Segundo um testemunho que encontrei num site na internet, a psicóloga e consultora de órgãos públicos, Ana Rita de Paula, parou de andar aos oito anos devido a uma síndrome neurológica progressiva. Por causa desta doença, hoje não come, nem escreve sozinha, mas isso não a impede de ter relações. Ela diz o seguinte: “o meu namorado é negro e eu sou tetraplégica. Ambos enfrentamos preconceitos mas isso uniu-nos ainda mais. Estamos juntos há 26 anos e nenhum tipo de deficiência pode afectar o desempenho sexual da mulher, desde que a mesma se sinta desejada.” Um psicólogo e especialista em sexualidade humana, chamado Fabiano Puhlmann Di Girolamo, diz que apenas pessoas que possuem algum tipo de lesão na medula correm o risco de perder a sensibilidade. Uma das pacientes de Puhlmann, por exemplo, é uma mulher tetraplégica, ou seja, que não possui movimento nos quatro membros, mas isso não a impede de trabalhar, estudar, apaixonar-se e de ter sido mãe de gémeos. O sexo feminino deve estar atento aos seus pontos erógenos, que variam de pessoa para pessoa. De acordo com o especialista em sexualidade, aqueles que sofreram lesão medular perdem parcialmente ou totalmente a sensibilidade dos órgãos genitais, podendo atingir o chamado paraorgasmo, uma sensação de prazer que não chega a ter todas as propriedades de um orgasmo. Para isso, a mulher deve descobrir áreas do corpo que antes não eram tão exploradas como, por exemplo, os mamilos.
Relativamente ao sexo masculino possui uma sexualidade focada no órgão genital. Apesar da possibilidade de manter a erecção presente quando sofre de alguma paralisia, o homem perde o controle da ejaculação. Quando a lesão é incompleta, é possível que consiga ejacular normalmente através da relação sexual ou estimulado por procedimentos mecânicos. Nos homens que tiveram lesão completa, um número pequeno (1% a 5%) pode conseguir ejacular. Como é óbvio, uma pessoa que não possua qualquer tipo de deficiência pode interessar-se por uma pessoa com deficiência seja ela qual for mas enfrentará problemas com familiares e amigos, principalmente com os familiares; isto porque podem não aceitar, no início, que alguém que esteve sempre aos seus cuidados esteja apaixonado(a) podendo no futuro, como é natural, distanciar-se do seu convívio diário com a sua família, visando levar uma vida de casal de namorados, sair, passear, divertir-se.
Apesar do não aceitamento da sua família, muitos relacionamentos a dar resultado pelos motivos que acima referi. Da mesma forma, pode não haver uma resistência de aceitação muito grande por parte da família da pessoa sem deficiência, ocorrendo boicotes ao relacionamento de forma subtil ou até mesmo evidente. O psicólogo Fabiano Puhlmann diz num artigo o seguinte: “imagine aquela mulher com deficiência física severa, com um certo grau de dependência geral dos pais, os quais não se colocam directamente namoro, mas inventam regras impossíveis de serem compridas, como a proibição do namoro em casa, falta de colaboração no transporte, chegando à chantagem financeira (…).” Os que conseguem ultrapassar as dificuldades atrás descritas provam a toda a gente, isto é, família e amigos que são capazes de amar e ser amados e, aos familiares, provam que o relacionamento que estão a ter está a fazer bem aos filhos que eles tanto amam.
No decorrer deste artigo coloquei duas questão sobre este tema que é muito pertinente a dois amigos meus, um do sexo masculino e outro sexo feminino. As questões foram exactamente iguais: o que achas sobre a sexualidade na deficiência? Achas que na escola se devia falar sobre a sexualidade na deficiência? As respostas foram... a masculina: “acho que é um tabu, que a maioria das pessoas pensa nisso mas não fala por acharem que os deficientes são incapacitados ao ponto de não praticarem actos sexuais! Acho que o sexo é uma necessidade humana, e se os deficientes são seres humanos têm necessidades sexuais que têm ser satisfeitas como toda a gente”. Resposta à segunda questão: “acho. Não só para quebrar o tabu mas para abrir a mente dos próximos cidadãos”.
Agora, a feminina: “a sexualidade na deficiência pode ou não pode estar condicionada. Se for uma lesão que impede certas coisas (como nas relações sexuais), tem de se ultrapassar isso tem de se arranjar uma maneira simples de ultrapassar os obstáculos. Mas acho que não há muita diferença entre sexualidade na deficiência ou sem ser na deficiência. Somos todos iguais independentemente das nossas características físicas e psicológicas.” Segunda questão: “Acho que a escola devia falar sobre a sexualidade na deficiência, sem dúvida. Não só para as pessoas com deficiência mas também como um abrir de olhos para os que não são. É importante a muitos níveis igualar os alunos em termos de aprendizagem e em termos de conhecimento para além de português, biologia e história. Isto para dizer à nossa sociedade que qualquer pessoa com qualquer tipo de deficiência pode usufruir da actividade sexual como uma pessoa dita normal.”
Volto a dizer o que disse no meu último artigo: somos todos diferentes, mas ao mesmo tempo todos iguais.
No decorrer deste artigo coloquei duas questão sobre este tema que é muito pertinente a dois amigos meus, um do sexo masculino e outro sexo feminino. As questões foram exactamente iguais: o que achas sobre a sexualidade na deficiência? Achas que na escola se devia falar sobre a sexualidade na deficiência? As respostas foram... a masculina: “acho que é um tabu, que a maioria das pessoas pensa nisso mas não fala por acharem que os deficientes são incapacitados ao ponto de não praticarem actos sexuais! Acho que o sexo é uma necessidade humana, e se os deficientes são seres humanos têm necessidades sexuais que têm ser satisfeitas como toda a gente”. Resposta à segunda questão: “acho. Não só para quebrar o tabu mas para abrir a mente dos próximos cidadãos”.
Agora, a feminina: “a sexualidade na deficiência pode ou não pode estar condicionada. Se for uma lesão que impede certas coisas (como nas relações sexuais), tem de se ultrapassar isso tem de se arranjar uma maneira simples de ultrapassar os obstáculos. Mas acho que não há muita diferença entre sexualidade na deficiência ou sem ser na deficiência. Somos todos iguais independentemente das nossas características físicas e psicológicas.” Segunda questão: “Acho que a escola devia falar sobre a sexualidade na deficiência, sem dúvida. Não só para as pessoas com deficiência mas também como um abrir de olhos para os que não são. É importante a muitos níveis igualar os alunos em termos de aprendizagem e em termos de conhecimento para além de português, biologia e história. Isto para dizer à nossa sociedade que qualquer pessoa com qualquer tipo de deficiência pode usufruir da actividade sexual como uma pessoa dita normal.”
Volto a dizer o que disse no meu último artigo: somos todos diferentes, mas ao mesmo tempo todos iguais.
Por: Francisco Taveira - Correio do Minho
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