quinta-feira, 7 de junho de 2018

Viana recebe primeiro encontro internacional de seleções de surf adaptado

O Centro de Alto Rendimento de Surf (CAR) de Viana do Castelo vai ser palco, entre os dias 10 e 13, do "primeiro encontro de surf adaptado organizado na Europa e acolhido, pela primeira vez, por Portugal", anunciou hoje a organização.


No evento, informou hoje em comunicado a Federação Portuguesa de Surf (FPS), que vai contar com a participação de quatro seleções europeias, "serão escolhidos os atletas que irão representar Portugal na seleção nacional de Surf Adaptado 2018".

Cerca de 25 atletas de Espanha, França e Itália irão competir com a equipa lusa, "testando as capacidades para o campeonato europeu que se realiza em setembro, em Lacanau", no sudoeste de França.

Além da prova e mostra das técnicas e qualidades dos atletas, o encontro incluirá ainda haverá aulas de surf adaptado e 'workshops' sobre nutrição e surf nos paralímpicos, iniciativas abertas ao público".

"A iniciativa possibilita ainda a pessoas com deficiência e mobilidade reduzida experimentarem a modalidade de surf adaptado", acrescenta a nota da FPS.

Para o presidente da FPS, João Aranha, citado naquele documento, trata-se de "um evento único realizado, pela primeira vez, e que servirá para não só dar a conhecer algumas das equipas europeias mais importantes, como testar a equipa nacional de Surf Adaptado".

"Será um evento aberto a todos os que queiram experimentar e seguramente uma experiência única", destacou.

O Centro de Alto Rendimento de Surf está situado na praia do Cabedelo, em Viana do Castelo, e dispõe de pranchas próprias para a prática de surf adaptado.

O equipamento, que nasceu de uma candidatura conjunta entre a Câmara de Viana do Castelo e o Instituto de Desporto de Portugal, dá apoio e formação a desportos náuticos como o surf, o bodyboard, o windsurf e o kitesurf, sendo gerido pelo Surf Clube de Viana(SCV).

O CAR serve ainda de espaço de formação e iniciação também para as crianças das escolas do concelho, ao abrigo do programa "Náutica nas Escolas" lançado em 2012 pela câmara local.

Em 2016, o município avançou com o projeto "Náutica para Todos", que visa "a inclusão de alunos com necessidades educativas especiais existentes nas diversas turmas dos estabelecimentos de educação e ensino", promovendo a prática de surf, canoagem, remo e vela.

Fonte: DN

terça-feira, 5 de junho de 2018

Exposição “Horizonte à Vista” para derrubar preconceitos

Passados dois anos desde a última parceria da AFID com o Museu Oriente, a Fundação regressa ao espaço cultural em Lisboa para a exposição “Horizonte à Vista”, que ficará patente até 17 de junho.


Uma exposição inspirada nas descobertas dos portugueses a caminho da Ásia e na coragem dos navegadores, o “Horizonte à Vista” é a metáfora certa para aqueles que vivem contra os perigos reais, dificuldades, frustrações, estigmas e preconceitos das pessoas com deficiência.

É este mesmo horizonte que conduz os artistas da Fundação AFID Diferença no seu trabalho diário, no processo de observar, de se darem a conhecer e afirmarem um papel social ativo através da prática artística, vencendo a separação que tantas vezes é inerente à deficiência.

Em destaque estão trabalhos feitos grattage – desenhos riscados numa película de tinta da china, deixando à vista a camada de cores subjacente – e de cadavre exquis – desenhos coletivos onde predomina a cor sobre os traços orientadores em tinta da china, é possível ter um vislumbre da mente destes artistas. É nesse extremo da exposição que se encontram figuras de um imaginário mais ou menos exótico nuns casos, noutros esvoaçantes com peças suspensas, noutros ainda verdadeiramente grotescas.

"É com muita alegria que voltamos a ter a oportunidade de expor os trabalhos dos nossos artistas no Museu do Oriente. A mostra que está a ser preparada para o espaço dedicado às exposições temporárias vai contar com mais de trinta trabalhos, entre Pintura, Desenho, Têxtil e outras técnicas experimentais. Em celebração deste encontro com a cultura oriental, e com a fascinante imagética tradicional dos países asiáticos, o título "Horizonte à Vista" sugere uma viagem sem fim, à descoberta de mundos incríveis e cheios de cor," Nuno Lacerda, responsável pelo Atelier de Pintura do Centro de Atividades Ocupacionais (CAO) da Fundação AFID Diferença.

