terça-feira, 27 de julho de 2021

Lista de praias acessíveis 2021

O Instituto Nacional para a Reabilitação, I.P., a Agência Portuguesa do Ambiente, I.P. e o Turismo de Portugal I.P., atribuem anualmente o galardão do Programa “Praia Acessível – Praia para Todos!” às zonas balneares portuguesas que asseguram condições de acessibilidade, segurança, conforto, autonomia e independência às pessoas com mobilidade condicionada, proporcionando-lhes, desse modo, uma fruição com equidade e dignidade nestes espaços de lazer.

Das 223 praias acessíveis galardoadas na presente época balnear – 49 zonas balneares fluviais ou lacustres e 175 marítimas ou de transição, das quais 18 nos Açores, e 8 na Madeira –, cerca de 82% disponibilizam uma importante mais-valia, designadamente: equipamentos anfíbios para o banho e passeios na praia de pessoas com mobilidade condicionada, sendo que a maior parte dos municípios e concessionários disponibiliza serviços de assistência ao banho.

Importa enfatizar, no atual contexto pandémico, as boas práticas de distanciamento físico, higiene sanitária e segurança ambiental de acordo com o decreto-lei n.º 35-A/2021, de 18 de maio.

É de referir ainda que, mais uma vez, houve o cuidado de garantir que os equipamentos de apoio ao banho de pessoas com mobilidade condicionada se mantenham disponíveis, para que possam continuar a beneficiar desses meios, garantindo a devida higienização após cada utilização.

Fonte e mais informações: INR

Plural&Singular 26ª edição

A “7.ª edição do concurso internacional de fotografia: A “inclusão na diversidade” continua a dar que falar e fotografar” é a reportagem de capa da 26.ª edição da Plural&Singular. Este artigo dá conhecimento dos vencedores desta edição do concurso, as novidades associadas ao evento de inauguração da exposição das fotografias premiadas e outras parcerias realizadas ao nível da aposta inclusiva que se tem vindo a fazer, nomeadamente, na comunicação e no acesso às fotografias.
Distinguida pelo Instituto Nacional para a Reabilitação (INR, I.P.) com o Prémio para as Ciências Sociais e Humanas, a dissertação de mestrado em comunicação acessível “O acesso aos cuidados de saúde primários - A perceção das pessoas com deficiência visual” de Rita Pereira é o mote para a reportagem da secção de Saúde e Bem-Estar. Em entrevista, a autora da tese, apresentada à Escola Superior de Educação e Ciências Sociais do Instituto Politécnico de Leiria (IPL) no âmbito do mestrado em Comunicação Acessível, deu a conhecer à Plural&Singular as principais conclusões desta investigação.

O destaque da secção de desporto, nesta 26.ª edição, é dedicado aos Jogos Paralímpicos que decorrem de 24 de agosto a 05 de setembro. À conversa com a Plural&Singular, a Chefe de Missão, Leila Marques, fez a antevisão da realização deste evento, depois do adiamento por um ano devido à pandemia da covid-19.

A Plural&Singular fecha esta edição de 87 páginas com um artigo que dá a conhecer a associação Voz do Autista e uma das fundadoras desta organização: Sara Rocha mora no Reino Unido, tem 30 anos, tem deficiência auditiva desde que nasceu, mas foi há apenas um ano que descobriu que é autista. Esta portuguesa, que trabalha para a Universidade de Cambridge, é também uma ativista pelos direitos das pessoas com deficiência.

Estratégia Nacional para a Inclusão das Pessoas com Deficiência aprovada em Conselho de Ministros

A Estratégia Nacional para a Inclusão das Pessoas com Deficiência 2021-2025 foi esta quinta-feira aprovada em Conselho de Ministros, informa o Observador. Portugal tornou-se no primeiro país europeu a fazê-lo depois da aprovação da estratégia europeia, em março.
Em declarações à agência Lusa, a secretária de Estado para a Inclusão das Pessoas com Deficiência reconheceu que foi um processo difícil, mas salientou que o documento está “finalmente” aprovado. “É oficial, está aprovado, há de estar publicado em Diário da República, eu espero, dentro de uma semana”, disse Ana Sofia Antunes. Com a aprovação esta quinta-feira do documento, Portugal torna-se no primeiro país europeu a aprovar uma estratégia nacional para as pessoas com deficiência, depois de a estratégia europeia ter sido aprovada em março, no decorrer da presidência portuguesa da União Europeia, algo que a secretária de Estado valoriza pelo facto de mostrar que o trabalho está a ser feito e que o Governo está “em cima dos acontecimentos“.

