A “bocciateca”, que funciona no Centro de Reabilitação de Paralisia Cerebral da APCC, no Vale das Flores, em Coimbra, dispõe de “todos os equipamentos desportivos e demais materiais necessários para a prática da modalidade”, referiu à Agência Lusa Carlos Barata, um dos responsáveis da associação.
Aquele material, que é “bastante caro”, pode ser requisitado no novo Centro por qualquer instituição interessada em fomentar o boccia sénior, entre os seus utentes, acrescentou Carlos Barata.
Destinado essencialmente a quem tem mobilidade reduzida, o boccia, que pode ser praticado por qualquer pessoa, “independentemente da sua condição”, é um jogo que tem vindo a conquistar cada vez mais praticantes em Portugal, possuindo vários atletas paralímpicos.
Um desses jogadores, que este ano conquistou a medalha de bronze nos Paralímpicos do Rio de Janeiro, é António Marques, de 52 anos de idade e utente da APCC desde os 14 anos, que é o praticante de boccia “que há mais tempo compete em provas internacionais”, tendo já conquistou 19 medalhas (oito das quais em Paralímpicos e 11 em campeonatos do Mundo e da Europa).
Com o Centro, a APCC quer contribuir para “fomentar a prática do boccia sénior”, promovendo “a socialização, a inclusão e a qualidade de vida dos idosos, através do desenvolvimento de uma prática desportiva adequada às suas expectativas e necessidades, numa abordagem intergeracional”.
Embora só agora seja oficialmente inaugurada , a “bocciateca” está em funcionamento há algum tempo, mas só a partir de agora passa a disponibilizar “todos os equipamentos desportivos e demais materiais necessários” para a prática da modalidade, refere a APCC.
Na sessão inaugural participaram utentes e técnicos da APCC, do Ateneu de Coimbra, da Santa Casa da Misericórdia de Condeixa-a-Nova e da Fundação ADFP (Assistência, Desenvolvimento e Formação Profissional), de Miranda do Corvo.
Decorreu também na Escola Secundária Quinta das Flores, em Coimbra, a terceira edição do Encontro Final de Boccia Sénior da APCC, que, como as duas edições anteriores (realizadas este ano), se integra na “fase de lançamento da bocciateca”, que já proporcionou “a muitos seniores” o contacto com a modalidade, sublinha a APCC.
O objectivo da “bocciateca” da APCC é estabelecer um programa estruturado para a prática do boccia sénior, aliando atividades desportivas, de lazer e de competição.
O boccia sénior é um desporto com grandes benefícios para os seus praticantes: “contribui para manter um estilo de vida ativo, permite conservar a capacidade funcional e autonomia física, bem como melhorar a mobilidade articular, a força muscular e a motricidade fina”, com “vantagens ao nível da capacidade de concentração, do equilíbrio, da coordenação motora e da própria capacidade intelectual”, sustenta a APCC.
Na vertente competitiva, o boccia, que foi introduzido em Portugal em 1993, “durante um curso organizado pela APCC”, é dirigido a “pessoas com deficiências motoras graves”.
Fonte: Campeão das Provincias
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