sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Minha ausência e a necessidade de uma Vida Independente

Quem não me acompanha nas redes sociais deve ter estranhado esta minha ausência. Ausência essa, devido a vários motivos:

- Inicio de escaras na região do ísquio (osso saliente em cada nádega onde nos sentamos) que me levou a ficar uns dias de cama (comecei ontem o levanto progressivo para a cadeira de rodas), pois para mim o melhor tratamento continua a ser o deixar imediatamente de fazer pressão sobre a região afetada. Feridas já estão cicatrizadas, agora é aguardar que próximos levantes corram bem e a cura total aconteça;

- Uma escara no joelho direito devido ao deslocamento da rotula e abusar do decúbito ventral (barriga para baixo), que graças a uma boa joalheira e evitar pressão na região afetada, também está a responder bem ao tratamento;

- Unha grande do pé esquerdo, dilacerada por ter ficado dobrada para baixo, dentro da bota, durante o dia inteiro. Também a melhorar (uma pantufa vai ajudando) e a preparar-se para se soltar e cair;

- Meu cuidador de há vários anos também teve que deixar de me apoiar por motivos de saúde. Solicitei apoio domiciliário à única IPSS da minha área, mas os serviços prestados não respondem minimamente ás minhas reais necessidades. Vejam: almoço que consiste em entregar um termo com comida em cima da mesa e sair imediatamente; Higiene habitação, mas somente nos espaços da casa que utilizo; Tratamento da roupa e Higiene pessoal que se baseia em virem uma vez por dia, e com os minutos contados. Mas só isso não basta. Preciso de mais:

Quem me sirva as refeições; Quem me abra e feche a porta; Quem me deite e levante; Quem me faça posicionamentos na cama de 3 em 3 horas; Quem me dê banho e apoie no treino intestinal (dia sim, dia não, e prolonga-se durante 1h30); Quem me apoie nos fins de semana, noites e feriados; Ida a consultas; Alimentar meu cão e gato; Regar plantas; Acompanhar exames da faculdade; Vestir e despir capa no dia de chuva, etc, etc…

Neste momento continuo com o Apoio Domiciliário, e graças aos meus colegas da faculdade que se disponibilazaram a pagar-me uma cuidadora enquanto situação estabilize, conto com apoio de uma amiga que faz o que Apoio Domiciliário não faz. Expus também o meu caso ao INR, Governo, ISS, ANDST-Associação Nacional Sinistrados no Trabalho, minha seguradora e aguardo respostas concretas.
Como vêm ser dependente em Portugal não é tarefa fácil. Dai a minha greve de fome, e aproveito para vos comunicar que a Conferência sobre Vida Independente realizada no inicio do mês de dezembro em Lisboa, correu muito bem e que o endereço de email para enviarem as vossas sugestões para elaboração de uma lei sobre VI, ainda se encontra disponível. Não deixem de colaborar.

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Convite: Conferência internacional pelo direito a uma vida independente em Lisboa

Amigos,
Deixo-vos um convite para estarem presentes na próxima terça feira, no Fórum Lisboa, numa conferência sobre Vida Independente onde irei participar. Haverá transporte gratuito a partir do Porto e transmissão online para quem não puder comparecer.

Tudo começou aqui: http://tetraplegicos.blogspot.pt/2013/07/a-aventura-de-um-tetraplegico-para.html depois...
- Minha greve de fome: http://tetraplegicos.blogspot.pt/2013/10/greve-de-fome-pelo-direito-uma-vida.html
- Resultado: http://tetraplegicos.blogspot.pt/2013/10/resultados-da-minha-greve-de-fome.html
- Apoio da imprensa: http://tetraplegicos.blogspot.pt/2013/10/resumo-comunicacao-social-sobre-greve.html e a luta continua com esta…

CONFERÊNCIA INTERNACIONAL PELO DIREITO A UMA VIDA INDEPENDENTE

O Estado Português subscreveu a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência em 2009. A Convenção é muito clara:
(...) “os Estados Partes comprometem-se a:
a) Adoptar todas as medidas legislativas, administrativas e de outra natureza apropriadas com vista à implementação dos direitos reconhecidos na presente Convenção;”

Passaram já 4 anos e o Estado não cumpriu o compromisso que assinou relativamente a inúmeros itens da Convenção, nomeadamente o estabelecido no Art.19º - Direito a viver de forma independente e a ser incluído na comunidade

