sábado, 28 de junho de 2014

Dança de pai e filha em cadeira de rodas comove o mundo

Um pai que dança com a filha de 12 anos numa cadeira de rodas. Eis o conteúdo singelo deste vídeo do Youtube que já vai em mais de cinco milhões de visualizações e que está a comover o mundo.

Os protagonistas das imagens são Mike Carey, um camionista de Dallas, nos EUA, e a sua filha McKenzie que vive agarrada a uma cadeira de rodas devido a uma doença rara. Ao som da música “The Climb” de Miley Cyrus, os dois encantam a assistência num concurso de beleza para crianças.
McKenzie participa em concursos deste tipo desde os seus 5 anos e, quando a doença mitocondrial de que sofre lhe começou a afectar seriamente os movimentos e a fala, o pai entrou em acção. Este camionista passou a dançar com a filha e a sua cadeira de rodas em palco. Depois disso, a menina já venceu 20 destes concursos.
Não poderia estar mais desinteressado das vitórias, não poderia querer saber menos das derrotas. Se puder fazer a diferença neste mundo através destes vídeos, hei, fá-los-ei para sempre“. É o que diz Mike Carey em declarações à revista People.
Eu só faço o que faço e actuo com ela para lhe arrancar um sorriso. Ela adora dançar com o papá“, diz ainda este pai que é um exemplo para o mundo.
A minha filha tem 12 anos – a maioria dos miúdos com esta doença nem chegam ao seu 13.º aniversário. Não vou perder um único dia a ser negativo quando não sei quanto tempo ela tem de vida. Porquê transformar a vida numa confusão negativa quando se pode ser positivo e fazer a diferença?” Outra declaração de Mike Carey quase tão inspiradora quanto o vídeo.
Os pais de McKenzie têm uma página de recolha de fundos que já angariou mais de 100 mil dólares, segundo a People. Este dinheiro ajuda a família a pagar os tratamentos e a aquisição do equipamento de apoio de que a menina precisa.
Pode ainda visitar a página oficial de McKenzie.
Fonte: flagra,pt

Gaia: Prémio “Praia + Acessível 2013”

O concelho de Vila Nova de Gaia foi distinguido com o galardão “Praia + Acessível 2013” e a bandeira “Praia Acessível - Praia para Todos” já foi hasteada na Praia do Senhor do Padrão.
Na cerimónia, que decorreu na última sexta-feira, o presidente da câmara de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, revelou que este município está a elaborar um plano de acessibilidades para TODOS, cuja implementação implica obras na via pública, criação de acessos às passadeiras, desnivelamentos de passeios, entre outras intervenções que visam uma cidade com mobilidade para todos.
“Não fazia sentido que, tendo como prioridade tornar a cidade acessível a todos os cidadãos, não renovássemos uma prática de acessibilidades nas praias”, disse o presidente da câmara.
De acordo com nota pulicada no site da autarquia de Gaia, zona balnear gaiense que acolheu a bandeira “Praia Acessível - Praia para Todos” é composta por Miramar e Aguda, na freguesia de Arcozelo; Canide Norte, na freguesia de Canidelo, Valadares Sul e Senhor da Pedra, na união de freguesias de Valadares e Gulpilhares.
O presidente do Instituto Nacional para a Reabilitação (INR), José Madeira Serôdio, recordou que este galardão “visa premiar o trabalho extraordinário desenvolvido pelas câmaras municipais”.
Recorde-se que o INR lançou este ano o Prémio Concelho + Acessível, com o objetivo de distinguir os “concelhos que desenvolvem um trabalho muito bom, que tem permitido a acessibilidade para todos em cada vez mais cidades”.
Fonte: Plural & Singular

Associação Salvador - Convite dias radicais 2014

Caros(as) amigos(as), 


A Associação Salvador tem o prazer de o(a) convidar a participar num dos seguintes grupos de dias radicais:

Grupo I - Dias 10,11 e 12 de Julho
Grupo II - Dias 16, 17 e 18 de Julho

Os dias radicais destinam-se exclusivamente a pessoas com defîciência motora. Em casos excecionais, poderá ser considerada a participação de um acompanhante (caso a pessoa seja mais dependente).

A participação nos dias radicais tem um custo de 30€. Os dados para pagamento serão fornecidos posteriormente apenas às pessoas selecionadas.

