A Câmara Municipal de Lisboa realizou no último dia 21 de Maio um seminário: VIDA INDEPENDENTE: deficiência não é dependência. Foi abordada a importância do assistente pessoal na pessoa dependente. Existe inclusive já um movimento "ECOM" e um instituto e espero que seja só o começo de muitas mais iniciativas desta natureza.
Num dos tópicos deste blog sublinhei a importância de mantermos nossa dignidade, vontades, sonhos...mas se formos totalmente dependentes e não tivermos quem nos auxilie na mais pequena tarefa e nos respeite como poderemos nos impor? Quem nos auxilia pode perfeitamente comandarmos como fantoches. Maioria está despejada em instituições sem o mínimo de condições e com técnicos sem formação alguma. Fazer o que quando nos desrespeitam? Reclamar é única hipótese e deve-se sempre fazê-lo. Mas todos sabemos que nada muda e só cria mais mal estar e tende a piorar.
Outros mesmos em suas casas são auxiliados por familiares que com ajuda de vizinhos e outros, lá têm aquela cruz de os levantar à pressa, fazer uma higiene degradante para quem sabe o que quer, cabelo nem se penteia, roupa toda torta, e mais humilhante é que nuca perguntam se estás bem, se queres isto ou aquilo como, encosta-se a um canto na cadeira e melhor não se manivestarem. Claro que existem familiares e outras pessoas, mães principalmente muito extremosas e tudo fazem para o bem estar de alguns. Mas é uma excepção.
Existem outros que pagam auxiliares que mesmo sem formação alguma nos ajudam em muita coisa. Mas com nossos pequenos recursos não podemos contrata-los e quando isso acontece com magros ordenados que podemos oferecer não podemos fazer exigências, pois corre-se o risco de ficar sem. Nunca se esqueçam que existem muitos tetraplégicos totalmente dependentes e a necessitar apoio 24 horas por dia.
Bem sei que é sonhar alto demais ter a possibilidade de um dia termos pagos pela segurança social/seguradoras um assistente pessoal. Mas porque não? Se própria lei nos concede iguais direitos que todos outros cidadãos...então nesse caso têm que nos facultar ferramentas iguais aos demais para podermos lutar de igual por uma existência digna. Embora nem todos sejam segurados, mas seguradoras pagam ao sinistrado uma verba suplementar de mais ou menos salário mínimo nacional para apoio da 3ª pessoa (menos os sinistrados antes ano 1999, outro absurdo. Depois explicarei melhor), segurança social dependendo do grau despende a ridícula e ofensiva quantia de € 91,00 a 163,00. Com estes valores alguém consegue contratar um assistente que nos auxilie 24 horas por dia? Porque governo não obriga pelo menos seguradoras a facultarem-nos assistência pessoal condigna? Têm essa ferramenta nas mãos: criação leis.
Perante tudo isto fica claro a importância dos assistentes pessoais nas nossas vidas. Existem tantos cursos que depois nem sequer se sabe para que servem. Ai está um curso bem necessário.
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