Cá estou eu a conhecer os cantos á minha nova casa. Como previa esta nova etapa da minha vida não tem sido fácil. 1º dia foi o mais difícil e o momento que mais mexeu comigo pela negativa foi a entrada no refeitório para jantar. Durante o dia estive a arrumar a "casa"com a ajuda dos meus afilhados e não houve tempo para pensar ou sentir.
Mas ao deitar sentia-me perdido, com a cabeça "oca", sem forças sequer para raciocinar. Não me recordo de alguma vez ter passado por algo do género. Foi muito estranho. Desejei como nunca a chegada da meia noite para me virarem e refugiar-me no sono. Felizmente consegui. Acordei algumas vezes durante a noite mas consegui repousar o suficiente para acordar com outras forças. O segundo dia serviu para explorar com outros olhos todo o espaço e começar a criar rotinas. Momento das refeições já foi encarado com outra naturalidade, assim como o meu relacionamento com o espaço. No 3º dia comecei a aceitar a mudança.
Depois do forte impacto emocional causado
pela institucionalização, o processo
de adaptação tem evoluído dentro da normalidade. Embora a instituição tudo
esteja a fazer para me proporcionar uma adaptação em pleno, continua a ser
complicado para mim, pois a perda do vínculo afectivo com as pessoas que faziam
parte do meu círculo social e da minha comunidade, assim como o meu desenraizamento
e a sensação de perda de identidade, e de estar a sofrer uma punição continuam
presentes.
Bem sei que as necessidades funcionais de uma
estrutura residencial e as necessidades individuais dos seus clientes nem
sempre são coincidentes e compatíveis. No que toca ao Centro de Apoio Social daCarregueira (CASC) sinto-me tratado com muito respeito e carinho por todos. Um
dos exemplos que comprovam esse respeito acontece quando solicito algo,
pedem-me que seja eu a guia-los e não o oposto. É muito bom sentir que
respeitam a minha individualidade. E não se passa somente comigo, noto o mesmo
procedimento por parte dos colaboradores com todos os outros idosos.
No CASC, o “cuidar” não se resume somente a uma
prestação de serviços, envolve também uma relação afectiva assente no interesse
e consideração por nós enquanto pessoas.
Além do factor bem cuidar, existe a vantagem do espaço
ser novo e possuir excelentes condições. O CASC possui duas valências: Apoio
Domiciliário já existente há alguns anos e estrutura residencial com capacidade
para 53 idosos recentemente inaugurada. Maioria dos quartos que compõem a
estrutura são individuais. São quartos amplos com wc adaptado e privativo, ar
condicionado, camas e colchões adequados e possuem duas portas, sendo uma delas
de vidro com acesso ao espaço exterior.
Edu,
ResponderEliminarFico feliz por estar sendo bem cuidado. Tudo mais se ajeita...
Você teve sorte de estar numa instituição digna. O CASC mais sorte ainda em receber uma pessoa tão especial!
A luta continua!
Beijos
Que bom ter-te por aqui Mónica.
EliminarFica bem
Força Eduardo
ResponderEliminarFico contente que se esteja a adaptar-se bem ... precisamos de gente como si e estando bem poderá continuar a luta pelas pessoas especiais e a escrita no seu blogue que o acompanho quase do inicio
um abraço
Olá
EliminarJá tinha saudades.
Obrigado pelo carinho
Fique bem