos motivar a agir, que vão desde simples fãs para a mudança social. Eles podem ser usados ​​para fazer declarações políticas em uma maneira criativa e envolvente.

Com toda essa história de progresso, é um pouco surpreendente saber que o tratamento de deficiência, tanto dentro e fora da tela, continua a ser um desafio e uma barreira. Embora tenha havido progressos nos últimos anos, tem sido lenta. Muitas questões remanescentes incluem a representação positiva ou negativa da deficiência e que começa a retratar personagens com deficiência.


Retratos históricos

Antes da idade de cinema e televisão, ainda estava agindo. Quando peças de William Shakespeare foram cumpridas, palco para as mulheres não era socialmente aceitável. Para lidar com este problema, todas as personagens femininas foram retratados por homens. Como resultado, pode haver representações descontroladamente imprecisas ou irreais de mulheres no palco, porque eles estavam sendo jogado por pessoas que não tinham nenhuma experiência da vida real, a de ser mulheres.

No entanto, apesar do aumento da diversidade no cinema, muitos papéis ainda estão fora do alcance de atores com deficiência - mesmo se os papéis envolvem personagens com deficiência.

Isto levou a muitos personagens com deficiência sendo em grande parte baseada em estereótipos que a sociedade criou. Muitas vezes eles foram categorizados como inerentemente mau ou inerentemente bom (mas amaldiçoado por invalidez).

Retratos históricos na sociedade

Por que as pessoas com deficiência, historicamente, mostrado como mau ou bom? Estes opostos binários veio do que grande parte da sociedade entende sobre deficiência.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Experimentei a nova cadeira de rodas da Permobil, F5 Corpus R-Net

São 3 as principais razões que me levam a ter de mudar de cadeira de rodas: preciso de uma cadeira que realize basculação mais acentuada; com função de verticalização (posição de pé) e por último, o facto da minha actual cadeira, modelo Quikie Salsa já ter 6 anos de vida.

A Mobilitec deu-me a conhecer o último modelo da Permobil, a F5 Corpus R-Net. Reúne as condições exigidas. A Ergométrica apresentou-me o modelo Jive Up da Sunrise Medical.

A F5 já a experimentei, e os técnicos da Mobilitec tirou-me a maioria das dúvidas. Não desgostei, mas continuo com a sensação que poderia ser menos robusta, mais prática. Mas o facto de realizar a posição de basculação como mostra a imagem abaixo, e a posição de verticalização se realizar de maneira diferente, ou seja, quando em posição de pé o peso fica distribuído por todo o corpo. Esse facto fica bem visível pela posição dos pés que não ficam completamente assentes no suporte de pés.
 

Devido ao meu acentuado estado de osteoporose o colo do meu fémur não suportaria o peso do meu corpo, daí não arriscar realizar verticalização, não tendo adquirido cadeira com essa função, mas todos sabemos os excelentes benefícios que essa posição nos trás. 


A posição de basculação mais acentuada iria permitir-me prolongar o número de horas diárias na cadeira rodas. Devido problemas de pele que ultimamente me têm afectado a região do ísquio, passo mais tempo na cama que na cadeira. Alguns minutos naquela posição iriam aliviar a pressão na região isquiática, prevenindo o aparecimento de escaras. Ou seja, a basculação e verticalização iriam substituir a cama, da vez de estar 5 horas na cadeira e ir descansar duas para a cama, com o incomodo e todo o trabalho que isso implica, bastava alguns minutos na posição de verticalização ou basculação e a minha qualidade de vida seria bem melhor.


A questão da tração ser dianteira é que vai obrigar-me a uma boa adaptação. Também estou algo reticente devido a largura da cadeira. Preferi-a menos larga.

A JIVE UP

No que toca a este modelo, aguardo que a Ergométrica me o traga para experimentar e tirar dúvidas. Deve acontecer nos próximos dias, mas pelas informações disponibilizadas no site, agrada-me a largura (63 cm contra os 65,5 a 79cm da F5), cumprimento total também é inferior (107 a 113cm contra os 114cm da F5), no que toca à basculação tenho algumas dúvidas.


Logo que a experimente darei também a minha opinião.

Entrega de prémios da 2.ª edição do concurso de fotografia "A inclusão na diversidade"

Os prémios estão entregues, os parabéns cantados e o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência assinalado pela segunda vez juntando a Plural&Singular e o Centro Português de Fotografia (CPF) que voltaram a dar destaque à inclusão e à diversidade.