Ana Sofia Antunes sublinhou que Portugal não é o primeiro país a aprovar uma estratégia, uma vez que outros países já o fizeram antes, apesar de agora terem de ser revistas em função da nova estratégia europeia, algo que disse saber que nenhum país tenha feito até à data. A secretária de Estado lembrou que a estratégia esteve em consulta pública, da qual recebeu 102 contributos, mas o documento “não é muito diferente“, uma vez que foram feitos apenas “ajustes pontuais“.

A estratégia divide-se em oito eixos: cidadania, igualdade e não discriminação; promoção de um ambiente inclusivo; educação e qualificação; trabalho, emprego e formação profissional; promoção da autonomia e vida independente; medidas, serviços e apoios sociais; cultura, desporto, turismo e lazer; conhecimento, investigação, inovação e desenvolvimento. Ana Sofia Antunes salientou algumas medidas e, por exemplo, em relação ao primeiro ponto destacou a revisão da tabela nacional de incapacidades, frisando que quer ter esse trabalho pronto até ao final do atual mandato, mas também a obrigação de todos os ministérios em elaborar planos de inclusão para se adaptarem às necessidades das peças com deficiência no contacto com os serviços públicos.

Em matéria de educação, a estratégia prevê a criação de centros de recursos para apoio a alunos com deficiência nas instituições de ensino superior, que ainda não é uma realidade transversal. Segundo a secretária de Estado, o documento prevê também a criação de uma linha de apoio, não só para melhorar a acessibilidade à cultura, mas também para possibilitar que as pessoas com deficiência façam parte da própria produção cultural. De acordo com a responsável, não há um valor global de financiamento da estratégia, estando apenas garantido para já o financiamento das medidas que entrem em vigor em 2021, sendo as restantes aprovadas ano a ano e estando cada entidade responsável por “garantir que a medida pela qual é responsável está inscrita em orçamento e tem verba para ser executada“.

Ana Sofia Antunes disse ainda que a aprovação da estratégia nacional mostra que há um governo que está mobilizado para trabalhar em prol das pessoas com deficiência, com objetivos muito concretos para todas as áreas.

segunda-feira, 26 de julho de 2021

Projeto Terapias da CNOD

Num ano de incertezas devido à pandemia, é essencial trabalhar para que o SNS responda a todas as necessidades.
Neste sentido, a CNOD decidiu lançar este projecto em que pretende avaliar a situação actual da disponibilidade de terapias, na rede pública e privada, quer em termos de diversidade quer em termos de horários e ainda promover na sociedade, administração central e local a consciência da importância das terapias e incentivar a resolução dos problemas identificados. Contando com a participação de todos, dirigentes, associações filiadas, as pessoas associadas e famílias, e associações não filiadas aplicaremos questionários, direccionados para utentes das terapias e para terapeutas e comunidade médica para diagnóstico da situação actual.

Faremos depois o tratamento dos resultados e reuniões com utentes, famílias, terapeutas e comunidade médica. Pretendemos fazer chegar a análise à administração central com os resultados dos questionários e reuniões, e com a apresentação de medidas para ajustar o serviço público às necessidades identificadas.

Apelamos à vossa participação nos links abaixo:

Destinado a Pessoas com deficiência

Destinado a terapeutas

Destinado a médicos

domingo, 4 de julho de 2021

A minha viagem

Há algum tempo que tencionava arriscar realizar uma viagem de avião. Estava indeciso entre o Funchal, Açores ou Porto Santo. Ter conhecimento da empresa Madeira Acessível By Wheelchair, e dos seus serviços direcionados para o apoio a pessoas com deficiência ajudou-me a optar pelo Funchal. Contatei-a, Tiago Camacho o responsável tratou de tudo, exceto compra dos bilhetes.

