sexta-feira, 22 de março de 2019

Plataforma que ajuda a escolher cursos e carreiras investe na inclusão

Agora, na lista de perfis de profissões e formação disponíveis há também sugestões para pessoas com deficiência, graças à parceria com o ICF.

Contribuir para a inclusão das pessoas com deficiência no mercado de trabalho passou a ser uma meta ativamente prosseguida pela plataforma vocacional Design the Future, graças a uma parceria firmada com o Inclusive Community Forum (ICF) anunciada esta quarta-feira, 20 de março, na sede da Nova SBE, em Carcavelos. Além disso, a plataforma tem novas funcionalidades e a partir do próximo mês de abril, vai passar a alcançar milhares de novos utilizadores, a maioria estudantes, ao tornar-se parceira da Escola Virtual. E os planos da Design the Future não ficam por aqui: Inês Menezes, fundadora e responsável da plataforma quer que esta venha a ser um farol orientador para aqueles que no futuro queiram ou se vejam obrigados a mudar de carreira. 

Neste momento, são dez, mas com o passar do tempo serão muitos mais, os vídeos disponibilizados na Design the Future que mostram exemplos de pessoas com deficiência que estão integradas com êxito no mercado de trabalho. “A iniciativa é o resultado de um projeto da Nova SBE e do ICF e o desafio que lançaram à Design the Future foi o de incluirmos e darmos destaque numa nova secção – a que chamámos o Inclusive Future – casos de sucesso e de empregabilidade de pessoas com algum tipo de deficiência, seja cognitivo, seja físico”, explicou Inês Menezes, a responsável que lançou a plataforma vocacional há pouco mais de três anos.

Um dos testemunhos relatados em vídeo no Inclusive Future da plataforma é o de Rodrigo Santos, um jurista empregado na Fundação para a Ciência e Tecnologia, a quem o facto de ser cego não impediu de terminar um curso, ser integrado no mercado de trabalho e estar até a preparar a sua tese de mestrado. “O que nós estamos a fazer, de uma forma inclusiva, é darmos a conhecer as profissões destes perfis, que são específicos”, disse Inês Menezes. A responsável acrescentou que os pequenos filmes têm exatamente o mesmo tratamento das mais de 250 profissões já constantes da plataforma: mostram o que fazem os profissionais visados e acrescentam-lhe uma ficha sobre as principais funções e atividades dessa profissão, o perfil desejável do profissional e a oferta formativa indicada para lá chegar. 

A secção foi lançada no dia em que o Inclusive Community Forum (ICF), criado em parceria com a Universidade Nova SBE, organizou o seu primeiro evento anual. O tema debatido foi a empregabilidade das pessoas com deficiência e durante a iniciativa foi assinado um protocolo com 24 empresas de vários ramos para que estas aumentem nos seus quadros de pessoal o número de colaboradores com deficiência. A nova secção da plataforma Design the Future – que, tal como ICF e a Nova SBE, conta com o apoio privilegiado do Santander Universidades – foi, portanto, mais uma das iniciativas levadas a cabo por esta constelação de parceiros. “O objetivo é mostrar às empresas que estas pessoas têm um grau de capacitação muitas vezes semelhante às outras e que que é possível e benéfico integrá-las no mercado de trabalho”, disse Inês Menezes. 

Outras funcionalidades novas 
O Inclusive Future não é a única novidade da plataforma vocacional. Agora a Design the Future tem também a funcionalidade “Planear a Carreira“, que é inovadora pelo facto de reunir num só local toda a informação relevante para os estudantes ficarem a conhecer o leque de áreas de estudo e cursos disponíveis, as respetivas escolas de formação e as saídas profissionais.