Neste Artº o Estado Português reconheceu “o igual direito de direitos de todas as pessoas com deficiência a viverem na comunidade, com escolhas iguais às demais” e comprometeu-se a tomar “medidas eficazes e apropriadas para facilitar o pleno gozo, por parte das pessoas com deficiência, do seu direito e a sua total inclusão e participação na comunidade, assegurando nomeadamente que:

a) As pessoas com deficiência têm a oportunidade de escolher o seu local de residência e onde e com quem vivem em condições de igualdade com as demais e não são obrigadas a viver num determinado ambiente de vida;

b) As pessoas com deficiência têm acesso a uma variedade de serviços domiciliários, residenciais e outros serviços de apoio da comunidade, incluindo a assistência pessoal necessária para apoiar a vida e inclusão na comunidade a prevenir o isolamento ou segregação da comunidade;

c) Os serviços e instalações da comunidade para a população em geral são disponibilizados, em condições de igualdade, às pessoas com deficiência e que estejam adaptados às suas necessidades.”

Recordamos ainda que na Lei n.º 38/2004,de 18 de Agosto sobre o regime jurídico da prevenção, habilitação, reabilitação e participação da pessoa com deficiência, no Artigo 7.º - Princípio da autonomia, se define que a “pessoa com deficiência tem o direito de decisão pessoal na definição e condução da sua vida.”

O que observamos, passados estes anos é que a política dos sucessivos governos tem-se orientado no sentido da institucionalização das pessoas com deficiência.

O Estado em vez de criar condições para as pessoas com deficiência se manterem nas suas residências, no seu enquadramento familiar e social centra a sua intervenção na comparticipação de soluções orientadas para o desenraizamento social e afectivo destas pessoas.

Comparticipa por ex. os lares residenciais com 951,53€ por utente internado e no entanto, se a mesma pessoa estiver em casa, com a sua família, a comparticipação máxima que poderá ter para contratar alguém para o assistir, é de 177.79€.

Existe mesmo a situação paradoxal de ser possível financiar com 672,22€ uma família de acolhimento na casa ao lado da família, que nas melhores das hipóteses, tem direito a 177,79€ para cuidar do seu familiar dependente.

É de notar que, quer na situação de internamento em lares quer nas famílias de acolhimento, as pessoas com deficiência ainda têm de comparticipar com parte dos seu magros rendimentos.

Esta situação é anacrónica quer do ponto de vista do bem-estar emocional e social da pessoa, quer ainda do ponto de vista da despesa do Estado. Uma solução que passe por pagamentos directos à pessoa com deficiência, dando-lhe meios que lhe permitam escolher entre a permanência na sua residência ou o internamento, poderá, no nosso ponto de vista, ser também uma poupança para as contas do Estado.

O conceito de vida independente é a saída para o cumprimento dos compromissos assumidos pelo Estado quer na Convenção já referida, quer na legislação nacional existente. Cabe à pessoa com deficiência “o direito de decisão pessoal na definição e condução da sua vida.” Este foi o compromisso assumido pelo Estado Português ao assinar a Convenção. Foi também o próprio Estado que na Estratégia Nacional para a Deficiência 2010-2013 (ENDEF) inscreveu várias medidas que vão nesse sentido:

Medida 63: Desenvolver projecto-piloto que cria o serviço de assistência pessoal.
Medida 64: Executar o aumento da capacidade das residências autónomas (RA).
Medida 66: Executar o aumento da capacidade do Serviço de Apoio Domiciliário (SAD).

Nenhuma destas medidas, que têm como prazo de execução este ano, foi executada de uma forma expressiva, não havendo sequer notícia do projecto piloto que criaria o serviço de assistência pessoal, um dos pilares da vida independente.

Está na altura de passar das boas intenções à prática. É necessária uma lei de promoção da autonomia pessoal/Vida Independente que garanta o direito a uma vida independente para as pessoas com deficiência.

O QUE É A VIDA INDEPENDENTE?

Vida Independente é uma filosofia e um movimento de pessoas com deficiência que trabalham para a auto-determinação, igualdade de oportunidades e respeito por si próprias. Vida Independente não significa que queiramos ser nós a fazer tudo e que não precisamos de ajuda de ninguém ou que queiramos viver isolados.

Vida Independente significa que exigimos as mesmas oportunidades e controlo sobre o nosso dia-a-dia que os nossos irmãos, irmãs, vizinhos e amigos, sem deficiência, têm por garantidos. Nós queremos crescer no seio das nossas famílias, frequentar a escola do bairro, trabalhar em empregos adequados à nossa formação e interesses e constituir a nossa família.