A exposição artística “Horizonte à Vista” é inaugurada a 07 de junho e ficará patente até 17 de junho no Museu do Oriente.

Fonte: SAPO

I Encontro do Desporto Adaptado em Santo Tirso

O I Encontro de Desporto Adaptado realizar-se-á dia 8 de junho no Parque Desportivo Municipal Sara Moreira. As atividades têm início pelas 9h30, com interrupção para lanche pelas 10h30 e final marcado para as 13h00. Entre as 13h10 e as 15h00, terá ainda lugar um almoço convívio (picnic) entre os participantes.


Este encontro permitirá aos cidadãos portadores de deficiência praticar desportos adaptados como equitação/equoterapia, karaté, boccia, ténis de mesa, basquetebol para deficiências intelectuais/trissomias, stand up paddle, ou atletismo em cadeira de rodas e para ambulantes, circuitos de obstáculos e dança.

O evento é aberto à comunidade, especialmente à população com necessidades especiais, de todas as faixas etárias, e tenciona proporcionar aos cidadãos portadores de deficiência a experiência de praticar vários desportos adaptados, com o objetivo de divulgar, consciencializar e valorizar a importância da atividade física adaptada.

O Presidente Joaquim Couto dará a conhecer o Programa de Desporto Adaptado que será implementado no Município. Estão previstos cerca de 250 participantes, entre os quais os utentes da CAID, CASL, APPCDM da Trofa e alunos portadores de deficiência das escolas do Município.

Fonte: Santo Tirso TV

segunda-feira, 4 de junho de 2018

A minha viagem no comboio Alfa Pendular

Um pequeno resumo da minha experiência ao viajar no comboio Alfa Pendular.

Há algum tempo que tencionava experimentar viajar de comboio. As complicações são tantas pela parte dos Comboios de Portugal (CP) que ainda não o tinha feito desde que me desloco em cadeira de rodas. No distrito de Santarém onde resido, a única estação que me permite embarcar e desembarcar com apoio através do SIM-Programa Integrado de Mobilidade, um serviço disponibilizado pela CP a pessoas com mobilidade reduzida, é a do Entroncamento, e a única alternativa para quem utiliza cadeira de rodas, é o comboio Alfa Pendular, mas com muitas restrições. 

Apoio no desembarque e embarque funciona durante o fim-de-semana entre as 8h00 e 21h00. Segunda a sexta feira somente entre as 9h00 e 18h00. Mas acontece que o único comboio diário chega ao Entroncamento às 21h00. Se os serviços de apoio disponíveis para pessoas que se deslocam em cadeira de rodas encerram às 18h00, ficamos sempre dependentes de aprovação ou não do apoio por parte da CP.

Nos comboios urbanos não existe acesso, e no Regional InterRegional são poucas as estações nacionais que nos permitem viajar, e as poucas que o permitem, o SIM nessas estações só funciona durante algumas horas, e durante os dias úteis. Para se ter uma ideia do quanto somos discriminados, somente a estação de Santa Apolónia em Lisboa permite o acesso a todos os comboios (urbanos, alfa pendular e regionais). Mas só poderemos viajar se avisarmos a CP com 24 horas de antecedência.

Resolvi arriscar e fazer a viagem entre a estação de Santa Apolónia em Lisboa, e a do Entroncamento. Fi-lo porque tinha acompanhante. Como não me encontro perto de nenhuma estação para adquirir o bilhete presencialmente, fi-lo via on-line. Pagamento só pode ser efetuado através de cartão de crédito ou paypal. Lugares são atribuídos automaticamente. Contato via e-mail e preencho o respetivo formulário que consta no site, a solicitar apoio no desembarque e embarque ao abrigo do Programa SIM, mas respostas não obtive.

Como prazo de 24 horas obrigatório para solicitar apoio, estava a esgotar-se, resolvo ligar para a linha telefónica de apoio, cujo número inicia em 707 e por isso é pago, mas fui logo avisado que deveria continuar a aguardar um contato telefónico. Depois de alguma insistência, e explicar que faltava menos de uma hora para se esgotar o prazo, lá me deu outro número de telefone, também iniciado em 707 para ligar. Fi-lo, e ao começar a explicar a situação sou interrompido pela telefonista, dispara que conhece o meu caso, pois foi ela que me tinha acabado de atender na outra linha.