“É um guia que não encontrei em lado nenhum, sob esta forma, e que, a partir de agora está disponível aqui”, sublinha Inês Menezes. Nele, está “agregada toda a oferta formativa que há para quem está no 9º e 12º anos e vai definir o seu futuro em termos quer de áreas, quer de curso, etc.” explicou a responsável, sublinhando que, inclusive, são referidos os cursos profissionais e técnicos (além dos superiores), quais são as condições de acesso e as qualificações que conferem. “O feedback que me vai chegando é que isto facilita muito a atuação das escolas, que o que fazem é fotocopiar e distribuir aos alunos um documento arrumado para que eles possam começar a planear a sua escolha, a sua carreira, e para isso têm aqui um guia completo”, referiu a responsável. “O Planear Carreira era uma secção chamada Design Your Life e que tinha vários conteúdos sobre exploração vocacional e sobre oferta formativa. 

Aquilo que fizemos foi arrumar esta secção pelo target principal, que é o 9º ano, o secundário, e os encarregados de educação, e criar conteúdos específicos”, disse, sempre com o fito de tornar a Design the Future “uma plataforma de exploração vocacional que ajude os utilizadores em momentos-chave da sua vida”. De facto, além das várias ferramentas vocacionais que oferece, a Design the Future divulga em vídeo e fichas organizadas cerca de 250 profissões. “E, nesse aspeto, pode inspirar a dar a conhecer profissões de que os utilizadores nunca ouviram falar e toda a oferta formativa correspondente”, sublinhou Inês Menezes. 

Aposta na interatividade com a Escola Virtual 
Ainda sem ter completado os quatro anos de vida, a Design the Future não para de crescer. A partir do dia 20 abril, e graças a uma parceria que está em preparação com a Escola Virtual – a plataforma de apoio escolar da Porto Editora -, os conteúdos da Design the Future vão ganhar maior interatividade e chegar a milhares de novos utilizadores.

“O objetivo é dar um conteúdo sobre orientação vocacional, uma ajuda para a descoberta do curso e da profissão a seguir aos utilizadores da Escola Virtual”, explicou a fundadora da Design the Future. Segundo Inês Menezes, esta parceria traz um benefício mútuo e duplo. Por um lado, a Escola Virtual ganha “um conteúdo que não tem e sobre o qual tem bastante interesse – eles trabalham exatamente com este target, a partir da 1ª classe até ao 12º ano”, disse a responsável. Por seu turno, a Design the Future sai a ganhar pela “massificação dos seus conteúdos através de um número muito grande de escolas – eu penso que eles têm um número de contactos, se não me engano, de 60 mil professores e alunos por dia”, adiantou Inês Menezes. 

Mas há ainda um segundo benefício, sublinhou a responsável: “é o facto de a Escola Virtual ter uma grande experiência em tornar estes materiais atrativos para o target, seja através da construção de fichas interativas, vídeos com explicações tutoriais, etc. Portanto, eles têm a possibilidade, os meios, as ferramentas e o know-how para transformar aquilo que são os conteúdos Design the Future e que estão aqui dispostos de uma forma estática, numa versão muito mais atrativa e interativa, o que, para mim, é uma grande mais-valia”. 

Com os olhos postos no futuro 
Para o futuro – e muito próximo, garante Inês Menezes -, a plataforma Design the Future quer alargar o seu raio de prestação de serviços para ir além dos estudantes. Para isso, a responsável “está a desenvolver um projeto com diversas entidades que vai tornar a Design the Future uma plataforma de orientação ao longo da vida”. Isto é, vai ajudar a reorganizar carreiras.

“Com as transformações do mercado de trabalho, a globalização, todas estas alterações que estamos a sofrer fruto dos avanços tecnológicos – nomeadamente da inteligência artificial no emprego –, cada vez vai ser mais necessário apoiar as pessoas nestas transições e assegurar que sejam capazes de avaliar continuamente as suas competências do ponto de vista técnico e de carreira para poderem continuar empregáveis”, explicou Inês Menezes. “Sabemos que as profissões vão mudar, umas provavelmente vão deixar de existir, também sabemos que vamos trabalhar até mais tarde e, por isso, faz sentido que as pessoas tenham um recurso a que podem aceder de forma livre, sem pagar, para poderem ter uma primeira ajuda, em termos de recurso vocacional ao longo da vida”, concluiu a responsável. Este é o próximo desafio a que a Design the Future irá tentar dar resposta, garantiu Inês Menezes

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