Visto sermos os melhores peritos nas nossas necessidades, precisamos mostrar as soluções que queremos, precisamos de estar à frente das nossas vidas, pensar e falar por nós próprios – tal como qualquer outra pessoa.

Com este fim em vista nós temos de nos apoiar e aprender uns com os outros, organizarmo-nos e trabalharmos por mudanças politicas que conduzam a uma protecção legal dos nossos direitos humanos e cívicos.

Nós somos pessoas comuns partilhando a mesma necessidade de se sentirem incluídas, reconhecidas e amadas.

ENQUANTO ENCARARMOS AS NOSSAS INCAPACIDADES COMO TRAGÉDIAS , TERÃO PENA DE NÓS.

ENQUANTO SENTIRMOS VERGONHA DE QUEM SOMOS, AS NOSSAS VIDAS SERÃO VISTAS COMO INÚTEIS.

ENQUANTO FICARMOS EM SILÊNCIO, SERÃO OUTRAS PESSOAS A DIZER-NOS O QUE FAZER.

Adolf Ratzka – Independent Living Institute - 2005

PROGRAMA

Conferência Vida Independente – A nossa vida nas nossas mãos

Programa
9.00 – 9.45 Recepção
9.45 – 10.15 Mesa de Abertura
Jorge Falcato - (d)Eficientes Indignados
João Afonso – Vereador do Pelouro dos Direitos Sociais - Câmara Municipal de Lisboa
Secretaria de Estado da Solidariedade e Segurança Social*
10.15 – 10.30 Pedro Hespanha - Centro de Estudos Sociais - Coimbra
10.30 – 10.50 Nuria Gómez – Fórum Vida Independent da Catalunha
Assistência pessoal, um direito humano.
10.50 – 11.30 Adolf Ratzka – Independent Living Institute – Suécia
Vida Independente para as pessoas com deficiência: de doente a cidadão e cliente
11.30 – 11.45 Intervalo
11.45 – 12.00 Eduardo Jorge – (d)Eficientes Indignados - Como é viver dependente
12.00 – 12.45 Debate
12.45 – 14.00 Almoço – “Partilha de Sabores” – Traga a sua especialidade e partilhe-a.
14.00 – 14.15 Apresentação de texto sobre a Legislação de Autonomia Pessoal/Vida Independente.
14.15 - 16.30 Debate sobre o texto apresentado - Adolf Ratzka; Nuria Gomez; Jorge Falcato
16.30 – 17.00 Apresentação de conclusões
*A confirmar

Para conhecer melhor os nossos convidados estrangeiros:
Adolf Ratzka
Curriculo
http://www.independentliving.org/ratzka.html
Time Magazine Recognizes Adolf Ratzka as European Visionary
http://www.independentliving.org/docs5/time.html
Entrevistas
http://www.independentliving.org/ratzka-interviews.html

Nuria Gómez
Duas intervenções
http://www.forovidaindependiente.org/node/288
http://www.forovidaindependiente.org/node/291

Movimento (d)Eficientes indignados
Telefone de contacto - 965380600

Email - deficientes.indignados@gmail.com
Página Facebook - https://www.facebook.com/dEficientes.Indignados
Site - http://www.deficientesindignados.org/

Deficientes contra entrega de Centro de Reabilitação do Norte à Misericórdia

A Associação Nacional dos Deficientes Sinistrados no Trabalho exigiu terça-feira que a gestão do
Centro de Reabilitação do Norte seja entregue ao Serviço Nacional de Saúde, após o período de 3 anos concedido à Misericórdia do Porto.

Numa moção divulgada terça, e que foi aprovada “por unanimidade” no XI Congresso Nacional de Deficientes, a associação manifesta “ao Governo o seu total desacordo pela entrega da gestão do Centro de Reabilitação do Norte [CRN], à Misericórdia do Porto” e censura “o Governo, em especial o Ministro da Saúde, pela recusa da audição e participação das organizações representativas das pessoas com deficiência, principais utentes daquela unidade de reabilitação.

Os signatários deliberaram ainda “exigir que a gestão do CRN, após o fim do período de três anos da gestão concedida à Misericórdia do Porto, passe para a exclusiva responsabilidade do Serviço Nacional de Saúde, com gestão pública e em que estejam representadas as organizações representativas das pessoas com deficiência”.

A moção recorda que “a construção do CRN é resultado da luta do movimento associativo das pessoas com deficiência da região norte”, tendo sido “feita com dinheiros públicos e com a participação financeira da Comunidade Europeia”.