Depois de muito insistir cedeu ao meu pedido e registou o pedido de apoio, assim fiquei com a certeza que tinha acontecido dentro do prazo. Mais tarde fui contatato pela linha de apoio, e pedido de apoio no embarque e desembarque ficou efetivado. Uma hora antes do embarque, recebo um telefonema de um funcionário da CP a questionar-me onde me encontrava, e a informar-me que lhes tinha criado um problema por ter escolhido o nº do meu bilhete e acompanhante. Que tinha mais uma pessoa em cadeira de rodas para embarcar com destino ao Porto, e o nº que adquiri para a minha acompanhante deveria ser utilizado por esse passageiro. Que atrapalhei tudo.

Respondo que estou a chegar á estação e que nº de bilhetes quando adquiridos via online, são atribuídos automaticamente pelo sistema. Somente segui as instruções e cliquei em “lugares prioritários” como solicitado, e selecionei o meu grau de incapacidade (+ 80%) para beneficiar dos 75% desconto no valor do bilhete, e 25% da acompanhante. Respondeu que não sabia onde colocar o outro passageiro e acompanhante, mas que iria tentar resolver o problema.

Ao chegar á estação informou-me que estava a resolver o problema. Ao avançar vejo que o outro passageiro que referia é o amigo Jorge Jesus, também participante na Marcha Pela Vida Independente realizada no dia anterior em Lisboa, e que por o comboio só permitir transportar 2 passageiros em cadeira de rodas em cada viagem, teve de ficar em Lisboa como eu, para seguir no dia seguinte. Viemos juntos, foi agradável, mas quem pagou as “favas” foi ele. Transferiram-no para uma poltrona, lugar reservado automaticamente online para a minha acompanhante, e a minha acompanhante foi a viagem toda num lugar que não lhe pertencia com receio que surgisse o verdadeiro titular.

No Entroncamento correu tudo bem, e os acessos funcionam. Pena só existirem 2 lugares, espaço disponível para as cadeiras de rodas ser minúsculo, pouco seguro (vim sem fixadores), serviço SIM só existir em poucas estações e comboios, o contratempo do método de pagamento, ter de avisar com 24 horas de antecedência e só existir uma viagem diária às 8 da manhã e outra às 8 da noite.

Mais informações sobre o SIM - Serviço Integrado de Mobilidade.

Campeonato do mundo de futebol 2018 sem barreiras

Ambiente sem barreiras na Copa. Faltando pouco mais de uma semana para o início da competição, na Rússia, em 14 de junho, tudo está preparado para que a Copa do Mundo da FIFA 2018 seja um evento verdadeiramente inclusivo para todos.


Os estádios acessíveis serão uma característica fundamental do torneio que garantirá que pessoas com deficiência e pessoas com mobilidade reduzida, bem como deficientes auditivos e pessoas surdas possam desfrutar plenamente da Copa do Mundo da FIFA.

As soluções de melhores práticas para acessibilidade aos estádios foram desenvolvidas pela FIFA e pelo Comitê Organizador Local em estreita colaboração com o Centre for Access to Football in Europe – CAFE (Centro para o Acesso ao Futebol na Europa) e uma ampla gama de interessados, incluindo organizações não-governamentais russas especializadas em acessibilidade. problemas.
Ambiente sem barreiras na Copa. Orientações.

Soluções avançadas de infraestrutura, como áreas de estacionamento e entradas, vias de acesso, assentos, banheiros e áreas de descanso dedicadas estarão disponíveis em cada estádio, além de uma gama de serviços especiais, incluindo o Guia de Acessibilidade dos Espectadores, serviço de transporte de carro elétrico e serviços de empréstimo para cadeiras de rodas. e comentários audio-descritivos ao vivo.

Para conseguir isso, centenas de voluntários de estádios e força de trabalho, como funcionários de alimentos e bebidas, foram treinados para fornecer informações adequadas e apoio aos torcedores que precisam de ajuda, e cada estádio terá pontos de informação dedicados.

A FIFA também oferece uma alocação dedicada de bilhetes de acesso especiais e centenas de lugares para necessidades diferentes em quatro categorias especiais de ingressos, incluindo lugares para usuários de cadeira de rodas, assentos de fácil acesso e assentos de fácil acesso. Para os 64 jogos, milhares de ingressos especiais foram vendidos e, para cada um, um ingresso gratuito é reservado para um acompanhante para auxiliá-lo, se necessário, antes, durante e depois da partida.

