A rede de cuidados continuados continua sem responder às necessidades na região de Lisboa. O centro hospitalar de Lisboa Norte (Santa Maria e Pulido Valente) referenciou, ao longo do ano passado, 407 doentes, mas apenas 60 tiveram lugar na rede.
A confirmação dos números é feita à Renascença por Conceição Martins, directora do serviço social. “Dos doentes que nós referenciamos, nem todos conseguem ir para a rede ou então demoram algum tempo. A rede é óptima, está a fazer o seu trabalho, mas ainda tem um longo caminho para andar. Em 2010, só um número diminuto foi integrado”, disse.
Dos 407 doentes que foram referenciados, quase 200 tiveram de recorrer a instituições privadas ou criar condições no domicílio. Outras 109 pessoas morreram.
Em Dezembro último, 17 doentes continuavam à espera de vaga na rede, segundo dados do relatório e contas do Centro Hospitalar de Lisboa Norte, no que respeita ao apoio social.
Dos 8.400 doentes internados ao longo de 2010 e que precisaram de apoio social, houve 145 casos em que a alta clínica teve de ser adiada.
A causa mais frequente foi aguardar comparticipação para entrar num lar ou o pagamento de um cuidador privado.
Quanto aos principais problemas identificados entre os doentes que foram atendidos pelo serviço social, Conceição Patrício aponta a falta de disponibilidade das famílias e a falta de condições das casas.
Desce o número de casos de rejeição familiar, mas, em contrapartida, um dos indicadores que mais subiu de 2009 para 2010 foi a negligência institucional ou familiar, detectada em quase 16% dos casos atendidos pelo serviço social.
Fonte: RR
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