terça-feira, 16 de março de 2010
AS DIFICULDADES DE UM TETRAPLÉGICO...
LEIAM O RELATO DO ANGELO: Quando voltei a estudar, após vencer algumas barreiras particulares erguidas, dois momentos específicos demonstraram a falta de preparo e, porque não, também a ignorância de alguns mestres diante do inusitado: Um tetraplégico que não consegue escrever e que volta a estudar.
Para chegar até a escola eu era conduzido por um de meus irmãos pelas ruas mal conservadas, com seus quebra-molas fora de padrões e sempre uma distância que para ser percorrida levava cerca de 30 a 40 minutos de caminhada. Mas havia um objetivo e em certos trechos do caminho éramos obrigados a andar em chão puro. Era poeira ou lama, sem meio termo.
Na primeira avaliação – Matemática – senti-me constrangido por não ter uma forma de teste em que eu mesmo, com minhas dificuldades e adaptações necessárias, tivesse condições de responder às questões. Propus a professora que meu irmão escrevesse por mim, mas seu medo de que meu irmão me ajudasse além de escrever levou-a a não permitir e me vi com uma figura repressora a usar a caneta em meu lugar.
Digo repressora e acrescento preconceituosa porque em momento algum, durante as aulas, ela teve a preocupação de observar que eu tinha facilidade com a matéria e, principalmente, saber que em minha formação o ato de colar, trapacear não faz parte de minha personalidade, mas para saber disso seria necessário um contato mais particular. O que certamente ali não haveria.
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