 

sábado, 12 de dezembro de 2015

Deficientes militares querem salvaguardar direitos

O presidente da Associação dos Deficientes das Forças Armadas (ADFA) disse esta quinta-feira esperar que o parlamento aprove "a breve trecho" um diploma, que designa como Carta Magna, para garantir "a salvaguarda dos direitos dos deficientes militares".


José Arruda discursava na Assembleia da República, que distinguiu a ADFA com o Prémio Direitos Humanos 2015 e por ocasião do Dia Internacional dos Direitos Humanos.

O presidente da ADFA manifestou também a expectativa de ver o Parlamento consagrar em lei o plano de ação para apoio aos deficientes militares, recém-criado pelo Ministério da Defesa em resposta "aos anseios e preocupações manifestadas" pela associação, referiu José Arruda.

O presidente da ADFA lembrou ainda a génese da criação da associação, 19 dias após o 25 de Abril, e a luta desenvolvida desde então: "Procurámos visibilidade e reconhecimento social e político de forma a garantir que não caíssemos no esquecimento, como aconteceu com os homens da I Guerra Mundial, que o Estado votou ao ostracismo e à miséria.

Fonte: DN

BE propõe alargar o regime especial a todas as doenças crónicas incapacitantes

A Assembleia da República debateu no dia 10 de dezembro aapreciação parlamentar proposta pelo Bloco de Esquerda relativa ao Decreto-Lei nº 246/2015, sobre o regime especial de proteção na invalidez. Na sequência desta iniciativa do Bloco de Esquerda foram apresentadas diversas propostas de alteração de vários partidos, que irão agora ser debatidas em especialidade, na comissão parlamentar respetiva.

Há um esforço comum para que este Decreto não entre em vigor nos moldes em que se encontra redigido atualmente. Pretende-se alterar as principais condições que excluem o acesso, ou seja, a dependência permanente e a morte em três anos.

O Bloco de Esquerda propôs ainda:
- não restringir o acesso ao regime especial de proteção na invalidez à lista de doenças,
- alargar o acesso a todas as pessoas que tenham doença incapacitante que se preveja evoluir para incapacidade para o trabalho,
- que seja aferida e avaliada a tabela de incapacidades e que esta não sirva de instrumento para avaliar a incapacidade enquanto não for aferida.

A intervenção em plenário do deputado Jorge Falcato aquando deste debate encontra-se aqui.

Aproveitamos também para enviar o ficheiro com a gravação áudio da audição pública promovida pelo BE sobre o regime especial de proteção na invalidez, decorrida no dia 4 de novembro: ficheiro disponível aqui; notícia no esquerda.net aqui.

O Bloco de Esquerda mantém o compromisso em alargar o acesso do regime especial de proteção na invalidez e de retirar do decreto os critérios mórbidos que o Governo PSD/CDS designou.

Enviado por e-mail

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

"Estive vários anos preso a uma cama sem saber que tinha direitos"

Depois da viagem de 180 quilómetros, em cadeira de rodas, desde a sua terra natal, Concavada, concelho de Abrantes, até ao Ministério da Solidariedade Social, em Lisboa, para reivindicar o direito a um cuidador, Eduardo Jorge foi obrigado a ir para o Centro de Apoio Social da Carregueira (CASC), concelho da Chamusca, onde vive desde Julho deste ano. "Tive que vir para cá porque deixei de ter uma cuidadora paga pelo Estado. O contrato dela terminou e nessa altura o Estado atribuiu-me apenas 315 euros para pagar a outra cuidadora. Como na altura estava a fazer um estágio em Serviço Social, como ganhava mais dinheiro, mais de 500 euros, o Estado achou que 800 e poucos euros era suficiente para eu ter uma cuidadora. Mas não é e por isso tive que deixar a minha casa", explica a O MIRANTE.

Eduardo Jorge conta que o principal motivo para ter tomado esta decisão foi o facto de ficar sozinho durante a noite. A cuidadora deixava-o virado e ele ficava assim até à manhã seguinte. O problema é que durante a noite podem acontecer muitas coisas como, por exemplo, febres altas e Eduardo não conseguia tirar a roupa para trás ou cuidar de si. "Começou a ser impossível e tive que tomar uma decisão", refere.

Devido à viagem, realizada em Setembro do ano passado, o seu estado de saúde agravou-se, o que fez com que tomasse a decisão de sair da sua casa, na Concavada. "Quando fiz a viagem a Lisboa esta instituição foi das que me deu mais apoio e força. Os idosos estavam todos aqui à porta quando passei a darem-me força e para não desistir. Fiquei muito emocionado e nunca mais os esqueci. Ficou uma ligação entre nós e entretanto convidaram-me para vir cá na festa de Natal do ano passado. Vi que as condições eram excelentes e perguntei se tinham vaga para mim. Eles disseram que sim e mudei-me para cá", recorda.

