quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Mike Thomas, o primeiro aluno tetraplégico que voltou a andar com Método Dardzinski!


Em 1998, Mike ficou em uma cadeira de rodas ao ter uma lesão de nível C7 que o deixou tetraplégico. No ano seguinte, iniciou um tratamento experimental com Ted Dardzinski e, após um ano de trabalho árduo, voltou a andar e ainda hoje continua seu treino no Project Walk! Veja essa entrevista super interessante e inspiradora, daquele que se propôs a buscar um caminho alternativo que possibilitou a milhares de pessoas em todo o mundo alcançar o sonho de voltar a andar.

Mike Thomas

C: Quais eram as suas expectativas quando começou um tratamento experimental em 1999 com Ted Dardzinski?
MT: Quando comecei com Ted, nenhum de nós sabíamos o que esperar, no entanto, ambos sabíamos que eu iria melhorar minha mobilidade e eu tinha a expectativa de andar novamente. Na verdade, desde o primeiro dia, eu nunca me permiti pensar num futuro sem andar, mantive atitude positiva e vivi um dia de cada vez.

C: Como você se sentiu ao perceber que os seus ganhos superavam todas as expectativas?
MT: Conforme o tempo foi passando, começamos a fazer metas semanais e mensais, fiquei entusiasmado para experimentar o progresso. Passei a esperar que os meus músculos respondessem aos meus comandos. Naturalmente, comecei a perceber o quão sortudo eu era por este progresso, no entanto percebi que nem todos iriam progredir no mesmo ritmo ou, até mesmo, ir tão longe.

C: E hoje, qual é a sensação de ser um dos responsáveis por apresentar uma nova perspectiva ao mundo em relação ao tratamento da lesão medular?
MT: Hoje eu sou grato pelo que tenho, mas, mais importante, eu tenho orgulho de ser parte do Project Walk. Eu sou sempre grato por minha recuperação, pois é um incentivo para os outros que sofreram esta lesão devastadora. Gosto de ir aos quartos de hospital e conversar com pessoas recém lesionadas. Elas imediatamente param de pensar nas limitações e começam a acreditar que a vida lhes deu um desafio a superar e têm uma chance de lutar para recuperar a sua mobilidade.

C: Qual foi o momento mais marcante que você vivenciou no Project Walk?
MT: Praticamente todos os dias durante o primeiro ano de treinamento eu pude sentir melhoras. Se tivesse que escolher um único dia, seria o dia em que iniciei o treinamento com o Ted, na cidade de Sorrento Valley. Ted ficou chocado ao me ver, pois ele não tinha ideia da gravidade da minha lesão. Eu estava amarrado à minha cadeira de rodas para não cair e para poder manter a cabeça levantada. Então ele tentou lembrar de exercícios que já havia experimentado e começamos a treinar. Uma almofada foi colocada entre meus joelhos e ele pediu pra que eu a apertasse 20 vezes. Respondi que talvez ele não tivesse entendido o que “paralisia” queria dizer de fato,mas ele ignorou e pediu para que eu imaginasse o movimento. Quando terminei a segunda série de 20 repetições, eu conseguia sentir a atividade muscular. Meu entusiasmo após 4 meses passou de “não sinto nada” para “estou sentindo”. Eu sabia que Ted romperia muitas barreiras e mudaria as coisas para sempre.

C: O Método Dardzinski é referência mundial em recuperação da lesão medular e agora temos uma nova unidade na capital do Brasil. O que você acha disso?
MT: Ficou claro que tínhamos desenvolvido algo especial, e quando Ted confirmou isto com o Método Dardzinski, eu sabia que as pessoas iriam querer vir para Carlsbad, mas era igualmente claro que nem todo mundo poderia vir com os altos custos envolvidos. Enquanto eu viajava ao redor do mundo, as pessoas em cadeiras de rodas me perguntavam como eu voltei a andar e é claro que eles queriam vir para Carlsbad. Ted e eu conversamos sobre isso e a ideia de ter outros centros ao redor do país e do mundo seria necessária.

C: Qual o seu conselho para quem acabou de sofrer uma lesão medular?
MT: Meu conselho desde o primeiro dia é manter uma atitude positiva. Não há dúvida de que sua vida mudou de curso, mas ainda há uma vida pela qual vale a pena lutar. Neste momento, não se pode afirmar o que você vai realizar. Há muitos exemplos de pessoas fazendo até mais do que faziam antes da lesão. E, finalmente, lembrar que existem muitos cientistas em todo o mundo procurando a cura para lesões na medula espinhal e que a cura está, apenas, a alguns anos de serem introduzidas

Fonte: Ser Lesado

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