Notas importantes: 

- Na seleção dos participantes daremos prioridade:
1) A pessoas que nunca participaram em atividades organizadas pela Associação Salvador;
2) A "amigos" da Associação Salvador, com a anuidade do “Cartão Amigo” em dia;
3) A pessoas que se desloquem em cadeira de rodas;
4) À ordem de chegada das pré-inscrições.

- Na seleção dos participantes iremos considerar 2/3 de pessoas residentes no distrito de Lisboa e 1/3 de pessoas residentes fora deste distrito.

​- Cada participante pode inscrever-se apenas num dos grupos.

- A Associação Salvador suportará os custos de alojamento para as pessoas que residam fora do distrito de Lisboa (analisaremos caso a caso).

- Para os participantes residentes em Lisboa, a Associação Salvador tentará garantir estacionamento gratuito no ponto de encontro em Lisboa, mas não consegue garantir o transporte adaptado desde sua casa.

Os interessados em participar deverão preencher o formulário de pré-inscrição até ao próximo dia 29 de junho. Para consultar o programa provisório e aceder ao formulário de inscrição clique aqui. 

Apresse-se a fazer a sua pré-inscrição porque as vagas de que dispomos são limitadas (15 lugares por grupo)!

Obrigado.

A equipa da Associação Salvador 

Associação Salvador | Av. Fontes Pereira de Melo 14, 9º | 1050-121 Lisboa | Tel. 213 184 851 |info@associacaosalvador.com | www.associacaosalvador.com

Places4All: Porque existem espaços para todos

Todas as localidades oferecem pontos de interesse e diferentes experiências de turismo e lazer, proporcionando simultaneamente condições aos seus residentes para que possam fazer a sua vida quotidiana. No entanto, coloca-se a seguinte questão: será que as localidades garantem a mesma igualdade de oportunidades […]

sábado, 21 de junho de 2014

Petição: Criação de legislação sobre residências e melhoria dos cuidados prestados a Pessoas com Deficiência Motora Severa

Exma. Presidente da Assembleia da República 

A SUPERA - Sociedade Portuguesa de Engenharia de Reabilitação e Acessibilidade vem ao abrigo do direito do artigo 52º da Constituição da República Portuguesa e nos termos do artigo 1º da Lei nº 43/90 de 10 de agosto, alterada pela Lei nº 6/93 de 1 de março e pela Lei nº 15/2003 de 4 de Junho e Lei nº 45/07 de 24 de Agosto apresentar como primeiros Signatários a presente Petição para a criação de legislação sobre residências e melhoria dos cuidados prestados a Pessoas com Deficiência Motora Severa. 
A Petição será subscrita por um conjunto de cidadãos portugueses, na sua categoria de pessoas singulares ou coletivas, que estarão infra devidamente identificada, pelo documento de identificação. 

Nos termos e com os seguintes fundamentos: 
A pretensão desta Petição Pública Coletiva é a defesa de direitos fundamentais das Pessoas com Deficiência Motora Severa que precisam de residências adaptadas às suas capacidades e/ ou de apoios para contratar cuidadores. 
As entidades/ associações do nosso país não estão preparadas nem têm as condições necessárias para receber Pessoas com Deficiência Motora. Esta problemática há muito que foi identificada e deve ser discutida na Assembleia da República, podendo ser este o ponto de partida para o aumento da qualidade de vida e da possibilidade destas Pessoas exercerem a sua cidadania. 

Assine aqui a petição.

Tem-se como objetivo a criação de legislação sobre: 
1. Criação de residências para Pessoas com Deficiência Motora Severa; 
2. Adaptação de residências nas instituições já existentes para Pessoas com Deficiência Motora Severa; 
3. Criação de condições para que as várias associações/ instituições tenham cuidadores a prestar serviços na própria residência do cliente/ utente; 
4. Criação de subsídios para Pessoas com Deficiência Motora Severa, para que estas possam contratar um cuidador nas suas residências. 

As residências referidas nos pontos 1 e 2 devem conter: 
• Todas as condições de Acessibilidade Arquitetónica, quer no seu exterior como interior; 
• Se necessário, quarto com sistema inteligente (Domótica), capaz de auxiliar a realização de várias tarefas; 
• Sistema de climatização, para proporcionar a temperatura adequada a estas Pessoas; 
• Privacidade; 
• Espaço para convívio para receber visitas; 
• Acesso à internet; 
• Planos de atividades individuais adequados às suas capacidades/ limitações com: Atividades de Lazer; Atividades Socioculturais; Formações. 

