terça-feira, 17 de abril de 2012

Tetraplégica foi a primeira mulher com deficiência a posar nua para a Revista Playboy

Há aproximadamente 25 anos a americana Ellen Stohl, uma mulher com deficiência, abriu um grande debate ao posar nua para a Revista Playboy.

Através dessa ação, Ellen Stohl queria mostrar a sociedade uma perspectiva diferente em relação ao tema deficiência. Ela escreveu para o editor da Revista Playboy, Hugh Hefner, pedindo uma chance de aparecer na Playboy para acabar com os mitos que envolvem o universo da pessoas com deficiência.

“A razão pela qual eu escolhi a revista Playboy é que a sexualidade é a coisa mais difícil para uma pessoa com deficiência lidar”, Ellen escreveu em sua carta a Hefner.

Ellen disse que queria enviar a mensagem, “Olhe para mim! Eu sou uma mulher mais do que uma cadeira de rodas e você precisa ver isso em mim”. Isso foi há quase 25 anos, quando ela entrou para a história. Ellen foi fotografada nua e se tornou a primeira mulher com deficiência a aparecer na Playboy.

“Hef ficou convencido de que eu tinha o direito de ter a mesma voz que as mulheres sem deficiência. A deficiência não vai embora. E se não podemos lidar com as mudanças em nossos corpos e as mudanças no nosso físico, seja do envelhecimento ou da lesão, nós limitamos o que podemos fazer”, afirmou a modelo.

Ellen tem tetraplegia incompleta. Ela ficou paralisada em um acidente de carro do pescoço para baixo, mas recuperou alguns movimentos da parte superior do corpo. No hospital, em desespero, ela disse que perdeu a vontade de viver. Mas com o tempo descobriu que sua deficiência não era motivo para deixar de viver.

“Eu aprendi que a vida pode ser boa e algumas coisas são diferentes. Mas você pode esquiar, pode montar a cavalo, pode casar, pode ter filhos, ter um emprego – na verdade, você está fazendo isso apenas sentada”, disse Ellen.

A modelo e atriz disse que pretende realizar alguns sonhos. Ela voltou a atuar e um dos seus sonhos é trabalhar em Hollywood.

Atualmente Ellen vive com o marido e a filha em Northridge, Califórnia, EUA. Ela leciona numa universidade e dá palestras sobre sexualidade e imagem corporal, relacionadas especificamente à deficiência física.

Em relação à pergunta se ela ainda posaria para a Playboy, Ellen responde: “Certamente!”

sábado, 7 de abril de 2012

Governo vai dar transporte gratuito a mais doentes

O Estado vai custear as deslocações de doentes que necessitem de cuidados frequentes. Até agora, o transporte só era gratuito para pessoas afetadas por certas doenças.

Quem tiver de ir ao médico com muita frequência, fazer múltiplas sessões de fisioterapia ou necessitar de diálise ou de quimioterapia terá as deslocações às unidades de saúde pagas pelo Estado.

Até agora, o transporte gratuito só era garantido aos doentes com critério clínico (como sofrer de um cancro) ou com um rendimento mensal inferior a 628,5 euros.

O secretário de Estado da Saúde, Manuel Teixeira, disse ao Expresso que a nova regra deverá ser aprovada dentro de duas semanas, faltando agora definir o número mínimo de consultas e de tratamentos necessários para se ter acesso à isenção no transporte. De fora deste critério numérico só ficam os doentes oncológicos.

"Com esta medida introduzimos um terceiro pilar no transporte gratuito de doentes não urgentes: os cuidados programados e continuados, permitindo que o estrato da população que não cumpre o critério económico mas que necessita de tratamentos frequentes também tenha acesso a transporte gratuito", explicou o governante.

E Manuel Teixeira dá um exemplo: "Uma pessoa que aufere mensalmente perto de 700 euros não tem direito à isenção, mas acaba por tem uma fatura elevada com o transporte se tiver muitas consultas ou sessões de fisioterapia".
Vão ter de pagar as deslocações, todos os outros doentes que não têm cancro ou tenham sido transplantados, por exemplo, que não necessitem de tratamentos prolongados ou de muitas consultas e que ganhem mais de 628,5 euros por mês.