Com o objetivo de melhorar a experiência para os fãs invisuais que assistem aos jogos, os serviços de comentários audio-descritivos serão fornecidos em russo em todos os estádios, em inglês em São Petersburgo e no Estádio Luzhniki em Moscou.

O comentário é semelhante ao comentário de rádio, apenas com uma ênfase maior em descrever a atmosfera e a ação em todo o estádio. 200 conjuntos de equipamentos e fones de ouvido estarão disponíveis gratuitamente para espectadores de futebol cegos e sem visão em cada estádio, para que possam sentar-se com todos os outros espectadores e desfrutar da mesma experiência.

Por último, mas não menos importante, até quatro vídeos de sinalização internacional para pessoas com deficiência auditiva e surdos serão produzidos diariamente, incluindo os destaques das reportagens em vídeo de todos os 64 jogos da Copa do Mundo da FIFA de 2018 na Rússia. Os vídeos serão transmitidos no FIFA.com, bem como no Facebook e no Twitter, que são as plataformas de mídia social mais populares para a comunidade surda.

“O que marca a Copa do Mundo da FIFA deste ano é que houve uma mudança de mentalidade. A diversidade de fãs de futebol se reflete em nosso planejamento desde o primeiro dia – não apenas nos estádios, mas também em nossa oferta on-line – para garantir que todos possam desfrutar da mesma experiência, participando dos jogos na Rússia ou seguindo em outro lugar do mundo. mundo ”, disse o diretor de comunicação da FIFA, Fabrice Jouhaud..

Fonte: Turismo Adaptado

Cuidadores informais: Audição dos cuidadores individuais e associações

SE SOMOS 800.000 precisamos de 800.000 esclarecimentos entregues aos Srs. Deputados
Façam chegar as vossas mensagens para o e-mail cuidadores.demencias@gmail.com, ou na sua impossibilidade por correio normal. (peçam a morada por mensagem privada).



No próximo dia 15 de Junho pelas 14h30 irá ser realizado um plenário público para audição dos cuidadores individuais e associações.

Para todos os que não possam, pelos mais variados motivos, estar presentes e fazerem-se ouvir, pedimos que nos enviem as vossas mensagens (como cuidam e em que condições cuidam) junto com uma foto do vosso familiar que precisa de cuidados, para que as possamos entregar, em mão, junto dos que irão apreciar as nossas carências e necessidades - Os Srs. Deputados da Assembleia da República.

domingo, 3 de junho de 2018

Há uma nova esperança para doentes com lesão na medula

António Salgado gosta de pensar na medula espinal como uma autoestrada, que liga o cérebro ao resto do corpo e por onde toda a informação processada no cérebro circula. "Quando essa autoestrada tem uma lesão, essa comunicação entre o cérebro e o resto do corpo é interrompida e isso leva às consequências que nós conhecemos. As mais visíveis são as consequências motoras", resume o investigador do Instituto para as Ciências da Vida e da Saúde da Escola Medicina da Universidade do Minho.


O investigador lidera uma equipa que estuda o desenvolvimento de novas estratégias para a regeneração de lesões medulares há dez anos. "Nós trabalhamos essencialmente na combinação de três áreas: fármacos, farmacoterapias, biomateriais e células estaminais. Começámos por desenvolver novos biomateriais e, aos poucos, fomos adicionando as outras peças do puzzle".

Este puzzle vai-se montando devagar, mas tem dado frutos e alegrias à equipa de António Salgado. "Conseguimos reverter os problemas motores nos animais com as estratégias que fomos desenvolvendo ao longo destes últimos dez anos", garantiu.

António Salgado explica que as alterações verificam-se, sobretudo, na forma como os ratos se movem. "Quando administramos as terapias que estamos a desenvolver no laboratório, eles conseguem recuperar parte da sua atividade motora, conseguem andar - não normalmente, mas com um grau de independência relativamente elevado", revelou.

Mas não só. Os roedores conseguem também apoiar-se nas patas traseiras para se alimentarem. "Isso demonstra que a terapia induziu um grau de recuperação na espinal medula que lhe permite fazer isso, ou seja, permitiu regenerar o tecido a um ponto que eles conseguem suportar o peso nas patas traseiras e isso é muito importante", garantiu. Além disso, os investigadores conseguiram observar o ganho de algumas funções básicas fisiológicas.

