“Sou uma cabeça sem corpo”, afirmava Ramón Sampedro, que em 1968 ficou tetraplégico, na sequência de um mergulho na praia, ficando com uma imobilidade total do corpo, exceto da cabeça.
A associação espanhola Direito a Morrer Dignamente lembra à Lusa que, graças à sua luta e às suas reivindicações, Ramón Sampedro contribuiu para que, em 1995, fosse aprovada uma reforma do Código Penal que reduziu as condenações em caso de eutanásia e de assistência ao suicídio. Para a associação, é difícil dizer qual o impacto que o caso teve de facto na sociedade espanhola, mas não tem dúvidas de que qualquer lei que seja um dia aprovada em Espanha incluiria casos como o de Ramón Sampedro.
Quase seis anos após a sua morte, chegou o filme baseado na sua luta, pela mão do realizador Alejandro Amenabar e interpretado pelo ator Javier Bardem. “Mar Adentro” ganhou diversões galardões, como 14 prémios Goya, os prémios mais importantes do cinema espanhol, e oOscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2005.
No seu livro, que vendeu mais de 100 mil exemplares só em Espanha, Ramón Sampedro responde, em poesia, à pergunta “Porquê morrer?”: “Morrer é jogar uma única carta durante toda a nossa vida / É apostar tudo no desejo de encontrar uma estrela que nos dê um novo caminho”.
Fonte: Observador
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