quarta-feira, 10 de março de 2010

IGREJA E A SOLIDARIEDADE OU FALTA DELA.

Tenho um amor sem limites pelas pessoas velhas, idosas, da 3ª idade ou lá como queiram chama-los. Eu gosto da palavra “velhas/os”.

São pessoas que adoro ouvir e questionar. Com eles aprendo sempre algo que guardo com toda a atenção porque sei que me vai ser útil no futuro.
Fico muito feliz por em geral também simpatizarem comigo e até muitos criarem laços que perduram no tempo.

Recebe-os, interpelo-os, ouço-os e respeito-os muitíssimo. Tenho alguns que frequentam minha casa e com eles tenho uma relação muito bonita.
Se demoram mais tempo do que o habitual a darem noticias, tento contacta-los e averiguar. Foi o que fiz com uma querida amiga de perto de 80 e poucos anos de idade que ficou uns dias sem aparecer.
Ao ligar-lhe fiquei a saber que estava com um inicio de pneumonia e por esse motivo, impedida de sair de casa. Felizmente médica tinha-a medicado e uma vizinha não deixava que lhe faltasse nada.
Viúva, sem filhos e ou familiares por perto, ou seja sozinha. Logicamente que precisava de ajuda! Vizinha trabalhava eu impossibilitado de lhe lavar a roupa, limpar casa, fazer comida…

Como é uma católica praticante, nunca faltou a uma missa, terço, etc. contactei o Padre da paróquia e dei-lhe a conhecer o caso da minha amiga e se poderiam fazer alguma coisa.
Respondeu prontamente que não, que tempo que tinha quase nem dava para rezar a missa. Insisti na tentativa de entre todos os paroquianos se arranjasse uma maneira de lhe dar-mos o apoio que senhora precisava.
Em vão. Então sugeri-lhe que no lugar da missa fosse visita-la. Que o iria fazer daí a uns 15 dias que era quando iria visitar outros doentes.

Que igreja é esta que perante uma "ovelha" dependente e só reage assim? Não me revejo nesta igreja de maneira nenhuma. Será que no lugar de celebrar a missa o Padre ter feito uma reunião com paroquianos e tentar arranjar uma maneira de auxiliar minha amiga não seria mais útil?

Afinal amar o próximo é só da boca para fora nalgumas paróquias.

2 comentários:

  1. Eduardo, infelizmente, já ouvi várias dessas histórias envolvendo teólogos. Não consigo entendê-los. O amor ao próximo, para alguns, fica somente na teoria. Colocar essa questão em prática há sempre uma desculpa.

    Também tenho amigos idosos. Desde pequena gostava de ouví-los. Aprendi e estou aprendendo muito com a experiência e sabedoria deles.

    Gostei muito do post!

    Abraços
    Vera

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  2. É verdade Vera! Pior é que estão a automatizar as coisas. Ou seja: fazer missas a fugir porque tem que ser feita e resto não interessa.
    Falta de tempo nunca poderá ser desculpa.

    Eu adoro idosos!

    Fica bem.

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