Em cima da mesa está a aplicação de um valor ponderado face à extensão do percurso, com um máximo de 30 euros a cobrar ao utente.

Fonte: Expresso

A renovação de atestado médico de incapacidade multiuso, necessária para isenção de pagamento de taxa moderadora, passa a ser gratuita

A renovação de atestado médico de incapacidade multiuso, necessária para isenção de pagamento de taxa moderadora, passa a ser gratuita, de acordo com um diploma hoje aprovado em Conselho de Ministros.

O diploma isenta do pagamento de nova taxa "o ato de renovação de atestado médico de incapacidade multiuso, nas situações de incapacidade permanente, não reversível mediante intervenção médica ou cirúrgica".

O valor a cobrar pela renovação do atestado nas situações em que essa incapacidade não é permanente e irreversível passa de 50 para cinco euros, segundo o mesmo diploma.

Um atestado médico de incapacidade multiuso comprova que a pessoa tem uma incapacidade (física ou outra) igual ou superior a 60 por cento, que lhe permite ter isenção de taxas moderadoras. Fonte: DN

Enviado por Pedro Parracho

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Um exemplo de inconformismo e vontade de viver

Um acidente deixou Eduardo Jorge sem sensibilidade do pescoço para baixo. Assume que não é feliz e detesta ser dependente dos outros mas não se resigna ao trágico destino. Recentemente conseguiu um emprego e inscreveu-se no curso de Serviço Social na Universidade Aberta de Abrantes.

“O homem é ele próprio e sua circunstância” diz o filósofo espanhol Ortega y Gasset. E é de um modo desarmante que Eduardo Jorge, 49 anos, tetraplégico, fala sobre si e a circunstância em que se encontra. “O ser humano adapta-se a tudo mas eu não sou feliz. Eu detesto ser dependente e estar numa cadeira de rodas mas faço a minha vida da melhor maneira para não andar por aí pelos cantos a chorar e a ser pessimista”, afirma a abrir a conversa.

A vida fluía naturalmente até às 15h00 do dia 20 de Fevereiro de 1991. Eduardo Jorge, que nunca gostou muito de conduzir, estava ao serviço do restaurante que geria há seis meses quando perto de Alvega, Abrantes, perdeu o controlo do carro, um Renault 5 GTL, e da sua vida.

“Vinha do Gavião para cá e numa recta o carro fugiu totalmente para a esquerda. Foi contra um muro e deu várias cambalhotas e fui projectado por uma das portas para uma vala num terreno das proximidades. O cinto de segurança ainda não era obrigatório na altura”, conta a O MIRANTE no jardim de Concavada, a pacata aldeia onde reside e trabalha.

Diz que não sabe muito bem o que aconteceu e que também não se preocupou muito em saber. Mas recorda-se de ter pedido aos bombeiros para que não o deixassem morrer. Transportado para o Hospital de Abrantes viria a ser transferido, devido à gravidade dos ferimentos, para o Hospital de São José, em Lisboa.

O silêncio dos médicos foi aterrador. “Não me deram a notícia, não sabia de nada. Foi das piores coisas que me aconteceram”, relembra. Finalmente, lembrou-se de perguntar a um dos médicos que o visitava regularmente. A resposta foi avassaladora. “Jovem você partiu a coluna. Nunca mais vai poder andar”, disse o médico, após o que virou costas e foi embora. “Aquilo foi uma bomba para mim”, critica.

Eduardo Jorge viu-se então, com 28 anos, preso numa cama de hospital. Seguiu-se um período de várias reabilitações e um historial de sete operações. Ao fim de um ano conseguiu recuperar alguns movimentos das mãos mas a lesão continua a ser completa, ou seja, não sente nada do pescoço para baixo. “É como uma enxaqueca. Habituamo-nos mas, muitas vezes, as minhas lágrimas banham a minha almofada às três ou quatro da manhã”.