O documento destaca também que “o governo violou a Convenção Europeia dos Direitos das pessoas com deficiência serem ouvidas em tudo o que às pessoas com deficiência diz respeito” e ainda “violou o Decreto-lei nº 106/2013 que consagra o direito de participação e audição das organizações representativas das pessoas com deficiência”.

A Santa Casa da Misericórdia do Porto (SCMP) vai assumir por 3 anos a gestão do Centro de Reabilitação do Norte, estando prevista a transferência, aprovada em conselho de ministros na passada semana, de 27,6 milhões de euros para o efeito.

Pronto desde Julho de 2012, mas ainda de portas fechadas, o CRN deverá entrar em funcionamento depois de a ARS Norte fazer a entrega do edifício prevendo o provedor António Tavares que tal possa acontecer “já em Dezembro” com “algumas consultas para doentes”, ainda que só fique a funcionar “em pleno” em 2014.

A obra do novo Centro de Reabilitação do Norte (CRN) foi lançada em Junho de 2010 pela então ministra da Saúde, Ana Jorge e a empreitada apresentava então um custo previsto de cerca de 32 milhões de euros e deveria estar concluída em “22 a 24 meses”.

O Centro de Reabilitação do Norte é uma unidade que visa beneficiar os utentes portadores de défices, incapacidades e limitações, de programas de reabilitação validados cientificamente.

Fonte: Porto Canal

Tantra para pessoas com lesão medular

As lesões medulares afetam 30 pessoas a cada 1 milhão de habitantes, principalmente homens na
faixa etária entre 20 e 30 anos com acidentes automobilísticos. Sob o ponto de vista biomédico, observa-se a existência de danos ou anormalidades estruturais e funcionais do corpo, que passa a apresentar alguma incapacidade.

As paraplegias resultam de lesões (traumáticas ou não), que comprometem os segmentos medulares, ocasionando perda total dos movimentos e da sensibilidade dos membros inferiores. Como consequência, é possível ocorrerem perdas relacionadas com as excreções das funções sexuais (como ereções, ejaculações e fertilidade).

É comum que ocorra a insensibilidade das regiões abaixo das lesões, com a inibição das estimulações táteis, mas o desejo sexual persiste, apesar das sequelas do trauma. Nossa experiência demonstra que a persistência dos estímulos nos músculos sexuais e nos tecidos adjacentes provoca a reorganização funcional dos agentes da erotização dos tecidos, do prazer e do orgasmo.

A ênfase do nosso trabalho é aumentar as áreas de sensibilidade que produzem a excitabilidade sexual, pois a incontinência sexual acarreta um maior dano e comprometimento desses tecidos orgânicos, responsáveis pelo prazer. Nossa experiência, respeitando os danos causados pelas lesões, demonstra que é possível recuperar gradualmente as percepções e sensibilidade através de estímulos localizados nos músculos sexuais, num processo de reorganização funcional com enfoque eminentemente terapêutico.

Estudos comprovam que o toque permanente em regiões sem alguma sensibilidade proporciona novas ramificações de células condutoras que estimulam o cérebro a criar novos caminhos entre Vias Aferentes e Vias Eferentes.

Os terapeutas credenciados especializados nessa abordagem atuam justamente no resgate e na recuperação das conexões do prazer com os sentidos. O resultado manifesta-se no corpo físico, pela descoberta de novas formas de prazer e de orgasmo.

O trabalho irá afetar a forma como a pessoa com deficiência respira, sente, atua e compartilha o prazer e o êxtase, reorganizando novas informações e estímulos vinculados aos músculos sexuais. O prazer torna-se mais real, sem o uso da fantasia, dando oportunidade ao corpo para criar novas conexões neurológicas.

Você irá aprender novas técnicas que irão aprofundar a sua intimidade, criando maior contato com o seu centro de energia, mais relaxamento e confiança, harmonizando-se e integrando-se a um estado de paz e harmonia.

A sexualidade das pessoas com deficiência é muito mais complexa do que se pode imaginar. Assim como ocorre com todas as pessoas, não dá para dizer que os corpos reagem de forma igual aos estímulos. Os resultados do trabalho dependerão de alguns fatores, como altura da lesão na medula, gravidade da fratura, capacidade psicológica para enfrentar o problema e a qualidade no processo de reabilitação.