As residências referidas no ponto 2 devem conter: 
• Um setor específico e adequado às capacidades dos utentes/ clientes com limitações Motoras Severas. 

Nos apoios referidos nos pontos 3 e 4: 
• Os cuidadores das entidades/ associações devem possuir toda a formação adequada à prestação dos serviços em causa; 
• Os serviços prestados devem ir ao encontro das necessidades específicas das Pessoas com Deficiência Motora Severa, proporcionando assim qualidade de vida; 
• A Pessoa com Deficiência Motora Severa deve ter o direito de escolher uma entidade ou uma pessoa a título individual para lhe prestar os serviços. 

De referir e salientar que as Pessoas com Deficiência Motora severa estão neste momento: 
• Em entidades vocacionadas para Pessoas com outro tipo de deficiência, Lares e/ ou Serviços de Cuidados Continuados; 
• Em casa, onde muitas vezes não têm os cuidados necessários ou os familiares têm de abdicar das suas vidas para prestarem os cuidados mínimos; 
• Excluídos do acesso à Educação e vida Profissional por falta de apoio na prestação de cuidados. 

Ora, num Estado que se diz de Direito Democrático, as condições económicas não podem jamais condicionar o acesso dos cidadãos a direitos constitucionalmente consagrados, sob pena do risco da sua exclusão da comunidade. 

De acordo com o artigo 71.º da Constituição da República Portuguesa: 
«1 - Os cidadãos físicos ou mentalmente deficientes gozam plenamente dos direitos e estão sujeitos aos deveres consignados na Constituição, com ressalva do exercício ou do cumprimento daqueles para os quais se encontrem incapacitados. 

2 - O Estado obriga-se a realizar uma política nacional de prevenção e de tratamento, reabilitação e integração de deficientes, a desenvolver uma pedagogia que sensibilize a sociedade quanto aos deveres de respeito e solidariedade para com eles e a assumir o encargo da efectiva realização dos seus direitos, sem prejuízo dos direitos e deveres dos pais e tutores. 

3 - O Estado apoia as associações de deficientes.» 

Assim, os cidadãos abaixo assinados, no exercício do direito de petição legalmente consagrado, solicitam à Assembleia da República a criação de legislação sobre a criação residências ou adaptação de residências em entidades já existentes, para Pessoas com Deficiência Motora Severa bem como a criação de subsídios para que estas possam contratar cuidadores. 

Esta petição foi disponibilizada on-line em 9 de junho de 2014. 
SUPERA - Sociedade Portuguesa de Engenharia de Reabilitação e Acessibilidade.

Corte nos abonos de família com crianças deficientes é ilegal, diz Provedoria de Justiça

A forma como o Instituto da Segurança Social tem cortado a alguns pais, com filhos deficientes, a
bonificação do abono de família é “ilegal”. Quem o diz é a Provedoria da Justiça, após ter analisado várias queixas que lhe chegaram.

Em nove casos analisados em pormenor, a provedoria constatou que os serviços fundamentaram a recusa dos abonos ou a sua continuidade com base na avaliação negativa de peritos médicos do Sistema de Verificação de Incapacidades quando a lei exige que a avaliação seja feita por “equipas multidisciplinares de avaliação médico-pedagógica”, refere um parecer da provedoria que não é vinculativo e ao qual o PÚBLICO teve acesso. “Esta actuação dos serviços é manifestamente ilegal”, sublinha no documento o provedor adjunto, Jorge Miranda Jacob.

A provedoria diz ter sido confrontada com “um número significativo de queixas que denunciam uma actuação dos serviços” em “clara violação com o diploma” que regula a bonificação por deficiência. Não é a primeira vez que o provedor de Justiça, José de Faria Costa, critica os critérios usados na atribuição das bonificações. Aliás, já considerou que a legislação é inadequada. Face às irregularidades detectadas, o provedor adjunto considera as decisões “inválidas”. Em dois casos, a recusa foi feita por os serviços considerarem que não foi feita prova da deficiência quando o médico da criança o atestou.