Para abreviar a sua longa história de vida, que conta em capítulos no blogue que criou em http://tetraplegicos.blogspot.com , avançamos até ao momento em que volta a trabalhar no restaurante “Nova Nora” na Concavada, a convite dos patrões, ficando a gerir novamente o negócio, em troca de comida, alojamento e de uma pessoa que cuidava de si. “Fiquei tão feliz com esta oportunidade que me deram”, relembra. As coisas não correram como desejava e passou dez anos fechado em casa, a consumir televisão e a ler todos os livros que havia para ler.

A sua vida muda em 2005, ano em que, graças aos avanços tecnológicos, a Internet se generaliza e chega com mais facilidade à Concavada. “O computador foi a minha salvação”, acredita. Sedento de contacto social, começou por falar com outro tetraplégico. Fez pesquisa, leu toda a legislação que encontrou sobre os direitos que lhe assistiam e criou uma página para divulgar o que ia descobrindo e ajudar outras pessoas na sua situação. Por mês recebe cerca de 20 a 30 e-mails com pedidos de ajuda.

Com um novo ímpeto, lutou incessantemente para conseguir arranjar um emprego à sua medida e, actualmente, trabalha, através da Câmara Municipal de Abrantes, no espaço TIC - Tecnologias da Informação e Comunicação da Concavada, que vai ser inaugurado em Maio. Antes, já tinha enviado e-mails para todas as empresas da região e tentou o teletrabalho mas sem êxito.

Paralelamente, inscreveu-se no curso de Serviço Social, através da Universidade Aberta de Abrantes. “Quero muito tentar ser assistente social. É uma área que me diz muito. Foi muito bom poder testar-me, pôr-me à prova”, testemunha.

Eduardo Jorge, homem de lágrima fácil, tira o domingo para ligar a amigos. Faz com que, do outro lado da linha, sintam o seu abraço. “Temos que saber os nossos direitos na ponta da língua. Eu aprendi muito com os e-mails que recebi porque tinha que procurar resposta para essas dúvidas”, refere.

Ajuda através de blogue

No seu blogue podem ser encontrados vários links que facilitam a vida a quem é dependente dos outros. Anda sempre com o ipad para responder às mensagens. E criou, em 2011, a Associação União do Deficiente Fórum com o objectivo de prestar serviços de apoio de natureza moral, informativo e material a pessoas e grupos que deles careçam, desenvolvendo actividades de promoção e protecção junto do cidadão portador de deficiência. “Estou a trabalhar, integrado na sociedade. Estou a estudar. Estou tão feliz neste momento porque sinto que a minha luta não foi em vão”, conta até ser interrompido pelas próprias lágrimas.

Sistema de quotas de emprego para pessoas com deficiência

Na actual legislação portuguesa encontra-se prevista uma quota de emprego até 2 por cento do total de trabalhadores nas empresas e de 5 por cento na administração pública. Podem beneficiar destas quotas as pessoas com deficiência (orgânica, motora, visual, auditiva, mental ou de paralisia cerebral) com um grau de incapacidade igual ou superior a 60 por cento, que possam exercer, sem limitações funcionais, a actividade a que se candidatam, ou que embora apresentem limitações funcionais sejam superáveis através da adequação ou adaptação do posto de trabalho e ou de ajuda técnica.

Eu: acrescento que a UDF foi criada por um conjunto de amigos, principalmente participantes no nosso Deficiente Fórum e não somente por mim. É de todos. Eu sou somente um dos que faz parte da direção.


Fonte: O Mirante

Deficiência: Programa de atividades artisticas

Junto enviamos em anexo o nº1 do Programa de Difusão de Actividades Artísticas, Culturais e de Formação da ANACED, esperando contribuir não só para a promoção e divulgação das capacidades artísticas das pessoas com deficiência, mas também para momentos de enriquecimento, partilha e lazer.

Não deixe de visitar as exposições, de ir ao teatro, de concorrer e participar e sobretudo de conhecer o que lhe propomos.

