A aplicação móvel, desenvolvida numa parceria entre o Mobile World Capital Barcelona, o Twitter e a empresa basca Irisbond, é a primeira no mundo tecnológico que permite interagir com o telemóvel através do olhar. O jovem ficou tetraplégico há dois anos depois de sofrer um acidente. Segundo o Mobile World Capital Barcelona, Alberto foi o primeiro a testar a app e tornou-se assim no protagonista da campanha #HeVuelto (“Voltei”, em português).
O primeiro tweet do rapaz depois de regressar à rede social causou alguma polémica, segundo o La Voz de Galicia. O jovem de 22 anos escreveu: “O que faz sorrir um paraplégico? Que tudo vai sobre rodas”. Vários utilizadores do Twitter consideraram que o jovem estava a gozar com pessoas com deficiência quando, na verdade, Alberto estava precisamente a passar por cima das suas limitações recorrendo ao sentido de humor.
Foi então que o jovem voltou a fazer alguns tweets para explicar a situação. “Olá, chamo-me Alberto e sim, fui eu que tweetei a piada que ofendeu tanta gente. Deixem-me contar-vos uma coisa. Há dois anos sofri um acidente que me deixou imóvel com exceção dos lábios, olhos e pálpebras”.
“Basicamente, estou preso no meu próprio corpo, sem poder comunicar e condenado ao silêncio. Dois longos anos em que vi o mundo mudar sem poder comentar nem partilhar aquilo que penso. Mas o pior foi mesmo não poder rir-me de nada. Nem de mim mesmo! Algo que sempre fiz”, continuou.
“Mas voltei. Graças a um telemóvel, aos meus olhos e à tecnologia posso voltar a escrever e a comunicar. E, por isso, pensei que a melhor forma de voltar era com sentido de humor”, concluiu, tendo recebido depois muitos elogios dos internautas.
https://twitter.com/albertopajariyo/status/989822412245159936
A aplicação móvel dirige-se a pessoas com deficiência e paralisia cerebral e permite-lhes utilizar o Twitter através da tecnologia ‘eye-tracking’. O projeto piloto, desenvolvido dentro do programa DE-LAB da MWCapital, também contou com a colaboração do Instituto Guttmann, em Barcelona, e com o GSMA, empresa sediada em Londres.
A tecnologia móvel que tornou a app possível, batizada de “EyeTwitter”, já está disponível numa primeira fase de testes para dispositivos Android. Além de fazer tweets, a aplicação também permite fazer ‘scroll’, dar ‘gostos’, ‘retweetar’, reproduzir vídeos e consultar a lista de tendências da rede social. Além de Alberto Moreno, paciente do Hospital Nacional de Paraplégicos de Espanha, outros seis doentes do Instituto Guttmann participaram nas provas para desenvolver a aplicação.
Fonte: ZAP
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