Arquitetura e Design Inclusivo, o Caminho para a Acessibilidade Universal - Uma Mudança em Curso
O “Mundo”, tal como está concebido e desenhado, não se ajusta de forma perfeita a ninguém. Em diversos momentos e/ou fases da vida, todos nós experimentamos dificuldades nos espaços em que vivemos e com os produtos que usamos. Os designers e arquitetos estão treinados para desenhar e projetar para um mítico “HOMEM-PADRÃO” que, na realidade não existe. Todo o indivíduo é único e a espécie humana é muito diversa e heterogénea nas suas caraterísticas e necessidades.
Por outro lado, a deficiência (incapacidade física, sensorial ou cognitiva) é uma condição bastante comum e mais frequente do que se pensa. Muito provavelmente, todos a sentirão, alguma vez, durante a vida, mesmo que apenas temporariamente. As limitações aumentam com a idade, por razões naturais e em consequência de muitas causas externas. Muitas pessoas, especialmente adultos mais velhos, negarão possuí-la devido ao preconceito e ao estigma social que lhe está associado. As deficiências e as limitações, contudo, são muito comuns e constituem uma parte normal e incontornável da vida.
A maior esperança de vida e a maior taxa de sobrevivência de pessoas com ferimentos e doenças graves, faz com que cada vez mais pessoas tenham que viver com limitações e incapacidades várias. Esta é uma realidade muito presente e factual nos dias de hoje, mais do que em qualquer outra época, e todos os estudos indicam que a tendência é para se ir acentuando progressiva e inexoravelmente.
O Design Universal:
O conceito de “DESIGN UNIVERSAL” foi criado por Ronald Lawrence Mace, um arquiteto norte-americano que dedicou boa parte da sua carreira às questões da “ACESSIBILIDADE” e deixou uma obra muito interessante. Teve poliomielite em criança e usou cadeira de rodas toda a vida.
Provou que é possível projetar e conceber produtos e ambientes capazes de servirem um amplo leque de utilizadores, incluindo crianças, adultos mais velhos, pessoas com deficiência, com tamanho e caraterísticas atípicas, ou, simplesmente, colocadas em desvantagem por circunstâncias várias ao longo da vida.
O “DESIGN UNIVERSAL” pode ser definido como a conceção e desenho de produtos e de ambientes utilizáveis no maior grau possível por pessoas de todas as idades e capacidades, respeitando a diversidade humana e promovendo a inclusão de todas as pessoas.
Este novo conceito, esta nova forma de projetar, de desenhar, de programar, tem vindo a suscitar cada vez mais interesse em todo o mundo e tem vindo a ser aplicado com enorme sucesso a projetos de espaços públicos, edifícios, equipamentos, produtos, plataformas informáticas, etc.
O desafio inerente à abordagem proposta pelo conceito de “DESIGN UNIVERSAL”, deve ser entendido como uma inspiração para um bom projeto e não como um obstáculo.
Os sete princípios do Design Universal:
O “DESIGN UNIVERSAL” e a “ARQUITETURA INCLUSIVA” assentam em sete princípios basilares:
1 – Uso equitativo (o design universal é útil e vendável a pessoas com diversas capacidades);
2 – Flexibilidade no uso (o design universal acomoda um vasto leque de preferências e capacidades individuais);
3 – Utilização simples e intuitiva (o uso do design universal é fácil de compreender, independentemente da experiência, do conhecimento, das capacidades linguísticas ou do atual nível de concentração do utilizador);
4 – Informação percetível (o design universal comunica eficazmente ao utilizador a informação necessária, independentemente das suas capacidades sensoriais ou das condições ambientais);
5 – Tolerância ao erro (o design universal minimiza riscos e consequências adversas de ações acidentais ou não intencionais);
6 – Baixo esforço físico (o design universal pode ser usado eficiente e confortavelmente, com um mínimo de fadiga);
7 – Tamanho e espaço para aproximação e uso (são providenciados um tamanho e um espaço apropriados para aproximação, alcance, manipulação e uso, independentemente do tamanho do corpo, postura ou mobilidade do utilizador). Fonte: acessibilidade-portugal.blogspot.com
A arquitetura inclusiva e a acessibilidade
A “ACESSIBILIDADE” pode ser definida como a capacidade do meio de proporcionar a todos uma igual oportunidade de uso, de forma direta, imediata, permanente e o mais autónoma possível.