Como não é homem de estar parado, Eduardo Jorge, 53 anos, também trabalha na instituição. Está a fazer o estágio de Serviço Social. Em breve vão criar um gabinete de apoio à comunidade, onde Eduardo vai estar responsável por ajudar as pessoas que precisem de apoios sociais. "O Centro de Apoio Social da Carregueira trata as pessoas com dignidade e aqui consigo ser livre", revela.

Depois de terminar o estágio, Eduardo Jorge espera continuar a trabalhar no CASC. Se não for possível garante que vai continuar a viver no mesmo local, onde dispõe de um quarto individual, com casa-de-banho, televisão e Internet. Apesar dos problemas de saúde se terem agravado, Eduardo garante que a viagem de três a Lisboa em cadeira de rodas valeu a pena. "Não podemos reclamar e ficar de braços cruzados. Temos que lutar pelos nossos direitos. Estive vários anos preso a uma cama sem saber que tinha direitos. Só quando apareceu a Internet é que foi como viver de novo e percebi que tenho direitos e tenho que lutar por eles. Depois dessa viagem a comunidade e a comunicação social começaram a perceber o conceito de vida independente para pessoas com deficiência e isso é o mais importante", sublinha.

Eduardo considera que todos os Governos que Portugal já teve tratam as pessoas com deficiência como cidadãos de segunda. No entanto, afirma que o paradigma está a mudar. Antigamente, diz, existia o foco na deficiência e tentavam curá-la. Hoje já se olha para as capacidades das pessoas com deficiência e tentam inseri-las na sociedade. "Aos poucos as coisas vão mudando. Tenho sempre esperança que um novo governo mude as coisas e nos olhem como iguais, como a maioria dos países evoluídos já faz", realça.

Notícia completa na edição semanal

Fonte: O Mirante

GNR encontrou quase 6 mil deficientes em "situação de vulnerabilidade"

Segundo os dados avançados à TSF pela GNR, foram encontrados 3126 deficientes que vivem sozinhos. 317 em situação de isolamento e perto e 481 que para além de isolados vivem também sozinhos.

Foram ainda detetadas 1822 pessoas que a GNR considera que se encontram numa posição de fragilidade de por outras situações.

As pessoas com deficiência em situação de vulnerabilidade são convidadas pela GNR a aderir ao programa Residência Segura. Até agora aderiram a esse programa quase 1500.

Em abril, a GNR tinha sinalizado perto de 400 deficientes vulneráveis. Nos 5 meses seguintes esse número subiu para 5746.

Para Ana Sesudo, presidente da Associação Portuguesa de Deficientes (APD), estes números não são surpreendentes. Recorda que a APD "tem vindo a alertar para estas situações". Está convencida que os números do Programa de Apoio a Pessoas com Deficiência vão continuar a aumentar porque em Portugal "não sabemos sequer qual o número certo de pessoas com deficiência".

Ana Sesudo entende que "há um abandono por parte do Estado que não tem sabido aplicar medidas que ajudem a colmatar estas dificuldades. No interior a situação é ainda mais grave. Basta pensar nos centros de saúde, escolas e repartições públicas que fecharam".

Noticia completa AQUI

Câmara de Viseu adota Provedor Social e da Pessoa com Deficiência

Arménio Ferreira Lourenço será a voz dos munícipes com deficiência em Viseu. A Câmara Municipal de Viseu aprovou, no Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, a adoção da figura do “Provedor Social e da Pessoa com Deficiência”. Arménio Ferreira Lourenço, cónego da Sé de Viseu e Diretor do Lar-Escola de Santo António, é a pessoa escolhida para o exercício das funções.


Segundo o Presidente da Câmara Municipal de Viseu, Almeida Henriques, “este provedor será a voz dos munícipes com deficiência no concelho. Terá a missão de defender os seus legítimos direitos de acessibilidade e inclusão aos serviços, edifícios e programas municipais, aconselhando o Município na adoção de boas práticas”.

O provedor terá ainda “a missão de contribuir para uma sensibilização local em prol de um concelho mais inclusivo e mais acessível, nas suas diferentes dimensões: social, económica, cultural, desportiva e urbanística.”

“Convidei o senhor Cónego Arménio Ferreira Lourenço para o exercício destas funções. É uma pessoa idónea, conhecedora, sensível e experiente, que dedicou a sua vida a servir a comunidade mais vulnerável”, explicou Almeida Henriques.