Os avanços da equipa da Universidade do Minho chamaram a atenção da revista científica Stem Cells, que destacou os resultados dos investigadores na capa da edição de maio. "É quase como um selo de qualidade no trabalho que estamos a desenvolver".

O próximo passo inclui o uso das mesmas estratégias em animais de maior porte, num contexto clínico veterinário, para mais tarde poder avançar para a parte humana. "Obviamente isso ainda está a muitos anos de distância. Nós estimamos que esta parte em que estamos agora vai demorar cerca de 5 a 6 anos e só depois é que podemos pensar na fase seguinte, se tudo correr bem", explicou o investigador.

O processo é lento mas António Salgado garante que é para benefício da qualidade dos tratamentos. "Temos de ter muito cuidado, temos de fazer todos os passos para termos a certeza que as estratégias e as terapias que estamos a resolver são seguras", explicou.

A equipa de António Salgado tem conseguido financiamento ao longo dos dez anos de investigação, mas o cientista explica que este é um desafio para quem trabalha em ciência, apesar de já terem conseguido investimento na ordem dos 2 milhões de euros.

Além do financiamento público, a investigação foi suportada pelo Prémio Santa Casa Neurociências - Melo e Castro, atribuído pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa em 2013, e voltou a ser distinguida pela instituição em 2017, num total de 400 mil euros.

"Quando [os prémios Santa Casa Neurociências] apareceram foram quase como um oásis. Foi em 2013, no pico da crise, com cortes de financiamento para a ciência enormes e é um prémio que é regular, que abre todos os anos, nós sabemos qual é o financiamento, sabemos quais são as áreas. Dá alguma estabilidade", contou.

Reportagem em áudio TSF

sábado, 2 de junho de 2018

Colóquio internacional: Deficiência e autodeterminação: o desafio da Vida Independente

EU: um convite que muito me honrou. Estarei a moderar a intervenção de um dos pioneiros da Vida Independente. Espero estar à altura.

COLÓQUIO INTERNACIONAL
Deficiência e autodeterminação: o desafio da Vida Independente
19 de junho de 2018, 09h30
Auditório Montepio (Lisboa)

O reconhecimento dos direitos de cidadania das pessoas com deficiência ao longo das últimas décadas tornou urgente a criação de políticas sociais potenciadoras da inclusão social, da participação e da autodeterminação das pessoas com deficiência. Noutros contextos geográficos tal só foi possível através do estabelecimento do direito à Vida Independente. Plasmada no art. 19.º da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência da ONU, a Vida Independente significa que as pessoas com deficiência devem ter a mesma escolha, controlo e liberdade na gestão das suas vidas e na vida nas suas comunidades como qualquer outra pessoa. Em Portugal esta é uma possibilidade muito recente e não generalizada à totalidade das pessoas com deficiência.

Este colóquio internacional, que contará com a presença de dois nomes incontornáveis no estabelecimento da Vida Independente a nível Europeu - Adolf Ratzka (Fundador e diretor do Independent Living Institute – Suécia), e Kapka Panayotova (presidente da European Network on Independent Living - ENIL), procura constituir um momento de reflexão sobre a situação das pessoas com deficiência e a implementação da Vida Independente para pessoas com deficiência em Portugal.

Programa (Provisório)

9h30 - 10h00 I Abertura
Eduardo Ferro Rodrigues, Presidente da Assembleia da República (a confirmar)
Ana Sofia Antunes, Secretária de Estado da Inclusão das Pessoas com Deficiência (a confirmar)
Ricardo Robles, Vereador do Pelouro da Educação e dos Direitos Sociais (a confirmar)
Fernando Fontes, Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra

10h00 - 10h30 I Conferência de Abertura (título a designar pelo autor)
Adolf Ratzka, Institute on Independent Living (Suécia)

10h30-11h00 I Discussão
Moderador: Eduardo Jorge, ativista pelos direitos das pessoas com deficiência em Portugal

11h00 - 11h30 I Intervalo

11h30 – 12h00 I Painel 1 – Inquérito às Condições de vida das pessoas com deficiência em Portugal: apresentação dos resultados
Equipa DECIDE

12h00 – 12h30 I Discussão
Moderador/a: Jerónimo de Sousa, Diretor do Centro de Reabilitação de Gaia (CRPG)

12h30 -14h30 I Pausa para almoço
14h30 – 15h00 I Painel 2 – Implementação da Vida Independente em Portugal: apresentação da avaliação intermédia do Projeto-Piloto de Vida Independente da Câmara Municipal de Lisboa.
Equipa DECIDE

