Volvidas duas décadas, Maria aproveita agora a tradicional solidariedade da quadra para pedir ajuda para comprar uma carrinha adaptada, que lhe permita ser autónoma, sair de casa e passear pelo país que, praticamente, só conhece pela televisão.
Conhecer o Porto e ver o Douro
O trágico destino não lhe levou a vontade de viver. "Gostava muito de ir ao Porto. Vejo na telenovela o Douro e acho tão bonito... Também o Gerês, tão verdinho, deve ser maravilhoso. Não tive tempo para viver. Nem as terras aqui ao pé eu conheço", confessa ao JN, enquanto recorda aquela véspera de Natal fatídica. "Perdi a capacidade de sonhar ", diz com a voz embargada. E explica que o que mais lhe custou nem foi a situação em que ficou: "O pior de tudo foi perder a minha menina. Também me custou pelo bebé, mas ainda não o tinha visto... é diferente".
Após o acidente, Maria dos Anjos esteve três meses em coma. Depois, passou por vários hospitais, pelo Centro de Reabilitação do Alcoitão até voltar à sua casa do Cartaxo. Um ano e meio da vida foi passado entre tratamentos e operações. Tinha 23 anos quando se deitou na sua cama e de então para cá só se levantou praticamente para consultas ou para uma ida esporádica a casa da mãe. A "última vez que saí só para dar um passeio foi em 1997, quando fui a Fátima", recorda.
"Para sair de casa são precisas duas ou três pessoas, que ficam cansadas de me carregar para a cadeira, da cadeira para o carro e do carro para os consultórios. Às vezes param num café, mas eu fico no carro e vêm-me trazer alguma coisa, porque já não conseguem carregar mais comigo", descreve.
Para contrariar esta dependência de duas décadas, sonha com a carrinha adaptada, que lhe permita subir e descer na sua cadeira de rodas. "Não preciso de um veículo novo, basta-me em segunda mão", destaca.
A família já fez contas: 15 mil euros é a quantia necessária, dos quais sete mil são só para a adaptação. Para já conseguiu reunir, através do Facebook, cerca de 2500 (ver texto em cima).
Maria dá largas aos sonhos através do JN. "Tenho saudades do mar. Gostava de um dia voltar à praia. Às vezes vejo imagens do oceano na televisão, fecho os olhos e parece que ainda consigo recordar-me do cheiro do mar", diz.
Para quem perdeu dois filhos e a mobilidade total aos 22 anos resta a vontade férrea de recuperar o tempo perdido: "Gostava de ver as coisas que não tive tempo de ver. Temos um país tão bonito e eu não conheço nada. Fui mãe muito nova e quando começava a planear a minha vida, o acidente levou-me tudo", conclui.
Maria dos Anjos criou uma página no Facebook, onde pede a ajuda de todos para cumprir o sonho de angariar a verba necessária para a compra de uma carrinha adaptada. Os interessados podem depositar donativos através do NIB: 0035 0213 00035011 100 81.
Volvidas duas décadas, Maria aproveita agora a tradicional solidariedade da quadra para pedir ajuda para comprar uma carrinha adaptada, que lhe permita ser autónoma, sair de casa e passear pelo país que, praticamente, só conhece pela televisão.
Conhecer o Porto e ver o Douro
O trágico destino não lhe levou a vontade de viver. "Gostava muito de ir ao Porto. Vejo na telenovela o Douro e acho tão bonito... Também o Gerês, tão verdinho, deve ser maravilhoso. Não tive tempo para viver. Nem as terras aqui ao pé eu conheço", confessa ao JN, enquanto recorda aquela véspera de Natal fatídica. "Perdi a capacidade de sonhar ", diz com a voz embargada. E explica que o que mais lhe custou nem foi a situação em que ficou: "O pior de tudo foi perder a minha menina. Também me custou pelo bebé, mas ainda não o tinha visto... é diferente".
Após o acidente, Maria dos Anjos esteve três meses em coma. Depois, passou por vários hospitais, pelo Centro de Reabilitação do Alcoitão até voltar à sua casa do Cartaxo. Um ano e meio da vida foi passado entre tratamentos e operações. Tinha 23 anos quando se deitou na sua cama e de então para cá só se levantou praticamente para consultas ou para uma ida esporádica a casa da mãe. A "última vez que saí só para dar um passeio foi em 1997, quando fui a Fátima", recorda.
"Para sair de casa são precisas duas ou três pessoas, que ficam cansadas de me carregar para a cadeira, da cadeira para o carro e do carro para os consultórios. Às vezes param num café, mas eu fico no carro e vêm-me trazer alguma coisa, porque já não conseguem carregar mais comigo", descreve.
Para contrariar esta dependência de duas décadas, sonha com a carrinha adaptada, que lhe permita subir e descer na sua cadeira de rodas. "Não preciso de um veículo novo, basta-me em segunda mão", destaca. Fonte: JN - Enviado por Tó Silva
EU: Se o veículo for adquirido novo as adaptações são financiadas gratuitamente através do SAPA
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