O autarca sublinhou que “Viseu, como ‘A Melhor Cidade para Viver’, está comprometida com uma agenda ativa para a inclusão das pessoas portadoras de deficiência. O empenhamento do Município no apoio à rede de solidariedade local na área da deficiência tem sido prova disso”.

“Não defendemos uma sociedade paternalista, mas defendemos a promoção de uma igualdade no acesso a oportunidades. Oportunidades de ensino, oportunidades de emprego, oportunidades na acessibilidade, oportunidades na cultura e no desporto”, defendeu Almeida Henriques.

Na reunião de Câmara foi aprovado um conjunto de apoio a instituições sociais, com destaque para o financiamento da aquisição de uma plataforma elevatória para a Associação Hípica e Psicomotora de Viseu, tendo em vista a acessibilidade de utentes com mobilidade reduzida à prática de equitação com fins terapêuticos, no valor de 3150 euros.

No seminário “Desporto Adaptado” promovido pelo Município de Viseu, o Presidente da Câmara sublinhou o reforço das medidas para o fomento da inclusão nas práticas desportivas do concelho para cidadãos portadores de deficiência.

“O novo regulamento de apoio ao desporto prevê o apoio a clubes e associações para estruturas e iniciativas de formação e treinamento de atletas de desporto adaptado”, referiu Almeida Henriques. “Temos de fazer desta agenda do desporto adaptado uma convicção com consequências práticas”, concluiu.

O Presidente da Câmara apelou ao Estado Central para que “não deixe os Municípios sozinhos neste desígnio”. “Esperamos que o PORTUGAL 2020 possa abrir financiamentos que permitam promover em melhores condições a prática do desporto adaptado, tanto ao nível da formação, como ao nível da competição”, afirmou

Fonte: Jornal Noticias de Viseu

sábado, 5 de dezembro de 2015

Assista na integra à apresentação do projeto-piloto de Vida Independente na CM Lisboa

Na data em que se assinala o Dia Internacional Da Pessoa Com Deficiência, 3 de dezembro, foi apresentado no Salão Nobre, dos Paços de Concelho o projeto-piloto “Vida Independente”.

Assista na integra à apresentação do projeto:



Esta iniciativa defende os direitos civis das pessoas com deficiência e pretende dar a estas pessoas uma liberdade de escolha e de controlo sobre o seu quotidiano, permitindo-lhes, entre outras coisas, escolher o sítio onde querem viver ou a contratação de um assistente pessoal, para os auxiliar no dia-a-dia em prol de uma vida mais autónoma.

O vereador dos Direitos Sociais, João Afonso, salientou que esta data “é um dia onde chamamos à atenção da comunidade” e acrescentou que “todos temos direito à nossa vida. Temos de pensar no significado de cada pequeno ato que fazemos”.

Para além do vereador, também estiveram presentes na sessão Diogo Martins, presidente da direção do Centro de Vida Independente, e a jornalista Vera Moutinho, moderadora do debate sobre o direito à Vida Independente que contou com a presença de alguns deputados.

Fonte: CM Lisboa

Programa de Difusão de Actividades Artísticas, Culturais e de Formação da ANACED

Para este mês de DEZEMBRO propomos-lhe diversas sugestões artísticas, culturais e de formação, esperando contribuir para momentos de enriquecimento, partilha e lazer.

Não deixe de ir a espectáculos, de visitar exposições, de participar, e sobretudo de conhecer o que lhe propomos.

Espectáculos
A Cantora Careca
Palcos da Diversidade
O Navio dos Sonhos
Um Conto de Natal de Charles Dickens

Exposições
Deslocado
Olhos nos Olhos
A Cor do Natal
Aproximações
Os Animais Fantásticos
Plumas
Retro–expetativa – Olhar o passado para sonhar o futuro
Património - Conhecer para Proteger

Actividades Culturais
III Festival D’Arte
17º Juntos Pel’Arte
7.ª Semana Temática da Deficiência
Semana Cultural - Comemorações do Dia Internacional da Pessoa com Deficiência
Festival InShadow - 7º Festival Internacional de Vídeo, Performance e Tecnologias
Perlim – Uma Quinta de Sonhos

Formação

Sexualidade & Afetos
EN’Arte – 7º Encontro Nacional de Técnicos e Pessoas com Deficiência que enquadram a sua Actividade nas Práticas Artísticas
Livro
O Meu Cão Herói
Este Mês não deixe de...

… conhecer as novas edições da ANACED: Catálogo de Obras de Arte para Venda e Directório sobre Acessibilidade em Espaços Artísticos e Culturais do Distrito de Lisboa

Para visualizar o Programa, p.f. clique aqui: 
http://anacedarte.wix.com/anaced#!programa-de-difuso/c1bxf

Os conteúdos e produto divulgado são da exclusiva responsabilidade da ANACED.