15h00 – 15h30 I Discussão
Moderador: Pedro Homem Gouveia, coordenador da Comissão de Acompanhamento do Projeto-Piloto de Vida Independente da Câmara Municipal de Lisboa (a confirmar)

15h30 – 16h00 I Intervalo

16h00 – 16h30 I Políticas de Vida Independente na Europa
Kapka Panayotova, presidente da European Network on Independent Living (ENIL)

16h30 – 17h00 I Discussão
Moderador: Jorge Falcato Simões, Deputado da Assembleia da República

17h00-17h30 I Encerramento
Feliciano Barreiras Duarte, Presidente da Comissão de Trabalho e Segurança Social (a confirmar)
Humberto Santos, Presidente do Instituto Nacional para a Reabilitação (INR) (a confirmar)

Organização: Projeto “DECIDE - Deficiência e autodeterminação: o desafio da "vida independente" em Portugal” (PTDC/IVC-SOC/6484/2014 - POCI-01-0145-FEDER-016803).

Questionário: A autocompaixão e a atenção plena em técnicos de reabilitação e cuidadores de pessoas com deficiência

Esta investigação surge no âmbito da dissertação de Mestrado Integrado em Psicologia, na subárea de especialização de Intervenções Cognitivo-Comportamentais nas Perturbações Psicológicas e da Saúde, sob a orientação da Professora Doutora Paula Castilho.



O projeto de investigação visa a compreensão da relação entre a autocompaixão e atenção plena (mindfulness) e a fadiga da compaixão (burnout), sintomas psicopatológicos (ansiedade, depressão) e qualidade de vida dos técnicos de reabilitação e cuidadores de pessoas portadoras de deficiência. A autocompaixão tem sido crescentemente reconhecida pela comunidade científica pelo seu impacto positivo na saúde mental, qualidade de vida, felicidade e conectividade social. Desta feita, a compaixão apresenta-se como uma estratégia fundamental para a resposta emocionalmente adequada às exigências do trabalho, uma vez que promove o bem-estar psicológico e a resiliência, sendo de particular relevância para os profissionais das áreas da saúde, educação e reabilitação.

Responda ao questionário AQUI

A sua participação é de extrema importância e consiste no preenchimento de alguns questionários. Assim, solicitamos que não deixe nenhuma questão por responder, dado que tal invalidaria todas as suas respostas. Não existem respostas certas ou erradas, pretendendo-se apenas que responda da forma mais sincera e verdadeira possível. Os questionários são anónimos e confidenciais, sendo os dados utilizados unicamente para fins da investigação.

Fonte: O Deficientezinho

Aventuras noturnas de um tetraplégico: O pau ou os óculos?

Por João Rodrigues no Deficientezinho

São quase 2h da manhã e estou a ver Dr House na Netflix. Estava com comichão ao lado do olho esquerdo e tive uma ideia brilhantemente parva. Em vez de colocar o pau no suporte e coçar-me no pau (o pau que uso para escrever), pus o pau entre o meu braço esquerdo e o meu peito. Obviamente que ia dar merda.

Consegui coçar perto do olho e fiquei satisfeito dessa parte. No entanto, o pau começou a escapar para o lado. Estava a ficar fora do meu alcance. Tentei esticar a língua, tentei usar os fones para o puxar para mim… Mas nada resultava. Não podia usar o bom velho truque do fio dos fones porque estes meus novos fones são wireless…

Até que tive uma ideia estupidamente brilhante! Que tal eu tirar os óculos e puxar o pau usando uma haste dos óculos? Pareceu-me genial, mas percebi logo que ia haver uma baixa… Eu ia perder os óculos porque não ia conseguir coloca-los de novo. São óculos novos e ainda não treinei a parte de os colocar novamente nos olhos.

Fiz como a Fátima Campos Ferreira. Fiz um levantamento dos prós e contras. Ou neste caso, os prós de salvar cada um destes dois.

Prós de salvar os óculos (deixando cair o pau):
- Estava a ver a série na Netflix, logo não ia precisar do pau porque assim que um episódio termina, o seguinte começa automaticamente;
- Sem óculos eu ia ter algumas dificuldades em ler as legendas.

Prós de salvar o pau (deixando cair os óculos na mesa):
- Alguém podia falar para mim, e eu iria querer responder à pessoa;
- Podia não perceber algo no episódio e precisar de voltar atrás;
- Podia aparecer uma mosca no meu braço e eu ter de a enxotar;
- Podia acontecer algo grave e eu ter de ligar para o 112.

