sábado, 15 de outubro de 2011
Tetraplégicos desafiam a ciência ao jogar rugby em cadeira de rodas
Há poucas lesões piores do que um pescoço quebrado, mas Steve Brown, Mandip Sehmi e a equipe da seleção inglesa de rúgbi de cadeira de rodas parecem desafiar a ciência. O intenso programa de treinamento para as Paraolimpíadas de Londres, em 2012, fez os atletas atingirem altos níveis de condicionamento e ultrapassarem os limites previstos ao desenvolverem as funções que ainda possuem.
- Eu não precisaria ter perdido dois terços do meu corpo para poder tirar o máximo do terço restante, mas foi assim – afirma Steve Brown, que fraturou o pescoço ao cair de uma sacada.
- As minhas funções começam dos mamilos para cima, quando eu respiro, eu não uso os músculos do tórax, que são parte da respiração. Portanto, minha respiração é muito prejudicada em relação a quem não é paralítico – explica Mandip Sehmi, que quebrou o pescoço em um acidente de carro.
Apesar da menor resistência respiratória, Mandip e os outros atletas têm se esforçado ao máximo para se preparar para o evento mais importante de suas vidas, as Olimpíadas. Com a aproximação dos jogos de Londres, o impacto do intenso treinamento da seleção de rúgbi de cadeira de rodas é continuamente avaliado por meios científicos, na universidade Loughborough, na Inglaterra.
- O Mandip é uma figura extraordinária. Ele tem braços extremamente longos, o que o beneficia em sua técnica de impulso, enquanto Steve tem outras qualidades: determinação, motivação – explica Vicky Tolfrey, pesquisadora da universidade.
Segundo a especialista, Mandip e Steve conseguem utilizar os braços devido ao local em que sofreram a lesão na espinha: entre as vértebras cervicais conhecidas como C1 até C7, que apoiam o pescoço.
O rúgbi de cadeira de rodas
Originário do Canadá, o esporte foi criado por pessoas que não tinham força ou capacidade suficiente para jogar basquete em cadeira de rodas.
- É um esporte bem perigoso. Às vezes, é importante dar um tranco em alguém. Dá para notar pelas cadeiras quebradas e pelos solavancos que levamos, e faz parte do esporte. Eu adoro. Jogadores de futebol podem quebrar a perna, e nada na vida é 100% seguro. Acredite, nós quebramos o pescoço – brinca Steve.
Após três anos de treinamento, Steve chegou à seleção inglesa e agora luta por uma vaga nos Jogos de 2012.
- Só porque é um esporte paraolímpico, não significa que a vaga seja dada de bandeja. Treino todos os dias para estar na seleção. Treino todos os dias pensando nos australianos. Se eu deixo de treinar um dia, é uma vantagem para eles. Espero que Londres 2012 seja a minha hora e a minha vez. E Deus sabe que eu fiz de tudo para tornar isso possível.
Fonte: Sportv.com
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