ANACED
Associação Nacional de Arte e Criatividade de e para Pessoas com Deficiência
Rua do Sítio ao Casalinho da Ajuda
1349 -011 Lisboa
Tels. 21 363 68 36 – 21 361 69 10
Fax 21 364 86 39
anaced@net.sapo.pt
Visite-nos em http://anacedarte.wix.com/anaced

13ª edição da revista sobre deficiência Plural&Singular

A secção Saúde e Bem-Estar dá destaque, nesta edição, aos sobreviventes de acidentes de viação…É o caso de Manuela Ralha “uma sobrevivência, mas não só…” Há 11 anos, um acidente rodoviário mudou-lhe a vida para sempre, dividindo-a entre um ‘antes’ e um ‘depois’ que encarou de frente. Segundo a Organização Mundial de Saúde, todos os anos, morrem 1,2 milhões de pessoas em consequência de acidentes de viação e é para elas que o Dia Mundial em Memória das Vítimas da Estrada é assinalado no terceiro domingo de novembro. As que sofrem lesões não fatais contabilizam-se entre 20 e 50 milhões, muitas delas ficam com deficiências permanentes.

Faça AQUI o download da 13ª edição da revista Plural & Singular


No dia 3 de dezembro, Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, a Plural&Singular, em parceria com o Centro Português de Fotografia, volta a realizar a cerimónia de entrega de prémios da 2.ª edição do concurso de fotografia “A inclusão na diversidade”. Segue-se, no dia seguinte, a 4 de dezembro, uma novidade… Na Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto uma sessão informativa serve de apresentação da secção “Sexualidade&Afetos” que estará disponível a partir de janeiro.

Há 50 anos que o tatami do Clube de Judo do Porto ‘dá’ Judo a TODOS. Esta coletividade portuense há meio século que leva ao tapete crianças, jovens, judocas com deficiência e atletas mais ou menos experientes sempre com a convicção de que esta é uma modalidade inclusiva que preserva as raízes e pensamentos de uma arte marcial japonesa que também é desporto olímpico ou simples descomprometido exercício físico regular. Eis o destaque da secção de Desporto que também fala do atleta Luís Gonçalves ou das mais recentes conquistas dos desportivas lusos, bem como de atividades inéditas em solo luso.

A cultura faz-se de Formação, Música, Performance, Educação, Teatro e Dança, ou seja das sessões artísticas protagonizadas por pessoas com e sem deficiência, num total de 13 grupos, ao longo de quatro dias. É o Extremus – Participação pela Arte, festival da Associação do Porto de Paralisia Cerebral que contagiou mais de um milhar de pessoas de todas as idades porque além de “fazer futuro” provou que não há teatro “especial” ou “inclusivo” – há teatro!

A voz de um atleta perito em acessibilidade!

Hélder Mestre vive em Lisboa e trabalha na Divisão de Administração de Sistemas, Infra-Estruturas e Comunicações, do Departamento de Sistemas de Informação da Câmara Municipal de Lisboa. Pratica atletismo adaptado, e participou no Campeonato Mundial Paralímpico de Atletismo no Qatar, tendo também obtido os mínimos para competir nos Jogos Paralímpicos no Rio de Janeiro em 2016.

Quais os percursos que compõem o seu quotidiano?

Hélder Mestre (HM) No dia-a-dia, de forma geral, é casa-trabalho, trabalho-casa. Tenho carro, mas por hábito não o levo. Acrescento uma handbike, que me permite empurrar a cadeira quase como se fosse uma bicicleta, e é esse meio de transporte que utilizo no dia-a-dia. Facilita-me muito a vida porque me permite vencer os obstáculos com maior facilidade. Quando utilizo apenas a cadeira, como o passeio é todo em calçada e as rodas da frente são pequeninas, a cadeira trepida por todos os lados, por isso, sempre que posso vou pela estrada. Nem quando chove mudo os meus percursos ou uso o carro.

Como foi o processo de inserção na Câmara? Encontrou barreiras por ter mobilidade reduzida?

HM- Sim, barreiras físicas. O edifício onde comecei a trabalhar tinha à entrada um degrau de cerca de 10 cm de altura, por isso tinha sempre de pedir ajuda ao segurança para entrar. O elevador que havia no edifício era muito pequenino e eu só conseguia entrar tirando os apoios dos pés da cadeira. Também não havia casas-de-banho adaptadas. Dois anos depois mudei-me para o edifício onde estou agora, que na altura também não tinha acessos. Já não sei quanto tempo estive nessas condições, mas a nosso pedido, meu e da chefia, fizeram uma série de rampas, e neste momento tenho os acessos que preciso. Só a casa-de-banho é que ainda não existe em condições para quem tem mobilidade reduzida, mas desenvolvi um método que me permite utilizá-la mesmo assim.