Nem todas as pessoas chegam a ter comprometimento da função sexual após a lesão. Para essas, o ganho do trabalho poderá ser mais enriquecedor. No entanto, deixar de trabalhar os estímulos sexuais pode ocasionar um aumento significativo da perda da libido e um comprometimento definitivo nos tecidos orgânicos relacionados com o prazer, principalmente nos genitais. Os músculos sexuais ficam demasiadamente frouxos e, sem uma tonificação adequada, acabam atrofiando completamente as funções sexuais.

No Tantra, você aprenderá que existem diferentes tipos de orgasmo, relacionados a estímulos provocados de diferentes densidades, usados especialmente para essa finalidade. Os estímulos foram especialmente elaborados para ativar as vinculações nervosas, proporcionando novas informações sensoriais e respostas motoras. Por exemplo, o clitóris está ligado a apenas um dos quatro conjuntos de nervos envolvidos com o prazer sexual, o “pudendo”. O colo do útero tem três nervos relacionados às informações funcionais orgânicas e de prazer, o “pélvico”, o “hipogástrico” e o “vago”.

Antigamente, acreditava-se que o nervo vago passava por dentro da coluna vertebral e terminava no intestino. Mas o nervo vago se estende por fora da medula saindo diretamente do cérebro, desce pelo pescoço, passa pelas cavidades torácica e abdominal e chega até a região pélvica. A primeira evidência de que havia enervações do vago no colo do útero e talvez na vagina foi publicada em 1990, com base em um estudo com ratos. (Sielo 2009).

Alguns homens e mulheres com lesão na coluna, observados em estudos anteriores, tiveram orgasmos sem precisar de toques genitais. Uma carícia no ombro ou no pescoço em alguns casos bastava. Provavelmente devido a uma hipersensibilidade na área da lesão, segundo os autores, essas pessoas sentiam dor ou prazer com facilidade.

Fisiologicamente , o corpo responde a estímulos de toque, mas para isso é preciso saber tocar e saber fazer o outro sentir também. Os trabalhos desenvolvidos com o Tantra, têm proporcionado excelentes resultados com pacientes, homens e mulheres, que, por algum motivo, tiveram perdas pequenas ou médias de sensibilidade corporal, relacionados à ereção, à ejaculação e ao orgasmo, perante as estimulações de caráter sexual. Para esses pacientes, poder sentir de 1 a 10 % de sensibilidade sexual já representa um ganho excepcional que justifica o investimento nos tratamentos de recuperação neuro-funcional.

O trabalho de reorganização sensorial objetiva cria novas inervações sensitivas mecânicas, favorecendo a formação de novas sinapses neurológicas que conduzam a experiência sensorial para o encéfalo, criando o reconhecimento neuronal do prazer e do toque, acordando os atributos dos tecidos erógenos do corpo, capazes de levantar a energia a um nível satisfatório para uma experiência de êxtase, de orgasmo e de prazer.

Cada corpo responde de formas diferentes, produzindo os novos caminhos informativos pelo corpo.

Através de uma compreensão que vai além da fisiologia, contestamos a idéia de que a ausência de sensibilidade nos genitais está associada à indiferença ao sexo. Nosso trabalho se fundamenta principalmente na produção dos humores corporais, os hormônios, fazendo com que o cérebro responda e atue, independentemente da genitália, na gênese da experiência erótica, fazendo com que as pessoas que passaram por lesões raquimedulares redescubram o desejo e a satisfação de compartilhar o prazer sexual com seus parceiros.

Na lesão medular o impulso sexual está integralmente preservado, podendo permanecer oculto no desequilíbrio emocional subsequente à lesão. O trabalho de suporte terapêutico através dos estímulos adequados nos músculos sexuais fará com que, dentro de semanas ou meses, recuperem suas funções sexuais.

As pessoas com paraplegias necessitam de ajuda na reconstrução de sua identidade sexual, uma elaboração de uma nova imagem corporal que recupere a auto-estima. Novos estímulos, especialmente elaborados no Centro Metamorfose, podem ajudar a reconstruir os papéis de vitalidade dos componentes masculino e feminino presentes no corpo e no psiquismo de nossos clientes especiais.

Existe a idéia pré-concebida de que um corpo fisicamente limitado será também um corpo sexualmente limitado, o que não corresponde à realidade. Existem inúmeras possibilidades alternativas para a manifestação da sexualidade, para a obtenção do prazer e para a perspectiva de trocas de intimidade para as pessoas portadoras de necessidades especiais, afastando a idéia de que o deficiente físico é assexuado.