A “ARQUITETURA INCLUSIVA” é a arquitetura que respeita a diversidade humana e gera acessibilidade para todos. Este paradigma marca uma nova cultura e um caminho promissor para os profissionais que concebem os espaços e para os cidadãos que deles usufruem.
A noção de “BARREIRA ARQUITETÓNICA” e o desconforto no uso das edificações ficou patente a partir da segunda guerra mundial, quando os veteranos e os mutilados da guerra se confrontaram com enormes dificuldades para viverem as suas vidas de forma útil e autónoma, num meio edificado que lhes era hostil e inadaptado.
Cerca de 15 anos depois do fim da guerra, surge a primeira padronização de acessibilidade nos Estados Unidos. A evolução desse processo de inclusão e de adaptação, deu origem, anos mais tarde, ao conceito de “DESIGN UNIVERSAL”.
Mas, ainda nos dias de hoje, muitos profissionais de arquitetura e design permanecem estagnados no tempo e nos conceitos e, por ignorância ou por incapacidade de aprenderem, de evoluírem e de se adaptarem a este novo paradigma, continuam a projetar e a desenhar para o “HOMEM-PADRÃO”, excluindo e discriminando uma parcela muito significativa da população.
Por isso, é fundamental que haja uma mudança real por parte dos arquitetos, designers e projetistas, no processo de conceção e de construção dos edifícios, dos espaços e dos produtos que usamos no dia a dia. Até porque, felizmente, a legislação é cada vez mais transversal e exigente a esse nível e há que cumpri-la.
Mas, é igualmente importante e indispensável, para a concretização dessa mudança e para a melhoria da acessibilidade plena e universal, que todos nós, clientes e consumidores, tomemos consciência desta realidade e desta necessidade, e passemos a querer, a preferir, a exigir espaços, edifícios e produtos mais polivalentes, acessíveis, flexíveis, seguros e confortáveis, qualquer que seja a idade, o tamanho, as limitações e caraterísticas físicas, sensoriais e cognitivas de cada um.
Com o envolvimento geral da sociedade e com uma nova atitude e exigência por parte de todos (projetistas, designers, fabricantes, construtores, vendedores, utilizadores), essa desejável mudança será muito mais rápida e eficaz. Conquistar-se-á uma melhoria significativa na vida dos usuários e o papel social do profissional da arquitetura e design aumentará com essa conquista que será muito vantajosa a todos os níveis.
É possível e almejável um futuro em que a acessibilidade universal seja uma realidade concreta e vivenciável, em que uma sociedade, diversa e participativa, alcance um patamar mais humano e inclusivo.
Assim queiramos participar, acelerar e vivenciar essa transformação!
A maior esperança de vida e a maior taxa de sobrevivência de pessoas com ferimentos e doenças graves, faz com que cada vez mais pessoas tenham que viver com limitações e incapacidades várias. Esta é uma realidade muito presente e factual nos dias de hoje, mais do que em qualquer outra época, e todos os estudos indicam que a tendência é para se ir acentuando progressiva e inexoravelmente.
O Design Universal:
O conceito de “DESIGN UNIVERSAL” foi criado por Ronald Lawrence Mace, um arquiteto norte-americano que dedicou boa parte da sua carreira às questões da “ACESSIBILIDADE” e deixou uma obra muito interessante. Teve poliomielite em criança e usou cadeira de rodas toda a vida.
Provou que é possível projetar e conceber produtos e ambientes capazes de servirem um amplo leque de utilizadores, incluindo crianças, adultos mais velhos, pessoas com deficiência, com tamanho e caraterísticas atípicas, ou, simplesmente, colocadas em desvantagem por circunstâncias várias ao longo da vida.
O “DESIGN UNIVERSAL” pode ser definido como a conceção e desenho de produtos e de ambientes utilizáveis no maior grau possível por pessoas de todas as idades e capacidades, respeitando a diversidade humana e promovendo a inclusão de todas as pessoas.
Este novo conceito, esta nova forma de projetar, de desenhar, de programar, tem vindo a suscitar cada vez mais interesse em todo o mundo e tem vindo a ser aplicado com enorme sucesso a projetos de espaços públicos, edifícios, equipamentos, produtos, plataformas informáticas, etc.