ANACED
Associação Nacional de Arte e Criatividade de e para Pessoas com Deficiência
Rua do Sítio ao Casalinho da Ajuda
1349 -011 Lisboa
Tels. 21 363 68 36 – 21 361 69 10
Fax 21 364 86 39
anaced@net.sapo.pt
Visite-nos em www.anaced.org.pt

Enviado por e-mail

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Esteira Trade Mix Acessibilidade

O produto permite ou melhora a acessibilidade às praias, lazer, esportes, eventos, turismo e dia a dia para as pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. Foi desenvolvido com base nas premissas do Design Universal, o que lhe confere extrema versatilidade de uso e facilidade na manutenção e na logística.

A Esteira cria adequações arquitetônicas temporárias que viabilizam um acesso seguro e resistente à inúmeras situações, tanto para pessoas como para o transporte de cargas de pequeno porte. Com isso, incrementa a acessibilidade e a inclusão social, pois cria novas oportunidades de mercado entre as cadeias produtivas de serviço e produtos locais com os “novos consumidores”, com tem enorme demanda reprimida.

A Esteira Trade Mix Acessibilidade pode ser utilizada em diferentes tipos de terrenos e nas mais variadas situações onde haja necessidade de um piso estável temporário ou sazonal, resistente e antiderrapante.

O produto também pode ser utilizado em diversas situações no dia a dia para melhoria de acessibilidade e transporte (sempre respeitando as características e limitações do produto) por cadeiras de rodas, bengalas, muletas, andadores, próteses, carrinhos de bebê, bicicletas, carrinhos de carga e veículos/equipamentos rolantes de pequeno porte.

Em hotéis, resorts, restaurantes próximos a praias, áreas de lazer, projetos de paisagismo, eventos em geral ao ar livre, pesque-e-pague, estacionamentos, condomínios, clubes, sinalização de caminhos e rotas, em campos de golfe, quadras esportivas e situações semelhantes.

Enviado por e-mail  Mais informações, aqui.

Acessibilidades: Coimbra

Este texto foi escrito por João Henriques para o site da Rede Saci, de onde é repórter voluntário. Português, tem 35 anos e tornou-se tetraplégico em um acidente. Administra o site Acessibilidade em estado se sítio

Se eu tiver que indicar no mapa de Portugal uma cidade como sendo o centro do País seria, sem qualquer dúvida, Coimbra. Esta cidade Histórica está cheia de encanto e tradição pelos seus Monumentos, o Fado e a Universidade (uma das mais antigas da Europa). Coimbra fica a cerca de 100 Km do Porto e 200 Km de Lisboa, e por muito que ela seja marcada pela história, todos os anos a sua Universidade enche Coimbra de estudantes, contrastando então o conservadorismo com o contemporâneo, num imenso “pulmão” de jovens estudantes famintos de criar as suas histórias.

Eu, João, vivo na Lousã, uma vila com uma identidade muito própria, mas devido a ficar a escassos 28 km de Coimbra, torna-se, também, num dormitório desta cidade. E viver na fronteira entre a tranquilidade e o citadino (aquele que habita a cidade) levanta sempre a questão:

- Será que existe dificuldade em conseguir transportes públicos com acessibilidade?

Um dia, decidi tirar as dúvidas, enchi o peito de ar, apanhei um punhado de coragem e embarquei numa aventura, experimentar alguns transportes que me rodeavam. Em primeiro lugar, pedi a uma associação da Lousã, ARCIL, (Associação para a Recuperação de Cidadãos Inadaptados da Lousã), se seria possível transportar-me numa das suas carrinhas (perua ou van) até Coimbra. O pedido foi aceito.

Então começou a correria, no dia marcado à hora certa, com uma pontualidade de um dos melhores relógios suíços, lá estava ela, a tão desejada carrinha da ARCIL mesmo à minha porta. O motorista colocou a carrinha no local preciso, desceu o elevador, cumprimentou-me carinhosamente – “Como estás, João?”, respondi enquanto o motorista colocava a cadeira no local certo, subiu o elevador, destrancou a cadeira, empurrou-a para o seu interior, firmou-a com os trancadores de segurança, recolheu o elevador, fechou a porta traseira, certificou-se que estava tudo correcto e arrancou sem mostrar qualquer tipo de cansaço.