“Ver ou não ver?”
“Escrever ou não escrever?”
“Eis as questões…”

Pareceu-me que manter o pau e sacrificar os óculos seria o mais sensato. O plano era atirar os óculos para cima da mesa, mas não foi assim que esta epopeia terminou…

Iniciei a operação. Tirei os óculos, segurei uma das hastes na boca e puxei o pau para cima. Foi um sucesso! Estava com a haste na boca e o pau também na boca. É difícil segurar duas coisas ao mesmo tempo. Tentei pousar o pau no suporte para poder atirar os óculos para cima da mesa, mas os óculos caíram-me da boca!!!

Consegui que ficassem pendurados no pau. Agora, era preciso levantar o pau sem os deixar cair e pousá-los na mesa. Obviamente que falhei miseravelmente nessa missão. Os óculos caíram ao chão e arrepiei-me porque era a primeira vez que eu os estava a deixar cair.

Este sacrifício não foi em vão, pois pude conversar com uma amiga, escrever este belo texto e ver o resto de Dr House. Só tive de pôr o Word em zoom de 160% e o Google Chrome em zoom de 175%. Nada mais… Agora só tenho de ter cuidado e não pisar os óculos quando for dormir…

Amanhã conto-vos como isso correu…

PS: A amiga era a Joana Mendes. :)

Fonte: O Deficientezinho

quarta-feira, 30 de maio de 2018

Pony Club do Porto: Equitação adaptada

Gostaríamos de vos apresentar o nosso espaço como um destino em termos de experiências a cavalo no Porto com condições para receber indivíduos com mobilidade reduzida ou outro tipo de deficiência física.


Trabalhamos com equitação terapêutica e portanto estamos preparados em termos de póneis /cavalos como de materiais , de acessos para receber pessoas com mobilidade reduzida e ter a possibilidade de usufruir um momento de proximidade com estes animais e possibilidade de fazer uma experiência a montar.


5 ANOS DE PONY CLUB DO PORTO 

Fundar o Pony Club do Porto foi uma oportunidade proporcionada pelos póneis para realçarmos a melhor das nossas virtudes: a solidariedade. Sendo o animal protagonista, este Projeto pretende ser um promotor da inclusão social e do desenvolvimento de crianças, jovens e adultos com necessidades especiais.

A missão humanitária do Pony Club do Porto passa por proporcionar o acesso a práticas de equitação desportiva e terapêutica de forma abrangente , sem fronteiras de ordem social ou económica. Sem preconceitos. Apenas com 5 anos de existência cerca de 200 crianças, jovens e adultos usufruem atualmente dos serviços do Pony Club do Porto.

A estas duas áreas juntaram-se os Campos de Férias de Inclusão que no passado chegarão a mais de 300 participantes divididos pelos períodos de Carnaval, Páscoa, Verão e Natal. As nossas Festas de Aniversário fazem atualmente passar pelas instalações do Pony Club do Porto uma média de 100 crianças por mês.

O Pony Club do Porto orgulha-se de neste momento ser já uma referência no panorama equestre nacional, não só pelos números que acabamos de apresentar, mas acima de tudo pela qualidade, empenho e dedicação que diariamente os seus Técnicos, Professores e Monitores aplicam nas suas atividades e pela ação altruísta e visão de futuro da sua Direção.

Desta forma “O Futuro não é o lugar para onde vamos, mas o lugar que estamos a Criar.”

PONY CLUB DO PORTO

O novo Centro Equestre do Pony Club do Porto está inserido no complexo do Hospital Conde Ferreira, na freguesia de Paranhos, Concelho do Porto. Tem uma área de terreno de 9.553,97m2 com uma configuração perimetral retangular com aproximadamente 87m de profundidade por 98m de largura.

Em termos gerais, o Centro Equestre do Pony Club do Porto apresentará as seguintes estruturas:

- 2 Campos exteriores para trabalho de animais, aulas e provas/apresentações;
- 2 picadeiros cobertos: um para a vertente de equitação desportiva e outro para as sessões de equitação terapêutica;
- 20 boxes para alojar Póneis e Cavalos;
- 1 edifício de apoio com escritórios e sala de direção;
- 1 centro veterinário com box de isolamento e espaço de ferração;
- 1 edifício Multifunções que albergará gabinetes de terapias, uma sala sensorial, camaratas;
- 1 sala Polivalente para formação, conferências, serviço de bar e aniversários;
- Balneários e WC’S;
- Vários espaços de apoio como armazém e garagem;
- Espaço verde envolvente com zona de convívio e Horta Pedagógica.

