"O programa Erasmus dá apoio a todos os alunos independentemente do seu tipo de necessidade, desde um jovem celíaco ou diabético até alunos com problemas mais graves. Agora é preciso espalhar a palavra", disse Pilar Bravo, da Agência Nacional Erasmus +, durante um seminário realizado nesta quarta-feira em Lisboa sobre o tema.
Pilar Bravo lançou o repto de "espalhar a palavra" numa tentativa de alterar a actual realidade que mostra que são raríssimos os alunos com necessidades especiais que estudam uns meses no estrangeiro.
O programa Erasmus está pensado de forma a garantir que todos têm os mesmos direitos, estando por isso previstos apoios financeiros destinados a garantir que terão direito a alojamento adaptado, assistência durante a viagem, despesas com assistentes ou ajudantes, assistência médica, consultas ou adaptação do manual didático, enumerou a responsável.
Questionada por uma aluna presente no seminário, Pilar Bravo garantiu que "as despesas com o acompanhante podem ser durante todo o tempo em que o aluno está no Programa Erasmus". "As ajudas são muito amplas e flexíveis, basta justificar as necessidades. O valor atribuído é adaptado ao gasto real do estudante", sublinhou.
Um ano de antecedência
Apesar de estarem previstas ajudas, são poucos os alunos que concorrem ao Erasmus e menos ainda os que têm necessidades especiais, lamentou por seu turno o vice-reitor da Universidade de Lisboa, Luís Ferreira, também presente no seminário organizado pela Erasmus Student Network, em colaboração com a Universidade de Lisboa."Tudo é motivo para desmotivar estes estudantes, que são muitas vezes talentosos. Às vezes é logo na própria família -- que tem aquela vontade de proteger - que eles encontram a primeira barreira", disse Luís Ferreira, alertando para a "tendência de as mães 'hiper-protegerem' os seus filhos".
Assim, além da tradicional bolsa para estudar e verba para as viagens, os alunos com necessidades especiais podem ter apoio financeiro adicional, bastando para isso preencher o habitual formulário de candidatura, no qual os alunos fazem uma estimativa dos custos que vai ter.
"Um aluno que quer ir estudar para a universidade da Holanda e precisa de ir de táxi para as aulas, tem de calcular esse custo e apresentar a estimativa", exemplificou Pilar Bravo.
Rita Monteiro, do Departamento de Avaliação e Garantia de Qualidade, lembrou que as candidaturas ao programa Erasmus devem ser feitas com um ano de antecedência e, no caso dos alunos com necessidades especiais, ainda devem começar mais cedo, uma vez que são necessários mais documentos.
O primeiro passo, sublinhou Rita Monteiro, "é contactar o Gabinete de Relações Internacionais/Erasmus da escola" que frequentam e a partir dai iniciar todo o processo.
Fonte: Público
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