Com uma ajuda destas consegui eliminar vários quilómetros, Coimbra estava no meu horizonte, em plena hora de ponta, o corre-corre, empurra e chega para lá, parece uma “dança na corda bamba”. Pedi ao motorista para me colocar em pleno centro da cidade, junto à entrada da Estação da Cidade, o condutor então, com alguma perícia e grande experiência, estacionou a carrinha de maneira a proporcionar-me uma saída confortável e sem dificuldade.

Aí estava eu, em segurança, no passeio (calçada) junto à fachada da estação de comboios (trem), refira-se que, este local público não tem os requisitos mínimos de acessibilidade. Uma rampa de acesso só não chega!!!

Transporte seguinte o “Pantofinhas”, um autocarro (ônibus) eléctrico que faz a ligação entre a baixa e a alta de Coimbra sem paragens pré-definidas, pára sempre que se justifique. Para o apanhar tinha que atravessar a Avenida Fernão de Magalhães… Tanto trânsito para tão pouca acessibilidade… Entrei depois por pequenas ruelas típicas de Coimbra, que por muito antigas que sejam, com a recuperação efectuada, ao nível do pavimento em paralelo, permite uma fácil deslocação a um cidadão com necessidades especiais. Este local, pelo seu encanto, será comparável aos grandes Bazares de Cairo, calçado, roupas, comida, ali tudo se vende!!!

Ali estava o “Pantofinhas” prestes a arrancar, levantei o braço e foi-me indicada a entrada, o condutor accionou o mecanismo que engrenava uma rampa para facilitar a entrada da cadeira de rodas, no interior tinha um local adaptado para a cadeira incluindo cinto de segurança, fiz o percurso deste mini autocarro 2 vezes. Ele seguia a linha azul que estava marcada no chão. Pedi para sair. A rampa voltou a amparar-me ficando em cima do passeio facilitando a mobilidade.

O próximo transporte foi o elevador panorâmico de Coimbra: “- Olha, não sabia que era necessário bilhete!!!” adquiri-o com a ajuda de terceiros, porque a bilheteira, ao lado, estranhamente tinha degraus. Entrei, então, dentro do elevador. Ele subiu, a paisagem era a sensação de ter Coimbra a cair aos meus pés. O elevador tem dois percursos ascendentes dividido por um passadiço. Não encontrei obstáculos… a paisagem é cativante!!!

- Tive de acelerar porque o relógio lutava contra mim… tinha de apanhar o transporte de volta!!!

Já um pouco fatigado desloquei-me ao apeadeiro (estação ferroviária secundária) para apanhar a automotora para a Lousã, eu sabia o que me esperava, subir três degraus de cadeira de rodas para entrar, parecia um desporto radical, a ausência de infra-estruturas de acesso da gare (estação) para o interior da automotora, é um acto discriminatório, obrigou-me a recrutar alguns voluntários… mas compensou pela paisagem do percurso ferroviário.

Lousã. Em casa cheguei a algumas conclusões, se não fosse o transporte da carrinha da ARCIL nunca teria um dia tão intenso, mostrou-se a mais adequada às necessidades de um cidadão com necessidades especiais. Mas, nem todos os espaços urbanos ou transportes públicos, em Coimbra, estão apetrechados das condições de acessibilidade que permitam uma fácil mobilidade para todos os cidadãos. A ausência de um desenho, que torne todos os locais funcionais, é um flagelo comum à maioria das cidades e vilas de Portugal e marca a diferença entre a dependência e independência afectando, principalmente, os cidadãos que têm um grau de deficiência física muito elevado, aumentando o seu estado de ansiedade e arruinando a sua qualidade de vida.

Fonte: Turismo Adaptado  Enviado por Mónica Bello

Pedimos respeito, não um milagre!

Campanha publicitária peruana sobre estacionamento em lugares reservados a pessoas com deficiência.