Encontra limitações de acessibilidade ao nível dos serviços?

HM- Há sítios onde vamos e contávamos ter acessos e depois não temos. É o caso dos bancos, por exemplo. Antigamente chateava-me com isso, mas passei a aceitar que me atendam noutro local do banco. Sei que fazer isto assim é discriminatório, e há muitas pessoas na minha situação que sofrem com isso, mas eu tento dar a volta. Sou atendido na mesma, consigo fazer o que quero, e cumpro o objectivo a que me propus. Outra dificuldade é no centro de saúde que utilizo, em Sete Rios, que tem uma rampa tão inclinada que a cadeira escorrega. Tiveram a preocupação de fazer uma rampa, mas não tiveram o cuidado de a fazer de acordo com as regras. Aquilo não serve para nada assim. Outro problema são as caixas Multibanco. Eu conheço algumas acessíveis, tanto na zona de casa, como do trabalho. Sei aquelas onde posso ir, mas as que encontro geralmente na rua são de acesso impossível. Algumas até estão a uma altura acessível, mas à frente têm um degrau, portanto não as conseguimos usar na mesma. De uma forma geral, os centros comerciais e os hipermercados são os sítios onde temos melhores acessos.

Como se precavê de percursos com barreiras?

HM- Se eu souber que um sítio tem barreiras tento evitar. Se não tiver alternativa, vou até lá, analiso e vejo o que posso fazer. Muitas vezes utilizo o Google Earth antes, e, no street view vejo como é o acesso do sítio para onde estou a pensar ir, e em função disso elimino problemas que iria ter se não o tivesse feito. Acho que acima de tudo não nos podemos é chatear muito com isso, porque na maior parte dos sítios há sempre outras pessoas por perto, e é só pedir a pessoal jovem e com força, que eles ajudam. Às vezes pensamos que estamos a incomodar, e não estamos. As pessoas têm prazer em ajudar.

Há sítios onde as soluções seriam fáceis de encontrar…

HM- Sim, sem dúvida. O melhor exemplo são os passeios rebaixados. A maior parte desses acessos tem pelo menos dois centímetros de altura. Não consigo perceber por que é que aquilo está feito assim. Esse é o típico exemplo de uma obra que custaria exactamente o mesmo se fosse bem feita, no entanto está mal feita.

Quais as actividades de lazer que privilegia?

HM- Eu sempre fiz atletismo, sempre gostei e hoje continuo a fazer. Adoro! Além do atletismo, experimentei muitas coisas. Eu sabia nadar [antes do acidente], e depois tive que reaprender. Fiz natação durante alguns anos e experimentei remo, canoagem, andebol… Vou ao cinema e a concertos, e dou muitos passeios por Lisboa. Lamento que a Ribeira das Naus, que foi feita há pouco tempo, seja um sítio tão dramático para nós. Bastava que fosse lisinha, e já podíamos andar lá bem. Assim não, é um perigo e em vez de se apreciar o sítio, estamos sempre a debater-nos para não nos espalharmos no chão.

Essas actividades de lazer são condicionadas pelo facto de andar de cadeira de rodas?

HM- Muito sinceramente acho que actualmente já não, porque existe muita oferta. Por exemplo, o cinema do Campo Pequeno é excelente para nós. Eu acho que o mais importante nisto é a nossa postura. Eu tento sempre ir à procura da solução, sou muito pragmático nisso. E acho que a pessoa vive melhor assim.

Costuma fazer férias fora da cidade? Se sim, onde?

HM- Costumo ficar em Lisboa ou ir para o Algarve com o meu irmão. Quando vou para lá é mais difícil e ele tem de me ajudar. Costumo ir para a praia da Galé, onde existe um tiralô. Quando chegamos os nadadores-salvadores dão-nos o tiralô, que fica a nosso cargo, e quando é preciso ir ao banho utilizo-o com a ajuda do meu irmão. Tenho este cuidado de ir para uma praia onde há um tiralô, onde não há muita gente, e que tem bons acessos.

Sente que a cidade de Lisboa está pensada para quem não tem limitações de mobilidade?

