COMENTÁRIO À MENSAGEM ABAIXO: Deixo aqui um comentário de uma não tetraplégica, mas mãe de um menino com paralisia cerebral e um provável dependente, por isso também eu sou um bocadinho tetraplégica....
As notícias, a imprensa querem noticiar coisas incríveis !
Há pessoas excepcionais em todo o lado, deficientes ou não.
Eu ainda tenho as duas perninhas e os dois bracinhos a trabalhar a 100 % e não me destaco em nada. Trabalho árduamente e não oiço uma palavra de apreço. Sou mediana e sinto-me com baixa auto-estima constantemente. Sinto a pressão própria de ser uma boa profissional. Talvez porque sou mulher e gostaria de mostrar que tb as mulheres conseguem ser boas profissionais no meu ramo....
Mas se não sou nada disso, tento ser a melhor mãe possível, a melhor amiga possível....uma boa pessoa.
Quando oiço noticias que um deficiente alcançou, fez isto ou aquilo....só penso: mesmo que não fosse, estaria destinado a ser alguém que se destacaria mesmo. No fundo queremos ser heróis, mas se em cada casa, formos o melhor que soubermos, dar o melhor de nós aos nossos entes queridos....então estamos a ser valiosos.
À sociedade da competição, um basta !
A cada deficiente o meu reconhecimento. Com tudo a funcionar, já há dias que custa a sair da cama, mesmo....imagino com entraves.
Sempre pensei que um dia podia ficar tetraplégica. Não sei se o serei ou não, mas vejo as limitações do meu filho e isso basta-me para ver que a nossa sociedade está estruturada para a "normalidade". Teremos de mudar isso.
A normalidade é precisar de rampas e sítios acessíveis.
Um abraço e desculpe a intromissão....
Conheçam (aqui) e ajudem se puder o JP.
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