Enviado por e-mail

Simplesmente Carol

Anne Caroline Soares nasceu em Março de 1978, em São Carlos, no interior de São Paulo, no Brasil. Viveu ainda em Rio Claro – também no interior de São Paulo – e Piracicaba, onde frequentou o Colégio CIQ e o Colégio Salesiano Dom Bosco. Veio para Portugal em Março de 1992. Licenciou-se em Comunicação Organizacional pela Escola Superior de Educação de Coimbra, tendo realizado o estágio na estação de televisão TVI em Lisboa. Em Janeiro de 2002 começou a trabalhar como delegada comercial numa empresa em Coimbra. O seu percurso pessoal e profissional alterou-se drasticamente quando em Maio desse mesmo ano sofreu um acidente de viação que a deixou tetraplégica. Teve de reaprender a viver. Fez, então, durante dois anos, um estágio na Biblioteca Municipal de Espinho e esteve outros dois anos no Centro Multimeios de Espinho, onde contava histórias às crianças das escolas. Foi assim que nasceu a vontade de começar a escrever para elas. Surgem os livros Joquinha na Cidade do Miau eJoquinha na Nuvem Mafalda, ambos editados pela Papiro Editora. As atividades de Anne Caroline Soares podem ser acompanhadas no blogue: http://carol-blogspoot.blogspot.com/

Livros & Leituras ─ Viveu toda a sua infância no Brasil, com certeza conheceu um pouco da literatura infantil de lá. Quais as diferenças entre a realidade portuguesa e a brasileira nessa área?

Anne Caroline Soares ─ No Brasil, tenho como referência o grande escritor Monteiro Lobato do Sítio do Pica-pau Amarelo, um clássico da literatura infantil brasileira e cuja leitura se destaca por ser formativa e informativa. Ainda não li em Portugal uma obra infantil com as mesmas caraterísticas que tem a deste autor. Com excepção do Monteiro Lobato não noto diferenças entre os escritores da literatura infantil portuguesa e brasileira.

L&L ─ A literatura, nomeadamente a literatura infantil, teve algum papel relevante no seu desenvolvimento pessoal e profissional, ou apenas ganhou importância quando teve de se relacionar de perto com crianças?

ACS ─ Teve um papel relevante no meu desenvolvimento pessoal, pois quando era criança os meus pais contavam-me sempre muitas histórias. No âmbito profissional, aumentou de importância quando tive um contato mais ativo com as crianças.

L&L ─ É impossível não falar no seu estado de tetraplégica, uma vez que isso fez com que reaprendesse a viver. Nos seus livros, assim como nas actividades que realiza, tenta sensibilizar não só as crianças mas também os adultos para as pessoas com limitações. Acha que pode fazer a diferença?

ACS ─ Só não acho, como tenho essa convicção. E quero que tanto as crianças como os adultos se consciencializem da importância desta causa. Todos podem, de alguma forma, fazer a diferença, mesmo com pequenos gestos no dia-a-dia. Ser deficiente não tem obrigatoriamente de ser sinónimo de incapacidade. E se eu puder contribuir, a trabalhar com as crianças, a formar novas gerações com um espírito e uma mentalidade mais abertos, então, o meu trabalho valeu a pena.

L&L ─ O seu livro Joquinha na Cidade do Miau fala de um gato que fica em cadeira de rodas. Sentiu necessidade de personificar a sua própria experiência no gato para melhor passar a sua mensagem?

ACS ─ Sim. É através do livro que quero passar a mensagem de que os deficientes são tão úteis quanto os não deficientes e por isso devem ter as mesmas oportunidades de trabalho.

L&L ─ Alguma vez notou que o facto de ser tetraplégica foi motivo de discriminação ou de ser preterida nalguma actividade?
ACS ─ Infelizmente já. Por estar tetraplégica julga-se que eu não sou capaz. E é bem ao contrário. Foi prometido e até garantido que seria contratada no Centro Multimeios de Espinho após o término do estágio não remunerado. Até hoje não houve mais feedbackpor parte desta entidade.

L&L ─ Em Joquinha na Nuvem da Mafalda, Joquinha é levado até às nuvens, onde conhece personagens que enfatizam o respeito e a solidariedade. É sua intenção de que todas as histórias que escrever sejam, de alguma forma, moralizantes?

ACS ─ Para já sim. Não quer dizer que não escreva uma história de conto de fadas. Mas acho fundamental educar através das histórias, incentivando a leitura e a educação.