HM- Sim, é isso mesmo! Há adaptações para nós mas são muitas vezes enviesadas, mal feitas e não estruturadas. Têm surgido ciclovias, que são uma coisa muito boa para quem anda em cadeira. Eu sou um grande cliente das ciclovias [risos]. É como andar na estrada com a vantagem de não ter carros. Eu queria era que se espalhassem muitas pela cidade. Quantas mais fizerem, melhor será para nós, para andarmos à vontade.

De que forma o facto de andar de cadeira de rodas influencia a forma como se vê a si próprio? E como os outros o veem?

HM- Essa pergunta é muito interessante, já tenho pensado sobre isso. Os meus colegas já me têm dito uma coisa engraçada: esquecem-se que eu ando de cadeira de rodas. Acho que é bom sinal [risos]. Não posso falar por aqueles que já nasceram assim, mas o meu caso, que vim parar à cadeira depois de um acidente, faz pensar. Isto aconteceu-me a mim, que sempre gostei de actividades com esforço físico. De repente fiquei tetraplégico. Andar de cadeira de rodas condiciona-me em certas coisas, mas também me criou uma perspectiva diferente sobre a vida. Não sei se fez de mim melhor pessoa, ou pior [risos]… Mas sei que andar de cadeira de rodas não me define. Acho que o meu trajecto e a minha postura são positivas e que isso é o mais importante. A alternativa era desistir e isso não se coloca como hipótese para mim.

Fonte: Lisboa (In)Acessível

Vida Independente: Hoje começa o futuro da sociedade

Pessoas… O mundo é feito delas, das suas vontades, das suas vivências, das suas capacidades. As pessoas são o ponto essencial para o desenvolvimento da sociedade. As pessoas com diversidade funcional são parte integrante do mundo, do que nos rodeia, das nossas cidades, dos nossos locais de trabalho, dos nossos círculos sociais. Somos todos pessoas, somos todos capazes, somos todos necessários, somos todos “sociedade”.

Quando Ed Roberts começou a batalha pela Vida Independente, nos anos 60, provavelmente não imaginaria que fosse possível haver, ainda hoje, quem achasse preferível institucionalizar pessoas com deficiência em vez de lhes dar as condições para uma vida plena, como os demais cidadãos. Mas isso acontece, com regularidade e por motivos que não são aceitáveis, como por não termos um familiar que cuide de nós, por não termos dinheiro para pagar a alguém que cuide de nós, porque a nossa casa não é adaptada a nós, porque… por todo e qualquer motivo que não é aceitável. Nenhum motivo é aceitável a partir do momento em que não temos escolha, em que não nos é dada outra hipótese de sobrevivência.

A Vida Independente não é um luxo, é um direito humano, é o reconhecimento das nossas necessidades, é a evolução da sociedade.

As pessoas com deficiência são capazes de decidir por si próprias, de tentar, de errar ou acertar, de tomarem as suas decisões. São capazes e devem ter esse direito. E não nos vamos contentar com menos do que isso!

Noutros países, como nos EUA, Reino Unido, Suécia e Espanha, já existem sistemas de Vida Independente baseados nos pagamentos directos às pessoas com diversidade funcional para que as mesmas decidam como, onde e com quem viver. Ou seja, que permita às pessoas que não querem ser institucionalizadas, continuarem a viver nas suas casas, com a assistência pessoal que necessitam. Isso foi conseguido à custa da luta das próprias pessoas com diversidade funcional pelos seus direitos, que pressionaram os governos e exigiram deles a mudança de leis e de paradigma.

Em Portugal, a luta iniciou-se com Eduardo Jorge e o movimento (d)Eficientes Indignados, mas as promessas feitas pelo Governo, em 2012, não foram cumpridas. Este projeto-piloto não foi originado directamente pelas pessoas com diversidade funcional, como nos outros países, veio da iniciativa do Vereador João Afonso - a quem muito temos a agradecer por este “pontapé de saída”. Foi o único a cumprir a sua promessa! Deu-nos a oportunidade de, não só, provar que a Vida Independente é possível como também de provarmos que nós sabemos o que é melhor para nós e que temos capacidade de gerir um projecto-piloto desta importância.

Nós queremos provar que é possível termos uma vida independente, onde a nossa vida está nas nossas mãos. Queremos provar que não somos um desperdício de dinheiro público, que podemos retornar à sociedade aquilo que ela nos dá.

Somos todos interdependentes. A Vida Independente não significa viver isolados do mundo, mas sim termos o poder de decidir a nossa vida. De não ser alguém que não nos conhece a decidir o que fazemos, a que horas fazemos e como fazemos.

Termos um assistente pessoal é um enorme avanço na Vida Independente, é a possibilidade de optar, de forma livre, pelo que achamos melhor para a nossa vida. Os assistentes pessoais são pessoas que farão por nós aquilo que nós não podemos fazer, sem nos dar ordens nem decidir por nós.

