sábado, 8 de setembro de 2018

Praias acessíveis por Carlos Nogueira

Sobre as praias acessíveis a pessoas com mobilidade reduzida (PMR).


Sou cadeirante e adoro água! Água da praia, do rio, da banheira e, embora devesse beber bastante mais, também gosto de água no copo. Isto para dizer que, sou um utilizador assíduo das nossas praias e quero muito poder ser autónomo na realização deste meu gosto.

Julgo que, pedir condições para poder fruir destes espaços, como vocês os normais, não é coisa descabida. Não acham? Por favor, antes de responderem tenham presente que a linha que nos separa é de facto muito ténue (hoje eu, amanhã nós...).

Todos os anos refiro como excelente exemplo na promoção da autonomia no acesso às praias, o trabalho da Câmara de Cascais em Carcavelos, Tamariz e Conceição. Este ano é diferente, junto a estas a praia Fluvial de Reguengos de Monsaraz onde tudo foi pensado para que sejamos iguais no acesso a um bem que a todos pertence. Ali também temos, como em Cascais, tiralô (cadeira anfíbia com flutuadores), passadeira/esteira na areira, estacionamento, instalações sanitárias e pessoas com formação para nos ajudarem nas idas à água. Mais uma vez, obrigado Senhor Presidente José Calixto pela obra feita!

Sobre este ano, e referindo-me somente aos locais por onde andei, uma palavra de agradecimento à zona litoral do Oeste! Nota-se que estão a fazer muito em matéria de acessibilidade às praias e, na maior parte dos casos, bem feito!

São inúmeras as praias com acessibilidade, umas seguidas das outras, demonstrando que, quando há vontade, tudo é possível, basta olhar, por exemplo, para as prais da Foz do Sisandro, Azul, Peralta, Porto Novo, Santa Rita, Foz do Lizandro, Ribeira d'Ilhas, S. Lourenço e tantas outras. Obrigado!

Chamo a atenção para uma cadeira de banho, da marca JOB com 2 rodas e muito baixa, utilizada em algumas praias que, por não ter flutuadores como os habituais tiralôs, retira qualidade e segurança no acesso à água às pessoas com mobilidade reduzida. Sob pena de darmos passos atrás na acessibilidade ao mar, esta cadeira deveria ser utilizada somente em locais com águas "lisas" (rios, lagoas, piscinas, etc).

Quanto ao Prémio Praia + Acessível, atribuído por um júri nacional composto por um representante de cada um dos seguintes organismos e por um representante do patrocinador da edição do concurso: Instituto Nacional para a Reabilitação, I. P. que preside; Agência Portuguesa do Ambiente, I.P.; Turismo de Portugal, I.P.; Direcção-Geral da Autoridade Marítima / Instituto de Socorros a Náufragos; Associação Bandeira Azul da Europa, estão lá todos menos os que utilizam as praias, NÓS as pessoas com mobilidade reduzida... Senhores e Senhoras do Instituto Nacional de Reabilitação, isto parece-vos normal e representativo da opinião dos utilizadores da Praia Acessível? A mim não!

Texto de Carlos Nogueira - Fonte: Facebook

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