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APD realiza vigília do dia 3 de Dezembro em frente á Assembleia da República

Caros amigos,

A Associação Portuguesa de Deficientes vem novamente apelar à participação da vossa instituição na vigília do dia 3 de Dezembro, dia em que se assinala o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, na Assembleia da República, das 19h00 às 22h00. As medidas de austeridade não afectam somente as pessoas com deficiência, embora estas, pelas suas condições particulares sejam as que mais sentem os cortes nos vencimentos, pensões e apoios sociais. A APD gostaria de poder contar com todos os portugueses nesta acção contra as políticas que estrangulam a vida dos portugueses e põe em causa a soberania nacional.

 Queremos os professores ao nosso lado porque está em causa a escola pública e a educação dos alunos com NEE;

 Queremos os alunos do nosso lado porque a degradação das condições nas escolas atingem todos sem excepção;

 Queremos os trabalhadores do nosso lado porque, tal como os trabalhadores com deficiência, estão também a ser vítimas de roubos nos seus salários;

 Queremos os reformados do nosso lado porque há uma quebra de contrato intolerável por parte do Estado afecta todos os cidadãos.

 Queremos os trabalhadores precários do nosso lado porque a precaridade é um problema que se coloca também os trabalhadores com deficiência;

 Queremos as organizações que lutam pelos direitos dos cidadãos do nosso lado porque estão em causa direitos fundamentais dos cidadãos.

Enfim queremos todos os portugueses do nosso lado porque nós todos sentimos nas nossas vidas as consequências brutais das medidas de austeridade. Outras soluções são possíveis para resolver os problemas do País e por elas temos de lutar.

Caso V. Exas. decidam aderir a esta iniciativa, a APD incluirá o vosso logótipo no material de divulgação. Apelamos à vossa resposta urgente.

A Direcção Nacional
A Presidente
Ana Sezudo

Enviado por email

Seixal debate qualidade de vida das pessoas com deficiência

No dia 3 de dezembro, terça-feira, entre as 14 e as 17.30 horas, o Auditório dos Serviços Centrais da
Câmara Municipal do Seixal recebe o encontro Todos os Dias São Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, para debater formas de promoção da qualidade de vida das pessoas com deficiência e mobilidade reduzida.

O encontro conta com a presença de Joaquim Santos, presidente da Câmara do Seixal, e Corália Loureiro, vereadora para a área do desenvolvimento social, e vai colocar em debate as respostas sociais nesta área, bem como apresentar algumas experiências inovadoras como o wheeldance e o boccia sénior.

O encontro é promovido pela Câmara Municipal do Seixal no âmbito do programa das Comemorações do Dia Internacional da Pessoa com Deficiência.

Para participar é necessária uma inscrição prévia que pode ser efetuada, até ao dia 29 de novembro, através do email estela.costa@cm-seixal.pt.
Programa
14 horas
Abertura do secretariado

14.30 horas
Atuação do Grupo de Dança do Rumo ao Futuro

Mesa de Abertura
Joaquim Santos, presidente da Câmara Municipal do Seixal
José Serôdio, presidente do Instituto Nacional de Reabilitação (a confirmar)

Promoção da Qualidade de Vida da Pessoas com Deficiência e Mobilidade Reduzida no Município do Seixal
Moderação: José Pavoeiro, presidente da Federação Portuguesa de Desporto para a Deficiência

Acão Social – Uma Resposta Efetiva
Anabela Soares, Câmara Municipal do Seixal

Uma Experiência Inovadora – Wheeldance
José Patrício, presidente da Associação de Paralisia Cerebral de Almada Seixal

Boccia Sénior – Um Sucesso nas Associações de Reformados
José Silva, diretor técnico da Federação Portuguesa de Desporto para a Deficiência
Cristina Trafaria, Câmara Municipal do Seixal

Vivendo com Deficiência e Desastres
Paula Almeida, Comando Operacional Distrital de Setúbal

17.30 horas – Encerramento
Corália Loureiro, vereadora do Pelouro dos Recursos Humanos, Modernização Administrativa e Desenvolvimento Social

Fonte: Rostos

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Filme: Deficiência e emancipação social para uma crise da normalidade

Como forma de chegar a um público mais vasto, o filme documental pretende ser um contributo, ainda que modesto, na denúncia de uma concepção fatalista de deficiência, culturalmente dominante, que enfatiza as incapacidades funcionais, naturalizando a exclusão e o silenciamento.

A crise da normalidade, assim entendida, é um chamamento a uma transformação sociopolítica que, levando a sério as vozes e os direitos das pessoas com deficiência, ponha fim à trivialização do sofrimento.

