quarta-feira, 24 de agosto de 2022

Parabéns, Srª. Secretária de Estado da Inclusão

Infelizmente não costuma ser hábito dirigir elogios à nossa Secretária de Estado da Inclusão. Desta vez vou fazê-lo e estou muito satisfeito por isso. Primeiro porque existe uma razão, e segundo porque gosto mais de elogiar/agradecer do que fazer o contrário.

Na sua página do Facebook em:  https://www.facebook.com/inclusaoanasofiaantunes a nossa Secretária de Estado criou um hábito que muito aprecio e deveria ser prática em espaços idênticos. Responde aos comentários dos seus seguidores. Interage, existe, diz presente, estou aqui, li, vi, mas o mais importante é a confirmação que lhe chega o que escrevemos. Deveria ser normal, mas infelizmente não o é. Estes espaços têm de existir principalmente para esse fim. Chega de espaços impessoais, com a única finalidade de promover os seus autores, e geridos por empresas. Agora é esperar que o bom exemplo se estenda ao endereço de email, gabinete.seinc@mtsss.gov.pt conta destinada ao envio dos nossos pedidos, muitas vezes em desespero e sem tempo para aguardar, e não voltar a ter como resposta “o seu email foi encaminhado para o Instituto Nacional para a Reabilitação (INR)”. Fica a sugestão. E já agora a prática ser adotada pelo INR, e pelos seus balcões da inclusão, pois dificilmente se consegue obter uma informação por telefone. Recordo que muitas pessoas com deficiência somente conseguem utilizar o telefone como meio de contato. Envie email é ordem ouvida do outro lado da linha. Como se isso fosse possível.

Agora a notícia triste. Pelo menos para mim. Reproduzo a publicação da Senhora Secretária de Estado na referida página: “Teve lugar, no passado dia 13 de julho, a conferência de apresentação dos resultados finais da Avaliação Intercalar do Modelo de Apoio à Vida Independente (MAVI), estudo realizado pelo ISCTE e coordenado pelo Professor Luís Capucha. Os resultados desta avaliação são inequívocos: com uma taxa de resposta aos inquéritos de avaliação de 88% dos destinatários de AP, mais de 80% destes reconhecem a melhoria da sua qualidade de vida e a promoção da sua autonomia, menor dependência da família, melhoria das suas relações afetivas, da sua auto-estima e das suas relações familiares. Relativamente à avaliação do modelo de AP em concreto, concluímos que 52% dos respondentes concordam com o atual modelo de recrutamento de AP’s, 25% defendem um modelo misto e 8% pretendem assumir o recrutamento totalmente a seu cargo. Já quanto à gestão contratual e administrativa do AP, 61% dos destinatários desejam manter o modelo, 15% gostariam de que as responsabilidades fossem repartidas e 7% defendem a gestão exclusiva pelo destinatário. Quanto à gestão financeira da relação com o AP, 66% dos destinatários pretendem manter o modelo como está, 9% pretende gerir pagamentos com o CAVI num modelo Misto, enquanto 8% desejam assumi-los por inteiro.”

Questionário que fiz questão de responder e divulgar. Encontro-me sem sombra de dúvida nos 8% que responderam às duas questões, e surpreende-me a maioria dos inquiridos aprovarem o modelo atual. Nada neste modelo de Vida Independente me agrada e está de acordo com a sua filosofia original. Será que os resultados obtidos se devem à falta de conhecimento do que é realmente a filosofia de Vida Independente? Se é o caso, aproveito para deixar o site do Centro de Apoio à Vida Independente (https://vidaindependente.org/). Ou reforça a minha ideia que continuamos a achar que vale mais pouco do que nada, e a nos contentarmos com migalhas. Dignos de esmola. Não temos direito a mais. Há que mudar a maneira de pensar. Direitos são direitos, pertencem-nos, não se mendigam.

Sobre a minha última crónica onde apresentei o Programa de Intervenções em Habitações, que procura dar resposta a necessidades específicas de acessibilidade de pessoas com deficiência, em resposta também na sua página do facebook a vários comentários de insatisfação dos seus seguidores pela maneira como o programa está a ser gerido, informa que o prazo para apresentar as candidaturas foi prolongado. É o mínimo que se pode fazer depois da enorme confusão que se tornou este programa.

A minha última crónica no jornal Abarca