segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Desenho universal/design inclusivo total


O Desenho Universal ou Desenho para Todos visa a concepção de objectos, equipamentos e estruturas do meio físico destinados a ser utilizados pela generalidade das pessoas, sem recurso a projectos adaptados ou especializados, e o seu objectivo é o de simplificar a vida de todos, qualquer que seja a idade, estatura ou capacidade, tornando os produtos, estruturas, a comunicação/informação e o meio edificado utilizáveis pelo maior número de pessoas possível, a baixo custo ou sem custos extras, para que todas as pessoas e não só as que têm necessidades especiais, mesmo que temporárias, possam integrar-se totalmente numa sociedade inclusiva.

A arquitectura baseada no princípio do design universal, conceito criado no Estados Unidos e também chamado design total na Europa. A filosofia é que o uso do espaço deve contemplar todos, independentemente de serem sadios ou terem alguma deficiência, levando sempre em consideração o conforto e a facilidade de manipulação - no caso de móveis e objectos - por parte dos moradores. O design universal evita estigmas e preconceitos, já que não se trata de uma adaptação para pessoas com deficiência, mas uma forma de fazer com que elas e qualquer outro morador ou visitante se sintam à vontade e confortáveis.

Ou seja, a casa não vai lembrar um hospital ou uma clínica de fisioterapia, mas parecerá um local funcional e agradável.

Como exemplo, as portas de abertura automática. Elas não são exclusivas para deficientes, mas os beneficiam, ao mesmo tempo em que também são funcionais para quem não usa cadeiras de rodas nem tem problemas motores. Outra adaptação simples é o uso de dispenser automático para o uso de sabonete líquido, já usado amplamente em espaços públicos.

A realização de um projecto em Desenho Universal obedece a 7 princípios básicos:

1 . Utilização equitativa: pode ser utilizado por qualquer grupo de utilizadores;
2 . Flexibilidade de utilização: Engloba uma gama extensa de preferências e capacidades individuais;
3 . Utilização simples e intuitiva: fácil de compreender, independentemente da experiência do utilizador, dos seus conhecimentos, aptidões linguísticas ou nível de concentração;
4 . Informação perceptível: Fornece eficazmente ao utilizador a informação necessária, qualquer que sejam as condições ambientais/físicas existentes ou as capacidades sensoriais do utilizador;
5 . Tolerância ao erro: minimiza riscos e consequências negativas decorrentes de acções acidentais ou involuntárias;
6 . Esforço físico mínimo: pode ser utilizado de forma eficaz e confortável com um mínimo de fadiga;
7 . Dimensão e espaço de abordagem e de utilização: Espaço e dimensão adequada para a abordagem, manuseamento e utilização, independentemente da estatura, mobilidade ou postura do utilizador.

O Desenho para Todos assume-se, assim, como instrumento privilegiado para a concretização da acessibilidade e, por extensão, de promoção da inclusão social.
A sua importância está, de resto, consignada na Resolução RESAP (2001) 1, DO COMITÉ DE MINISTROS DO CONSELHO DA EUROPA (Resolução de Tomar), que recomenda aos Estados membros, entre outras medidas, que "tomem em consideração, na elaboração das políticas nacionais, os princípios de desenho universal e as medidas visando melhorar a acessibilidade no sentido mais lato possível, ... relativamente aos programas de ensino e a outros aspectos da educação, da formação e da sensibilização que relevam directamente dos governos, de acordo com as responsabilidades de cada país".

Mais sobre este assunto: 1 -, 2, 3, 4 , 5, e 6.

ACRESCENTO: acho este conceito excelente. Pena na prática exista tão pouco.

Gostei por exemplo de saber que existe piso feito de materiais anti-impacto e encontra-se em lojas de material de construção para nos proteger em caso de queda. Desconhecia tal material.

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