Se pretenderem saber mais informações estamos disponíveis.

https://www.facebook.com/PonyClubdoPorto/


Enviado por email

terça-feira, 29 de maio de 2018

Petição contra a ilegalidade na Atribuição de Produtos de Apoio para absorção de urina e fezes no SNS

À Procuradoria Geral da República, À Provedoria de Justiça.


Tendo em conta que inúmeras famílias portuguesas ficaram sem acesso à atribuição de produtos de apoio de absorção de urina e fezes, devido à circular normativa conjunta N. 28 /2017/DPS/ACSS, que refere que:
“ apenas devem ser reembolsados os pedidos de utentes incontinentes que apresentem Atestado Médico Multiusos que ateste uma incapacidade igual ou superior a 60% e que reúnam, cumulativamente, os requisitos de isenção do pagamento de taxa moderadora por motivo de insuficiência económica.”

Assine aqui a petição.

Solicita-se a intervenção de Vossa Excelência, nesta matéria, tomando as diligências necessárias nesse âmbito, pois consideramos que a mesma, além de ter vindo a condicionar o referido acesso, encontra-se em conflito com o Decreto-Lei n.º 93/2009, de 16 de Abril que refere que:

Constituem objetivos do SAPA a realização de uma política global, integrada e transversal de resposta às pessoas com deficiência ou com incapacidade temporária de forma a compensar e atenuar as limitações de atividade e restrições de participação decorrentes da deficiência ou incapacidade temporária através, designadamente:
a) Da atribuição de forma gratuita e universal de produtos de apoio;

Sobrepondo-se desta forma, uma circular normativa perante um decreto-lei, o que nos leva a crer estarmos perante uma ilegalidade, revelando uma incongruência relativamente àquele que é o ordenamento jurídico português.

Fonte e mais informações: Movimento Filhos Sem Voz

domingo, 27 de maio de 2018

Congresso Internacional Deficiência e Cidadania – Desafios da (A)Normalidade nas Sociedades Contemporâneas

Nos dias 5 e 6 de setembro vai realizar-se o Internacional Congress on Disability and Citizenship Challenges of (Ab)Normality in Contemporary Societies, na Faculdade de Letras da Universidade do Porto.


A FLUP vai receber o primeiro Congresso Internacional Deficiência e Cidadania – Desafios da (A)Normalidade nas Sociedades Contemporâneas. A inscrição é feita através do site e o custo vai depender do estatuto e da data de inscrição. Até 30 de maio, os estudantes têm de pagar 10€, os não-estudantes e outros 20€. Posteriormente, o valor para os alunos sobe para 15€ e os restantes é de 30€. E o limite para a entrega de propostas de comunicação é 30 de maio.

O Instituto de Sociologia da Universidade do Porto é quem está a organizar o evento com o propósito de abordar, de compartilhar experiências e de procurar alternativas, para que a integração dos cidadãos portadores de deficiência seja plena na sociedade. Não há restrições nos assuntos que vão ser debatidos, mas vai haver incidências nas áreas da mobilidade e acesso à informação e comunicação, das dinâmicas do mercado de trabalho e da participação, da educação, das dinâmicas familiares, das identidades e dos direitos.

Da comissão organizadora fazem parte: Alexandra Lopes do Instituto de Sociologia da Universidade do Porto, Ana Catarina Correia, Alice Ribeiro, Filipe Batista, Pedro Barbosa e Rute Lemos, todos da Universidade do Porto.

Neste evento vão participar especialistas internacionalmente reconhecidos tais como: Mark Priesley – da Universidade de Leeds, diretor científico da ANED, European Commission’s Academic Network of European Disability; Paula Campos Pinto – da Universidade de Lisboa, Coordenadora do Observatório da Deficiência e Direitos Humanos; Fernando Fontes – da Universidade de Coimbra, especialista em investigação sobre violência e crimes de ódio sobre pessoas com deficiência em Portugal; Ema Loja – da Universidade do Porto, especialista em investigação sobre os processos de incapacitação e ableísmo em Portugal e a sua relação com as questões do corpo.

Fonte: Jornal Universitário do Porto