L&L ─ Costuma ir a escolas e bibliotecas. Que importância tem para si o contato com as crianças e com o público em geral?

ACS ─ Importantíssima. É com as crianças que me sinto bem. E o contato com o público é de vital importância para mim, porque necessito de estar com as pessoas, observar o seu comportamento, até mesmo para me inspirar.

L&L ─ Em que outros eventos gostaria de participar no âmbito da literatura?

ACS ─ Feiras do Livro, colóquios, seminários, workshops… Estou receptiva a eventuais convites.

L&L ─ Sabemos que foi difícil editar, apenas o conseguiu porque não desistiu. O que pensa que teria de mudar para ser mais acessível a edição em Portugal?

ACS ─ Maior interesse por parte das editoras em avaliar originais dos autores que ainda não são conhecidos. Além disso, as editoras que se interessam impõem uma importância económica ao autor, muitas vezes, inaceitável. Penso que as condições para com os novos autores deveriam ser bem mais razoáveis.

L&L ─ Ambos os seus livros são ilustrados. Fale-nos um pouco sobre os respectivos ilustradores e que contribuição deram as ilustrações aos livros.

ACS ─ São, e faço questão que sejam ilustrados. Os ilustradores são fundamentais, são eles que dão vida ao texto. O ilustrador do livro Joquinha na Cidade do Miau foi o Ricardo Ladeira, que é aluno da Faculdade de Belas Artes de Lisboa. Maria de Palma ilustrou o livro Joquinha na Nuvem da Mafalda e é formada pela Faculdade de Belas Artes de Lisboa.

L&L ─ Que novos projetos tem para edição?

ACS ─ Tenho o meu terceiro conto pronto, intitula-se Joquinha e a Coruja Felizberta, em que uma das personagens é um menino negro e outra é uma menina “gordinha”, num enredo bem cativante. Uma história para ensinar e encantar os nossos futuros adultos. Procuro propostas para editá-lo. Assim como para os meus outros livros, pois a primeira edição do Joquinha na Cidade de Miau já esgotou.

L&L ─ É natural que continue a manter um vínculo afetivo com o Brasil. Gostaria que os seus livros aí fossem distribuídos?

ACS ─ Sim, e não apenas pelo grande vínculo afetivo que tenho pelo país onde nasci, mas quero que os meus livros cheguem a um maior número de pessoas (não só crianças, mas também adultos).

L&L ─ Depois de ter visitado o site da revista “Livros & Leituras”, que opinião tem deste projecto editorial?

ACS ─ Fabuloso! Fiquei fascinada com a qualidade dos artigos, das entrevistas e de toda a informação literária. É, desde já, um dos meus sites favoritos.

Almas com Sexo



Fonte: Mitologia de la sexualidade especial

domingo, 1 de abril de 2012

Ao Alcance de Todos na Casa da Música

Ao Alcance de Todos é mais do que uma semana de espectáculos, workshops e acções de formação subordinados ao tema Música, Tecnologia e Necessidades Especiais. 

Com este amplo projecto de dimensão social e artística, realizado de forma continuada, ano após ano, o Serviço Educativo faz uma interpretação dinâmica do que é a música num sentido absoluto: um espaço de expressão e integração plena de todo o indivíduo, sem excepção à regra.

Fonte e informação completa: Casa da Música

LiVox - sistema gratuito de comunicação alternativa para tablets em português

O LiVox é o primeiro sistema de comunicação alternativa para tablets totalmente em português do mundo! Desenvolvido por Carlos Pereira na Reamo Beike, o sistema tem ajudado pacientes que não conseguem se comunicar a viverem uma vida mais digna e significativa.


VIDA “IN” - Um Projecto de Assistência Pessoal

Ao longo dos anos, a APN tem vindo a sentir necessidade de intervir junto dos doentes neuromusculares (DN) e seus familiares, promovendo iniciativas cujo objectivo é aliviar a sobrecarga física e emocional a que os cuidadores habituais se encontram sujeitos e promover a autonomia e independência dos DN. É neste sentido que surge o Projecto VIDA IN, apoiado financeiramente pela Direcção Geral da Saúde (DGS).