“Não se compreende como podem os serviços considerar que a prova não foi feita ou não foi apresentada”, destaca o provedor adjunto.

Jorge Miranda Jacob sublinha que a “lei não dá qualquer competência aos serviços para avaliarem a certificação médica da deficiência”.

De acordo com o parecer da provedoria, o instituto tomou igual decisão relativamente “aos seus funcionários abrangidos pelo regime de protecção social convergente”.

Em Janeiro de 2013, os serviços cortaram a bonificação do abono relativo à filha de uma funcionária do Centro de Viana do Castelo. A mãe apresentou prescrições médicas relativas à deficiência e, mesmo assim, a Segurança Social cessou a bonificação.

Noutro caso, foi cessada a bonificação no abono de uma criança com uma deficiência permanente. Os serviços consideraram-na, afinal, “não-permanente” sem justificação. “A lei dispensa a renovação anual da prova de deficiência se esta for permanente”, diz o parecer.

Instituto diz que pedidos de bonificação já foram diferidos
O Ministério da Solidariedade, Emprego e Segurança Social remeteu para o instituto justificando que a questão não é política. E o instituto admitiu, em resposta ao PÚBLICO, que ao longo dos anos “foram diversas as orientações dos serviços que criaram algumas vicissitudes nesta área de que os casos referidos são exemplo”.

Dos nove casos, contudo, sete já apresentaram documentação e foram, entretanto, diferidos e dois aguardam a apresentação da documentação por parte dos requerentes, segundo aquele instituto.

Aliás, aquela entidade sublinhou que “após uniformização de orientações em 2013 e, em estreita colaboração com a Provedoria da Justiça, foi solicitada a reavaliação dos processos em causa, solicitando aos requerentes os comprovativos que justifiquem o acréscimo de encargos decorrentes da situação de deficiência resultantes de apoio pedagógico ou terapêutico”.

Fonte: Jornal Público

Seminário: Inclusão a importância da Educação em Aljustrel

Exmo.(s) Sr.(s)

O Núcleo de Aljustrel vem por este meio convidar V/ Exas a participarem no Seminário que se irá realizar no próximo dia 24 de Junho no Auditório da Biblioteca Municipal de Aljustrel.

Cumprimentos

A Coordenação

logotipoPeRA

Jardim da Rampa
7600-091 Aljustrel
Telm.: 925 129 340

Robot que consegue sentir: Uma esperança para tetraplégicos

Nos Estados Unidos o próximo passo é dar aos robôs o sentido do tato, o poder do toque. E já conseguiram mesmo uma imitação rudimentar da pele humana. É um avanço determinante nas interacções físicas entre as máquinas e os seres humanos.

Veja aqui o video.

Henry Evans está a aconchegar a roupa da sua cama pela primeira vez em 10 anos. Evans ficou tetraplégico e mudo depois de uma apoplexia. Agora só consegue mexer um dos dedos, de uma das mãos, e mesmo assim tem grandes limitações. Mas hoje Evans tem a ajuda de um interface informático, que o deixa controlar um robot com uma aptidão rara: este robot consegue sentir! o que está a fazer. Tem o sentido do tato.

Graças a um computador que lê em voz alta o que ele vai escrevendo, Evans recorda como foi a primeira vez que ele e o robot tiveram esta interação física.

«Com esta pele sensível ao toque consigo sentir o robot a controlar a sua força, usando só a necessária e suficiente para uma qualquer tarefa. Percebi logo que não me iria magoar. Pelo contrário, é como se agisse tendo a noção de que eu estava presente», conta Henry Evans.

O designer Charles Kemp explica: a maior parte dos robôs foi pensada para trabalhar em fábricas, em linhas de produção. Não teve em conta uma interação segura com humanos. E portanto, para tornar os robôs human-friendly, Charlie teve de se inspirar na Natureza.

Os organismos biológicos, os animais, os insetos, todos eles têm tato por todo o corpo. Todo o seu corpo é sensível ao toque. Ora, os robôs não tinham essa capacidade. E portanto, muni-los de sensores era uma prioridade. Não bastava dar-lhes olhos, não bastava dar-lhes ouvidos. Era preciso pele», justifica Charles Kemp, professor de Engenharia Biomédica do Instituto de Tecnologia da Geórgia.