Realizei o check-in online, preenchi o formulário a solicitar o apoio da My Way, serviço de assistência especial a passageiros com mobilidade reduzida felizmente disponível em vários aeroportos, e ao chegar ao aeroporto de Lisboa lá estava a equipa à minha espera para me prestar todo o apoio necessário. Não me largaram um minuto. Por não me conseguir sentar em cadeiras de rodas manuais foi muito importante permitirem-me circular na minha cadeira elétrica até à entrada do avião. Geralmente optam por nos transferir para as suas cadeiras. Á entrada do avião transferiram-me para outra cadeira, felizmente funcional onde segui até ao meu lugar no avião. A minha assistente pessoal pode viajar ao meu lado sem custos adicionais. Basta informar os serviços MY Way que nos fazemos acompanhar de assistente.
Cadeiras My Way

Adquiri bilhete para a classe económica e para voos mais longos não será fácil e comodo tantas horas na mesma posição, sem possibilidade de nos mexermos e encostar a poltrona. Também ajudou ter optado por ter tirado a almofada antiescaras da minha cadeira e colocá-la na poltrona onde me sentei. Como a viagem durou 1h30 fez-se relativamente bem.
Madeira Acessível

Chegado ao aeroporto do Funchal, lá estava a equipa da My Way com a minha querida cadeira sã e salva. Que saudades eu tinha dela. Confesso que os meus olhos a percorreram com muita ternura e atenção e receio de encontrar umas feridasitas…afinal viajar no porão não deve ser agradável e tudo pode acontecer. Mais uma vez me acompanharam em todos os passos. Uma atenção e profissionalismo que ultrapassou todas as minhas expetativas. Neste caso não desembarcamos através da manga, mas de uma plataforma elevatória que me transferiu para um autocarro adaptado. Confesso que fiquei muito mais agradado com a equipa do Funchal. Cláudio Camacho e Roberto Laranja fizeram com que nos sentíssemos em casa. Nada falhou.
Curral das Freiras

O Tiago Camacho da Madeira Acessível, aguardava-me no aeroporto com a sua carrinha adaptada moderna, ampla, fixadores da cadeira muito seguros, capacidade para 3 cadeiras de rodas e 9 passageiros, e lá vamos nós para o hotel escolhido por ele, que realmente era quase acessível. Único senão foi o facto de não possuírem cadeira de rodas sanitária/banho para grandes dependentes como eu. Tinham a básica cadeira que habitualmente todos os hotéis têm. Vá lá que não era a cadeira de plástico da esplanada, e também não tinha a habitual banheira que os hotéis tanto apreciam como decoração. Felizmente a Madeira Acessível também tem material para alugar e aluguei-lhes uma cadeira de banho ocean vip, exatamente o modelo que utilizo. Os quartos estavam ligados por uma porta, o que facilita o ir e vir da assistente pessoal para prestar o apoio.
Levada
Todos os tours que realizei eram acessíveis e preparados com antecedência com a Madeira Acessível de modo a não ter as habituais surpresas desagradáveis da falta de acessibilidades. Caso houvesse algum imprevisto o Tiago Camacho fazia-se acompanhar por uma ótima rampa amovível que resolvia o problema.
Senão: o eterno problema da falta de acessibilidades, principalmente passeios sem o rebaixamento; falta de grua de transferência no hotel; possibilidade de cama articulada; cadeira de banho adequada e lugar na económica um pouco apertado e limitado.
Passarinho à mesa
O melhor: serviço prestado pela Madeira Acessível e seu equipamento acessível, inclusive uma cadeira de rodas elétrica todo-o-terreno. Não sei se encontraria um táxi adaptado onde conseguisse entrar com a minha robusta cadeira. No continente não é fácil; profissionalismo das equipas da My Way, com eles ao nosso lado tudo fica mais fácil; permitir circular até ao avião na minha cadeira de rodas e poder viajar com a minha assistente ao lado sem custos adicionais.
Dicas: tratar de tudo online ou através da linha de apoio da My Way com antecedência, não esquecer de mencionar que pretende o serviço de assistência no embarque e desembarque, até porque é necessário apresentar uma declaração sobre o tipo de baterias e características da cadeira elétrica. No meu caso consegui-a junto da empresa que me a vendeu; caso pretenda circular no aeroporto com a sua cadeira informar os serviços; é permitido levar connosco no avião almofada antiescaras, peças adicionais da cadeira, capa de chuva, etc sem custos adicionais. Medicamentos e material para esvaziamento da bexiga, e outros, também é permitido transportar sem custos, mas convém fazer-se acompanhar de uma declaração médica a referir que são de uso pessoal.
A experiência foi maravilhosa. Soube a pouco. Até já sonho com a possibilidade de visitar o parque nacional do Serengeti na Tanzânia, ou São Tomé e Príncipe. Quando nos permitem viver em pleno, ter emprego e assistência pessoal, tudo é possível. Quero mais. Preciso de mais. Até acho, que acho, que começo a ser feliz.





Bolo do caco

Atum

Milho frito

A minha crónica no jornal Abarca.