quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Saúde suspende reembolsos directos aos utentes do SNS

O Ministério da Saúde decidiu suspender os reembolsos directos aos utentes do Serviço Nacional de Saúde (SNS) a partir de hoje.

A Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) emitiu ontem uma circular onde suspende o pagamento de reembolsos directos aos utentes.

"No âmbito da redefinição das regras de acesso às prestações de saúde e tendo em conta os compromissos internacionais do Estado português, tornar-se necessário, de acordo com as orientações da tutela, reavaliar a função dos reembolsos director aos utentes do Serviço Nacional de Saúde", explica o Governo.

Assim, adianta o documento,"são suspensos, com carácter obrigatório para todas as instituições e serviços integrados no Serviço Nacional de Saúde, os reembolsos directos aos utentes relativos a prestações de saúde, incluindo transporte não urgente de doentes". O Público adianta que em causa estão também próteses, óculos, armações, lentes, calçado ortopédico, serviços de estomatologia e tratamentos termais.

A medida entra em vigor hoje. "A suspensão abrange todos os pedidos de reembolso, que sejam apresentados no dia útil seguinte ao da data da circular", pode ler-se no documento.


ESTA TARDE

Reembolsos directos aos utentes estavam desfazados da realidade

O Ministério da Saúde diz ter acabado com o reembolso directo aos utentes, medida criada nos anos 70, por estar "desactualizado".

O Público noticiou hoje, com base numa circular divulgada na terça-feira, que os doentes vão ficar sem reembolsos directos - nomeadamente na aquisição de próteses, óculos, calçado ortopédico, serviços de estomatologia, tratamentos termais ou transporte não urgente de doentes.

Em comunicado, o Ministério da Saúde veio esclarecer que os reembolsos directos a utentes foram criados no âmbito dos Serviços Médicos Sociais, que antecederam a criação do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Contudo, mesmo depois de criado o SNS, foi mantida até à actualidade, ao nível das Administrações Regionais da Saúde (ARS), "uma lógica de reembolso directo aos utentes em situações excepcionais e tipificadas para facilitar o acesso a cuidados de saúde em determinados domínios, facilitando a rapidez de acesso".

Tendo somado o volume de reembolsos directos dos últimos anos, a tutela concluiu que ascendia a 37 milhões de euros por ano, um gasto que considera "injustificável" face à actual realidade do SNS e ao contexto de crise que o país atravessa.

Verificou-se que o volume de reembolsos directos a utentes persiste em áreas onde já não faz sentido, ou porque o SNS já cobre plenamente estas áreas e, há anos, já não há qualquer problema de acesso, ou porque em termos de cuidados de saúde as práticas a que os reembolsos dizem respeito já estão desactualizadas", explica a tutela.

Como exemplo, cita o termalismo social, uma das áreas de reembolso directo aos utentes, com custos para o SNS de aproximadamente 0,5 milhões de euros anuais pagos pelas ARS.

Relativamente ao transporte não urgente de utentes, que mereceu regulamento específico recentemente, o ministério defende a sua organização e financiamento directo pela entidade do SNS que o prescreve, em vez de ser pago directamente aos utentes que o decidam utilizar.

Neste caso, o volume de reembolsos directos aproximava-se dos 20 milhões de euros anuais.

Segundo a Liga dos Bombeiros Portugueses, a suspensão dos reembolsos directos não se aplica aos doentes não urgentes transportados nas ambulâncias dos bombeiros, mas apenas aos que se deslocam em viatura própria ou transportes públicos.

"Foi feito um levantamento do quadro legal junto da DGS [Direcção-Geral da Saúde] e concluiu-se que, tendo em conta a abrangência actual do SNS e os níveis de universalidade no acesso dos utentes, nada obsta a que se proceda à suspensão deste mecanismo que sempre teve um carácter excepcional", sublinha o comunicado.

A tutela considera, além disso, que a suspensão dos reembolsos aos utentes garante maior equidade no financiamento daquilo que é "efectivamente necessário", sem pôr em causa o acesso à prestação de cuidados.

Apesar de a avaliação em curso aconselhar já a suspensão dos reembolsos, o Ministério salvaguarda que há excepções "devidamente acauteladas em despachos especiais"

As comparticipações reguladas por despachos específicos não estão postas em causa e mantêm-se tal como antes, acrescenta o comunicado.

Fonte: Económico

4 comentários:

  1. Quando vi esta notícia não queria acreditar, mas o que a de fazer? Não dá para entender.
    Nelson
    OBS: Vou tirar esta notícia e publica-lo no meu Blog.

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  2. Comunicaram na Assembleia da República várias medidas de apoio social aos mais afectados pela crise. Agora tiram de outro lado esses mesmos apoios.
    Estamos mal, Nelson.
    Fica bem

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  3. Hoje estou passando apenas para lhe fazer um convite.
    Estou falando do www.superlinks.blog.br que é um site agregador que vale a pena visitar, pois é mais um espaço no qual você poderá publicar seus links de matérias, pois é um site sério e com critérios bem positivos.
    Espero que goste da dica.
    Um grande abraço

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  4. Já vi Malu.
    Pena não ter uma secção sobre deficiência.
    Fique bem

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