Muitos DN adultos dependem da assistência de outros nas actividades da vida diária, tais como higiene pessoal, comer, vestir, lida doméstica, assistência fora de casa, no trabalho e durante o tempo de lazer, para além de outras dependências relacionadas com a própria postura corporal. Este projeto de Vida Independente, visa dar algumas dessas respostas, deixando sempre que seja a pessoa com incapacidade a decidir o que quer fazer e como o pretende realizar, assumindo as responsabilidades pelas decisões a tomar.

Quais os objectivos?

Disponibilizar um Serviço de Assistência Pessoal que promova uma maior inclusão e qualidade de vida a pessoas com grande dependência, portadoras de doenças neuromusculares.
Promover as potencialidades pessoais dos DN e a diminuição das suas limitações funcionais.
Aumentar a participação dos DN no meio envolvente, quebrando o isolamento.
Proporcionar às famílias e principais cuidadores de DN momentos de descanso, prevenindo situações de ruptura emocional e desgaste físico.
Proporcionar aos cuidadores tempo e oportunidade para cuidarem de si próprios, do seu equilíbrio emocional e da sua saúde.

Em que consiste a Assistência Pessoal?

Embora a figura do Assistente Pessoal seja ainda desconhecida em Portugal, são já vários os países com serviços de assistência pessoal implementados, nomeadamente, a Suécia, Espanha, Bélgica, Holanda, Dinamarca, entre outros.

Recentemente, a figura do Assistente Pessoal foi referida na alínea b) do Artigo 19º da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, aprovada pela Resolução da Assembleia da República, nº 56/2009, de 7 de Maio de 2009 e ratificada pelo Decreto do Presidente da República, nº 71/2009, de 30 de Julho.

O Assistente Pessoal deve ser entendido como um prestador de serviços habilitado e remunerado que, sob treino e orientação da pessoa com necessidades especiais, lhe presta apoio, num espírito de respeito mútuo, nas diferentes tarefas diárias vitais para o seu pleno desenvolvimento pessoal, social, educativo e/ou profissional, permitindo-lhe viver uma vida mais independente.

O apoio será ajustado às necessidades e expectativas de cada um dos casos, num plano a definir entre o Doente, o Assistente Pessoal, a Equipa Técnica da APN e ainda em colaboração com a família e cuidadores habituais.

A quem se destina?

Este projecto é dirigido a DN que necessitem do apoio de uma pessoa para a realização de determinadas actividades e ajuda para ultrapassar algumas dificuldades habituais da sua situação de dependência.

Os requisitos para participar neste projecto são:
Ter mais de16 anos.
Ter uma incapacidade física causada por uma Doença Neuromuscular que obrigue à ajuda de uma terceira pessoa.
Ter uma grande motivação e desejo de desenvolvimento pessoal.
Ter vontade de ter uma vida independente e de controlar a sua própria vida.
Ser sócio da APN.

Quais os resultados esperados?

Que os doentes sintam alguma promoção da sua autonomia e integração e uma melhoria da sua auto-estima e da sua qualidade de vida.
Que os jovens doentes possam libertar-se, por momentos, da “sombra” permanente do pai ou da mãe e possam realizar coisas tão simples como, por exemplo, sair à rua, ir às compras, visitar um amigo ou familiar, ir almoçar com alguém, ir ao cinema com os amigos, etc.
A realização de actividades significativas de acordo com as capacidades e vontade de cada um, quebrando as rotinas, o isolamento e a resignação.
Criar oportunidade aos doentes para poderem realizar alguns dos seus desejos.
Descanso pontual dos cuidadores, permitindo-lhes refazer as forças ou mesmo realizar tarefas que de outro modo não lhes seria possível realizar.
Assegurar alternativas para situações de ausência ou impedimento do familiar em cuidar do doente.
Facilitar a permanência do doente com incapacidade no domicílio, através do reconhecimento legal da figura do Assistente Pessoal.

Folheto Informativo sobre Assistência Pessoal e mais informações

Se pretender mais informações sobre este serviço contacte-nos através dos telefones 22616056, 226106202, 966264766 ou por e-mail para info@apn.pt

Enviado por Isa Barata