O filme foi produzido no âmbito do Projecto de Investigação “Da lesão vértebro-medular à inclusão social: a deficiência enquanto desafio pessoal e sociopolítico”.


EU: Um projeto onde adorei participar. 

Enviado por email

Escolas de Referência - Escolas Inclusivas

Nas normas sobre igualdade de oportunidades para as pessoas com deficiência, em 1993, as Nações Unidas afirmavam não só a igualdade de direitos para todas as crianças, jovens e adultos com deficiência à educação mas também determinavam que a educação deveria ser garantida em estruturas educativas integradas no sistema de ensino, ou seja, em escolas regulares.

Referia ainda o documento das Nações Unidas que competia às autoridades responsáveis pelos serviços de educação (I) assegurar que a educação das pessoas com deficiência deveria realizar-se numa perspetiva de integração, fazendo parte integrante do planeamento educativo nacional, do desenvolvimento curricular e da organização escolar; (II) assegurar a existência de serviços de apoio adequados.

No ano seguinte, em 1994, a Declaração de Salamanca e o Enquadramento para a Ação na Área das Necessidades Educativas Especiais, reiterava que as escolas devem acolher todas as crianças independentemente das suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas ou outras.
Estas recomendações são “inspiradas pelo princípio da inclusão e pelo reconhecimento da necessidade de atuar com o objetivo de conseguir “escolas para todos” - instituições que incluam todas as pessoas, aceitem as diferenças, apoiem a aprendizagem e respondam às necessidades individuais.”

Em muitos países, estas recomendações vieram a influenciar uma reformulação profunda na área educativa, visando criar uma maior capacidade das escolas para atenderem todos alunos e visando os conceitos e práticas tradicionalmente adotadas pela educação especial.

Em Portugal, apesar de alguns considerarem que o impacte não foi muito significativo, o Decreto-Lei 3/2008, de 7 de janeiro, assumindo a filiação a estes movimentos, vem definir os apoios especializados a prestar em todos os níveis de educação e ensino, “visando a criação de condições para a adequação do processo educativo às necessidades educativas especiais dos alunos com limitações significativas ao nível da atividade e da participação num ou vários domínios de vida, decorrentes de alterações funcionais e estruturais, de carácter permanente, resultando em dificuldades continuadas ao nível da comunicação, da aprendizagem, da mobilidade, da autonomia, do relacionamento interpessoal e da participação social”.

IV Semana da Inclusão em Coruche

Exmºs. Srs.,

No âmbito da IV Semana da Inclusão, que se realiza de 2 a 7 de Dezembro, o Centro de Reabilitação e Integração de Coruche, irá promover a sessão de informação com a temática "Produtos de Apoio - Rumo à Igualdade de Oportunidades" e o Workshop " Soluções Adaptadas para uma Aprendizagem Inclusiva", este último em parceria com a empresa Anditec. Estas iniciativas terão lugar no dia 4 de Dezembro, a partir das 14 horas, no Auditório do Museu Municipal de Coruche.

Segue em anexo a informação sobre as atividades.

As inscrições devem ser remetidas para o e-mail cric.direcao@gmail.com ou cric.lurdessalgadofisio@hotmail.com, com nome, contacto, profissão/área de formação e instituição de origem.

Com os melhores cumprimentos,

Ft. Lurdes Salgado
Centro de Reabilitação e Integração de Coruche
www.cric.pt | cric.direcao@gmail.com | 243660045

Enviado por email

Clientes do CRPG testam estrutura sanitária autoajustável

Os clientes do CRPG - Centro de Reabilitação Profissional de Gaia encontram-se a testar um equipamento de sanita autoajustável. Esta estrutura sanitária possui um sistema mecânico acionado por 2 motores que permite um ajuste da altura do sanitário até 150mm através de um comando remoto. Foi desenvolvida pela Oliveira & Irmão S.A. - OLI.

Para melhorar esta estrutura sanitária auto ajustável, permitindo um uso facilitado a pessoas com deficiências ou incapacidades motoras, foi estabelecido um protocolo de cooperação entre a OLI, a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) e o CRPG. O projeto que está na base do protocolo intitula-se MOVE e estará concluído até ao final de 2013.

A parceria estabelecida tem como objetivos validar o equipamento e introduzir as melhorias necessárias para usabilidade inclusiva, produzir um artigo científico com o estudo orientado pelo Design Studio FEUP para validação do produto pela população- alvo e sensibilizar e responsabilizar as empresas para a problemática da inclusão das pessoas com incapacidade no desenho dos seus produtos e serviços.

