De acordo com um estudo realizado em Portugal, pelos médicos Ricardo Prata e Jorge Mineiro em colaboração com a Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia (SPOT), "a incidência predominante dos traumatismos vertebro medulares por mergulho ocorre nas faixas etárias mais jovens, com 43% dos acidentes em jovens até aos 19 anos e 72% se considerarmos os traumatizados até aos 29 anos”.
Os dados obtidos de forma prospectiva na época balnear de 2012, em Portugal, são os primeiros do género a serem colhidos e permitem colmatar a falta de literatura existente no nosso país acerca da real incidência destes traumatismos, bem como caracterizar a população neles envolvida e todo o processo decorrente desde o acidente até à alta hospitalar para o domicílio ou centro de cuidados continuados.
"É a população jovem a que mais sofre este tipo de traumatismos com consequências graves e permanentes na sua saúde, nomeadamente pela elevada incapacidade motora/sensorial facto esse que condiciona uma longa dependência de cuidados prestados por outros para quase todas as actividades da vida diária” alerta Jorge Mineiro, presidente da SPOT.
O especialista acrescenta ainda: "Ao grande impacto psicológico associado a esta situação junta-se o impacto económico correspondente às hospitalizações frequentes, intervenções do foro médico e cirúrgico, fármacos, reabilitação lenta morosa e crónica para além da adaptação ao meio envolvente do doente e à nova condição física, o que explica as altas verbas despendidas no tratamento de lesões que podem ser evitadas”.
Os traumatismos vertebro medulares apresentam elevadas taxas de morbilidade/mortalidade particularmente elevada em Portugal face ao panorama europeu. As causas mais comuns são, para além do mergulho, os acidentes de viação, as quedas, os traumatismos com armas (principalmente as de fogo) e as actividades aquáticas de desporto/lazer.
Esta campanha é promovida pela SPOT com o apoio da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.
Fonte: Atlas da Saúde
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