A estrutura em constituição vai abranger os cinco concelhos servidos pelo hospital (Alenquer, Arruda, Azambuja, Benavente e Vila Franca de Xira), promovendo a recolha e o inventário de equipamentos como cadeiras de rodas, camas articuladas, andarilhos e outros e tratando, depois, da sua cedência temporária a pessoas mais necessitadas.
De acordo com Maria da Luz Rosinha, antiga presidente da Câmara de Vila Franca de Xira e presidente da entidade promotora da iniciativa, há algumas experiências de bancos de ajudas técnicas desenvolvidas por municípios do país, mas um projecto deste género envolvendo vários concelhos será inédito em Portugal. O objectivo é servir os 250 mil habitantes da área abrangida pelo hospital e dinamizar formas expeditas de fazer chegar as ajudas técnicas a quem delas precise. Para isso, será desenvolvido um inventário dos equipamentos disponíveis, a que todas as entidades parceiras poderão aceder, formalizando depois o pedido do equipamento em causa.
Para já vai avançar, a 1 de Dezembro, uma campanha que, durante quatro meses, pretende sensibilizar empresas e particulares da região que possam ceder/oferecer ajudas técnicas para este banco regional. Em Janeiro de 2015, o banco deverá começar a funcionar em estreita ligação com o hospital, os centros de saúde, a Segurança Social, as autarquias e as instituições sociais da região. “No âmbito dos contactos com os responsáveis pela área social destes cinco municípios demo-nos conta que, à excepção de Vila Franca de Xira, nenhum dos outros municípios tinha organizado um banco de ajudas técnicas, e percebemos que a necessidade de encontrar respostas a este nível é grande", diz Maria da Luz Rosinha.
A responsável do Conselho de Desenvolvimento Sustentável do hospital (estrutura criada há cerca de um ano que tem promovido alguns projectos solidários) explica que se concluiu que, com a criação de um banco de ajudas técnicas mais alargado e com mais equipamentos iria conseguir "melhores respostas e respostas mais prontas”.
Numa primeira fase, o projecto contempla um levantamento das ajudas técnicas existentes (disponíveis) no próprio Hospital de Vila Franca, nos cinco municípios e nas instituições que pretendam aderir. Ao mesmo tempo será lançada a campanha. “Uma determinada instituição, um determinado município podem ter, por exemplo, uma quantidade de andarilhos que nunca são solicitados e que fazem falta noutro lado. Ou uma cadeira de rodas, uma cama articulada ou algumas canadianas. São tudo equipamentos de que as pessoas podem necessitar de uma forma temporária ou de uma forma mais duradoura. O banco vai organizar, juntando as entidades que intervêm socialmente e aproveitando a coordenação dos municípios”, acrescenta.
Já no dia 1 de Dezembro arranca a campanha de recolha de apoios para o banco regional de ajudas técnicas. “Vai decorrer até 31 de Março e destina-se a todos aqueles que queiram participar, quer as pessoas que um dia tiveram um problema e têm um equipamento em casa, a estorvar, de que já não necessitam. Quer às pessoas e às empresas que entendam a bondade desta iniciativa e queiram apoiar”, explica Maria da Luz Rosinha.
Os equipamentos já existentes e os que venham a ser cedidos ao banco serão inscritos num inventário informático que ficará online, à disposição dos municípios e de outras entidades parceiras. Sempre que se coloque uma necessidade, reconhecida pelo respectivo município, será feito o pedido de cedência e serão accionados o levantamento e a entrega da ajuda técnica. “Pretendemos que o banco comece a funcionar em Janeiro, já com alguma substância. Vamos ser pioneiros neste domínio, com o apoio e a cobertura do Hospital de Vila Franca de Xira, que também tem um mini-banco de ajudas que farão parte deste projecto. Estes cinco municípios vão ser pioneiros numa iniciativa conjunta, de onde todos sairemos a ganhar”, conclui.
Muitos destes equipamentos têm preços elevados e muitas famílias dificilmente têm acesso a eles. Maria da Luz Rosinha salienta que esta será uma forma de minorar as dificuldades de quem mais precisa, mas também uma forma de gerar poupanças para a Segurança Social que é, frequentemente, chamada a comparticipar na aquisição destes materiais.
Enviado por Isa Barata - Fonte: Público
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