Doentes com lesões graves queixam-se de ter sido enganados num falso centro de reabilitação física por um falso médico. A Renascença foi até lá, a Caldas de S. Jorge, Santa Maria da Feira.
O dito centro que não está licenciado nem registado como unidade de saúde, o que não impede os seus responsáveis de terem doentes internados e de lhes cobrarem até seis mil euros por mês.
Na Internet e no Facebook, aparece como centro de reabilitação física que trata praticamente tudo através do que chama o “método cubano”. Legalmente, não existe e o que a Renascença encontrou foi uma casa privada, sem nada que a identifique como unidade de saúde (lá dentro, ao fundo, vê-se alguém em cadeira de rodas).
À porta, quem atende é Manuel Batista. Não deixou entrar a Renascença e chamou por telefone o advogado e a filha, para nos dizerem que Manuel Batista, afinal, “não desempenha nenhum cargo” e é apenas um “voluntário” no centro.
Anabela, emigrante na Bélgica, foi das primeiras doentes a passar meses no dito centro de reabilitação, mas hoje diz-se enganada e sem melhoras.
“Eu cheguei aqui a pagar 5.500 euros por mês, mas há lá pessoas a pagar seis mil euros por mês e não passa facturas, não há nada, nem há nada para as Finanças”, relata.
Anabela ficou paraplégica num acidente. Há cerca de três anos, falaram-lhe de um bom médico, veio para Portugal e começou por ser tratada em casa pelo “Doutor” Manuel Batista.
“Ele aproveita-se destas pessoas frágeis, como eu, porque ficamos na expectativa. Quando eu vim para cá, o que ele prometeu é que num mês ficava a comer sozinha, caminhava”, recorda a antiga utente do falso centro.
Não há registo na Ordem dos Médicos, mas familiares e doentes disseram àRenascença que Manuel Batista já se apresentou como neurologista, terapeuta e nutricionista.
Confrontado, Manuel Batista afirma que “isso é mentira” e que, na verdade, é “naturoterapeuta”, formado na Escola de Biologia e Saúde de Lisboa.
A escola foi mandada encerrar em 2009 pelo então ministro da Educação, Mariano Gago, por ter cursos que não estavam reconhecidos.
Contactadas pela Renascença sobre este caso, a Administração Regional de Saúde do Norte afirma não ter qualquer convenção com este centro e a Entidade Reguladora da Saúde diz não ter qualquer registo do centro de reabilitação ou dos seus responsáveis.
Fonte e video: Rádio Renascença
EU: Tenho dois amigos que a frequentaram. Um com tetraplegia acabou de abandonar o centro porque não tinha mais condições financeiras para o continuar a frequentar. Ambos adoraram o centro e só falam bem. Este último relatava-me que as condições eram excelentes, dormia em quarto individual com uma enfermeira disponivel 24 horas, e seu treino intestinal melhorou muito.
Só achei estranho praticamente não sairem e só poderem utilizar cadeira de rodas manual.
Lamentavelmente, pelos vistos a "enfermeira" não passava de mais uma "colaboradora" sem qualificações, bem como o dito "Dr", que pelos vistos nem um curso tem...
ResponderEliminarSe a escola onde diz ter andado fechou, foi porque e mesma tinha cursos não reconhecidos e como tal, vale mais a minha 4ª classe!