Hoje, com muito orgulho em toda a equipa do Centro de Vida Independente, posso anunciar que já temos pessoas com os seus assistentes pessoais. Hoje marca-se o início de uma viagem que provará que a Vida Independente é possível. Está nas nossas mãos, não só nas mãos do CVI e dos participantes deste projeto-piloto, mas sim nas mãos de todas as pessoas com diversidade funcional, lutarmos pelos nossos direitos, provar que somos capazes e que a Vida Independente é possível.

Mas não nos podemos esquecer de todas as pessoas que não têm, ainda, uma Vida Independente, todos contam! Só avançando com a vida independente a nível nacional poderemos ter uma sociedade melhor e mais evoluída, mais participativa e mais diversificada. Sem medos! O medo é o maior inimigo da evolução.

Nós fazemos parte, nós queremos fazer parte e nós sabemos fazer parte da sociedade. Basta de decidirem por nós! “Nada sobre nós sem nós”! Está na hora de nos unirmos. Está na hora de tomarmos a frente desta luta, de exigirmos os nossos direitos. Chegados aqui, não há mais volta a dar. Os 2 anos do projecto-piloto não podem ser condicionante para se avançar com a Vida Independente em Portugal. Não fiquemos à espera, não fiquem à espera, avancemos!

Almada de Negreiros escreveu: “Quando eu nasci, as frases que hão-de salvar a humanidade já estavam escritas, só faltava uma coisa – salvar a humanidade.”

Fonte: vida independente  Lx

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Projeto-piloto para pessoas com deficiência arranca em Lisboa com cinco participantes

Segundo o vereador dos Direitos Sociais, João Afonso, este projeto, apresentado e debatido no Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, representa um investimento camarário de 152 mil euros e resulta de uma auscultação feita ao longo de dois anos.

No conceito de vida independente inclui-se "o mesmo grau de autodeterminação, de liberdade de escolha e de controlo sobre a vida quotidiana para todos", ou seja, "a oportunidade de fazer escolhas e tomar decisões sobre onde morar, com quem viver e como viver".

Para ajudar a fazer aquilo que não conseguirem, os participantes contarão com assistentes pessoais, escolhidos por cada um.

Apesar de o projeto terminar no final de dois anos, João Afonso mostrou-se convicto de que "há condições para passar de um projeto-piloto a uma realidade para todos".

Para este projeto, a Câmara Municipal de Lisboa (liderada pelo PS) disponibilizou três casas que estão a ser adaptadas.

Na opinião do presidente do Centro de Vida Independente (CVI), Diogo Martins, as residências "têm as condições necessárias" para dar resposta às necessidades de quem as irá habitar.

Diogo Martins explicou também que o processo de seleção dos participantes partiu de candidaturas que foram analisadas sob critérios como o facto de a pessoa viver ou trabalhar em Lisboa, não estar institucionalizada e ter capacidade de autorrepresentação.

Para o CVI, é fundamental "a melhoria da autonomia e a realização pessoal" destas pessoas.

"Termos um assistente pessoal é um enorme avanço, pois fará por nós aquilo que não conseguirmos fazer, mas não escolherá nem decidirá por nós", afirmou.

Esta opinião é partilhada pelo ativista Eduardo Jorge, também presente no debate, que foi taxativo: "Nós não queremos médicos nem enfermeiros atrás de nós, queremos alguém que seja os nossos braços e as nossas pernas".

Eduardo Jorge congratulou-se também com o facto de "as coisas já estarem a acontecer", vincando que as pessoas com deficiência "não estão contra os lares, estão contra a obrigatoriedade de ir para lá e a falta de poder de escolha".

Uma das participantes é Filomena Carvalho, que se vai mudar para uma das habitações disponibilizadas pela autarquia. À Lusa, mostrou-se satisfeita com o projeto, salientando que o seu desejo "é mesmo o de conseguir ter uma vida independente".

Também presente no debate que decorreu nos Paços do Concelho, o deputado do Bloco de Esquerda Jorge Falcato criticou o facto de a tradição cultural e política portuguesa "continuar a preferir pôr as pessoas num lar", ao invés de lhes dar alternativas que permitam a autonomia.

Jorge Falcato aproveitou depois para abrir a discussão sobre se deveria ser apresentado na Assembleia da República um projeto-piloto a nível nacional ou uma alteração à legislação.

O objetivo do CVI é agora procurar fundos e financiamentos para tornar este projeto permanente e poder estendê-lo a todo o país.

Fonte. RTP