E é a pele artificial deste robot que o torna único, permitindo-lhe sentir o que está a fazer. Os sensores da pele reportam a um programa informático que reconhece o meio envolvente e a posição em que o braço mecânico se encontra.

«A cada momento, o robot modela o braço e a forma como ele está a contactar com o Mundo. Com isso consegue prever o que vai acontecer se se mover nesta ou naquela direção. E com mais um bocadinho de boa matemática, ele decide: "isto é o melhor que posso fazer para me aproximar do meu objetivo sem abusar da força"», explica Charles Kemp.

Kemp diz que o sucesso da interação humana passa por saber gerir o esforço de contacto. O braço em si é flexível, tal como um braço humano¿ e quando encontra um obstáculo, calcula a pressão que tem de aplicar para chegar ao seu objetivo, sem destruir o que está à volta.

O robot está agora em processo de upgrade: vão-lhe dar a capacidade de mapear o mundo que o rodeia à medida que o explora.

Ainda há muita pesquisa pela frente, mas Kemp acredita que esta tecnologia irá um dia melhorar dramaticamente a qualidade de vida de pessoas como Henry Evans.




Fonte: TVI24

Chute de exoesqueleto é, mais uma vez, oferta de baú misterioso de salvação

Em um rápido esbarrão com o filósofo Mário Sérgio Cortella, dias atrás, ele me aconselhou a nunca questionar esperanças, apenas respeitá-las e tentar entendê-las.

Assim, preciso admitir que a também rápida, rapidíssima, papa-léguas demonstração da roupa robótica, usada por um paraplégico, que encostou em uma bola em plena abertura da Copa do Mundo, pode abrir uma nova era de possibilidades.

O exoesqueleto, supostamente comandado por sinais do cérebro, oferece promessas futuras de mais conforto, mais mobilidade e mais independência para pessoas com deficiência física. A tecnologia tem potencial para destrancar sonhos guardados no campo do impossível.

Dito isso, o cutuque na bola -visto por alguns superatentos-, que consumiu R$ 33 milhões de dinheiro público, traz consigo elementos controversos para um arrazoado respeito e aceitação.

Vendido como “cura”, o exoesqueleto se posicionou com a imponência de um avião que abriria fronteiras jamais cruzadas, sobrepôs-se à necessidade de entender a diversidade humana e a urgência de promover inclusão no planeta de hoje, de amanhã e de vários séculos.

É emocionante ver. É gostoso imaginar. É prazeroso acreditar. Porém, mais uma vez, um baú misterioso que guarda salvações foi aberto diante daqueles que sensivelmente se agarram em quaisquer fios de gelatina.

O experimento propagou o andar como algo estritamente motor, bastando vestir um suporte para que o corpo de um lesado medular saia saracoteando como pinto no lixo.

A realidade é brutalmente mais complexa. Ficar em pé e dar uns passinhos, a Rede Sarah de Reabilitação já consegue com êxito há décadas, e de forma mais clara do que o que foi exibido.

Um paraplégico voltar a andar vai implicar intercorrências em um sistema circulatório debilitado, em ossos enfraquecidos, em um tecido dérmico sujeito a feridas.

Tratar de dentro para fora, como os experimentos com células-tronco e estimulação elétrica têm tentado, com menos holofotes, é rumo bem mais certo.

A melhoria da qualidade de vida para os “presos a cadeiras de rodas” -como arrotou ao vivo o narrador Galvão Bueno-, exige uma atenção contínua, plural e menos espetaculosa.

Toda sorte e incentivo à ciência, a todos os corações a esperança e um bocadinho mais de cuidado e respeito com a realidade.

Porto: Igreja dos Clérigos terá acessos para pessoas com deficiência

A Igreja dos Clérigos, um dos maiores ex-libris culturais e patrimoniais da cidade do Porto, vai ter, após as obras que estão em curso, acessos para pessoas com deficiência, garantiu esta semana a Irmandade responsável pelo imóvel.
Além das pessoas com deficiência a Igreja dos Clérigos contava com barreiras que podiam, de alguma forma, dificultar o acesso a pessoas com idade avançada.
Mas a Irmandade responsável quer que esta Igreja seja um exemplo na eliminação de barreiras arquitetónicas, tornando-se, ao mesmo tempo, um exemplo de inclusão.
Terminadas as obras em curso, a entrada dos visitantes na Igreja dos Clérigos será feita pela porta da Rua da Assunção, local onde vai ser instalado um elevador e rampas de acesso a pessoas com mobilidade reduzida.
Estas infra-estruturas vão permitir a TODOS que visitem os quatro pisos da Igreja dos Clérigos.
Fonte: Plural & Singular