O desafio inerente à abordagem proposta pelo conceito de “DESIGN UNIVERSAL”, deve ser entendido como uma inspiração para um bom projeto e não como um obstáculo.
Os sete princípios do Design Universal:
O “DESIGN UNIVERSAL” e a “ARQUITETURA INCLUSIVA” assentam em sete princípios basilares:
1 – Uso equitativo (o design universal é útil e vendável a pessoas com diversas capacidades);
2 – Flexibilidade no uso (o design universal acomoda um vasto leque de preferências e capacidades individuais);
3 – Utilização simples e intuitiva (o uso do design universal é fácil de compreender, independentemente da experiência, do conhecimento, das capacidades linguísticas ou do atual nível de concentração do utilizador);
4 – Informação percetível (o design universal comunica eficazmente ao utilizador a informação necessária, independentemente das suas capacidades sensoriais ou das condições ambientais);
5 – Tolerância ao erro (o design universal minimiza riscos e consequências adversas de ações acidentais ou não intencionais);
6 – Baixo esforço físico (o design universal pode ser usado eficiente e confortavelmente, com um mínimo de fadiga);
7 – Tamanho e espaço para aproximação e uso (são providenciados um tamanho e um espaço apropriados para aproximação, alcance, manipulação e uso, independentemente do tamanho do corpo, postura ou mobilidade do utilizador). Fonte: acessibilidade-portugal.blogspot.com
A arquitetura inclusiva e a acessibilidade
A “ACESSIBILIDADE” pode ser definida como a capacidade do meio de proporcionar a todos uma igual oportunidade de uso, de forma direta, imediata, permanente e o mais autónoma possível.
A “ARQUITETURA INCLUSIVA” é a arquitetura que respeita a diversidade humana e gera acessibilidade para todos. Este paradigma marca uma nova cultura e um caminho promissor para os profissionais que concebem os espaços e para os cidadãos que deles usufruem.
A noção de “BARREIRA ARQUITETÓNICA” e o desconforto no uso das edificações ficou patente a partir da segunda guerra mundial, quando os veteranos e os mutilados da guerra se confrontaram com enormes dificuldades para viverem as suas vidas de forma útil e autónoma, num meio edificado que lhes era hostil e inadaptado.
Cerca de 15 anos depois do fim da guerra, surge a primeira padronização de acessibilidade nos Estados Unidos. A evolução desse processo de inclusão e de adaptação, deu origem, anos mais tarde, ao conceito de “DESIGN UNIVERSAL”.
Mas, ainda nos dias de hoje, muitos profissionais de arquitetura e design permanecem estagnados no tempo e nos conceitos e, por ignorância ou por incapacidade de aprenderem, de evoluírem e de se adaptarem a este novo paradigma, continuam a projetar e a desenhar para o “HOMEM-PADRÃO”, excluindo e discriminando uma parcela muito significativa da população.
Por isso, é fundamental que haja uma mudança real por parte dos arquitetos, designers e projetistas, no processo de conceção e de construção dos edifícios, dos espaços e dos produtos que usamos no dia a dia. Até porque, felizmente, a legislação é cada vez mais transversal e exigente a esse nível e há que cumpri-la.
Mas, é igualmente importante e indispensável, para a concretização dessa mudança e para a melhoria da acessibilidade plena e universal, que todos nós, clientes e consumidores, tomemos consciência desta realidade e desta necessidade, e passemos a querer, a preferir, a exigir espaços, edifícios e produtos mais polivalentes, acessíveis, flexíveis, seguros e confortáveis, qualquer que seja a idade, o tamanho, as limitações e caraterísticas físicas, sensoriais e cognitivas de cada um.
Com o envolvimento geral da sociedade e com uma nova atitude e exigência por parte de todos (projetistas, designers, fabricantes, construtores, vendedores, utilizadores), essa desejável mudança será muito mais rápida e eficaz. Conquistar-se-á uma melhoria significativa na vida dos usuários e o papel social do profissional da arquitetura e design aumentará com essa conquista que será muito vantajosa a todos os níveis.
É possível e almejável um futuro em que a acessibilidade universal seja uma realidade concreta e vivenciável, em que uma sociedade, diversa e participativa, alcance um patamar mais humano e inclusivo.
Assim queiramos participar, acelerar e vivenciar essa transformação!
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