Aceitei o desafio da
Isabel Barata e inscrevi-me numa das atividades da Associação Gulliver. A
atividade aconteceu no sábado, dia 13, e o programa consistiu numa ida a Lisboa,assistir á peça de teatro “Paiaçú” ou Pai Grande na Igreja de São Roque ejantar.
Em boa hora o fiz. O
espetáculo foi muito bom, mas o convívio ainda foi melhor. Senti-me em casa.
Mas existiram duas situações que me ficaram marcadas.
Findo o evento foi surpreendente
presenciar a relativa facilidade com que dois participantes resolveram a
questão dos transportes, um manda parar um autocarro acessível pertencente aos
transportes públicos de Lisboa e lá vai ele na sua cadeira de rodas elétrica
rampa acima para o interior do veículo, e a outra participante chama um táxi
adaptado e segue para o seu destino.
A outra situação que me
entusiasmou, e deu imenso prazer, foi no domingo participar numa ida a um
supermercado, comprar uns petiscos para o lanche juntamente com um amigo ainda
mais dependente do que eu, e a facilidade com que na sua casa realizava as
tarefas domésticas.
Não tinha conhecimento que
existiam transportes acessíveis em Lisboa e que certos tetras conseguem coisas impensáveis?
Claro que sim. Inclusive neste evento tínhamos o António Lourenço, um tetra com
lesão alta que fiz questão de parabenizar por manobrar a cadeira de rodas
manual, coisa que não consigo e poucos conseguem. No que toca à ida ao supermercado
eu próprio o faço sozinho muitas vezes. Estaciono o carro das compras num canto
do supermercado e vou e venho com os produtos no colo que despejo no carro.
Impossível não ter de pedir ajuda quando é o caso, mas consegue-se. Em casa
também não sou de pedir que me façam algo sem eu tentar primeiro.
Então quais foram as
razões que levaram estes factos a mexeram comigo tão intensamente? A força que
me transmitiram. O ver os meus amigos a agir com tanta naturalidade, a
entreajuda, o acontecer, o ser possível…vivenciar é diferenhte.
Segundo a Gulliver o seu
principal objetivo é “… estimular
cada cidadão a tornar-se mais proactivo e participativo na sua comunidade, assim como…diminuir o isolamento social involuntário de pessoas.” No que me
toca, garanto que esses objetivos foram alcançados, pois existiram
mudanças em mim e para melhor, principalmente no que toca aos transportes, vivo
numa região onde os transportes públicos acessíveis e táxis adaptados são uma
miragem, deslocar-me sozinho em Lisboa através dos transportes públicos estava
fora de questão, presenciar os meus amigos a faze-lo e daquela maneira, foi
muito importante para mim.
Obrigado Associação Gulliver e Isa Barata
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