Os acidentes vasculares cerebrais foram o motivo que levou mais utentes a procurarem o Centro de Alcoitão para reabilitação, uma causa que tem crescido nos últimos cinco anos, segundo o estudo que é hoje apresentado.
O documento, a que a agência Lusa teve acesso e que revela o desempenho e os resultados da instituição nos últimos anos, mostra igualmente que têm diminuído os casos de lesões traumáticas.
Nas conclusões do estudo, apresentado a propósito do 46 aniversário do Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão (CMRA), o facto de os acidentes vasculares cerebrais serem o motivo dominante na procura da instituição é justificado com "o sedentarismo e hábitos pouco saudáveis (tabaco, má alimentação, falta de atividade física....)".
Por outro lado, prossegue o estudo, "verifica-se um decréscimo de casos de lesões medulares traumáticas, o que poderá ser explicado pelo reforço das campanhas rodoviárias e um maior controlo da segurança e higiene no trabalho".
O estudo, que resulta de uma análise comparativa realizada por uma consultora independente a três das principais instituições de reabilitação da Península Ibérica - Centro de Medicina de Reabilitação do Alcoitão, Centro de Medicina de Reabilitação e o Instituto Guttmann, em Badalona -- coloca o CMRA "como um centro de excelência".
Em relação à demora média de reabilitação (tempo médio de internamento em reabilitação no centro), este diminuiu em 2011 relativamente ao ano anterior e é ainda "inferior à média do grupo de referência".
Em 2011, a demora média de reabilitação foi de 63 dias (78 em 2010), enquanto o grupo de referência apresentava 72 dias.
"Tal facto reflete-se no impacto em tempo de internamento", lê-se nas conclusões do estudo.
Sobre os episódios com complicações - que "revelam a evolução na qualidade dos tratamentos" - a taxa foi de 16,8 por cento em 2011 (27,5 no grupo de referência), enquanto no ano anterior tinha sido de 20,7 por cento.
"As complicações referem-se a condições de saúde desfavoráveis que surgem durante a estadia do doente no Centro e que podem corresponder a efeitos adversos provocados pela assistência clínica", lê-se no estudo, que classifica este indicador como "uma importante medida da qualidade dos cuidados prestados".
Inaugurado em 1966, o CMRA pertence à Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, tendo sido criado para dar resposta às necessidades dos lesionados da Guerra do Ultramar.
Atualmente, este centro recebe pessoas portadoras de deficiência sobretudo física ou multideficiência congénita e adquirida, por exemplo, vítimas de Acidente Vascular Cerebral (AVC), sequelas de politraumatismos e traumatismos craneo-encefálico graves.
Fonte: SIC Online
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