segunda-feira, 22 de março de 2010

NEM TUDO QUE PARECE O É...

Fui contactado, tempos atrás, na tentativa de obterem minha ajuda para se conseguir uma cadeira de rodas especifica para uma criança com um elevado grau de deficiência mental, e dependência.

Ao tentar ficar com o maior número de dados possíveis, informaram-me também que há 3 anos que aguardavam em vão por uma resposta dos serviços sociais, e que criança já se encontrava, inclusive, com algumas deformações físicas por ser obrigado a continuar a usar uma cadeira inapropriada para a sua idade, e estado de saúde. E que por não poderem ficar parados perante tal injustiça, e verem a saúde do menino a agravar-se, um grupo de amigos resolveu unir forças e programar várias iniciativas, incluindo uma festa/jantar num clube da cidade, para tentarem arranjar fundos para comprarem a bendita cadeira.
Fiquei com os dados e imediatamente lhes garanti que tudo iria fazer para também ajudar.

Com dados da criança em me poder, contactei entidades que têm o poder de decisão na atribuição deste tipo de Produto de Apoio.
Respondem-me que a criança em questão além de nem sequer constar nos seus ficheiros, também nunca tinha sido requisitado em seu nome qualquer cadeira de rodas ou outro apoio. E que nunca recusaram, recusam e ou adiaram atribuir por falta de verbas, qualquer tipo de Produto de Apoio quando se trata de crianças. Naquele momento, única dificuldade que estavam a ter, era conseguir satisfazer todos os pedidos de fraldas para adultos.

Com toda esta informação e nome dos técnicos responsáveis pelo possível acompanhamento e apoio à referida criança, pedi esclarecimentos a quem me pediu a ajuda.

Afinal, realmente nunca tinham requisitado oficialmente nenhum apoio. Segundo eles porque uma vizinha lhes tinha dito que ninguém dava nada a ninguém, e que não valia a pena perder tempo com isso.
Entretanto expuseram criança a peditórios, uma noite a passar frio numa festa, muita gente de boa fé, contribuiu como pude pensando ser única solução, etc.

Depois de ter passado algum tempo sobre estes acontecimentos, tento saber noticias sobre situação da criança. Não se mostram disponíveis para faze-lo e quando o fazem nunca sabem pormenores.

Não sou responsável pelo menor. Por isso infelizmente não posso fazer muito mais.
Este episódio, ajudou-me a reforçar minhas certezas de que nunca devo cegamente agir/acreditar/julgar e ou tirar ilações ou julgar alguém sem antes ouvir as duas partes.

6 comentários:

  1. È impressionante!! Também ando a aprender umas coisas.
    Infelizmente situações como a que relatas mexem muito comigo...porque quem precisa e é inocente acaba por não ter o que precisa porque tem pais que acham melhor a peninha e não só...

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  2. Infelizmente é assim mesmo Eduardo!!!
    Não sei como é aí em Portugal, mais aqui no Brasil não existe nenhum programa que favoreça os deficientes, por exemplo na compra de equipamentos como cadeira... Seria bem interessante...

    Abraço!!!

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  3. É verdade, nada como procurarmos ouvir sempre os dois lados. Eu mesmo já cometi muitas injustiças ouvindo apenas um lado das partes de um fato.

    Marcos Roberto
    Brasil - São Paulo

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  4. ANA, nem sei o que responder perante estas situações. Falta de informação? Negligência? Gostarem de serem vitimas?...

    TUIGUE, aqui existem programas bem esclarecedores, sobre apoio à aquisição deste tipo de equipamentos por parte do nosso governo.

    MARCOS (bom ter-te por aqui), tens razão. Só que nós somos muitas vezes levados a agir por impulsos e...

    Fiquem bem.

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  5. oie!
    É uma injustiça fazerem isso com uma criança, ela só pode contar com os pais e esses não podem negligenciar! Será q são esclarecidos?
    Vc fez sua parte, parabéns.

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