terça-feira, 9 de junho de 2009

LIBERDADE DE ESCOLHER Por Paulo Faria

A tetraplegia é de certo, das deficiências adquiridas, a mais incapacitante. Ela pode acontecer na vida de um momento para o outro. Toma-nos de surpresa e altera a nossa vida irremediavelmente.

Pode acontecer a todos, homens, mulheres, novos, velhos, ricos ou pobres.
Como em todas as deficiências, também na tetraplegia, cada deficiente é único, e por a lesão se situar numa zona muito nobre do Sistema Nervoso Central, a cervical, o desvio de um milímetro mais para cima ou para baixo, trás grandes diferenças na qualidade de vida de um tetra. São contingências, variáveis não controladas, sorte ou falta dela é tudo e não é nada.

A partir do momento da lesão voltamos todos a um ponto zero, onde já estivemos mas não nos lembramos, a nossa mais profunda infância.
Temos de aprender tudo de novo e agora limitados pela deficiência funcional do nosso corpo, pelo estado da arte da medicina reabilitação, pelas ajudas técnicas, pelas ajudas pessoais e poderia continuar. O importante resume-se a duas coisas, aproveitar o que restou do nosso corpo e aproveitar as ajudas que estão disponíveis.
Dependendo muito da idade de cada um, vamos ter de tomar opções difíceis que nos acompanharão para toda a vida. Educar o nosso corpo a novas rotinas e as nossas mentes a novas realidades.

Tomar opções e escolher caminhos é o que nos resta fazer pois a única coisa que ficou a trabalhar a 100% foi o nosso cérebro.

MAS SEREMOS NÓS LIVRES PARA ESCOLHER OS NOSSOS PROJECTOS DE VIDA?

1 comentário:

  1. Paulo, diria mais: livres de escolher somos. Eu próprio não tenho limites nos projectos que elaboro e vivo mentalmente. Po-los em prática é que não consigo e nem há ajuda para tal. Como é agonizante...

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