Com a participação neste projeto, o Centro pretende assim contribuir para a promoção de uma sociedade aberta, digna e inclusiva, conforme preconizado na sua visão.

Fonte: CRPG

Portaria n.º 338/2013 | atualização pensões acidentes de trabalho

O artigo 6.º do Decreto-Lei n.º 142/99 , de 30 de abril, na redação dada pelo Decreto-Lei n.º 185/2007 , de 10 de maio, prevê um regime de atualização anual do valor das pensões de acidente de trabalho, que considera como referenciais de atualização o crescimento real do produto interno bruto (PIB) e a variação média do índice de preços no consumidor (IPC), sem habitação.

Desta forma, considerando que a média da taxa do crescimento médio anual do PIB dos últimos dois anos, apurado a partir das contas nacionais trimestrais do Instituto Nacional de Estatística (INE) relativas ao 3.º trimestre de 2012, é inferior a 2 %, e a variação média dos últimos 12 meses do IPC, sem habitação, disponível em 30 de novembro de 2012, foi de 2,9 %, a atualização das pensões de acidente de trabalho para 2013 corresponderá ao IPC, sem habitação.

Assim, nos termos do artigo 6.º do Decreto-Lei n.º 142/99 , de 30 de abril, na redação que lhe foi dada pelo Decreto-Lei n.º 185/2007 , de 10 de maio, manda o Governo, pelos Ministros de Estado e das Finanças e da Solidariedade, Emprego e Segurança Social, o seguinte: Continua AQUI

Adaptable: projeto de vestuário inclusivo

Chama-se ADAPTABLE e tem como objetivo desenvolver vestuário inclusivo, através da adaptação
de peças de vestuário disponíveis no mercado às necessidades específicas de pessoas com necessidades especiais (deficiências e incapacidades, temporárias ou permanentes), englobando também uma vertente de formação na área do tailoring, orientada para pessoas com deficiências ou incapacidades, de forma a potenciar a sua integração no mercado de trabalho.

Enquanto instituição que visa promover o reforço da qualidade de vida das pessoas com deficiências e incapacidades, nas suas diversas vertentes, o CRPG – Centro de Reabilitação Profissional de Gaia é um dos parceiros deste projeto. Neste participam igualmente o Instituto do Emprego e Formação Profissional, MODATEX – Centro de Formação Profissional da Industria Têxtil, Vestuário, Confecção e Lanifícios e várias associações e entidades do setor têxtil e vestuário. A responsabilidade do projeto é da ADAPTABLE – Associação para a Integração e Valorização das Pessoas com Necessidades Especiais.

No âmbito deste projeto, o Centro promoveu um conjunto de sessões de formação para técnicos do MODATEX e da ADAPTABLE. Estas visavam, entre outros objetivos, compreender o impacto das alterações das estruturas e funções do corpo no desenvolvimento das atividades diárias das pessoas com deficiências e incapacidades e identificar técnicas básicas de modelagem e/ou costura para execução do vestuário adaptado e/ou inclusivo. Uma das sessões decorreu nas instalações do Centro, tendo contado com a participação de clientes do CRPG. Estes serviram de modelos para os formandos, partilhando as suas necessidades em termos de vestuário.

Fonte: CRPG

Por um novo simbolo que represente a deficiência

O símbolo da cadeira de rodas, conhecido como SÍMBOLO INTERNACIONAL DE ACESSO, foi adotado pela Rehabilitation International (RI) em 1969, entidade não governamental com sede em Nova York, que congrega organizações nacionais e internacionais e possui status de órgão consultivo da ONU.
O desenho não poderia ser ambíguo. Sua forma deveria ser simples, porém estética; o significado, facilmente reconhecível; o desenho seria identificável mesmo a certa distância; sua reprodução, viável em todos os tamanhos e tipos de material. Venceu o de Susanne Koefoed, da Dinamarca. Que no começo era preto e branco e não tinha cabeça. Por sugestão do Comitê de Ajudas Técnicas da RI, foi acrescentada uma cabeça, o que resultou no símbolo adotado pela ONU e que o mundo inteiro conhece. Recentemente, ativistas têm se posicionado contra o desenho “ultrapassado”, em que mostra um deficiente passivo e ofuscado pela cadeira de rodas.
Se o antigo mostra mais a cadeira do que a pessoa, um novo desenho, de Sara Hendren, do Accessible Icon, agrada por mostrar um ágil deficiente e já foi adotado oficialmente na Índia e na cidade de Nova York.

Fonte: Deficiente Ciente