Na minha crónica no Jornal ABARCA, desta vez relembro que possuir uma deficiência não nos torna melhores ou piores...
Óscar Pistorius voltou a ser manchete no mundo inteiro. Infelizmente desta vez não pelos melhores motivos, mas por ser suspeito de ter assassinado cruelmente a sua jovem e bela namorada Reeva Steenkamp. Seu julgamento continuará no inicio do próximo mês de Junho onde enfrentará uma acusação de homicídio premeditado. Para os menos familiarizados com a questão da deficiência relembro que Óscar Pistorius, nasceu sem o osso do perónio, facto que fez com que as duas pernas lhe fossem amputadas ainda em bebé, e é talvez o mais categorizado paratleta da actualidade, sendo inclusive apelidado de "Blade Runner" (corredor lâmina) e como o "homem mais rápido sem pernas". A carreira desportiva deste atleta Sul-Africano, com deficiência, é recheada de grandes conquistas e de proezas incríveis, alcançando o seu auge nos últimos Jogos Olímpicos em Londres, quando se tornou o primeiro atleta paralímpico a disputar os Jogos em igualdade de circunstâncias com os outros atletas sem deficiência, tendo mesmo alcançado a classificação para as semi-finais dos 400 metros rasos.
Grande herói para muitos de nós, o nosso campeão, aquele que nos representava e deixava cheios de orgulho, de repente virou um monstro? Como entender? O que pensar? Como foi possível este nosso ídolo, nosso exemplo, e que tanta visibilidade deu à causa deficiência ser capaz de praticar um acto tão cruel? Tanta pergunta e respostas poucas, mas tudo isto para destacar que esta estrela e super campeão é um ser humano como todos os outros, única diferença é a sua deficiência. Ao contrário do que muita boa gente pensa, nós pessoas com deficiência continuamos a ser os mesmos, não é a nossa deficiência que nos torna melhores ou piores, o caracter, personalidade, princípios e restantes valores sociais continuam a ser os mesmos, independentemente de sermos ou não pessoas com deficiência. Quanto ao homem Óscar Pistorius, desejo que a verdade seja revelada e que a justiça seja feita.
Eduardo Jorge
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