Tetraplégico: 1° tentativa de transferência sem tábua, lesão C5 e C6 incompleta

Região do Tâmega e Sousa vai ter provedor do cidadão com deficiência

De acordo com a fonte, o vereador Fernando Peixoto, portador de deficiência física, que assumirá o cargo em cerimónia pública a realizar na sexta-feira, em Celorico de Basto, procurará "contribuir para a coordenação de políticas municipais que promovam a inclusão, em articulação com os agentes públicos responsáveis".
Recomendações aos órgãos competentes, promoção de ações de formação e sensibilização, emissão de pareceres sobre legislação existente e receção de queixas dos cidadãos são algumas da tarefa que serão confiadas ao titular.
Fonte: Sapo Noticias

sexta-feira, 13 de junho de 2014

A epidemia das tampinhas

Entrei na moda e desta vez o assunto da minha crónica no Jornal Abarca é sobre tampinhas...


Praticamente todos nós já nos deparamos por aí com cartazes a pedir tampinhas e ultimamente acrescentaram também o pedido de plástico opaco e metal. Anúncios que geralmente vêm acompanhados da imagem de um "coitadinho" que precisa urgentemente da solidariedade alheia para conseguir uma cadeira de rodas ou outro material ortopédco, aparentemente algo só possível a troco de algumas toneladas de material. E obviamente que aos olhos da maioria dos cidadãos, esse "coitadinho" é um indefeso e infeliz cidadão com deficiência que tem de ser ajudado.

Segundo o CM a ideia nasceu em 2003. Sem saber se daria certo, a enfermeira Guadalupe Jacinto deitou mãos à obra. Falou com as colegas do Hospital Garcia de Orta, em Almada, e pediu-lhes que começassem a guardar tampas. Depois, começou a contactar empresas de recolha de resíduos que aderissem à ideia. E conseguiu. A Amarsul foi o primeiro sistema de recolha de resíduos sólidos urbanos a aderir ao projecto: "Ficou combinado que eles receberiam as tampas, enviariam para os recicladores e reservariam o dinheiro respectivo para comprar material ortopédico." A enfermeira Guadalupe Jacinto determinou, desde o início, que o dinheiro nunca passaria por si. "Não queria que houvesse qualquer mal-entendido sobre as minhas intenções."

Quanto a mim, ao tomar conhecimento de uma dessas campanhas tento entrar em contato com os seus responsáveis e apercebo-me que na maioria das vezes desconhece o Sistema de Atribuição de Produtos de Apoio:
http://www.inr.pt/content/1/59/ajudas-tecnicas-produtos-de-apoio  .Programa do Estado que permite aos cidadãos com deficiência permanente ou temporária, adquirirem gratuitamente os Produtos de Apoio, como por exemplo uma cadeira de rodas. Desconhecem e não se mostram interessados em conhecer, assim como deixam de estar disponíveis para continuação de diálogo.

Sinto-me triste, por verificar que continuamos de mãos estendidas a mendigar algo que nos pertence por direito próprio, sem primeiro tentar o apoio através do Estado pelas vias normais. Costumo comparar estas atitudes com o seguinte exemplo: um cidadão vai ao seu médico que lhe receita um antibiótico com direito á respetiva comparticipação por parte do Estado, de seguida dirige-se á farmácia e adquire o medicamento com esse desconto. Imagine que o paciente não vai consultar o seu médico para lhe receitar o medicamento, mas vai tentar sensibilizar a população para lhe arranjarem uma campanha solidária para adquirir o medicamento sem comparticipação na farmácia?

Porque será que não dão entrada com os processos através do SAPA e aguardam uma resposta? Quanto a mim deveria ser a primeira coisa a fazer, se a resposta fosse recusa de atribuição do material, aí sim poderia justificar-se este tipo de peditórios e humilhações em público.

Enquanto continuarmos a não exigir os nossos direitos e lutar por eles, continuaremos a ser olhados como coitadinhos e dignos de pena e de esmola.

Eduardo Jorge